O PORTUGUÊS NO MAR Quando era pequeno, Vasco da Gama queria ser navegador. Sonhava um dia viajar pelos sete mares. Queria descobrir países mas, principalmente, ele sonhava em conhecer uma bela sereia de cor azul, com pérolas reluzentes nas barbatanas e com um lindo biquíni azul-turquesa que, juntamente com o seu bonito colar de pérolas, a fizesse parecer a Deusa do Mar. Desejava viver com ela muitas aventuras à volta do Mundo, mas queria, acima de tudo, ser o seu amor divino. Quando Vasco da Gama se tornou adulto, D. Manuel I disse-lhe para ir com os seus marinheiros descobrir a Índia. Todo contente, foi com os seus marinheiros pelo mar fora tentar descobrir as terras que o rei lhe indicara. A meio do caminho, um belo cântico chamou a atenção do navegador. Quando olhou, viu uma bela jovem, metade mulher, metade peixe, que tinha bonitas barbatanas de cor azul claro, com inúmeras pérolas e que parecia uma estrela a ser refletida nas calmas águas do mar. A voz melodiosa da jovem fez com que Vasco da Gama se apaixonasse por ela. Era exatamente assim, como a sereia que o marinheiro sonhara em criança. O corajoso navegador foi falar com a sereia e, como todos sabem, as sereias aprendem a língua de quem fala com elas. Desta forma, ela aprendeu a falar português e contou a notícia na nossa língua às suas amigas que, por sua vez, narraram o facto aos peixes do fundo do mar e assim se começou a espalhar o português pelo Mundo. À medida que esses peixes se reproduziam, a língua portuguesa ia sendo espalhada pelas várias gerações. Um dia, alguns desses peixes foram pescados e, como que por magia, as pessoas que os comeram aprenderam a sua língua, ou seja, o português. Sim, nem mais, nem menos: a língua do velho navegador português enviado para descobrir a Índia, feito heróico que concluiu com muito sucesso. As pessoas que aprenderam essa língua ensinaram-na e transmitiram-na aos seus descendentes, que a honraram através da comunicação quotidiana e da escrita, perpetuando-a no tempo e projetando-a no espaço. Carolina Isabel Ruela Silva, 5.º ano, Escalão B (Prosa) – 1.º lugar Escola Básica e Secundária Padre António Morais da Fonseca