Diversificação agrícola: uma alternativa para agricultura familiar RESUMO: Os municípios de Lavras, Itutinga e Itumirim, localizados ao sul de Minas Gerais, caracterizam-se pela predominância da cultura do café e atividade leiteira. Durante muitos anos, esses produtos foram responsáveis pela sustentação econômica desses municípios. Com a crise nos preços do café e leite, passou a existir uma preocupação por parte de lideranças de produtores familiares, extensionistas e governo local no sentido de identificar novas alternativas de renda para o meio rural. A diversificação configura-se como uma possível alternativa capaz de proporcionar meios para elevar as vantagens relativas de áreas rurais, garantindo a biodiversidade e ampliando o mercado de trabalho. Essa pesquisa estuda, com base na percepção de diferentes atores sociais, os pontos referentes à diversificação: viabilidade, possíveis atividades alternativas e incentivos governamentais demandados. O método de coleta de dados utilizado foi o focused interview e os entrevistados foram selecionados pelo método não-probabilístico de amostragem por julgamento. Para os atores entrevistados, a diversificação tende a preservar e potencializar valores e recursos endógenos regionais, propiciando desenvolvimento sustentável e conferindo-lhes atratividade. 1. INTRODUÇÃO A agricultura sempre teve grande importância dentro da economia nacional. Com o processo de industrialização e inovações tecnológicas, a agricultura, de forma geral, tornou-se um ator coadjuvante no processo do desenvolvimento capitalista. Os mercados tornam-se cada vez mais incertos e dinâmicos, havendo uma crescente complexificação das atividades agrícolas. A produção agrícola já não é mais a única e, em muitos casos, nem a principal fonte de renda das famílias que vivem no espaço rural. No cenário que compõe o meio rural surge um ator com grande importância econômica e social: o agricultor familiar. A agricultura familiar é um setor estratégico para a manutenção e recuperação do emprego, para redistribuição da renda, para a garantia da soberania alimentar do país e para a construção do desenvolvimento sustentável (Schuch,2004). Para que a agricultura familiar possa manter-se nesse mercado cada vez mais competitivo e excludente é necessário criar formas alternativas de trabalho e sobrevivência. A diversificação rural/agrícola pode ser uma dessas formas, uma vez que poderá diminuir os riscos de se ter apenas uma atividade como principal fonte de renda e manutenção familiar. Encarada como um ato coletivo enquadrador de um processo de revitalização social, econômica e ambiental, a diversificação constitui uma das opções estratégicas na política do desenvolvimento rural, em particular dos territórios rurais mais afetados pelo declínio de determinadas atividades agrícolas. Para que os agricultores familiares possam diversificar sua produção e desenvolver sistemas de produção sustentáveis, aproveitando nichos e demandas de mercado por produtos diferenciados, é preciso orientação, determinação das cúpulas institucionais (do governo ou de suas estruturas de pesquisa, assistência técnica e extensão rural) e uma mudança de consciência e comportamento dos técnicos e agentes de desenvolvimento. Com relação às políticas públicas destinadas a promover sistemas de produção sustentáveis entre os agricultores familiares, é preciso que haja uma conjugação de esforços entre as instituições de pesquisa, assistência técnica e extensão rural, as escolas técnicas e universidades, e as próprias organizações de agricultores. As políticas públicas e programas específicos (nacionais, estaduais e municipais), a formação profissional para os agentes de desenvolvimento, bem como os métodos participativos de planejamento e de gestão dos recursos públicos, principalmente no âmbito local, são alguns dos instrumentos para enfrentar o difícil desafio de promover novas práticas agrícolas e, com elas, o desenvolvimento. A atenção não deve se limitar ao interior da unidade produtiva agrícola e, menos ainda, a algum produto agrícola específico. É indispensável o estudo dos sistemas de produção, cadeias produtivas, oportunidades de mercado, observar as dinâmicas familiares, respeitando as experiências dos agricultores, apoiando a organização comunitária e valorizando a educação para a cidadania (Denardi, 2004). O desenvolvimento da agricultura familiar deve começar com o conhecimento das necessidades dos produtores e da forma como eles as percebem (Denardi, 2004). Estabelecer um projeto de desenvolvimento municipal, ou mesmo regional, baseado na agricultura familiar sustentável, não é apenas uma proposta política para o setor rural, é uma necessidade e uma condição de fortalecimento da economia de um grande número de municípios brasileiros (Schuch, 2004). A diversificação rural/agrícola talvez possa ser uma das maneiras de promover o desenvolvimento da agropecuária familiar para um município ou região e, conseqüentemente, promover uma melhoria na qualidade de vida desses produtores. A microrregião correspondente aos municípios de Lavras, Itutinga e Itumurim, localizada ao sul do estado de Minas Gerais, é marcada pela predominância da atividade leiteira. Durante muitos anos, o leite foi o responsável pela sustentação econômica desses municípios. Nos últimos anos, percebe-se que há uma preocupação por parte dos produtores familiares, assessores técnicos (EMATER) e governo local, em procurar novas alternativas de trabalho, renda e sobrevivência para os agricultores. Esse estudo pretende identificar e descrever como lideranças de agricultores familiares, profissionais de agências que prestam assessoria a esta categoria de produtores e os representantes dos governos municipais (prefeito ou secretários da agricultura) avaliam a diversificação agrícola como uma possível alternativa ao desenvolvimento da agropecuária no sul do estado de Minas Gerais. Mais especificamente pretende-se verificar, na opinião desses atores: a) se a diversificação agrícola deve ser considerada um meio (fator favorável) ou condição (fator limitante) ao desenvolvimento da agropecuária no sul de MG; b) quais as possíveis e melhores alternativas para a diversificação agrícola na região e quais motivos levaram os produtores a optar por essas atividades agrícolas; c) verificar a existência de políticas governamentais (municipal, estadual ou federal) que incentivem a diversificação na região e d) se há uma convergência ou divergência de opiniões entre os diferentes atores entrevistados, com relação à diversificação agrícola. 2. Referencial teórico 2.1 Diversificação agrícola e sua importância Diante da atual realidade da agricultura familiar no Brasil, torna-se necessária à elaboração de estratégias que possibilitem aos produtores maiores rendas e melhores condições de vida. A diversificação é percebida como uma dessas alternativas. O conceito de diversificação pode ser entendido de duas maneiras: quando aplicado à atividade agrícola exercida pelos agricultores nas suas explorações ou sempre que associado a uma comunidade rural, essencialmente dependente da atividade agrícola (IDRHa, 2004). No primeiro caso, o conceito de diversificação, associado à multifuncionalidade, significa o exercício, simultâneo ou sucessivo, por uma mesma pessoa, de várias atividades que relevam da atividade agrícola e não agrícola, no sentido de tornar mais competitivas as explorações agrícolas, por meio de alternativas que se complementem No segundo caso, trata-se de preservar e de potenciar as características, os valores e tradições, o patrimônio e os recursos endógenos de cada território, propiciando o seu desenvolvimento sustentado e conferindo-lhe atratibilidade (IDRHa, 2004). A diversificação das atividades é uma estratégia freqüentemente adotada pelos agricultores brasileiros. O esforço da diversificação destina-se não só a ampliar o leque de produtos comercializáveis, mas igualmente a garantir o auto-consumo (Wanderley, 1997). A diversificação pode ser considerada uma condição indispensável à sobrevivência e à competitividade dos territórios rurais, na medida em que garante a biodiversidade, promove o mercado de trabalho mantendo a população, cria riqueza por meio de novas oportunidades de negócio e gera dinâmicas em torno de agentes de desenvolvimento local. 2.2 Diversificação agrícola x diversificação rural (pluriativismo) Quando se fala em diversificação, é preciso que se compreenda a diferença existente entre diversificação agrícola e diversificação rural. A diversificação agrícola refere-se à implantação de duas ou mais atividades agrícolas ou pecuárias em uma propriedade rural. Por exemplo, uma propriedade que produza café, milho, leite e crie suínos, é considerada uma propriedade diversificada. A diversificação rural refere-se à implantação simultânea de atividades agrícolas e não-agrícolas em uma propriedade, configurando-se por meio de um mercado relativamente indiferenciado, que combina desde a prestação de serviços manuais até o emprego temporário nas indústrias tradicionais (agroindústria, têxtil, etc.) ou, pela combinação de atividades urbanas do setor terciário com o management das atividades agropecuárias. A diversificação rural pode, então, ser caracterizada como pluriatividade que, de acordo com Graziano ( 1992), é considerada a nova base da agricultura moderna, uma vez que considera fundamental a criação de um novo conjunto de políticas não-agrícolas para impulsionar o desenvolvimento das áreas rurais, proporcionando condições para que se possa alcançar a cidadania no meio rural sem a necessidade de migrar para as cidades. A agricultura familiar tem a capacidade de combinar atividade agrícola e não agrícolas na busca de alguma receita fora do estabelecimento produtivo, numa atividade de comércio ou prestação de serviços (Perondi & Ribeiro, 2000). A demanda por fatores de produção, como capital e terra, e a desocupação da força de trabalho podem ser apontadas como as principais causas desta pluriatividade. A diversificação agrícola pode ser considerada uma possível alternativa de renda para os pequenos produtores, ou seja, se o produtor possuir apenas uma cultura anual como principal fonte de renda, corre risco de perder sua produção devido a agentes externos, como clima, pragas e doenças e está sujeito às condições de mercado. Se possuir outras atividades, como horticultura, fruticultura e criações, seja para a comercialização ou para o consumo de sua família, terá alternativa de renda mensal e subsistência. A diversificação pode representar, então, a redução do risco para o produtor, pela dependência de uma única cultura e uma forma de sobrevivência. Mas, de acordo com Graziano (1992), diversificar apenas a produção agrícola de uma região não resolve. Isso traz poucas melhorias na renda das famílias agrícolas pobres que dependem dos mercados locais de trabalho. Balsadi (2001) afirma que é preciso que as políticas assumam um enfoque integrador das atividades agrícolas e não-agrícolas, ao mesmo tempo em que utilizem diferentes instrumentos de política econômica e social para promover um modelo de desenvolvimento rural que permita aos seus habitantes melhorarem suas condições de emprego, renda e qualidade de vida. 2.3 Dicotomia rural-urbano Torna-se cada vez mas importante a compreensão de que o meio rural não pode mais ser caracterizado somente como agrário, mas considerado um continum do urbano. O rural não deve ser identificado exclusivamente com aquilo que está fora do perímetro urbano dos municípios brasileiros, muito menos com as atividades exclusivamente agropecuárias. O rural é necessariamente territorial e não setorial, como os programas governamentais propõe e executam. (Veiga, 1993). Veiga (1993) afirma que localidade, não necessariamente, deve ser restrita ao município, pois pequenos municípios teriam dificuldades para realizar um diagnóstico, planejar e gerir seu plano de desenvolvimento. Acredita ser fundamental o incentivo governamental para emergência de arranjos institucionais que se constituam em espaços de concentração intermunicipal para a realização de pactos territoriais pelo desenvolvimento. Graziano (1992) afirma que a grande vantagem de se pensar políticas territoriais para o desenvolvimento local é a possibilidade de superar tanto o enfoque setorial (agrícola/não agrícola) como a falsa dicotomia rural-urbano. A ampliação das atividades rurais não-agrícolas no campo não implica em uma “desterritorialização do espaço urbano-rural”. Assim, “por mais que a estrutura organizacional da economia rural tenha se tornado semelhante à economia urbana” elas não foram suficientes para reduzir os contrastes entre ambos. Ao contrário, “o desenvolvimento leva à revitalização do ambiente natural, e não à ‘urbanização do campo’”. Uma das defesas em torno da valorização da agricultura familiar, particularmente hoje no Brasil, reside no fato de que, fazendo isso, tem-se como conseqüência o não agravamento do desemprego urbano e de um contingente pouco qualificado para as atuais demandas dos setores secundário e terciário urbanos. Portanto, é fundamental o fortalecimento dessa agricultura como forma de regulação do êxodo rural, além de constituir-se uma estratégia eficaz e barata para o combate a pobreza nesse Brasil Rural. 2.4 Poder local, participação e desenvolvimento De acordo com Amartya (2000), o desenvolvimento deve ser visto como um processo de expansão das liberdades reais de que as pessoas desfrutam, uma vez que a violação da liberdade resulta diretamente de uma negação de liberdades políticas e civis por regimes autoritários e de restrições impostas à liberdade de participar da vida social, política e econômica da sociedade. Novas maneiras de representação social emergem em nossa sociedade, juntamente com formas alternativas capazes de promover o desenvolvimento, ou seja, modelos de gestão que possuam um caráter democrático, de forma a abrir espaço para a participação plena e incentivando a organização dos beneficiários para que estejam aptos a opinar, decidir e avaliar. Dentro desse contexto, acredita-se que os governos locais tenham maior facilidade em promover esse tipo de gestão, uma vez que possuem um contato mais direto com a sociedade. Porém, devido à restrita competência que lhe cabe, o governo municipal não deve ser visto como salvação, mas considerado como um novo posicionamento da sociedade civil, frente a problemas sociais, capaz de redefinir o escopo das tradicionais ações em níveis federais. Ao transferir o problema para o nível municipal, este estaria mais habilitado a enfrentá-lo, dado que a sociedade está mais próxima do governo e, assim, a definição das soluções, acompanhamento, interações e controles seriam mais factíveis em menores agregados do que em maiores (Pinho e Santana, 2002). O poder local, dentro do ambiente de participação, tem sido visto como um espaço privilegiado para a realização da democracia, da participação cidadã e de iniciativas econômicas e sociais que, conseqüentemente, ocasiona o desenvolvimento, não se restringindo apenas ao desenvolvimento econômico, mas compreendendo o social e político, proporcionando uma melhoria da qualidade de vida aos cidadãos. Mas, pelo fato de não possuir grande poder de influência, estando sujeito as políticas federais e estaduais e por representar um segmento que, muitas vezes, possui interesses próprios, o governo local não deve ser visto como suficiente em si mesmo para a transformação dos sujeitos passivos em sujeitos ativos; mas, pode significar um novo posicionamento da sociedade civil, frente a problemas sociais. Dessa forma, a questão do desenvolvimento local pode, aqui, ser considerada como uma resposta ao contexto de globalização, reestruturação produtiva e crise do padrão de desenvolvimento. Dessa forma, ganha substância quando associada à construção de padrões alternativos, supondo que as dinâmicas geradoras de desigualdade e exclusão não podem ser desconstruídas pelo alto ou substituídas por outros sistemas de fluxos apartados de outros lugares (Silveira, 2002). No caso brasileiro, em alguns governos subnacionais, estão em andamento algumas experiências que incorporam organizações da sociedade civil, como ONGs, movimentos populares, associações de moradores, sindicatos, entidades empresariais, universidades, entidades sociais, científicas e culturais, etc. Entretanto, como afirma Graziano (1992), o desenvolvimento local sustentável, no seu sentido mais amplo, continua distante das preocupações da sociedade brasileira em geral e dos nossos formuladores das políticas públicas. O enfoque do desenvolvimento local pressupõe que haja um mínimo de organização social para que os diferentes sujeitos sociais possam ser os reais protagonistas dos processos de transformação de seus lugares, o que nem sempre ocorre (Graziano, 1992). A participação popular passa assumir um importante papel dentro da elaboração de políticas públicas. Com a participação, tende-se a romper com a idéia de administração tradicional de que “quem governa é só o governo”, passando a incluir, no ato de governar, a comunidade (Pinho e Santana, 2000). Mas o que é participação? Segundo Oakley e Marsden (1985), analisando diferentes projetos de desenvolvimento, foram identificados diferentes significados atribuídos ao termo: a) envolvimento voluntário dos indivíduos nos programas, sem, contudo, participarem da sua elaboração; b) sensibilização dos indivíduos, aumentando-lhes a responsabilidade para responderem às propostas de programas de desenvolvimento e encorajando iniciativas locais; c) envolvimento dos indivíduos no processo de tomada de decisão, na implementação dos programas, na divisão dos benefícios e na avaliação das decisões tomadas; d) associação do conceito de participação com a iniciativa de pessoas e grupos, visando a solução de seus problemas e a busca de autonomia; e) organização de esforços de pessoas excluídas para que elas aumentem o controle sobre recursos necessários ao desenvolvimento e sobre as instituições que regulam a distribuição desses recursos; f) associação do conceito de participação com o direito e o dever dos indivíduos participarem na solução dos seus problemas, terem responsabilidade de assegurar a satisfação de suas necessidades básicas, mobilizarem recursos locais e sugerirem novas soluções, bem como de criarem e manterem as organizações locais. A concepção de participação e desenvolvimento atribuídos à discussão desse trabalho se fundamenta no último conceito apresentado por Oakley e Marsden, ou seja, haverá desenvolvimento nos seus três aspectos (econômico, social e político), quando as pessoas passarem do estado passivo de representação para o estado ativo. Para Alencar (2001), o planejamento participativo pode ser um método que ajuda o agente externo a afastar-se de uma postura tutorial. A intervenção assume um caráter tutorial quando a ação do agente externo é orientada no sentido de introduzir “idéias” previamente estabelecidas sem que haja participação da população alvo de sua ação na formulação de tais “idéias”, cabendo à população, nessa forma de intervenção, apenas executar as ações “prescritas”. Por meio de uma intervenção educativa (participativa), a população alvo é estimulada pelo agente externo a desenvolver a habilidade de diagnosticar e analisar seus problemas, decidir coletivamente sobre as ações para solucioná-los, executar tais ações e avaliá-las, buscando, sempre que necessário, novas alternativas (Alencar, 2001: 99). Todavia, deve-se considerar alguns aspectos sobre esse processo de organização e participação da sociedade civil: a) há uma série de interesses por parte de outros atores sociais que compõe a sociedade a fim de que a sociedade civil permaneça em seu estado passivo de representação; b) a participação exige um processo de conscientização, ou seja, é preciso que as pessoas entendam a importância de sua atuação no processo de tomada de decisão sobre o que realmente é necessário para melhoria de seu bem-estar, o que pode ser dificultado pelo próprio fator cultural inerente à sociedade brasileira, de que quem governa é o governo. c) participação envolve disputa de poder, conseqüentemente, deve-se diferenciar participação de mera manipulação, ou seja, é preciso estar atento ao grau de importância das decisões e ao grau de controle dos membros sobre as decisões. É preciso que a sociedade expresse seus reais interesses, caso contrário, as democracias continuarão a depender da boa vontade de líderes comprometidos com ideologias populares. Deve-se entender que democracia não é a falta ou eliminação de poder, mas o controle do poder de baixo para cima; e a participação é o exercício da democracia, por meio da qual aprendemos a eleger e a deseleger, a estabelecer o rodízio de poder, a exigir prestação de contas, a desburocratizar, a forçar os mandantes a servirem à comunidade. Enfim, descobre-se como formar autênticos representantes da comunidade e de mantê-los como tais (Demo, 1986). O grande desafio da gestão municipal democrática é transformar a democracia representativa em democracia participativa, ou seja, incluir um conjunto de instituições que disciplinam a participação popular no processo político, que vêm formar os direitos políticos que qualificam a cidadania, não só por meio das eleições, mas também pela vida partidária, sindical e nos mais diferentes tipos de associações e conselhos. Para que isso aconteça, é fundamental que haja uma maior integração entre os diversos atores socais que compõem a sociedade, para que sejam elaboradas políticas e ações que realmente atendam aos interesses dos beneficiários. 3. METODOLOGIA Por ser de interesse identificar e descrever as percepções de diferentes atores sociais (lideranças de agricultores familiares, profissionais de agências que prestam assessoria a esta categoria de produtores e os representantes dos governos municipais), esta pesquisa fundamentase na análise interpretativa e tem como elemento central os significados de “objetivos”, “meios” ou “condições” de uma ação, atribuídos pelos atores sociais aos objetos de orientação que identificam em uma dada situação, ambiente ou contexto. O conceito de significado é visto com base na perspectiva do fenomenologista Charles Taylor (1979: 25/71) e a noção de situação, ambiente ou contexto é retirada do “marco de referência da teoria da ação” elaborado por Parsons e Shils (1968: 75/100). A noção de significado aqui empregada enfatiza a necessidade da análise ser conduzida partindo da perspectiva (ponto de vista) do ator da ação e não do observador, substituindo o método hipotético-dedutivo pelo método interpretativo. Portanto, este estudo não visa ao estabelecimento de relações entre variáveis pela formulação prévia de hipóteses. Busca compreender como atores sociais específicos, “liderança de produtores familiares”, “assessores” e “representantes do governo”, interpretam o ambiente onde atuam, extraindo dele informações que consideram significantes para o estabelecimento de estratégias de ação, com as quais poderiam influir nesse ambiente. Propõe-se, pois, o uso do método indutivo, no qual as categorias e modelos originam-se da análise do discurso ou da ação dos atores. A fim de atender aos objetivos propostos pelo estudo, foi utilizado o método conhecido como “entrevista focalizada” (focused-interview) para coleta de informações, que possui as seguintes características: a) está centrado em tópicos dispostos em um roteiro que serão abordados durante a entrevista; b) esses tópicos não assumem a forma de questões estruturadas; c) não há nenhuma restrição ao aprofundamento dos tópicos por meio de questões que emergem durante a realização da entrevista (Alencar e Gomes, 1998, p.110). A análise das entrevistas seguiu os seguintes passos: a) transcrição das fitas; b) leitura sistemática de todas as entrevistas; c) identificação de dimensões (o que existe ou não em comum na fala dos entrevistados); d) codificação das diferentes dimensões estabelecendo códigos para identificá-las; e) organização das dimensões codificadas em categorias de objetos significantes; f) montagem da rede de significação que enfatiza a generalização na forma de descrições gerais de dados combinados, advindos de dados verbais trabalhados durante a análise, construindo um sistema geral de combinações dos significados (Kluth, 2000, p.107). Os atores sociais que ocupam o centro da análise deste estudo são “lideranças de agricultores familiares”, “assessores” e representantes do governo. Por liderança, entende-se aqueles produtores que mais se destacam na discussão de temas relacionados com política agrícola, tecnologia e desenvolvimento da agricultura familiar na RSMG. Os “assessores” compreendem extensionistas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER-MG) e profissionais de agências que desenvolvem projetos com agricultores familiares. Os representantes do governo referem-se aos prefeitos e ou secretários da agricultura. Os entrevistados serão selecionados pelo método não-probabilístico de amostragem por julgamento, em que as pessoas são escolhidas por preencherem certos critérios e pela relevância de suas informações. Para a escolha da liderança de agricultores foi encaminhada aos diretores da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FETAEMG), da Cáritas de Minas Gerais e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), bem como à direção regional da EMATER-MG, carta solicitando a indicação de cinco nomes de produtores que a) mais se destacam na discussão de temas relacionados com política agrícola, tecnologia e desenvolvimento da agricultura familiar na região e b) cultivam a terra com mão-de-obra familiar. O processo de seleção dos assessores foi semelhante. Solicitou-se à direção dessas organizações a indicação de três assessores que assistem à agricultura familiar e que atuam na área de estudo, preferencialmente há mais de dois anos. Os representantes do governo foram indicados conforme a indicação dos produtores e assessores, ou seja, procurou-se entrevistar prefeito ou secretário dos municípios onde forem indicados produtores e/ou técnicos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A diversificação agrícola foi avaliada como um fator favorável para os três tipos de atores envolvidos nesse trabalho (produtores familiares, assessores técnicos e governo local). Eles a consideram como um meio de desenvolvimento da agropecuária na microrregião, uma vez que esta possui mão-de-obra, solo e clima propícios para as atividades diversificadas. No entanto, um planejamento deve ser realizado para que a atividade diversificada seja viável e tenha mercado consumidor, conforme afirma um dos entrevistados: ... Eu acho que é a única saída que o produtor tem é diversificar, agora diversificar com pé no chão, sempre pensando no mercado; por isso tem que fazer um estudo de mercado muito bem estruturado... (E. ; Técnico da Emater de Lavras, 2003) Analisando a opinião de cada grupo separadamente em relação às possíveis alternativas para a diversificação agrícola, observou-se que as melhores atividades percebidas pelos representantes dos governos locais são a fruticultura e a horticultura, uma vez que existe uma feira livre no município de Lavras, proporcionando um excelente mercado consumidor na microrregião. ... Tem a parte da horticultura, tem a feira livre em que os produtores produzem... a parte de holerícolas, a feira livre aqui é farta e os produtores produzem muita coisa... ( J. A. A.; Secretário de Agricultura de Lavras, 2003) Os mesmos entrevistados também consideram a pecuária de corte e avicultura como excelentes atividades possuindo até mercado externo. Todavia, estas requerem maior investimento, tornando-se incompatível com o nível de capitalização dos produtores familiares. Para os assessores técnicos, na microrregião, o milho vem despontando como uma grande alternativa, entretanto, a fruticultura seria a melhor opção, uma vez que esta utiliza pequenas áreas e proporciona rendas elevadas. Além do mais, existem fatores edafoclimáticos que aumentam a potencialidade. Apesar da microrregião ser tradicional no cultivo do café e, principalmente, na pecuária leiteira, algumas atividades já começaram a ser desenvolvidas como o plantio do figo. Dentre as opções na fruticultura, escolheu-se o figo, pois essa frutífera aproxima-se das atividades tradicionais, exigindo menor empenho, conhecimento e habilidade por parte do produtor, facilitando assim a sua adaptação. O figo in natura não possui mercado, por isso, os produtores se uniram e criaram uma agroindústria local para processar o produto, realizando assim o branqueamento, uma espécie de pré-fervura e colocando-o em latas que podem ser armazenadas em torno de quatro anos . Esse figo processado é vendido para outras indústrias, uma vez que essa agroindústria não possui autorização do Ministério da Saúde para embalá-los e comercializá-los no varejo. A goiaba e o maracujá foram apontados pelos mesmos atores como alternativas de diversificação para a microrregião. Essas frutas já são cultivadas pelos produtores familiares e a goiaba in natura possui grande aceitação nos mercados locais, enquanto o mercado do maracujá são as agroindústrias de polpas localizadas na região Zona da Mata em Minas Gerais. A horticultura e a piscicultura também são opções de diversificação que podem ser comercializadas, aumentando a renda do produtor, bem como utilizadas no consumo próprio. Outra sugestão apontada por um dos entrevistados dessa categoria seria a soja, entretanto, essa é uma cultura inviabilizada para a agricultura familiar da microrregião, visto que há uma predominância de pequenas propriedades. Outro segmento que poderia ser explorado pela agricultura familiar seria a produção orgânica, que possui um mercado muito promissor, no qual o consumidor está disposto a pagar um diferencial por essa característica. Essa atividade torna-se mais viável para os pequenos produtores quando comparados aos grandes, pois a produtividade geralmente é menor em relação à produção convencional, exigindo melhores manejos. Na opinião dos produtores familiares, as melhores alternativas seriam a fruticultura, principalmente o maracujá, incluindo também a manga, a goiaba e a banana orgânica. Esses produtos já estão sendo comercializados, consistindo assim numa nova fonte de renda para os produtores, conforme descreve os entrevistados: ... Quer dizer, no meu caso, lá, hoje, se eu tivesse só café nessa crise que nóis tá hoje, eu tava afundado. Como eu tenho o maracujá, eu já tenho uma outra atividade. Se eu tenho a banana, eu já tenho outra atividade... (H.; Produtor Familiar de Lavras,2003) ... Se eu cato um cadinho daqui, um cadinho dali, cada coisa, cada planta dessa, me dá um rendazinha, chega no final, dá uma renda melhor, dá um total maior... (A. M.; Produtor Familiar de Itutinga, 2003) Outro elemento ligado às alternativas de diversificação citado pelas três categorias de entrevistados foi a agroindústria, que facilita a escoação e comercialização dos produtos, incentivando a diversificação na microrregião. A instalação de agroindústria estimularia produções diversificadas, ajudando o produtor a superar problemas de comercialização, aumentando o seu poder de barganha na negociação, reduzindo, assim, a influência de intermediários nesse processo. Uma boa alternativa segundo todos atores seria a agroindústria regional, com produção organizada em termos de associativismo, fato que já pode ser enfatizado na microrregião. Aproveitando a estrutura da agroindústria processadora do figo, criou-se a Frutilavras que, além de produzir doces, irá também processar frutas, transformando-as em polpa. A produção de polpa é uma alternativa mais viável do que a de doces, uma vez que uma grande parcela da população prefere consumir sucos em vez de refrigerantes, enquanto o mercado de doce está em baixa, devido à busca de qualidade de vida pelos consumidores que preferem consumir alimentos menos calóricos. A Frutilavras é uma iniciativa da EMATER, com apoio do Sindicato Rural de Lavras. Participam também a Secretaria de Agricultura do município, a Universidade Federal de Lavras, a EPAMIG, as associações de produtores e outros. Apesar de estar localizada no município de Lavras, ela visa atender a todos os produtores da microrregião estudada. Possui uma parceria com o Consórcio do Funil, que dispõe de um programa de reativação econômica dos produtores atingidos pela barragem construída na Usina do Funil. Esse empreendimento seria uma forma de ajudar essas pessoas, dando incentivo especialmente à produção de maracujá, uma vez que ofereceu equipamentos para despolpar essa fruta. A agroindústria incentiva a produção e a diversificação, além de aumentar o número de empregos, agregando valor aos produtos, conforme afirma uns dos entrevistados: ...Vamos supor, igualzinho essa que nós estamos tentando montar lá em Lavras. O que isso vai beneficiar? Vai agregar valor. Essa é de frutas, vai agregar valor. Então, se hoje está recebendo, em média, 0,40 centavos pelo quilo de maracujá, com essa industria ele vai receber na faixa de 0,60 a 0,70 centavos, porque vai receber preço de polpa, do produto final. E com outra vantagem: ele vai ser um dos donos dali, porque ele vai entrar com uma cota de sócio. Então, ele vai levar o produto dele, não vai vender o maracujá, iria vender a polpa, então irá receber um preço melhor. Ele, recebendo um preço melhor, logicamente o que vai acontecer, ele vai querer plantar mais... (J.; Técnico da EMATER 2003) Com relação à exploração da diversificação na microrregião, os representantes dos governos locais afirmaram que este fator não vem sendo explorado adequadamente. Poderia estar mais atuante, mas faltam recursos financeiros para que os produtores possam desenvolver melhor as atividades. Faltam também políticas públicas que incentivem a diversificação, as únicas ações realizadas são as municipais que se limitam a cuidar de aspectos infra-estruturais, como conservação de estradas vicinais que facilitam o escoamento dos produtos. Na opinião dos técnicos assessores, esse fator vem sendo explorado de forma parcial, mas poderia ser mais eficiente. Uma das barreiras para o desenvolvimento da diversificação refere-se à descapitalização do produtor familiar além do mais, falta crédito para esta categoria. As instituições financeiras preferem emprestar os recursos para o médio e o grande produtor, uma vez que os pequenos não possuem muitas garantias de pagamento, conforme pode ser observado nesse trecho: ...Os bancos acham que o pequeno produtor não paga. Porque é muito trabalho pro banco emprestar dois mil reais para o pequeno produtor. E o que acontece? Ele prefere emprestar vinte mil, trinta mil para o grande produtor. É muito mais rápido na concepção de certas agências, o retorno do grande produtor é mais garantido. Ele tem mais condições de dar uma garantia e o pequeno produtor não tem. Se chega um produtor que está começando hoje a sua atividade, é mais difícil, porque não tem nem garantia, não tem nem terra pra ele começar.... (J.; Técnico da Emater de Itutinga, 2003) Segundo a mesma categoria de entrevistados, existem políticas públicas, como algumas linhas de crédito federal para piscicultura, fruticultura e agroindústria, no entanto, na microrregião não há produtores beneficiados com esses recursos. Tem também o Programa Nacional de Agricultura Familiar (PRONAF), porém, não é liberado nas datas planejadas e o volume de recursos é insuficiente para atender a toda a demanda. No âmbito municipal, os atores entrevistados acreditam que municípios que possuem EMATER têm mais condições para desenvolver atividades diversificadas juntamente com os produtores familiares. No entanto, eles também afirmaram que há uma falta de reivindicação por parte dos produtores junto aos governos. Se os produtores fossem mais organizados, poderiam expor melhor suas necessidades junto aos órgãos competentes e estes os ajudariam na superação de suas limitações. Acredita-se que as políticas seriam mais eficientes se houvesse uma relação entre o federal, o estadual e municipal no processo de elaboração, conduzindo as mesmas para ações mais integradas. Os produtores familiares afirmaram que a diversificação não vem sendo explorada adequadamente, pois suas atividades ainda são tradicionais, principalmente a pecuária leiteira, apesar da fruticultura encontrar-se em processo de implementação. Também não existem políticas públicas que incentivem a diversificação, uma vez que os produtores também não estão preocupados em reivindicar as suas necessidades e os governantes apenas prometem não cumprindo com os seus deveres. Analisando-se a diversificação agrícola como fator favorável, observou-se que há um consenso entre as três categorias de entrevistados (produtores familiares, assessores técnicos e governo local). Todos a consideraram como meio que proporciona desenvolvimento, uma vez que esta apresenta-se como uma alternativa para as unidades de produção familiar, gerando recursos financeiros que equilibram a renda do produtor, já que as culturas tradicionais (leite e café) proporcionam retornos flutuantes devido suas crises. Uma administração de recursos, mãode-obra e técnica deve ser feita pelos produtores ao diversificar suas atividades, para que atinjam a eficiência. Sobre as alternativas de diversificação, verificou-se que existe uma convergência de opiniões entre os entrevistados, sendo a fruticultura uma grande opção. Dentre todas as frutas citadas, o maracujá merece destaque, pois a agroindústria Frutilavras é uma garantia de compra, processando e transformando-o em polpa. Avaliando as opiniões dos entrevistados com relação à exploração de atividades diversificadas na microrregião, constatou-se que existe uma divergência entre os atores. Para os representantes dos governos locais e produtores familiares, a diversificação não é explorada de forma adequada já os assessores técnicos a vêem de maneira parcial. Essa dissensão de idéias pode ser explicada pela percepção que cada ator possui e ela está intimamente ligada ao papel que ele exerce na microrregião. Como a categoria do governo local não desenvolve políticas que incentivem a diversificação, tal atividade acaba não sendo explorada da melhor maneira possível. O tradicionalismo dos produtores no cultivo do café e, especialmente, na produção de leite, também emperra a exploração de atividades diversificadas, pois é mais cômodo para eles continuarem naquela atividade na qual já possuem experiência, em vez de cultivar produtos que exigem novos conhecimentos. A forma parcial de exploração vista pelos técnicos assessores pode ser explicada pelo fato de esses atores trabalharem na EMATER, cujo objetivo é assessorar produtores familiares; por isso, a diversificação é uma ferramenta de trabalho para assessorar melhor a agricultura familiar. Sobre as políticas públicas verificou-se uma consistência nas opiniões. Na maioria das vezes, não há ações que incentivem a diversificação e as poucas existentes não são suficientes para atender a toda agricultura familiar. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com esse estudo, pôde-se verificar que a diversificação agrícola vem despontando no âmbito da agricultura familiar na microrregião, que compreende as cidades de Lavras, Itumirim e Itutinga. Ela vem proporcionando uma complementação importante na renda dos produtores, além de colaborar com uma gama variada de produtos para o mercado consumidor, sendo assim considerada um fator favorável. A seleção de atividades para a diversificação é feita conforme a adaptabilidade dessa com o ambiente em que será inserida, ou seja, é necessário verificar se o clima e o tipo de terra são propícios para tal e também os cuidados que demandam. Outra importante análise que deve ser ressaltada é quanto ao mercado, pois, esse ditará se a produção irá conquistar um efetivo escoamento, apresentando qualidade e satisfazendo assim às necessidades dos consumidores. De nada adiantará uma grande produção, se o mercado não comportá-la. Sendo a agricultura familiar composta por pequenos produtores, há uma grande inviabilidade de apoio para a diversificação. Isso porque há uma complexidade na concessão de crédito para o pequeno produtor por parte de financiadores, porque nem sempre esse apresenta condições financeiras viáveis para garantir a liquidação do débito e, sem esse crédito, haverá uma restrição para se diversificar. Essa dificuldade é acarretada pela falta de organização, pois, o incentivo governamental não vem acontecendo de maneira uniforme e os produtores não se aglomeram para se tornarem mais fortes e defenderem seus interesses. Nesse contexto, todos os atores desse estudo têm opiniões convergentes em relação à importância da diversificação para agricultura familiar. Porém, “é necessário diversificar com consciência”, buscando informações sobre a atividade a ser implantada, enfim, fazendo com que a diversificação apresente somente benefícios e jamais uma repugnância por parte produtores. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ALENCAR, E. (1990). Intervenção tutorial ou participativa: dois enfoques da extensão rural. Cadernos de Administração Rural, Lavras, 2(1): 23-43, jan./jun. 2001. ALENCAR, E.; GOMES, M.A.O. Metodologia de pesquisa social e diagnóstico participativo. Lavras: UFLA/FAEPE, 1998. 212p. AMARTYA, S. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Cia das Letras, 2000. Trad. Laura T. Motta. 409p. 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