A MULHER EM INSTITUIÇÕES CONFESSIONAIS CATÓLICAS O CASO DAS ESCOLAS LASSALISTAS DO RIO GRANDE DO SUL Marcos Antonio Corbellini Vera Lucia Ramirez Centro Universitário La Salle, Canoas, RS 1 OS ENCONTROS O objetivo deste trabalho é analisar a presença e participação de algumas mulheres nos Encontros das Comunidades Educativas lassalistas realizados no período de 1971 a 1990. Essas mulheres atuaram ou atuam ainda em escolas lassalistas de educação básica ou de educação superior do estado do Rio Grande do Sul. As Comunidades Educativas referidas são as mantidas pela Sociedade Porvir Científico, entidade civil que corresponde à entidade religiosa denominada Província Lassalista de Porto Alegre. Ela englobava, na época como atualmente, também os estados de Santa Catarina, o Distrito Federal e algumas obras educativas no norte e nordeste do Brasil.1 Durante o período em questão (1971-1990), anualmente, essas Comunidades Educativas lassalistas realizaram encontros em locais os mais variados, como Tramandaí, Viamão, Garibaldi, Veranópolis, municípios do Rio Grande do Sul, nos quais não existem escolas lassalistas.2 Desses encontros participavam: os diretores das escolas (exclusivamente Irmãos lassalistas nomeados pela mantenedora); os serviços especializados que durante este período estavam em funcionamento nas escolas (SOE - serviço de orientação educacional; SOP 1 COMPAGNONI (1980) escreveu uma História dos Irmãos Lassalistas no Brasli, onde se pode conhecer mais sobre essa istituição. 2 Uma resenha desses encontros com os aspectos mais significativos de suas temáticas pode ser lido em CORBELLINI, Marcos A. Recordando a história. Revista Integração, Canoas, n. 83. p. 84-105. Comunidades Educativas Lassalistas, 2002. 2 serviço de coordenação pedagógica; SOD – serviço de orientação disciplinar; SER – serviço de ensino religioso); professores e professoras dos vários níveis de ensino (pré-escola, primeiro grau e segundo grau, conforme a legislação em vigor, e educação superior); alunos e alunas (em geral dos Grêmios Estudantis); pais ou mães (das associações de pais e mestres); eventualmente ex-alunos e ex-alunas. Afora os diretores, todos do sexo masculino, os demais participantes dos segmentos relacionados eram pessoas de ambos os sexos, embora com predominância do masculino. Os objetivos desses encontros (realizados em forma de assembléias) eram: apresentar e avaliar o quê e como cada escola havia cumprido as determinações tomadas no encontro anterior; avaliar a situação das escolas; tomar decisões para uma ação conjunta entre as mesmas até o encontro seguinte. Desses encontros resultavam, portanto, determinações comuns a serem assumidas por todas as escolas, sugestões de atividades e, sobretudo, documentos que expressavam o modo de pensar a educação das mesmas.3 Informalmente aconteciam “trocas de experiências” entre os participantes, conforme os interesses de cada um. Por falta de registros precisos, é desconhecido o número exato de participantes de cada encontro. Pode-se afirmar que esse número se situava entre sessenta e oitenta pessoas. Os encontros reuniam pessoas teoricamente representativas de cada uma das escolas. Seguiam, com poucas variações, um mesmo esquema nos procedimentos. Esse esquema incluía: a acolhida e recepção dos participantes, a cargo de uma das escolas; a apresentação das pessoas e das escolas participantes; uma avaliação de como cada escola havia cumprido as determinações do encontro anterior; a apresentação, debate e votação dos temas a serem estudados e trabalhados, sendo a proposta inicial invariavelmente apresentada pela Comissão de Educação da Província; os trabalhos eram desenvolvidos em pequenos grupos, de formatos variados, sendo as conclusões dos grupos apresentadas, debatidas e votadas em sessões plenárias; no último dia, em geral, a discussão e votação das determinações e sugestões; dentro do roteiro desenvolvido, momentos de oração e de celebração. 3 Três são os documentos principais elaborados a partir desses encontros: Linhas fundamentais de orientação das comunidades educativas lassalistas (chamado de “Filosofia Básica Lassalista), 1972; Marco Referencial das Comunidades Educativas Lassalistas. Revista Integração, 1987; Proposta Educativa da Província Lassalista de Porto Alegre, 1990. 3 Invariavelmente a coordenação dos encontros era feita pela Comissão de Educação da Província Lassalista de Porto Alegre (anteriormente chamada de “Departamento Pastoral-Pedagógico”), predominantemente constituída por elementos do sexo masculino. 2 A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES O que se pretendeu com este trabalho foi escutar e analisar a história de participação de algumas dessas mulheres que estiveram nos encontros: como chegaram a ser participantes (se convidadas, se convocadas, se constrangidas a ir, se tiveram que conquistar esse espaço, se por sua função ou por sua capacidade ou por sua beleza física); as contribuições que deram ou deixaram de dar durante os mesmos (isto é, as falas e os silêncios e o porquê de falar ou calar); de que forma essas contribuições foram levadas em consideração numa assembléia onde predominavam elementos do sexo masculino; as memórias positivas ou negativas que guardam; as conseqüências na sua história profissional (e pessoal, se permitido por elas). Dessa forma se buscou olhar de maneira diferente a história dos Encontros, cujo relato oficial é constituído pelos resultados alcançados em termos de determinações e documentos produzidos.4 Para isto, segundo Sharpe (1992) se requer imaginação histórica que ajude a questionar de outra forma o objeto de estudo, buscando o diferente. Não o certo, não o correto, não a verdade definitiva, apenas o diferente, onde “cabe, ao olhar, escolher como ver”, postura que “exige todo um trabalho de desconstrução de modelos e valores que interiorizamos em práticas diferenciadas de pesquisa” (NUNES e CARVALHO, 1992, p. 9). Para isso foi preciso desacreditar que exista uma pesquisa naturalmente “positivista, fenomenológica, clínica, psicanalítica, dialética, filosófica, participativa, ou seja lá o que for; e descrer também que eu mesmo seja constituído, natural, existencial, política ou 4 CORBELLINI (1996) em sua dissertação de mestrado estudou esses Encontros em um trabalho intitulado Itinerário de uma proposta educativa - Proposta educativa dos Irmãos lassalistas de 1971 a 1990. Neste trabalho, apresenta uma análise dos textos elaborados a partir dos Encontros e intitulados: Filosofia Básica Lassalista, Marco Referencial Lassalista, Proposta Educativa Lassalista. 4 ideologicamente, por alguma determinada essência” (CORAZZA, 1996, p. 122) e ir a busca de caminhos novos e novos olhares.5 Admitimos, também, com MENDONÇA, que a compreensão de uma dada realidade social - dada no sentido de delimitada em um determinado período histórico e com determinados agentes - deve ser vista como resultante das tensões entre “passado e presente, sujeito e objeto, texto e contexto (ou contextos), documento e monumento, fato e interpretação”, estando atento para não se subjugar à “tendência de estabelecer analogias fortuitas e superficiais entre passado e presente, negligenciando o contexto histórico em que se produziram determinadas idéias ou processos” (MENDONÇA, 1994, p. 69-70). 3 AS ENTREVISTAS Foram convidadas dez mulheres que participaram desses encontros, dentro do universo de todas as que participaram. Cinco delas que ainda continuam atuando em escolas lassalistas do estado do Rio Grande do Sul, de qualquer nível de ensino (fundamental, médio ou superior). Cinco que não mais estão atuando em escolas lassalistas (por opção pessoal ou por terem sido demitidas, neste caso se há relação com sua participação nos encontros), mas atuando ainda em instituições de ensino do Rio Grande do Sul (igualmente de qualquer nível). Das convidadas sete aceitaram o convite, mas apenas quatro conseguiram fazer-se presentes e participar da entrevista. Essas quatro mulheres tinham o seguinte perfil: todas atuaram vários anos em escolas lassalistas, tendo sido demitidas; uma delas continua atuando em instituição lassalista diferente daquela da qual foi demitida; todas têm curso superior; três delas possuem mestrado na área da educação, a outra várias especializações em seu campo de atividade profissional; duas atuam em coordenações de instituições de educação superior, duas em coordenações de educação básica A entrevista, feita através de grupo focal com questionário semi-estruturado, foi coordenada por pessoa convidada para isto.6 Os autores julgaram melhor fazer dessa maneira, 5 Citado por CORBELLINI (2002, p. 55). Trata-se da Profa. Mestre Claudia Jotz, psicóloga e mestre em administração, a quem agradecemos a colaboração. 6 5 considerando também sua participação nesses encontros e o fato de estarem atuando em instituição lassalista, o que poderia ser fator inibidor das falas das entrevistadas. A entrevista foi realizada em uma sala espelhada, com gravação de áudio e de som feita diretamente, situação sobre a qual as entrevistadas foram devidamente informadas. Não havia observadores atrás dos espelhos durante a entrevista. As informações foram colhidas posteriormente da fita gravada. A entrevistadora seguiu um roteiro previamente definido pelos autores. Ele consistia em cinco questões mais ou menos amplas e abertas. A entrevistadora propunha cada questão com alguma orientação de clarificação e as entrevistadas falavam livremente, sem tempo e ordem determinados. As questões eram as seguintes: 1. Cada uma se apresenta brevemente: nome, função atual, formação,... 2. Encontros das CELs dos quais participou entre 1971-1990. Se foi convidada, convocada, constrangida a ir; se teve que conquistar esse espaço; se a participação foi em decorrência da função ou por sua capacidade ou por sua beleza física,.... 3. Quais contribuições que deu ou deixou de dar durante os mesmos, isto é, as falas e os silêncios e o porquê de falar ou calar; de que forma essas contribuições foram levadas em consideração numa assembléia onde predominavam elementos do sexo masculino. 4. As memórias positivas ou negativas que guarda. 5. As conseqüências em sua história profissional e pessoal, se puder falar. Não houve preocupação em anotar o número de vezes que cada uma usou da palavra nem a ordem em que o fez, nem se foi em resposta a alguma afirmação ou negação de alguma das outras. No momento adequado, quando a entrevistadora percebia que as entrevistadas estavam esgotando o assunto, orientava para a questão seguinte. As entrevistadas não lembraram de ter coincidido na participação em algum dos encontros. Isto equivale dizer que não se conheciam entre si e não teriam tido oportunidade de prepararem suas falas, mesmo porque apenas conheciam o teor geral do tema sobre o qual se conversaria. 6 4 AS FALAS NA ENTREVISTA Seguramente não houve silêncios durante a entrevista. As quatro mulheres falaram livremente e com muita desenvoltura à medida que as questões foram sendo colocadas pela entrevistadora. Sobre sua participação nesses encontros lembraram terem sido convidadas, o que, naqueles tempos era um “motivo de grande honra”, resultando num sentimento de grande importância no contexto da escola em que trabalhavam. Como disse uma delas: ser convidada “fazia bem para a gente”. Para uma o convite era decorrente da função que exerciam – em coordenações de serviços especializados – o que facilitava o ausentar-se da escola pelo não compromisso direto em sala de aula. Outra foi chamada “para substituir a que havia sido convidada e não podia ir”. As quatro deram a entender que desconheciam quais os critérios para a escolha e o convite. Os motivos arrolados foram sendo desfilados rapidamente: a maior ou menor influência que exerciam; a ascendência diante dos professores; serem um “ponto de referência na escola”; antiguidade na escola; maior idade ou experiência.. Uma foi categórica ao afirmar que havia toda uma política, com pessoas fazendo “lobby” para serem indicadas, buscando comprovação de serem bem vistas na escola e de terem bom trânsito junto à direção. Ao comentar ser isso próprio de escolas do interior foi aparteada por outra que afirmou: “na corte é muito pior”.7 Durante os encontros “não se tinha muita oportunidade de falar”. Ao menos nas sessões plenárias, os homens, especialmente os Irmãos (curiosamente, esses foram os únicos citados por elas; em nenhum momento falaram de outros participantes do sexo masculino) dominavam as discussões e os debates. Como uma delas afirmou: “entre os Irmãos era uma guerra, uma guerra; as idéias eram um embate; parecia que estavam querendo a presidência da República”. Outra lembrou sua impressão de que “os Irmãos tinham as questões bem planejadas”, dividindo-se em diversas facções, cada um defendendo alguma coisa outros defendendo outras, sobretudo questões de ordem interna da congregação, e menos assuntos 7 A esse propósito, pode-se ler, em CORBELLINI (1996, p. 145): “Nos Encontros das Comunidades Educativas Lassalistas, os participantes eram sempre convidados, limitado o número de participantes apenas pelo espaço disponível nas casas onde se realizavam. Os critérios de participação eram pré-definidos (do tipo: ‘os que se inscreverem devem ter disposição de participar efetivamente e de assumir o compromisso de por em prática as determinações tomadas quando de seu retorno às escolas’). Na verdade, nunca se fez qualquer tipo de triagem quanto a esse aspecto, cada escola ficando livre de enviar os que desejasse. A triagem, se havia, poderia acontecer na própria escola”. 7 educacionais (“O que eu tenho que ver com isso”, perguntava-se uma). Isso, segundo outra, levava os Irmãos a convidarem pessoas que pudessem apoiá-lo nas votações realizadas nas assembléias. Diante dessas “facções”, disse uma delas, a opção era apoiar o Irmão de sua escola e jamais o de outra.8 As mulheres, afirmou outra, constituíam outra facção, uma facção contrária. As quatro concordaram em dividir os encontros em uma etapa (que chamaram de Garibaldi) em que as mulheres participavam menos, com outra (a etapa de Veranópolis) em que a participação feminina melhorou. Essa participação era mais significativa nos pequenos grupos que eram organizados dentro do processo de trabalho dos encontros. Nestes elas tinham oportunidade de falar mais, mais espaço para expressar suas idéias. Embora nos grupos também havia manipulação ou tentativa por parte dos Irmãos. Em todo caso, o espaço do pequeno grupo propiciava que as idéias apresentadas pelas mulheres chegassem ao plenário através do relator (ou relatora) do grupo, sem serem identificadas quanto à autora da fala. Todas concordaram em que muitas das idéias que acabavam por ser aprovadas nas assembléias deliberativas finais não eram exclusivamente dos Irmãos, embora não explicitassem nenhuma delas. Além do mais, disse uma delas, nem que não falassem, o fato de estar lá já era uma fala. As quatro enfatizaram o aspecto formativo desses encontros. Eram “uma espécie de formação continuada do professor”, sendo oportunidade de aprendizado constante, de crescimento pessoal. “Havia discussões interessantíssimas”, “nós crescemos e aprendemos muito”, “houve grandes frutos para minha formação”, foram expressões colhidas nessas falas. Nesses encontros aprenderam a falar em público, a expressar idéias nos grupos, a coordenar grupos, a organizar reuniões com os professores. Na verdade, essas expressões fazem parte das “memórias positivas” que guardam dos encontros, junto com um certo orgulho por terem sido lassalistas ou por continuarem a sêlo. 8 CORBELLINI (1966, p. 150) já havia constatado essa situação, ao analisar os vários tipos de relações que se estabeleciam nos encontros e como isso podia “influir no posicionamento explícito de cada um e no momento de manifestar sua posição na hora das votações. Isto é, alguns esperavam o posicionamento (mediante o braço levantado por ocasião das votações) do respectivo grupo de relacionamento para então manifestar-se. Ou, até, discutiam entre si qual a posição comum que deveriam tomar ante alguma proposta”. 8 As “memórias negativas” vêm à tona entremeadas de muitas mágoas. Sentimento muito forte entre as que tinham sido demitidas, não tanto pelo fato em si, mas “pela forma como essa demissão foi feita”, ao tirarem de repente o “tapete vermelho” que havia sido estendido diante delas nos inícios de sua carreira na escola, ao perceberem que “já não servia mais” depois de ter cumprido funções durante anos ou décadas. Essa mágoa apareceu com muita força em algumas expressões que permearam as falas. “Os Irmãos chegam em uma escola e esquecem toda uma história construída por essa comunidade”. “Perde-se a cara da instituição que não é apenas dos Irmãos, mas também dos Irmãos”. “Não estou mais numa escola lassalista mas sou mais lassalista ou tão lassalista do que muitos Irmãos”. De forma muito enfática uma delas declarou: “La Salle matou em mim a única coisa boa que eu tinha, a confiança nas pessoas”. 5 CONCLUSÕES Evidentemente não se pode chegar a conclusões gerais sobre a participação das mulheres nos encontros, capazes de estabelecer uma relação com a atual situação profissional em que vivem em instituições de ensino de qualquer nível (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação superior, ensino profissional). As quatro mulheres presentes na entrevista participaram em encontros realizados em anos diferentes, não tendo se encontrado juntas em nenhum deles. Todas têm ao menos algo em comum: foram demitidas das escolas lassalistas em que atuavam, também em anos diferentes, por motivos diferentes, motivos que elas nem sabem exatamente qual ou quais foram. O que se pode concluir dessas falas, são alguns aspectos que, se não expressam o sentimento de todas as que participaram, são ao menos indicativos do que muitas delas podem ter experimentado. Houve satisfação e ufania pelo fato de terem sido, em determinado momento, convidadas a participar de um encontro que já tinha e estava fazendo a história das escolas lassalistas. Esse convite significou, no momento em que foi feito, ao menos, o 9 reconhecimento de seu papel de liderança na escola, a influência que exerciam, a tranqüilidade de “estarem com bom trânsito junto à direção”. Sem conhecer exatamente os critérios pelos quais estavam sendo convidadas, deslocavam-se para o local deixando as respectivas famílias, na expectativa de darem sua contribuição e de deixarem sua marca. Elas falaram, pronunciaram seu discurso, expressaram suas idéias. Se não nas assembléias e nos plenários, onde a fala era dominada pelos Irmãos, ao menos nos grupos de trabalho que aconteciam em todos os encontros. Sem poder precisar exatamente quais as idéias, houve certamente algumas ao menos que foram levadas às assembléias pelos relatores dos grupos tendo sido aprovadas nas votações. Os encontros foram de relevância significativa no processo de formação de cada uma, sobretudo profissional. Todas reconheceram o aprendizado adquirido por terem participado, inclusive com explicitação de aspectos bem concretos: falar em público, dirigir grupos, organizar reuniões. Há uma situação claramente incompreendida e que é manifestada com muita mágoa: por que acabaram sendo demitidas tendo participado desses encontros e dedicado tanto de sua vida pela escola? Percebe-se, por um lado uma certa subserviência respeitosa durante os momentos de assembléia, quando acontecem poucas falas das mulheres, preocupadas em observar e escutar os “embates” de idéias sobretudo por parte dos Irmãos, aguardando a posição desses para manifestarem sua posição através do voto. Por outro lado, essa atitude é contrabalançada pela convicção da incoerência entre os discursos e as práticas desses mesmos Irmãos, sobretudo no tocante à sua atuação na escola da qual são os diretores. 10 6 OBRAS E TRABALHOS CONSULTADOS CHARTIER, Roger. A História hoje: dúvidas, desafios, propostas. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 7, n. 13, p. 97-113, 1994. _________. O mundo como representação. Estudos Avançados, São Paulo, v. 11, n. 55, p. 173-199, USP, 1991. COMPAGNONI, Ivo Carlos. História dos Irmãos Lassalistas no Brasil. Canoas: La Salle, 1980. CORAZZA, Sandra Mara. Labirintos da pesquisa, diante dos ferrolhos. In: COSTA, M. V. (org.). Caminhos investigativos: novos olhares na pesquisa em educação. Porto Alegre: Mediação, 1996. CORBELLINI, Marcos A. Itinerário de uma proposta educativa - Proposta educativa dos Irmãos lassalistas de 1971 a 1990. 1996. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo. _________. Recordando a história. 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