Um Mundo diferente
Numa aldeia distante vivia uma família com algumas dificuldades. Mariana era a
filha mais nova, com dez anos. Era tímida mas muito carinhosa. Infelizmente, os
seus amigos eram só animais, e ela dava tudo para os poder entender e também
adorava criar arte.
Tinha cabelos pretos como o carvão, olhos verdes como a relva com as gotas de
orvalho da manhã, lábios vermelhos como cerejas e pele morena como se apanhasse
banhos de sol na praia.
Mariana ia para o 5º ano e isso para ela significava conseguir fazer pelo menos um
amigo pois a escola era maior e tinha mais crianças.
Apanhou a camioneta e foi até à escola sem dizer uma palavra a ninguém. Quando
chegou os seus antigos colegas empurraram-na e ela caiu numa poça de lama, e
todos se riram dela. Como era muito tímida não se defendeu e limitou-se a fugir para
a casa de banho para se limpar.
Saiu da casa de banho ainda a limpar as lágrimas e, de repente, ouve-se a campainha
e ela corre para não chegar atrasada à aula de matemática. Quando chegou à sala de
aula o professor obrigou-a a sentar-se ao lado de uma rapariga que ela nunca tinha
visto, mas como não o queria chatear lá se sentou.
Durante a aula um colega dela arrancou uma folha fez um avião e atirou-o às costas
do professor, culpando a Mariana pela sua asneira. Mas ela não se defendeu e
deixou-se ficar com as culpas. Para seu espanto, a sua colega de carteira, revoltada,
disse o que aconteceu na realidade, e assim Mariana percebeu que tinha encontrado
uma amiga.
No final das aulas ela foi ter com a sua amiga. Ganhou coragem e falou com ela para
se conhecerem melhor, e perceberam que tinham várias coisas em comum, como
gostar de animais e de criar arte.
Com o passar do tempo ela com a ajuda da sua amiga, cujo nome era Cláudia, ia
ultrapassando a sua timidez.
Um dia, iam as duas para a paragem e, de repente, abre-se à frente delas, um portal
que as engole como se fosse uma boca grande. Quando abrem os olhos vêem que
foram transportadas para um universo esquisito. As cores estavam todas nos lugares
errados, os rios nasciam no mar e desaguavam nas montanhas e os animais
carnívoros comiam erva. O mais esquisito é que todos eles falavam como as
pessoas, havia fadas, unicórnios, dragões simpáticos e muitas mais fantasias.
Mariana estava cheia de medo e só queria voltar, mas Cláudia estava curiosa para
conhecer aquele lugar e, por isso, estava determinada a convencê-la a explorá-lo.
Demorou mas conseguiu que ficassem algum tempo, seguiram o carreiro e chegaram
a uma floresta salgada, pois as árvores em vez de frutos davam rissóis e amendoins
salgados, as pétalas das flores eram bolinhos de bacalhau, e em vez de pólen tinham
sal que as abelhas iam buscar para na colmeia produzirem milhares de salgadinhos.
Mariana e Cláudia tinham fome e, por isso, iam atacar os petiscos. De repente,
ouvem uma voz muito fina, viram-se e vêem uma fada que lhes oferece uma
hipótese muito tentadora, que é em vez de comerem as flores e o resto irem à
colmeia comer salgadinhos de graça. E elas como tinham fome aceitaram a oferta, e
depois viram-se no meio de salgadinhos.
Comeram tanto que quase esvaziaram um dos armazéns das abelhas.
Mariana sentiu-se mal por atrasar o trabalho das abelhas, e a Cláudia também sentiu
o mesmo. Até que as duas tiveram uma ideia fantástica. Foram ajudar as abelhas a
produzir mais salgadinhos.
Trabalharam arduamente e fizeram com que em vez de um se enchessem dois
armazéns. Em sua honra as abelhas fizeram uma grande festa. Elas dançaram,
cantaram e tocaram.
No final da festa elas decidiram voltar, mas antes de irem a fada deu-lhes dois
colares, que serviam para entenderem todos os animais e para abrirem portais para
voltarem. Despediram-se e passaram o portal. Quando chegaram a terra olharam
para o relógio e viram que eram exatamente as mesmas horas de quando saíram e
nos pescoços tinham os colares.
Saíram juntas, guardaram aquele segredo e todos os dias à mesma hora vão visitar
aquele universo paralelo.
E ficaram felizes juntas.
Maria João Carvalho Pinheiro, 5ºC
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