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Quando a bexiga chama à atenção
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primeira indicação é
óbvia: dirija-se ao seu
médico, e depressa.
Há formas de tratar este problema e, sobretudo, de preveni-lo. O primeiro conselho avisado nesta matéria é: evite os
mitos. As infecções urinárias “não são
necessariamente males de Verão. No
entanto, uma das primeiras defesas
contra elas é o frequente esvaziamento da bexiga, arrastando as possíveis
bactérias a nível da uretra”, explica
Luís Abranches Monteiro, presidente
da Associação Portuguesa de Neurourologia e Uroginecologia (APNUG). “No tempo de maior calor, o
número de vezes que se esvazia a bexiga por dia é menor. De resto, existem infecções tanto de Verão como
de Inverno.”
Outro dos mitos é o de estarmos
perante um mal exclusivamente feminino. Embora bastante mais frequentes nas mulheres, as infecções
urinárias chegam também aos homens, apesar de neste caso serem
mais preocupantes. Podem ser prenúncio de doenças mais graves, co-
mo uma obstrução urinária crónica
produzida pela próstata.
Mas porque estão as mulheres
mais expostas a estas situações? Há
que desfazer, entretanto, um outro
mito. “É importante dizer-se que ninguém passa infecções a ninguém,
nem se contraem em sanitários de
pouca higiene. As infecções mais frequentes, as da mulher adulta sexualmente activa, são as cistites, ou seja,
localizadas na bexiga”, explica Abranches Monteiro. “As bactérias que as
provocam são originárias da própria
mulher e colonizam o intestino. Encontram-se em grande quantidade
na pele próxima do ânus. Há mecanismos para que não ascendam pela
uretra até à bexiga, mas por vezes estes não são eficazes, e assim se desenvolve uma infecção.”
Conselhos? Urinar com mais frequência, evitar “segurar a bexiga” até
ao limite, ingerir muita água, ter cuidados com a alimentação. No caso da
irritabilidade provocada pelo acto sexual, pode prevenir-se complicações
com idas à casa de banho após o acto.
Já há terapias eficazes. É impor-
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tante reforçar que a automedicação –
muito menos com antibióticos – não
é solução. Estes medicamentos devem ser prescritos pelo seu médico. E
já há vacinas orais bastante eficazes,
mas aqui, como em tudo, o conselho
fundamental é tomá-las sob indicação clínica e com a disciplina necessária.
Infecção não escolhe idades
Os casos variam, e muito. Não escolhem idades e podem ter origens diversas. As mulheres precisam de estar
atentas. E foi por ter vigilância sobre o
seu corpo que Sónia Isabel, 37 anos,
descobriu a infecção. Logo aos primeiros sintomas – ardor, vontade irreprimível de ir à casa de banho para
um resultado ínfimo, sangue na urina
– dirigiu-se ao ginecologista. Teve dois
episódios, sempre no Verão. “A primeira infecção foi causada por uma
bactéria de ambulatório, talvez numa
ocasião em que fui ao hospital com a
minha filha”, recorda. “O exame revelou, realmente, a bactéria E. coli e o
meu ginecologista receitou-me um
antibiótico.” Caso resolvido. Mas, passado algum tempo, Sónia continuou
a sentir os sintomas de infecção urinária. Nova dose de antibiótico prescrita pelo médico e recuperação. Os
sintomas, entretanto, persistiram,
sem que as análises demonstrassem
nova infecção.
Sónia regressou então aos consultórios para que lhe fosse encontrado
um quisto no ovário direito. Enquanto espera pela cirurgia – que lhe deve
remover o ovário, para evitar que o
quisto evolua para um tumor –, já tomou a vacina contra a infecção e os
sintomas melhoraram. “Entretanto,
tomo outras precauções para prevenir os sintomas: bebo muita água ou
chá, faço uma alimentação cuidada e
pratico desporto.”
Esta disciplina é mais do que recomendável. Além de a manterem, as
mulheres devem evitar uma grande
tentação, a de se automedicarem. Foi
o que aconteceu a Maria Dolores Pires, um dos nomes associados à campanha “Faz-te Amiga da Bexiga…”,
uma iniciativa da APNUG com o
apoio da OM Pharma. Aos 75 anos,
Dolores passou por quadros de infecções urinárias de repetição, três anos
após a menopausa. À medida que se
agravava o desconforto, a paciente
passou a tomar um antibiótico indicado por uma amiga. O resultado foi
o esperado no imediato, mas pouco
tempo depois a infecção regressou,
pelo facto de ter ficado mal tratada.
Dolores insistiu na terapia desta forma, até que, por fim, resolveu ir ao
médico. Já era seguida por ter uma
pedra num rim e o médico de família
encaminhou-a para um urologista.
Deu-se então o momento “eureka”. O
especialista receitou-lhe a vacina oral,
que Dolores passou a tomar como
manda a lei – sob indicação médica,
seguindo a posologia necessária.
Além disso, seguiu também os conselhos de prevenção. E a história seguiu
o seu final feliz. As informações sobre
o problema podem ser encontradas
online, no site www.sosbexiga.com.
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uma amiga