# PARA LAURA LANGLIE, UMA ÓTIMA AGENTE E UMA AMIGA MELHOR AINDA # K529-01(Galera).p65 5 9/7/2008, 08:30 K529-01(Galera).p65 6 9/7/2008, 08:30 # AGRADECIMENTOS Muito obrigada a Beth Ader, Jennifer Brown, Michele Jaffe, Laura Langlie, Abigail McAden e, mais do que todo mundo, Benjamin Egnatz. # K529-01(Galera).p65 7 9/7/2008, 08:30 K529-01(Galera).p65 8 9/7/2008, 08:30 “Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas dedicadas é capaz de mudar o mundo; de fato, essas são as únicas pessoas que já conseguiram.” — Margaret Mead, antropóloga “Depois que você se faz de boba algumas centenas de vezes, aprende o que dá certo e o que não dá.” — Gwen Stefani K529-01(Galera).p65 9 9/7/2008, 08:30 K529-01(Galera).p65 10 9/7/2008, 08:30 Certo, aqui estão as dez razões por que é um saco ser eu, Samantha Madison: 10. Apesar do fato de eu ter salvado a vida do presidente dos Estados Unidos no ano passado, de ter recebido uma medalha por heroísmo e de um filme ter sido feito sobre a minha vida, continuo sendo uma das pessoas menos populares da minha escola inteira, que supostamente é uma instituição progressista de alta reputação, mas que, para mim, parece totalmente habitada, à exceção de mim e da minha melhor amiga, Catherine, por neo-fascistas que só usam roupa da Abercrombie & Fitch, que têm tolerância zero por qualquer pessoa que de fato tenha opinião diferente da deles (ou que, aliás, tenha qualquer tipo de opinião), que ficam cantando o hino da escola bem alegrinhos e que adoram assistir a reality shows na TV. 9. Minha irmã mais velha (aquela que parece ter ficado com todo o DNA bom da família, tipo os genes de cabelo loiro-avermelhado e macio como seda, em vez do meu, com textura de bombril e tom de vermelhocobre) é a menina mais popular da Escola Adams (e que pode, de fato, ser vista puxando o hino da escola bem alegrinha), o que faz com que alunos, professores e até os meus próprios pais me perguntem quase 11 K529-01(Galera).p65 11 9/7/2008, 08:30 todos os dias, ao me verem vagar a esmo pela esfera social como uma solitária depressiva em um mar de animação incessante: “Por que você não se parece mais com a Lucy?” 8. Apesar de ser indicada como embaixadora teen da Organização das Nações Unidas, devido ao meu suposto ato corajoso de ter salvado o presidente, eu raramente perco aula para cumprir minhas funções. Aliás, nem sou paga para exercer esta função. 7. Por causa disso, fui forçada a arrumar um emprego que realmente me pague alguma coisa além do meu trabalho de embaixadora teen, que parece ser unicamente voluntário, para pagar minha conta que não pára de crescer na loja de suprimentos artísticos Sullivan’s, onde preciso comprar meus próprios blocos de desenho Strathmore e meus lápis de grafite, já que meus pais decidiram que eu preciso aprender o valor do dinheiro e adquirir “ética no trabalho”. E, diferentemente da minha irmã Lucy, que também foi obrigada a arrumar emprego para pagar pela pintura dela (da variedade facial, não artística), eu não arrumei emprego em uma loja fofa de lingerie no centro que me dá trinta por cento de desconto e que me paga dez dólares por hora para ficar sentada em uma mesa lendo revistas até que uma cliente se digne a me fazer uma pergunta relativa a calcinhas abertas no fundilho. Não, em vez disso, arrumei um emprego horrível, recebendo praticamente salário mínimo, na Videolocadora Potomac, rebobinando filmes horríveis da Brittany Murphy e colocando-os de volta na prateleira para que mais pessoas possam alugar e ser sugadas para dentro do mundo doentio, distorcido, psicótico e de “olhe só quanto peso eu perdi desde que fiz As Patricinhas de Beverly Hills e o Ashton terminou comigo para ficar com aquela seca da Demi e eu fiquei mais famosa que ele” daquela cara de biquinho dela. 12 K529-01(Galera).p65 12 9/7/2008, 08:30 E, tudo bem, pelo menos eu convivo com um pessoal bacana que largou os estudos, como a minha nova amiga cheia de piercings, Dauntra. Mas, mesmo assim... 6. Entre a escola, as aulas de arte, minhas funções de embaixadora teen e meu trabalho, só tenho uma noite para ficar com meu namorado em alguma coisa que se assemelhe remotamente a um contexto social. 5. Como meu namorado é tão ocupado quanto eu, e ainda está preenchendo fichas de inscrição para ir à faculdade no ano que vem, e por acaso é filho do presidente (e, portanto, com freqüência é convocado a participar de funções governamentais na única noite em que posso fazer alguma coisa com ele), ou eu tenho que ir à função governamental chata com ele, e assim não sobra muito tempo para namorar, ou fico em casa assistindo a National Geographic Explorer com a minha irmã de doze anos, a Rebecca, todo sábado à noite. 4. Sou a única menina com quase dezessete anos no planeta que assistiu a todos os episódios de National Geographic Explorer. E apesar do fato de a minha mãe ser advogada ambiental, eu realmente não me importo muito com o derretimento das calotas polares. Preferia ficar me agarrando com meu namorado. 3. Independentemente do fato de eu ter salvado uma vez a vida do presidente dos Estados Unidos, até hoje não conheci a Gwen Stefani, que é meu maior ídolo (apesar de ela ter me mandado uma jaqueta jeans de sua linha de roupas, a L.A.M.B., quando ficou sabendo que eu me considerava sua fã número um. No entanto, na primeira vez que usei a jaqueta para ir à Escola Adams, recebi tantos comentários sarcásticos a respeito dela dos meus colegas, tipo “Agora virou punk, 13 K529-01(Galera).p65 13 9/7/2008, 08:30 é?” e “Onde você vai dar um mosh?”, que cheguei à conclusão de que meu avanço no quesito da moda é uma característica pessoal que os meus iguais ainda não sabem valorizar). 2. Todo mundo que me conhece o mínimo sabe de tudo isso e, mesmo assim, insiste em ficar falando sem parar sobre como a minha vida é maravilhosa e como eu devia agradecer por todas as coisas ótimas que tenho, como o namorado que nunca encontro e os pais que me mandam estudar em uma escola tão boa, onde todo mundo me odeia. Ah, e sobre minha relação pessoal íntima com o presidente, que às vezes nem se lembra do meu nome, apesar de eu ter quebrado o braço em dois lugares ao salvar a vida dele. E a razão número um por que é um saco ser eu, Samantha Madison: 1. A menos que alguma coisa mude drasticamente, parece que as coisas ainda vão demorar muito para melhorar. 14 K529-01(Galera).p65 14 9/7/2008, 08:30