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PARA LAURA LANGLIE,
UMA ÓTIMA AGENTE E UMA AMIGA MELHOR AINDA
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AGRADECIMENTOS
Muito obrigada a Beth Ader, Jennifer Brown,
Michele Jaffe, Laura Langlie, Abigail McAden e,
mais do que todo mundo, Benjamin Egnatz.
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“Nunca
duvide que um pequeno grupo de
pessoas dedicadas é capaz de mudar o mundo;
de fato, essas são as únicas pessoas que já
conseguiram.”
— Margaret Mead, antropóloga
“Depois que você se faz de boba algumas
centenas de vezes, aprende o que dá certo e
o que não dá.”
— Gwen Stefani
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Certo, aqui estão as dez razões por que é um saco ser eu,
Samantha Madison:
10. Apesar do fato de eu ter salvado a vida do presidente dos Estados Unidos
no ano passado, de ter recebido uma medalha por heroísmo e de um
filme ter sido feito sobre a minha vida, continuo sendo uma das pessoas
menos populares da minha escola inteira, que supostamente é uma
instituição progressista de alta reputação, mas que, para mim, parece
totalmente habitada, à exceção de mim e da minha melhor amiga,
Catherine, por neo-fascistas que só usam roupa da Abercrombie &
Fitch, que têm tolerância zero por qualquer pessoa que de fato tenha
opinião diferente da deles (ou que, aliás, tenha qualquer tipo de
opinião), que ficam cantando o hino da escola bem alegrinhos e que
adoram assistir a reality shows na TV.
9. Minha irmã mais velha (aquela que parece ter ficado com todo o DNA
bom da família, tipo os genes de cabelo loiro-avermelhado e macio
como seda, em vez do meu, com textura de bombril e tom de vermelhocobre) é a menina mais popular da Escola Adams (e que pode, de fato,
ser vista puxando o hino da escola bem alegrinha), o que faz com que
alunos, professores e até os meus próprios pais me perguntem quase
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todos os dias, ao me verem vagar a esmo pela esfera social como uma
solitária depressiva em um mar de animação incessante: “Por que você
não se parece mais com a Lucy?”
8. Apesar de ser indicada como embaixadora teen da Organização das
Nações Unidas, devido ao meu suposto ato corajoso de ter salvado o
presidente, eu raramente perco aula para cumprir minhas funções.
Aliás, nem sou paga para exercer esta função.
7. Por causa disso, fui forçada a arrumar um emprego que realmente me
pague alguma coisa além do meu trabalho de embaixadora teen, que
parece ser unicamente voluntário, para pagar minha conta que não
pára de crescer na loja de suprimentos artísticos Sullivan’s, onde preciso
comprar meus próprios blocos de desenho Strathmore e meus lápis de
grafite, já que meus pais decidiram que eu preciso aprender o valor do
dinheiro e adquirir “ética no trabalho”.
E, diferentemente da minha irmã Lucy, que também foi obrigada a
arrumar emprego para pagar pela pintura dela (da variedade facial, não
artística), eu não arrumei emprego em uma loja fofa de lingerie no centro
que me dá trinta por cento de desconto e que me paga dez dólares por hora
para ficar sentada em uma mesa lendo revistas até que uma cliente se
digne a me fazer uma pergunta relativa a calcinhas abertas no fundilho.
Não, em vez disso, arrumei um emprego horrível, recebendo
praticamente salário mínimo, na Videolocadora Potomac, rebobinando
filmes horríveis da Brittany Murphy e colocando-os de volta na prateleira
para que mais pessoas possam alugar e ser sugadas para dentro do
mundo doentio, distorcido, psicótico e de “olhe só quanto peso eu perdi
desde que fiz As Patricinhas de Beverly Hills e o Ashton terminou comigo
para ficar com aquela seca da Demi e eu fiquei mais famosa que ele”
daquela cara de biquinho dela.
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E, tudo bem, pelo menos eu convivo com um pessoal bacana que
largou os estudos, como a minha nova amiga cheia de piercings, Dauntra.
Mas, mesmo assim...
6. Entre a escola, as aulas de arte, minhas funções de embaixadora teen e
meu trabalho, só tenho uma noite para ficar com meu namorado em
alguma coisa que se assemelhe remotamente a um contexto social.
5. Como meu namorado é tão ocupado quanto eu, e ainda está
preenchendo fichas de inscrição para ir à faculdade no ano que vem, e
por acaso é filho do presidente (e, portanto, com freqüência é
convocado a participar de funções governamentais na única noite em
que posso fazer alguma coisa com ele), ou eu tenho que ir à função
governamental chata com ele, e assim não sobra muito tempo para
namorar, ou fico em casa assistindo a National Geographic Explorer com
a minha irmã de doze anos, a Rebecca, todo sábado à noite.
4. Sou a única menina com quase dezessete anos no planeta que assistiu
a todos os episódios de National Geographic Explorer. E apesar do fato
de a minha mãe ser advogada ambiental, eu realmente não me
importo muito com o derretimento das calotas polares. Preferia ficar
me agarrando com meu namorado.
3. Independentemente do fato de eu ter salvado uma vez a vida do
presidente dos Estados Unidos, até hoje não conheci a Gwen Stefani,
que é meu maior ídolo (apesar de ela ter me mandado uma jaqueta
jeans de sua linha de roupas, a L.A.M.B., quando ficou sabendo que eu
me considerava sua fã número um. No entanto, na primeira vez que
usei a jaqueta para ir à Escola Adams, recebi tantos comentários
sarcásticos a respeito dela dos meus colegas, tipo “Agora virou punk,
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é?” e “Onde você vai dar um mosh?”, que cheguei à conclusão de que
meu avanço no quesito da moda é uma característica pessoal que os
meus iguais ainda não sabem valorizar).
2. Todo mundo que me conhece o mínimo sabe de tudo isso e, mesmo
assim, insiste em ficar falando sem parar sobre como a minha vida é
maravilhosa e como eu devia agradecer por todas as coisas ótimas que
tenho, como o namorado que nunca encontro e os pais que me mandam
estudar em uma escola tão boa, onde todo mundo me odeia. Ah, e sobre
minha relação pessoal íntima com o presidente, que às vezes nem se
lembra do meu nome, apesar de eu ter quebrado o braço em dois
lugares ao salvar a vida dele.
E a razão número um por que é um saco ser eu, Samantha
Madison:
1. A menos que alguma coisa mude drasticamente, parece que as coisas
ainda vão demorar muito para melhorar.
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