1 UNIVERSIDE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FARMÁCIA MAYARA ROSLINDO DE CAMPOS UTILIZAÇÃO DA QUITOSANA-FERRO NA ADSORÇÃO DO CORANTE TÊXTIL VERMELHO ÁCIDO 29 EMPREGANDO O SISTEMA DE LEITO-FIXO Itajaí (SC) 2013 2 3 MAYARA ROSLINDO DE CAMPOS UTILIZAÇÃO DA QUITOSANA-FERRO NA ADSORÇÃO DO CORANTE TÊXTIL VARMELHO ÁCIDO 29 EMPREGANDO O SISTEMA DE LEITO-FIXO Monografia apresentada como requisito para obtenção do título de farmacêutico pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências da Saúde. Orientador: Rodrigues Itajaí (SC) Junho de 2013 Prof. Dr. Clóvis Antônio 4 5 Dedico este trabalho especialmente aos meus pais, Silvio e Edna que acreditam o estudo e a sabedoria serem as maiores heranças a deixar para um filho, e que em nenhum momento permitiram que eu desistisse. Aqui minha eterna admiração e amor por vocês! 6 7 AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou meu caminho durante este percurso. Aos meus amados pais Silvio e Edna que com todo cuidado e dedicação deram-me a esperança de seguir em frente, suas presenças significaram a segurança e a certeza de que não estou sozinha nessa caminhada. Aos meus irmãos e sobrinho. Débora, Josiane e Iago obrigado por todo amor e apoio dedicados a mim. Ao Luiz Guilherme essa sua energia é incentivadora. Ao meu namorado Crhistian, por toda paciência, carinho, dedicação e amparo. Aos meus cunhados Alexandre e Camila, por compartilhar comigo momentos únicos. Enfim a toda minha família que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até aqui. Aos meus amigos, pelas alegrias, tristezas e dores compartilhadas, vocês me deram forças para continuar. Ao professor Dr. Clóvis Antônio Rodrigues pela paciência na orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão desta monografia, eu posso dizer que a minha formação, inclusive pessoal, não teria sido a mesma sem a sua pessoa. Agradeço também a todos os professores que me acompanharam durante a graduação, principalmente as professoras Dra. Ângela Malheiros e Dra. Fátima de Campos Buzzi que contribuíram muito para a conclusão deste. Ao PROBIC ProPPEC/UNIVALI pela ajuda financeira neste trabalho. A todos aqueles que de alguma forma estiveram e estão próximos de mim, fazendo esta vida valer cada vez mais a pena, esta vitória é muito mais de vocês do que minha! 8 9 "A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento." Platão 10 11 UTILIZAÇÃO DA QUITOSANA-FERRO NA ADSORÇÃO DO CORANTE TÊXTIL VARMELHO ÁCIDO 29 EMPREGANDO O SISTEMA DE LEITO-FIXO Mayara Roslindo DE CAMPOS Orientador: Prof. Dr. Clóvis Antônio Rodrigues Defesa em: junho de 2013 Resumo: Como todo o desenvolvimento industrial leva a um aumento na produção de resíduos industriais o complexo têxtil não foge desta regra. Os principais problemas ambientais das indústrias têxteis estão relacionados com a utilização de corantes ácidos, os quais são sintéticos e resistentes à degradação natural além de possuírem caráter mutagênico e carcinogênico. Devido a esses inconvenientes, buscam-se alternativas que realmente possam degradar ou remover os corantes. Adsorção com carvão ativo é um processo eficaz para a remoção de cor de águas residuais, porém de alto custo, por isso, optar neste trabalho por utilizar quitosana-ferro(III) (QTS-Fe), que em estudos anteriores, apresentou um ótimo desempenho na remoção dos corantes aniônicos através da metodologia do sistema de batelada. A utilização QTS-Fe para a remoção de corantes utilizando sistemas de leito-fixo, tem por sua vez a característica de obter resultados mais próximos à aplicação prática da remoção de metais pesados, neste caso na remoção de corante Vermelho Ácido 29 (VA29) é um corante ácido muito utilizado em industrias têxteis e na área farmacêutica principalmente na coloração em procedimento laboratoriais. Foram realizados estudos de capacidade de adsorção alterando as concentrações dos corantes em 10, 50, 100, 150 e 250mg/L, velocidade de alimentação da coluna 2, 5 e 10 mL/min e altura da coluna em se define pela quantidade de adsorvente 100, 150, 200, 500 e 750mg . A quantidade de corante foi determinada, diretamente da solução após a remoção do adsorvente, através de espectrofotometria no comprimento de onda de 540 nm. Foram aplicados os modelos matemáticos para avaliar as diferentes condições utilizadas em sistemas de leito-fixo. Os resultados obtidos no presente estudo permitem concluir que a adsorção de corante pelo QTS-Fe depende da quantidade de adsorvente utilizada, isto é, aumenta com o aumento da quantidade de adsorvente, resultado do aumento dos sítios de adsorção (Fe3+). Quanto maior a concentração de Vermelho Ácido 29 nas soluções mais rapidamente a coluna é saturada, devido ao esgotamento mais rápido dos sítios de ligação Fe3+. A análise matemática dos dados experimentais mostrou que os modelos que mais se encaixam com o processo de adsorção do Vermelho Ácido 29 pela QTS-Fe são os de Thomas e Clark usando método não linear. Estes resultados mostram que o polímero QTS-Fe pode ser utilizado com um adsorvente alternativo para a remoção de corante Vermelho Ácido 29. Palavras-chave: Leito-Fixo. Quitosana-Ferro(III)-Reticulada. Vermelho ácido 29. 12 13 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Estrutura Vermelho Ácido 29 ................................................................. 27 Figura 2 - Estrutura da quitina (a) e quitosana (b), representando a reação de desacetilação .......................................................................................................... 30 Figura 3 – Provável interação entre o VA29 e a QTS – Fe –R ............................... 31 Figura 4 – Coluna de polietileno ............................................................................. 33 Figura 5 – Sistema de percolção das amostras...................................................... 34 Figura 6- Efeito da concentração do VA29 sobre as curvas de quebra da eficiência da coluna contendo 100 mg de QTS-Fe em 2ml/min. ............................................. 38 Figura 7 - Curva da quebra da eficiência das colunas com diferentes quantidades de adsorvente Concentração da solução de VA29 100 mg/L para a massa de 100 mg e 200 mg, 200 mg/L para 150 mg e 250 mg/L 500 e 750 mg de adsorvente; Velocidade de percolação 2,0 (100, 150, 200 mg) e 10 mL/min (500 e 750 mg). As linhas representam o ponto de quebra da eficiência (5%) e saturação (95%). ....... 41 Figura 8 - Relação linear entre massa de adsorvente e Mq mg)............................42 Figura 9 - Curva da quebra da eficiência das colunas com diferentes velocidades de percolação. Concentração da solução de VA29, 100 mg/L; quantidade de polímero 200 mg. As linhas representam o ponto de quebra da eficiência (5%) e saturação (95%). ..................................................................................................... 44 Figura 10 - Curva da quebra da eficiência das colunas com diferentes concentrações da solução de Vermelho Ácido 29. Contendo 100 mg de QTS-Fe em 2mL/min. As linhas correspondem ao resultado da aplicação da equação de Thomas. .................................................................................................................. 46 Figura 11 - Curva da quebra da eficiência das colunas com diferentes concentrações da solução de Vermelho Ácido 29. Contendo 100 mg de QTS-Fe em 2ml/min. As linhas correspondem ao resultado da aplicação da equação de Clark. ................................................................................................................................ 49 Figura 12 - Curva da quebra da eficiência das colunas com diferentes concentrações da solução de Vermelho Ácido 29. Contendo 100 mg de QTS-Fe em 2ml/min. As linhas correspondem ao resultado da aplicação da equação de Clark. ................................................................................................................................ 52 14 15 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Relação entre a quantidade de QFR-Fe-R com a altura da coluna. ...... 36 Tabela 2 - Relação entre a velocidade de percolação e a velocidade linear. ......... 36 Tabela 3- Quebra da eficiência da coluna em função da concentração de corante. Massa de QTS-Fe 100 mg; Velocidade de percolação 2,0 mL/min. ....................... 38 Tabela 4 - Quebra da eficiência da coluna em função da quantidade de adsorvente em diferentes condições de concentração e velocidade de fluxo............................ 41 Tabela 5 - Quebra da eficiência da coluna em função da velocidade de percolação. Concentração de corante 100 mg/L; Quantidade de adsorvente 200 mg. ............. 44 Tabela 6 - Parâmetros do modelo de Thomas usando regressão não linear para avaliar a capacidade de adsorção da QTS-Fe utilizando diferentes condições. ..... 48 Tabela 7 - Parâmetros do modelo de Clark usando regressão não linear para avaliar a capacidade de adsorção da QTS-Fe utilizando diferentes condições. ..... 50 Tabela 8 - Parâmetros do modelo de Adams-Bahort usando regressão não linear para avaliar a capacidade de adsorção da QTS-Fe utilizando diferentes condições. ................................................................................................................................ 53 16 17 LISTA DE ABREVIATURAS A - Constante de Clark; C0 - Concentração inicial; Ct - Concentração de saída do absorbato; F - Velocidade linear; KAB - Constante cinética de Adams-Bahor; Kc - Coeficiente de transferência de massa; KTh - Constante de Thomas; – Altura; Mq – Quantidade de corante absorvido no ponto de quebra de eficiência de uma coluna; Ms - Capacidade de adsorção no ponto de saturação da coluna; n – Fator de heterogeneidade; N0 - Concentração de saturação; Q - Velocidade de adsorção; qe - Capacidade de adsorção da coluna; qee – Valor da capacidade de adsorção experimental; qem – Valor da capacidade de adsorção atingidos; QTS-Fe – Quitosana Ferro Reticulada; R² - coeficiente de determinação; - Raio ao quadrado; SSR – Soma dos quadrados residuais; t – Tempo; V – Volume; VA29 – Vermelho Ácido 29; Vq - volume da quebra de eficiência de uma coluna; Vs – Volume de saturação da Coluna; x - Quantidade de adsorvente da coluna; χ2 – Qui-quadrado; z - Altura da coluna. 18 19 SÚMARIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 21 2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 23 2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 23 2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 23 3 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 25 3.1 Corantes ........................................................................................................... 25 3.1.1 Corantes Ácidos ........................................................................................... 26 3.1.2 Vermelho Ácido 29 ....................................................................................... 26 3.2 Adsorção .......................................................................................................... 27 3.2.1 Adsorção em coluna de leito fixo ...............................................................28 3.3 Adsorventes ..................................................................................................... 28 3.3.1 Adsorventes de corante a base de ferro .................................................... 28 3.3.2 Quitosana ...................................................................................................... 29 3.3.2.1 Utilização da quitosana-ferro na adsorção de corantes aniônicos....... 30 4 METODOLOGIA .................................................................................................. 33 4.1 Materiais utilizados ......................................................................................... 33 4.2 Adsorção de corante vermelho ácido 29....................................................... 33 4.3 Determinação da concentração do corante vermelho ácido 29 .................. 34 4.4 Aplicação dos modelos matemáticos............................................................ 34 4.5 Analise dos erros ............................................................................................ 34 4.6 Determinação do volume das colunas e da velocidade linear .................... 35 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 37 5.1 Efeito da concentração do corante (VA 29) .................................................. 37 5.2 Efeito da quantidade de adsorvente ..............................................................40 5.3 Efeito da velocidade de percolação no processo de adsorção .................. 42 5.4 Aplicação dos modelos matemáticos............................................................ 45 5.4.1 Modelo de Thomas ....................................................................................... 45 5.4.2 Modelo de Clark ............................................................................................ 48 5.4.3 Modelo de Adams-Bahor ............................................................................. 51 6 CONCLUSÕES ................................................................................ 55 REFERÊNCIAS ................................................................................... 57 20 21 1 INTRODUÇÃO Na atualidade a contaminação de recursos hídricos é um grande problema ambiental o aumento populacional, juntamente com o desenvolvimento de um modelo voltado para o consumo gera uma explosão em vários ramos da indústria dentre as quais se pode citar a indústria têxtil. Como todo desenvolvimento industrial leva a um aumento na produção de resíduos, o complexo têxtil não foge desta regra, estima-se que 15% dos corantes utilizados pelas indústrias têxteis que são perdidos durante o processo de tingimento são liberados no efluente (SIDRAS; BATZIAS; SCHROEDER, 2011). Os efluentes têxteis são caracterizados por cores fortes, alta salinidade, alta temperatura, pH variável e alta demanda química de oxigênio. A coloração dos efluentes afeta a estética, a transparência da água e a solubilidade dos gases em corpos d'água e pode ser tóxico para a flora e fauna aquáticas, provocando graves problemas ambientais. Além disso, a maioria dos corantes azos sintéticos e seus metabólitos são tóxicos, carcinogênicos e mutagênicos, possuindo perigo potencial à saúde humana (BALCI; KESKINKAN; AVCI, 2011). Muitos processos para a remoção dos corantes utilizam reagentes químicos, provocando a precipitação/coagulação, tendo como resultado a geração de grande quantidade de subproduto tóxico. O processo de adsorção tem sido visto como alternativa para a remoção dos corantes e vários adsorventes vem sendo testados e usados, tais como carvão ativo, bioadsorventes de baixo custo e resíduos industriais (VERMA; DASH; BHUNIA, 2012). A utilização de adsorventes a base de ferro para a remoção de corantes por pesquisadores vem crescendo e recebendo cada vez mais atenção, onde vários estudos estão sendo realizados, como, o Ferro (III) incorporado em fibras de colágeno e utilizado na adsorção dos corantes aniônicos amarelo direto 11, amarelo ácido 11 e azul reativo 19 direto (GU et al., 2010). Recentemente foram publicados trabalhos de partículas magnéticas contendo derivados hidrofóbicos da quitosana (N-benzilquitosana/Fe2O3) para a remoção dos corantes catiônicos azul de metileno, verde de malaquita e violeta 22 cristal (DEBRASSI, et al., 2012). Também foram utilizadas partículas magnéticas preparada de N-laurilquitosana/Fe2O3 para a remoção do corante têxtil Vermelho Remazol 198 (DEBRASI et al., 2011). A Quitosana ferro reticulada (QTS-Fe) foi utilizada para a adsorção de corantes aniônicos, vermelho reativo 198 e vermelho ácido 29, empregando o método de batela. Os resultados mostraram que a quantidade de corante adsorvido (em mmol de corante) foi muito superior, aos demais adsorventes contendo ferro, em relação ao descrito na literatura (DEMARCHI, 2010). A adsorção em coluna de leito fixo (método dinâmico) tem por objetivo obter resultados mais próximos à aplicação na prática da remoção de metais pesados o do método dinâmico é utilizado por ser sistema prático mais efetivo para adsorção que assemelha-se à metodologia usada industrialmente (GOSHADRO; MOHEB, 2011). Vendo que vários foram os estudos realizados tendo ferro como adsorvente outros utilizando a coluna de leito fixo para adsorção de corantes e sabendo que obteve-se bons resultados. Neste trabalho utilizou-se complexo quitosana-ferroreticulado (QTS-Fe) como adsorvente do corante Vermelho Ácido 29 (VA29), empregando-se o método de leito-fixo. Foram avaliados o efeito de vários parâmetros sobre a capacidade de adsorção, como a variação da massa de adsorvente, o tempo de percolação e a variação da concentração da solução. 23 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Avaliar o desempenho da Quitosana-Ferro Reticulada na adsorção do corante Vermelho Ácido 29 empregando o sistema de leito-fixo. 2.2 Objetivos Específicos • Determinar o efeito da altura do leito da coluna nos parâmetros de adsorção do corante VA29 pela QTS-Fe; • Comparar o desempenho da coluna em função da concentração do corante; • Determinar o efeito da velocidade de alimentação da coluna nos parâmetros de adsorção do corante VA29 pela QTS-Fe; • Aplicar modelos matemáticos e determinar os parâmetros de adsorção para o sistema de leito fixo. 24 25 3 REVISÃO DA LITERATURA 3.1 Corantes A arte de tingir começou a milhares de anos e é notável a grande utilização dos corantes em vários ramos industriais e em vários tipos de produtos no mercado como em indústrias alimentícias, farmacêuticas, cosméticas, e principalmente em têxteis. Todo o desenvolvimento industrial leva a um aumento na produção de resíduos e esta não foge desta regra em virtude da demanda vários milhões de compostos químicos que estão sendo sintetizados, pois dependendo do tecido exige do corante características próprias e bem definidas (GUARATINI; ZANONI, 2000). A indústria têxtil, com os seus mais variados processos, cada qual com suas características próprias, apresenta uma elevada diversificação de fluxos produtivos, matérias-primas e produtos químicos utilizados. De acordo com Forgacs et al. (2004 apud ROSA, 2009) “A quantidade exata de corantes produzidas no mundo é desconhecida. É estimado que mais de 10.000 toneladas por ano, todavia a quantidade de corante desprezada no meio ambiente não é disponível”. Os corantes comerciais são substâncias químicas orgânicas e mistas. Atualmente podemos encontrar mais de 100.000 corantes comercialmente disponíveis no mercado (GUPTA; SUHAS, 2009). A cor de um corante é fornecida pelo a presença de um, grupo cromóforo, uma configuração no radical que consiste em ligações duplas conjugadas, eles podem ser classificados de diversas maneiras, de acordo com a composição química, classe de aplicação e utilização final, sendo agrupados como: corantes ácidos, corantes básicos, corantes diretos, corantes mordentes, corantes reativos, corantes dispersos, corantes azo (GUPTA; SUHAS, 2009). Estima-se que 2% de corantes produzidas anualmente são despejados em efluentes da fabricação de tratamentos, enquanto 10% desse total estão associados à indústria têxtil (GUPTA; SUHAS, 2009). Os efluentes contendo corantes geralmente são tratados por processos de tratamento físico ou químico. Estes incluem floculação combinada com flutuação, 26 eletrofloculação, filtração por membranas, coagulação eletrocinética, destruição eletroquímica, de troca iônica, radiação, precipitação e ozonização. No entanto, estas tecnologias são geralmente ineficazes na remoção de cor, além de ter elevado custo e limitadas a um determinado tipo de corante (DEMIRBAS, 2009). 3.1.1 Corantes Ácidos Os corantes ácidos são um grupo de corantes aniônicos que tem e sua estrutura de um a três grupamentos sulfônicos, estes grupos substituintes ionizáveis tornam o corantes solúvel em água, e é imprescindível na maneira de aplicação dos corantes em fibras proteicas (lã) e em fibras poliamidas sintéticas. (GUARATINI; ZANONI, 1999). Os corantes ácidos distinguem-se por estruturas químicas, baseadas em compostos azo, antraquinona, triarilmetano, azina, xanteno, e outros que geram uma grande faixa de coloração e fixação. (GUARATINI; ZANONI, 1999). Estes corantes e os reativos são os que exibem grandes problemas nos tratamentos de efluentes (PERUZZO, 2003). 3.1.2 Vermelho Ácido 29 O vermelho ácido 29 é um produto orgânico encontrado em forma de pó, com coloração avermelhada o também chamado Chromotrop 2R (Figura 1) tem fórmula molecular C16H10N2Na2O8S2 e peso molecular 468,39 g/mol, é um corante ácido muito utilizado em industrias têxteis e na área farmacêutica principalmente na coloração em procedimento laboratoriais. A contaminação de efluentes com este corante não provocam somente a poluição visual, mas também alterações no ciclo biológico, principalmente o azocorantes que detém um potencial mutagênico/carcinogênico (KUNZ et al., 2002). 1 27 2Figura 1 – Estrutura Vermelho Ácido 29 3.2 Adsorção O processo de adsorção ocorre pelo equilíbrio de duas fases, onde o adsorvente é a superfície onde ocorre a adsorção e o adsorvato é a substância liquida a ser adsorvida. O aumento da concentração e o acumulo de substância sobre o adsorvente é o que caracteriza o processo de adsorção (CHAVES, 2009). Isto ocorre pela existência de forças de atração, forças de Van der Waals e interações eletrostáticas, ou seja, moléculas da fase fluída são atraídas por estas forças para a zona interfacial (DEMARCHI, 2010). A partir destas forças podem-se diferenciar dois tipos de adsorção a quimiossorção e a fisiossorção. A primeira caracteriza-se por formação de ligações químicas entre as valências livres do sólido e do adsorvato, já a segunda envolvem dipolos permanentes e dipolos induzidos, originando uma tensão superficial. (CHAVES, 2009). Devido às implicações que os corantes podem causar ao ambiente, novas tecnologias vêm sendo criadas para minimizar a quantidade destes em solo e recursos hídricos, neste sentido a procura é cada vez maior por uma descontaminação a custos reduzidos e com alta eficiência, um método que referese a estes parâmetros é a adsorção. Adsorção é um processo eficaz para a remoção de cor de águas residuais. O uso de carvão ativo tem sido eficaz, mas tem alto custo. Muitos estudos estão sendo realizados para investigar o uso de adsorventes de baixo custo, como: bentonita, escória de aciaria, cinzas volantes, argila de porcelana, sabugo de milho, lascas de madeira e de sílica (SRINIVASANAND; VIRARAGHAVAN 2010). No entanto, estes adsorventes de baixo custo, têm capacidades de adsorção, geralmente baixos e requerem grandes quantidades de adsorventes. 28 Portanto, há a necessidade de encontrar novos adsorventes econômicos, facilmente acessíveis e altamente eficazes (SRINIVASANAND; VIRARAGHAVAN 2010). 3.2.1 Adsorção em coluna de leito fixo A adsorção em coluna de leito fixo (método dinâmico) tem por objetivo obter resultados mais próximos à aplicação prática da remoção de metais pesados. O método dinâmico é um sistema prático mais efetivo para adsorção e assemelha-se à metodologia usada industrialmente (GOSHADROU; MOHEB 2011). Este sistema é o mais empregado entre os sistemas contínuos, pois apresenta como vantagem o pequeno espaço, a simples operação, a possibilidade de tratamento de grandes volumes de efluentes. Outra vantagem é a facilidade de ampliação da escala de laboratório para a escala industrial (SIDIRAS et al., 2011). Nas colunas de leito fixo, o desempenho dos adsorventes é realizado por meio da análise das curvas de concentração de efluente versus tempo (curvas de ruptura), as quais são dependentes da vazão, do equilíbrio de adsorção e dos efeitos de transferência de massa no leito da coluna (BALCI; KESKINKAN; AVCI, 2011). 3.3 Adsorventes 3.3.1 Adsorventes de corante a base de ferro A utilização de adsorventes a base de ferro para a remoção de corantes vem recebendo atenção por pesquisadores. O Fe(III) foi incorporado em fibras de colágeno e utilizado na adsorção dos corantes aniônicos amarelo direto 11, amarelo ácido 11 e azul reativo 19 direto. As capacidades de adsorção máxima foram encontrados para ser 431,0 mg/g, 485,2 mg/g e 311,8 mg/g para amarelo direto 11, amarelo ácido 11 e azul reativo 19 direto respectivamente (calculado com base no modelo de Langmuir) (GU et al., 2010). Nanoparticulas de óxido de ferro modificada com detergente foram utilizadas para extrair e posteriormente quantificar o corante fuscina básica. Foi observada uma rápida adsorção e dessorção do corante. O método foi linear entre 10-300 29 ng/mL, com limite de detecção de 0,00773 µg/L e índice de recuperação de 96 % (ZARGAR; PARHAM; HATAMIE, 2009). Pirillo e colaboradores (2009) compararam a adsorção dos corantes alizarina, negro-azul de eriocromo e fluoresceína, utilizando a quitosana, goetita e magnetita como adsorventes. Para Alizarina, o melhor adsorvente foi a quitosana é quantidade de corante adsorvido foi 15,8 mmol/g, para negro-azul de eriocromo a capacidade foi de 1,94 mmol/g para e fluorescina 0,094 mmol/g. Recentemente, este mesmo grupo de pesquisa citado, publicou um estudo sobre a processo de adsorção dos corantes alizarina e negro-azul de eriocromo nos adsorventes goetita, Co-goetita, e magnetita foram monitorados em função do pH. Foi observado um comportamento típico de adsorção aniônica para ambos os corantes para goetita e Co-geotita. Na magnetita, a adsorção de corantes apresenta menor afinidade para ambos os corantes (PIRILLO et al., 2010). Nassar (2010) estudou a adsorção do corante vermelho ácido 27 (AR27) em nano-adsorventes Fe2O3 em sistema de banho. Os experimentos foram realizados em diferentes condições de tempo de contato, concentração inicial AR27, temperatura, força iônica e pH da solução. Os dados obtidos a partir de isotermas de adsorção, em diferentes temperaturas foram utilizados para calcular os parâmetros termodinâmicos de adsorção. O processo de adsorção é espontâneo, exotérmica e de natureza física. 3.3.2 Quitosana Quando se fala em materiais adsorventes um material logo lembrado é o carvão ativo que é utilizado em larga escala por sua alta porosidade e capacidade em adsorver pequenas partículas, porém a sua seletividade e seu alto custo tornam um pouco inacessível. Hoje além do baixo custo, alta eficiência também há uma grande preocupação com a sustentabilidade, encaixando-se nesses parâmetros a quitosana. O material adsorvente quitosana é um polissacarídeo biodegradável também chamada de D-glucosamida é obtida através da desacetilação da quitina (Figura 2) este por sua vez adquirido através da extração de conchas de crustáceos, que é um material muito abundante na natureza em sua frente apenas a celulose (DEMARCHI, 2010). 30 O adsorvente em questão, por ser altamente hidrofílico é muito utilizado para a adsorção de íons metálicos por conter hidroxilas e aminas primarias que podem atuar como quelantes, tem em suas propriedades também a alta reatividade e a possibilidade de modificações químicas (DEMARCHI, 2010) Conforme Baroni e colaboradores (2008) a quitosana reticulada é melhor em estabilidade, tamanho dos poros, hidrofilicidade, biocompatibilidade além de outras propriedades de adsorção melhoradas. 3Figura 2 - Estrutura da quitina (a) e quitosana (b), representando a reação de desacetilação 3.3.2.1 Utilização da quitosana-ferro na adsorção de corantes aniônicos Vários são as qualidades da quitosana-ferro como utilizado como adsorvente de corantes aniônicos, muitos estudos estão sendo realizados com este complexo. Nanopartículas magnéticas de quitosana foram empregadas como adsorvente do corante alaranjado de metila. A capacidade de adsorção do corante foi de aproximadamente 60 mg/g com uma pequena variação dependendo da temperatura. Como esperado a presença do polímero aumentou a eficiência quando comparado com o Fe2O3 (ZHU et al., 2010). Esferas magnéticas de quitina/alginato-Fe(II) foram preparadas e aplicadas na adsorção do corante alaranjado de metila a presente em águas residuais. As nanopartículas de óxido de ferro presente nas esferas melhoraram o desempenho das esferas de quitosana/alginato na adsorção do corante. A capacidade de adsorção das esferas magnéticas ficou em torno de 100 mg/g (LI et al., 2010). Recentemente hidrogéis de quitosana-ferro/magneticas foram empregadas para a adsorção de corantes aniônicos em meio básico (pH>12) e foi observado 31 que o hidrogel manteve a capacidade de adsorção apesar do meio básico. A capacidade máxima de adsorção do ácido 73, aplicando o modelo de LangmuirFreundlich foi de 293 mg/g, (SHEN et al., 2011). Quitosana ferro reticulada foi utilizada para a adsorção de corantes aniônicos, vermelho reativo 198 e vermelho ácido 29, empregando o método de batela. Os resultados mostraram que a quantidade de corante adsorvido (em mmol de corante) foi muito superior, aos demais adsorventes contendo ferro, descrito na literatura (DEMARCHI 2011) 4Figura 3 – Interação entre o VA29 e a QTS – Fe –R 32 33 4 METODOLOGIA 4.1 Materiais utilizados O polímero QTS-Fe utilizado foi anteriormente preparado e caracterizado, o teor de ferro foi 56,6 mg/g . As soluções de corante, Vermelho Ácido 29 (Reagem) foram preparadas a partir da diluição de uma solução estoque de 1000mg/L. 4.2 Adsorção de corante vermelho ácido 29 As soluções de corante foram percoladas em uma coluna de polietileno (7,4 x 50 mm) (Figura 4) contendo QTS-Fe, a velocidade foi controlada com auxílio de bomba peristáltica Spectrovision, modelo PP (Figura 5). Pelas colunas foram percoladas soluções do VA29 com diferentes concentrações 10-250 mg/L. O pH das soluções foi mantido em pH 4,8. Nos experimentos foram empregadas colunas contendo, 100,150, 200, 500 e 750 mg de QTS-Fe. As velocidades de fluxo utlizadas foram 2,0 5,0 e 10 mL/min. 5Figura 4 – Coluna de polietileno 6 34 7Figura 5 – Sistema de percolção das amostras 4.3 Determinação da concentração do corante vermelho ácido 29 A cada volume de efluente pré-determinado (que depende das condições empregadas) a solução foi coletada e analisada espectrofotometricamente, no comprimento de onda de 510 nm. A capacidade de remoção foi calculada pela diferença entre a quantidade de corante que foi introduzida na coluna e a quantidade de corante que coletada após a solução percolar a coluna. 4.4 Aplicação dos modelos matemáticos Para a otimização dos processos de adsorção foram aplicados modelos matemáticos de Clark, Bahort-Adms, Thomas, método não linear. Aos dados coletados experimentalmente foram aplicados os modelos matemáticos e os parâmetros de adsorção calculados com auxilio de software Origin 5.0. 4.5 Analise dos erros Para analise de adequação das equações aplicadas nos dados experimentais, utilizou-se parâmetros estatísticos SSR (Soma dos Quadrados Residuais), visto na equação (1) SSR= Σ(qem – qee)2 (1) 35 Onde, qem e qee são os valores da capacidade de adsorção em (mg/g) atingidos aplicando os modelos matemáticos e o experimental respectivamente. O melhor ajuste da curva aos valores experimentais depende do quanto menor for o valor de SSR. Utilizou-se como parâmetro também o Chi-quadrado (χ2), cuja a equação (2) é mostrada abaixo, χ2 é principalmente a soma dos quadrados das diferenças entre os dados experimentais e os dados obtidos pelos cálculo a partir de modelos, com o quadrado da diferença dividida pelos dados correspondentes calculados utilizando os modelos, sendo então representado matematicamente como: χ2 = Σ[(qem – qee)/ qem] (2) onde, qem e qee são os valores da capacidade de adsorção em (mg/g) atingidos aplicando os modelos matemáticos e o experimental respectivamente. O valor de χ2 for pequeno, os dados obtidos após a aplicação do modelo são aproximadamente iguais aos experimentais, portanto se o valor de χ2 for alto os valores serão diferentes. 4.6 Determinação do volume das colunas e da velocidade linear O conhecimento da altura e o volume das colunas, bem como a velocidade linear, são necessários para a aplicação de alguns modelos matemáticos. Para isto com o auxilio de um paquímetro, mediu-se o diâmetro da coluna, que foi de 0,746 cm resultando em uma área de 0,437cm2, e a altura foi medida conforme a quantidade de adsorvente presente. Com os dados calculou-se o volume de cada coluna a partir da multiplicação da área pela altura da coluna visto na equação (3). Os resultados estão expressos na Tabela 1. = . . (3) 36 1Tabela 1 - Relação entre a quantidade de QFR-Fe-R com a altura da coluna. Altura (cm) Volume (cm3) 100 0,36 0,1574 150 0,63 0,2753 200 0,77 0,3366 500 1,9 0,8303 750 3 1.311 Quatidade QTS-Fe (mg) O cálculo de velocidade linear é feito através da divisão da velocidade de percolação pela área da coluna. A velocidade linear conforme a velocidade de percolação, em diferentes variáveis utilizadas no estudo, são mostradas na tabela 2. 2Tabela 2 - Relação entre a velocidade de percolação e a velocidade linear. Velocidade de percolação (mL/min) Velocidade linear (cm/min) 2 4,57 5 11,44 10 22,88 37 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados dos estudos de adsorção do corante VA29, em sistemas de leito-fixo, mostraram que a adsorção do corante no QTS-Fe ocorre através de interações eletrostática entre os íons Fe3+ do adsorvente e o grupos –SO3- do corante. Para evitar a adição de ions H+ e ou OH- para ajustar o pH da solução, todos os experimentos foram conduzidos sem ajuste do pH, portanto o pH da solução ficou em torno de 4,6, pH da solução do corantes VA29 em meio aquoso. 5.1 Efeito da concentração do corante (VA 29) O efeito da concentração do corante sobre a eficiência da coluna, foi avaliada mantendo fixa a quantidade de adsorvente em 100 mg, a coluna e velocidade de fluxo em 2 ml/min. Os parâmetros da coluna foram: O volume da quebra de eficiência de uma coluna (Vq) definido como sendo o volume (em mL) no qual o efluente atinge 5% (C/C0 = 0,05) da concentração do corante introduzida na coluna; O volume de saturação da coluna (Vs) foi definido como sendo o volume, no qual a concentração do efluente equivale a 95% (C/C0 = 0,95) da concentração do influente; Capacidade de adsorção no ponto de quebra da eficiência da coluna (Mq) quantidade de corante adsorvido neste ponto; Capacidade de adsorção no ponto de saturação da coluna (Ms) quantidade de corante adsorvido neste ponto. A Figura 6 mostra o efeito da concentração do corante sobre as curvas de quebra da eficiência da coluna contendo 100 mg de QTS-Fe. Como pode ser observado a curvas apresentam a clássica forma de “S”. Tanto o Vq quanto o Vs das curvas dependem da concentração da solução de corante, e tendem a se afastar da origem a medida que a concentração da solução diminui. Os valores dos parâmetros são mostrados na Tabela 1. Para as concentrações muito baixa de corante, a condição de saturação foi obtida em valores menores do que 95%, 38 8Figura 6 - Efeito da concentração do VA29 sobre as curvas de quebra da eficiência da coluna contendo 100 mg de QTS-Fe em 2ml/min. Nota: As linhas representam o ponto de quebra da eficiência (5%) e saturação (95%). As setas representam a interrupção do fluxo. 3 Tabela 3 - Quebra da eficiência da coluna em função da concentração de corante. Massa de QTS-Fe 100 mg; Velocidade de percolação 2,0 mL/min. Paramêtros Concentração inicial (mg/L) 10 50 100 150 Vq (mL) 780 240 100 90 Vs (mL) 2000* 660** 440*** 370 Mq (mg) 8 11,8 9,8 14,7 Mq (mg/g) 80 118 98 147 Ms (mg) 15,5 22,7 27,8 38,2 Ms (mg/g) 155 227 278 382 Nota: * (C/Co) x 100 = 83% e ** (C/Co) x 100 = 81% e *** (C/Co) x 100 = 92% A análise das curvas revela que o aumento na concentração da solução tem como resultado uma diminuição dos valores de Vq e Vs. A justificativa para este 39 comportamento é a saturação dos sítios de adsorção do QTS-Fe. Isto indica que o principal fator no processo de adsorção é a diferença entre a concentração do corante na solução e no adsorvente (GOSHADROU; MOHEB 2011). Na medida em que a concentração de corante aumenta, a quantidade de íons que atinge o sítio de adsorção também aumenta, consequentemente são ocupados mais rapidamente, portanto a valor de Ms aumenta com a concentração do corantes, da mesma forma os valores de Mq aumentam com a concentração do corante, comportamento semelhante foi relatado para a adsorção de corante amarelo reativo em colunas de carvão ativo (AL-DEGS et al., 2009) e o azul de metileno em colunas de casca de castanhas (SONG et al., 2011) e alaranjado de metila em casca de pinus hidrolisada (SIDRAS; BATZIAS; SCHROEDER, 2011). Entretanto o comportamento encontrado neste trabalho esta em desacordo como relatado para a adsorção do preto reativo 5 pela quitosana (BARRON-ZAMBRANO et al., 2010). O aumento na concentração em 15 vezes prova uma redução no Vq de aproximadamente 8 vezes, por outro lado, a quantidade adsorvida aumenta 80%, resultado semelhante foi relatado para a remoção do azul ácido 92 pelo grafite (GOSHADROU; MOHEB 2011). Quando estes valores são comparados com aqueles obtidos nos estudos em sistemas de batelada, observa-se uma diminuição acentuada na quantidade de corante adsorvido por grama de adsorvente, que se situavam em torno de 400 mg/g (DEMARCHI, 2010). Esta diferença está relacionada com o método de adsorção empregado, nos sistemas de batelada o corante fica em contado com o adsorvente durante 60 min. Pode ser observada também uma queda brusca da concentração em algumas curvas da quebra da eficiência, especialmente com concentrações baixa, relacionada com a interrupção da percolação da solução. Este comportamento esta relacionado com o processo de transferência do corante da solução para o adsorvente, como solução contendo o corante permanece por um longo período (geralmente 12 h) durante este tempo as moléculas do corante pode migrar para sítios de adsorção mais estáveis, liberando os sítios para a adsorção que são posteriormente ocupados. 40 5.2 Efeito da quantidade de adsorvente A quantidade de polímero utilizada nas colunas apresentou efeito significativo nas curvas de quebra de eficiência, isto quando foi utilizada a mesma concentração e mesma velocidade de percolação. Porém foi utilizado além dos mesmos parâmetros, outras concentrações e velocidades de percolação, apresentando então um Vq e Vs mais alto aquele em que a solução de 250 mg/L foi percolada em um velocidade de 10 ml/min e contendo 750 mg de adsorvente. Comparando as curvas mostradas na Figura 7 e observando os valores de Vq e Vs na Tabela 2 é possível notar que a quantidade de QTS-Fe é fundamental no processo de adsorção nas colunas sendo que os valores de Vq e Vs aumentam com a quantidade de QTS-Fe, isto se deve ao aumento na quantidade de sítios ativos íons Fe3+. Este comportamento tem sido relatado para os diferentes estudos de adsorção em sistemas de leito-fixo (SIDIRAS et al., 2011; SONG et al., 2009; ELWAKEEL et al., 2012) 41 9Figura 7 - Curva da quebra da eficiência das colunas com diferentes quantidades de adsorvente Concentração da solução de VA29 100 mg/L para a massa de 100 mg e 200 mg, 200 mg/L para 150 mg e 250 mg/L 500 e 750 mg de adsorvente; Velocidade de percolação 2,0 (100, 150, 200 mg) e 10 mL/min (500 e 750 mg). As linhas representam o ponto de quebra da eficiência (5%) e saturação (95%). Nota: As linhas representam o ponto de quebra da eficiência (5%) e saturação (95%). As setas representam a interrupção do fluxo. 4Tabela 4 - Quebra da eficiência da coluna em função da quantidade de adsorvente em diferentes condições de concentração e velocidade de fluxo. Paramêtros Massa (mg) 1 150 1 2001 5002 7502 Vq (mL) 100 280 390 540 610 Vs (mL) 440 400 390 1180 1040 Mq (mg) 9,8 33 38 74 156 Mq (mg/g) 98 220 190 148 208 Ms (mg) 27,8 51 113 142 240 Ms (mg/g) 278 340 566 284 320 100 Nota: 1-100 mL/L e 2 mL/min; 2- 250 mL /L e 10 mL/min 42 A variação do Mq em função da quantidade de QTs-Fe permite fazer um planejamento da coluna, relacionando a quantidade de corante absorvido dependendo da quantidade de adsorvente utilizada e o Mq na condição de 10% da concentração introduzida na coluna. O resultado está mostrado Figura 8, sendo possível observar uma relação linear entre a massa deadsorvente com o Mq, resultando na equação y= -6,34 + 0,20.x com um R² de 0,99814. A partir da equação, é possível planejar uma determinada coluna dependendo das condições de velocidade de alimentação, concentração inicial do corante. Figura 8 - Relação linear entre massa de adsorvente e Mq (mg) 5.3 Efeito da velocidade de percolação no processo de adsorção A Figura 9 mostra o efeito de velocidade de percolação sobre as curvas de quebra da eficiência da coluna contendo 200 mg de QTS-Fe e concentração de corante de 100 mg/L. Os valores dos parâmetros apresentados na Tabela 3 mostram que a velocidade do fluxo tem influência no desempenho das colunas. Os 43 valores de Vs diminuem a medida que a velocidade de fluxo aumenta, isto está relacionado com o deslocamento da zona de transferência de massa que se desloca mais rapidamente a medida que a velocidade aumenta. Para elevado velocidade de fluxo, também foi observado que a curva da quebra da eficiência da coluna perde a sua forma “S” condição para a adsorção ideal (AL-DEGS et al., 2009). Por outro lado, para velocidade muito elevada, 10 mL/min, o processo de saturação da coluna foi observado quando a concentração do efluente atingiu 50 % da concentração inicial. Este comportamento pode ser explicado, pelo processo de lixiviação da coluna, a velocidade de fluxo é muito superior à velocidade de transferência de fase do corante para o adsorvente. Desta forma apenas os sítios mais disponíveis para a adsorção são ocupados e não há tempo suficiente para ocorrer uma interação forte entre o corante e o adsorvente, fazendo com que ocorra uma troca constante do corante. O resultado destas interações fraca, provocada pela turbulência, provoca uma diminuição da capacidade de adsorção como pode ser observado nos resultados de Mq e Ms para colunas com elevada velocidade de fluxo, Demarchi (2010) relatou semelhante comportamento em um de seus estudos. 44 Figura 9 - Curva da quebra da eficiência das colunas com diferentes velocidades de percolação. Concentração da solução de VA29, 100 mg/L; quantidade de polímero 200 mg. As linhas representam o ponto de quebra da eficiência (5%) e saturação (95%). 10 Nota: As linhas representam o ponto de quebra da eficiência (5%) e saturação (95%). As setas representam a interrupção do fluxo. 5Tabela 5 - Quebra da eficiência da coluna em função da velocidade de percolação. Concentração de corante 100 mg/L; Quantidade de adsorvente 200 mg. Paramêtros Velocidade de percolação (ml/min) 2 5 10 Vq (mL) 390 180 330 Vs (mL) 690* 610** 560*** Mq (mg) 79,6 63 32 Mq (mg/g) 398 315 160 Ms (mg) 111,2 68 51 Ms (mg/g) 556 340 255 Nota: * (C/Co) x 100 = 87% e **(C/Co) x 100 = 71% e ***(C/Co) x 100 = 45% 45 5.4 Aplicação dos modelos matemáticos Para um bom planejamento de colunas no processo de adsorção é necessário à predição do perfil do efeito das curvas tempo-concentração dos efluentes. Estes parâmetros são considerados úteis para a compreensão do desempenho da coluna e foram determinados usando uma regressão não linear. Com o passar dos tempos vários modelos matemáticos vem sendo desenvolvidos para analisar o estudo das colunas em escala laboratorial no planejamento de escalas maiores. Pesquisadores estão registrando o uso de modelos matemáticos no processo de adsorção, Demarchi (2010) aplicou os modelos de Thomas, AdamsBahor, Yoon-Nelson e Clark para avaliar a capacidade de adsorção da QTS-Fe na remoção de Cromo. Oliveira (2009) aplicou os modelos de Thomas e YoonNelson para avaliar o a capacidade de adsorção da casca de noz carbonizada na remoção do corante azul de metileno. Mendes et al. (2012) utilizou diferentes modelos matemáticos não linear para avaliar a remoção do corante violeta cristal de solução aquosa usando Punica Granatum como adsorvente. 5.4.1 Modelo de Thomas O modelo não linear de Thomas é um dos mais utilizados para avaliar na teoria o desempenho das colunas de adsorção, ele tem como vantagem fornecer informações relativas à capacidade do adsorvente. Segue fundamentalmente na suposição de que o processo baseia-se na cinética de Langmuir de adsorçãodesorção sem dispersão axial. A expressão matemática desenvolvida por Thomas calcula a concentração máxima da fase sólida do soluto no adsorvente e a constante da taxa de adorção para um processo de adsorção em coluna. A formula de Thomas está expressa na equação (4) (THOMAS, 1944). = ( ) (4) 46 Onde C0 é a concentração inicial e Ct (mg/L) é a concentração de saída do absorbato, KTh (ml/mg.min) é a constante de Thomas, qe (mg/g) é a capacidade de adsorção da coluna, x (g) é a quantidade de adsorvente da coluna, t (min) representa o tempo e Q (ml/min) é a velocidade de adsorção. Construiu-se um gráfico de Ct/C0 em função do tempo para a determinação de KTh e qe utilizando a analise não linear, como apresentado na figura 10 onde tem-se o resultado da aplicação do modelo matemático de Thomas nas curvas da quebra de eficiência para determinadas e diferentes concentrações da solução. E na tabela 6 os resultados obtidos dos parâmetros pela aplicação do modelo. Figura 10 - Curva da quebra da eficiência das colunas com diferentes concentrações da solução de Vermelho Ácido 29. Contendo 100 mg de QTS-Fe em 2mL/min. As linhas correspondem ao resultado da aplicação da equação de Thomas. 11 Conforme mostrado na tabela 6 à medida que a concentração da solução aumenta, juntamente sobe a capacidade de adsorção. Com o aumento na quantidade de adsorvente e analisando os mesmos parâmetros da curva, o valor da capacidade de adsorção calculado através do modelo matemático fica na maioria das vezes próximos aos obtidos experimentalmente, isto ocorre à medida 47 que o R2 se aproxima da unidade. À medida que a velocidade de adsorção aumenta a constante de Thomas aumenta isto ocorre, pois o tempo de contato entre a solução e o adsorvente é menor, existindo então menos tempo para transferência de soluto. Os valores a constate de Thomas (KTh) são 100 vezes maiores aqueles relatados na adsorção de azul de metileno com casca de noz carbonizada. (OLIVEIRA, 2009). Os valores de KTh diminuem com o aumento da altura da coluna (aumento da massa), isto também foi observado para a adsorção do azul de metileno em casca de amendoim (SONG et al., 2011; KUMAR; GUNASEKAR; PONNUSAMI, 2013). Os valores de qe aumentam a medida que a concentração da solução também aumenta, isto está relacionado com o fato que a velocidade de transferência de massa é mais lenta quando a concentração do corante aumenta, resultando no aumento do tempo de contato tendo como consequência a melhora na capacidade de adsorção (ZHANG et al., 2011). Os valores de qe não seguem uma tendência clara indicando que alguns sítios de adsorção não são ocupados pelo corante, este comportamento também foi relatado para a adsorção do azul de metileno em palha de trigo (ZHANG et al., 2011), na adsorção de corantes têxteis em biomassa morta de Cândida tropicalis (CHARUMATHI; DAS 2011), e azul de metileno em cascas de amendoim (KUMAR; GUNASEKAR; PONNUSAMI 2013. Consideram-se então bons os valores de R2 obtidos através do modelo matemático não linear de Thomas e encontram-se próximos aos relatados por outros autores em diferentes adsorventes (OLIVEIRA, 2009; DEMARCHI,2010). Os valores mostrados na tabela 6 de SSR e χ2 são um pouco mais alto quando comparados com os valores do modelo de Clark, mesmo assim mostra boa relação entre os valores do modelo matemático aplicado e os experimentais. 48 6Tabela 6 - Parâmetros do modelo de Thomas usando regressão não linear para avaliar a capacidade de adsorção da QTS-Fe utilizando diferentes condições. Thomas Concentração (mg/L) KTh R2 qe SSR χ2 qexp (100mg QTS-Fe; 2 mL/min) 10 0,768 134,49 0,91341 0,60014 0,00845 155 50 0,4192 223,92 0,98646 0,0748 0,00131 227 100 0,3358 305,63 0,99013 0,03903 0,00122 278 150 0,2344 371,90 0,98363 0,05304 0,00189 382 Massa (mg) 1-(100mg/L; 2 mL/min) 2-(250mg/L; 10 mL/min) 1001 0,3358 305,63 0,99013 0,03903 0,00122 278 1501 0,5696 235,93 0,953 0,08803 0,00463 340 2001 0,2965 267,38 0,98687 0,03407 0,00142 566 2 0,3145 495,30 0,98363 0,05304 0,00189 284 7502 0,2653 320,88 0,99828 0,04075 0,00235 320 500 Velocidade (mL/min) (100mg/L; 200mg QTS-Fe) 2 0,2965 267,38 0,98687 0,03407 0,00142 556 5 0,5558 263,36 0,9921 0,0164 4.4 x10-4 340 10 0,12866 291,69 0,98882 0,00675 2,5x10-4 255 5.4.2 Modelo de Clark O modelo de Clark foi desenvolvido baseado no conceito de transferência de massa em combinação com o modelo matemático das isotermas de Freundlich. O modelo não-linear de Clark é expresso na equação (5) (CLARK, 1987): =! /()) ' "# $%& (5) Através da construção do gráfico Ct/C0 em função do tempo com uma determinada quantidade de adsorvente e velocidade de fluxo obteve-se os valores de A (constante de Clark) e Kc (coeficiente de transferência de massa) usando 49 modelagem não linear. Na figura 11 são expressos os resultados da aplicação da equação de Clark para as diferentes concentrações da solução. Os resultados obtidos estão mostrados na tabela 7. Figura 11 - Curva da quebra da eficiência das colunas com diferentes concentrações da solução de Vermelho Ácido 29. Contendo 100 mg de QTS-Fe em 2ml/min. As linhas correspondem ao resultado da aplicação da equação de Clark. 12 Como mostrado na tabela 7, conforme aumenta a concentração do soluto aumenta o coeficiente de transferência de massa, o mesmo ocorre para o aumento da massa de adsorvente outros autores relataram semelhantes resultados para estes parâmetros como na utilização da QTS-Fe para adsorção de Cr(VI) (DEMARCHI, 2010). Com o aumento da velocidade de fluxo a uma diminuição na constante de Clark isto ocorre pelo mesmo motivo da constante de Thomas onde há uma diminuição no tempo de contato entre QTS-Fe e VA29. Os valors de A e KC diminuem com o aumento da concentração, seguindo comportamento observado para a adsorção de azul de metileno em cascas de amendoim (SONG et al., 2011) e em palha de trigo (ZHANG et al., 2011). Os valores de n (fator de heterogeneidade) encontrado neste trabalho não de acordo com aqueles obtidos por Demarchi 2011, para a adsorção do VA29 pela 50 QTs-Fe, (valores entre 0,02–0,29) entretanto como relato pelo autor o mecanismo de adsorção, pelo método de batelada, não segue o modelo de Freundlich. Observa-se na tabela 7 que os valores os valores estatísticos da análise dos erros χ2, SSR são os mais baixos entre os modelos aplicados e, que R2 na maioria dos casos é de 0,99 mostrando que o modelo não linear de Clark é o que mais aproxima os dados teóricos dos dados experimentais. 7Tabela 7 - Parâmetros do modelo de Clark usando regressão não linear para avaliar a capacidade de adsorção da QTS-Fe utilizando diferentes condições. Clark Concentração (mg/L) A Kc n R2 SSR χ2 (100mg QTS-Fe; 2 mL/min) 10 39692,77 0,01774 2,2831 0,9734 0,18437 0,02107 50 261,9381 0,02753 2,1980 0,99646 0,0195 3,5x10-4 100 121,1032 0,03024 1,9331 0,99127 0,03452 0,0111 150 55,97705 0,0282 1,8055 0,99049 0,0308 0,00114 Massa (mg) 1-(100mg/L; 2 mL/min) 2-(250mg/L; 10 mL/min) 1001 121,1032 0,03024 1,9331 0,99127 0,03452 0,0111 1501 2,18222 0,0865 2,2561 0,99258 0,01351 7,5x10-5 2001 9295,505 0,0355 2,1166 0,99364 0,01651 0,01316 5002 839,8968 0,06256 1,7674 0,99595 0,01468 3,1x10-4 7502 5650,169 0,10637 2,5932 0,99616 0,0072 1,8x10-4 Velocidade (mL/min) (100mg/L; 200mg QTS-Fe) 2 9295,5055 0,0355 2,1166 0,87827 0,31589 0,01316 5 504,7277 0,06278 2,1655 0,95847 0,11277 0,00282 10 55,97053 0,0282 1,8318 0,99049 0,0308 0,00114 51 5.4.3 Modelo de Adams-Bahor Adams e Bahor estabeleceram as equações fundamentais que descrevem a concentração normalizada C/Co, e o tempo para um sistema contínuo na adsorção de cloro pelo carvão ativo, porém pode ser aplicada com sucesso na descrição quantitativa de outros sistemas. Este modelo é baseado na teoria de reação da superfície e mostra que o equilíbrio não é instantâneo, pressupondo então que a taxa de adsorção é proporcional à capacidade residual do adsorvente e proporcional à concentração das espécies adsorvidas. A fórmula não linear é expressa pela equação (6) (BAHORT; ADAMS,1920): 3 = exp !-". /0 − -". 20 '(6) 4 Onde C0 (mg/L) é a concentração inicial e Ct (mg/L) a concentração de saída do absorbato, z (cm) é a altura da coluna, F (cm/min) é a velocidade linear, variáveis conhecidas, e N0 (mg/L) é a concentração de saturação e KAB (L/mg.min) é a constante cinética do modelo de Adams-Bahor que foram calculados construindo um gráfico da Ct/C0 em função do tempo usando o modelo não linear. Na figura 12 representam-se os resultados da aplicação da equação de Adams-Bahor para as diferentes concentrações da solução. Os resultados dos parâmetros obtidos a partir da aplicação do modelo matemático estão mostrados na tabela 8. Analisando os resultados obtidos na tabela 8 onde a constante cinética KAB, diminui com o aumento O aumento na concentração proporciona um aumento de moléculas de corante VA29, ou seja, a velocidade de transferência de massa entre a fase líquida e sólida dá-se lentamente resultando na diminuição da KAB e N0. Este comportamento também foi relatado para a adsorção do adsorção do corante preto reativo 5 pela quitosana (BARRON-ZAMBRANO et al., 2010;) e adsorção do azul de metileno pela palha de trigo (ZHANG et al., 2011). O aumento da velocidade de alimentação provoca um aumento proporcional de KAB, e uma diminuição nos valores de N0, resultado semelhante foi relatado para a adsorção do corante preto reativo 5 pela quitosana (BARRON-ZAMBRANO et al., 2010) e adsorção do azul de metileno pela palha de trigo (ZHANG et al., 2011). 52 Figura 12 - Curva da quebra da eficiência das colunas com diferentes concentrações da solução de Vermelho Ácido 29. Contendo 100 mg de QTS-Fe em 2ml/min. As linhas correspondem ao resultado da aplicação da equação de Clark. 13 Os valores de R2 são relativamente menores comparando aos modelos de Thomas e Clark, já os valores de SSR e χ2 são maiores aos obtidos no modelo de Thomas, este comportamento mostra que o modelo de Adams-Bahor não é a melhor opção para explicar o comportamento das colunas. 53 8Tabela 8 - Parâmetros do modelo de Adams-Bahort usando regressão não linear para avaliar a capacidade de adsorção da QTS-Fe utilizando diferentes condições. Adams- KAB Bahor (L/mg/ml) Concentração (mg L-1) N0 (mg/L) R2 SSR χ2 (100mg QTS-Fe; 2 mL/min) 10 0,268 128515,65 0,78415 1,49592 0,02107 50 0,173 207540,61 0,89294 0,07458 0,00131 100 0,125 283052,12 0,87827 0,31589 0,01316 150 0,101 2029110,77 0,98363 0,05304 0,00189 Massa (mg) 1-(100mg/L; 2 mL/min) 2-(250mg/L; 10 mL/min) 1001 0,125 283052,12 0,87827 0,31589 0,01316 1501 0,216 159528,59 0,953 0,08803 0,00463 2001 0,105 209009,25 0,98697 0,03407 0,00142 5002 0,149 363788,62 0,98417 0,05745 0,00117 2 0,171 217692,84 0,99616 0,0072 1,7x10-4 750 Velocidade (mL min-1) (100mg/L; 200mg QTS-Fe) 2 0,105 209009,25 0,98697 0,03407 0,00142 5 0,301 198041,16 0,95847 0,11277 0,00282 10 0,933 193768,04 0,98538 0,00883 3,3x10-4 54 55 6 CONCLUSÕES As principais conclusões relacionadas com a utilização do QTS-Fe para a remoção do VA 29 utilizando o método dinâmico: O Volume da quebra de eficiência em 5% (Vq) diminui com o aumento da concentração e da velocidade da solução alimentadora. Por outro lado o Vq aumenta com a quantidade de adsorvente; A quantidade de corante em 5% (Mq) aumenta com a quantidade de adsorvente e concentração da solução, contudo diminui com o amento da velocidade de alimentação; Os valores do volume de saturação da coluna (Vs) e capacidade de adsorção no ponto de saturação (Ms) seguem o mesmo comportamento; Para velocidades de percolação elevadas, a saturação em 95 % não foi atingida, mostrando que a coluna sofre o processo de lixiviação; A análise dos modelos matemáticos, na forma não linear, mostrou que a aplicação dos modelos de Thomas e de Clark, são os que mais se adequam aos dados experimentais, alto valor de R2 e baixos valores de SSR e χ2, sendo que o modelo de Clark foi o que mais adequou as curvas e o modelo de Thomas é o que melhor fornece informações relativas à capacidade do adsorvente. Estes resultados mostram que o QTS-Fe pode ser utilizado com um adsorvente alternativo para a remoção de corante Vermelho Ácido 29 utilizando o modelo de leito fixo. 56 57 REFERÊNCIAS AL-DEGS, Y.S.; KHRAISHEH, M.A.M.; ALLEN, S.J. Adsorption characteristics of methylene blue by peanut husk in batch and column modes. J. Hazard. Mater., v.165, p. 170–176, 2011. BAHORT, G.S.; ADAMS, E.Q. Some aspects of the behavior of charcoal with respect to chlorine. J. Am. Chem. Soc., v.42, p.523-544, 1920. BALCI, B.; KESKINKAN, O.; AVCI, M. Use of BDST and an ANN model for prediction of dye adsorption efficiency of Eucalyptus camaldulensis barks in fixedbed system. Exp. System. Appl., v.38, p. 949-956, 2011. BARONI, P.; VIEIRA, R.S.; MENEGHETTI, E.; SILVA, M.G.I.C. DA; BEPPU, M.M. Evaluation of batch adsoption of chromium ions on natural and crosslinked chitosan. J. Hazard. Mater., v.153 p.1155-1166, 2008. CHARUMATHI D. 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