É isso mesmo que um religioso pretende ao anunciar a alegria da Boa Nova
através do seu carisma próprio. Quer na sua dimensão contemplativa, quer na
sua dimensão ativa, os consagrados são chamados a “revelar Deus que, como
amor que é, abrange e permeia o mundo; devem convencer a todos de que com
Cristo estão chamados a «morrer» na potência da Sua morte, para com Ele
ressuscitarem para a vida escondida com o mesmo Cristo em Deus. É isto
exatamente que constitui o próprio núcleo da missão apostólica da Igreja”
(João Paulo II).
A oração contemplativa permite-nos abordar o mundo que nos envolve com
um olhar transformado pelo amor de Deus e movidos por esse amor lutar para
que o Reino seja cada vez mais uma realidade através de uma ação
transformadora e evangelizadora. Sem o silêncio indispensável cai-se
facilmente na agitação que compromete toda a ação salvífica que no mundo o
cristão quer exercer. A contemplação valoriza a ação responsável. (Pe. Nuno
Westwood, in iMissio, 7 de Fevereiro de 2015.)
“Só se vê bem com o coração. 
O essencial é invisível aos olhos”
Vida Consagrada: Vida Apostólica ativa e Vida Contemplativa
1º PARTE | ESCUTAR
Cântico inicial: Estrela Polar
Texto bíblico para rezar: Lc 10, 38-42
Dinâmica de Lectio divina
O animador convida o grupo a silenciar-se. Poderá fazer uma breve oração
invocando o Espírito Santo e pedindo o dom do acolhimento interior à Palavra que
vai ser rezada.
Um dos membros do grupo lê o texto calmamente. É bom que os outros membros
do grupo tenham o texto diante dos olhos (cada um com a sua Bíblia,
preferencialmente).
3º PARTE | INTERAGIR
O que me move, no meu ser cristão, será esta comunhão e amor de Deus?
Consigo entrar nesse repouso ou vivo na agitação? Que ação e frutos nascem
do meu modo de viver?
4º PARTE | DESAFIAR
Desafiamos-vos a viver um momento de deserto: um dia, uma manhã, uma
tarde. Para melhor aproveitarem esse momento, procurem uma comunidade
contemplativa para vos acolher e guiar. Caso não seja possível, busquem uma
comunidade religiosa, perto de vocês, disposta a vos ajudar. Se também isso
for impossível, procurem organizar uma caminhada, contemplando Deus na
beleza da natureza e acompanhados pela Sua Palavra. Busquem a ajuda do
vosso pároco para contactar uma comunidade religiosa e vos ajudar a organizar
a caminhada ou vão à pagina de internet … e utilizem o ….
Para celebrar o Ano da Vida Consagrada na Diocese do Porto será organizada
uma Festa no dia 31 de Outubro. Organizem o grupo e marquem presença
neste encontro.
Cada um pode repetir do texto uma única palavra ou uma frase que lhe tenha
interpelado mais fortemente, ou mais chamado a atenção.
Depois, o mesmo leitor ou outro poderá ler o texto uma segunda vez, deixando-o
ecoar no silêncio.
Todos são convidados a refletir em silêncio: o que me diz Deus através desta
Palavra? Que aspeto da minha vida é tocado? Como me sinto interpelado/a?
Cada um é então convidado a partilhar com os outros algo daquilo que refletiu.
Partilha de intenções de oração: a partir da Palavra escutada, o grupo apresenta
espontaneamente as suas orações de súplica ou de ação de graças.
Como conclusão, o animador pode ainda propor um breve momento de partilha de
compromisso: o que pode mudar na minha vida a partir desta Palavra escutada?
Cada um pode partilhar algo sobre isso com uma única Palavra.
Cântico conclusivo: Vasos de barro
2º PARTE | CONHECER
Os outros falam-nos
“Em Glolé, na Costa do Marfim, chega a cada mês, na hora
certa, a Palavra de Vida, que é um comentário a uma frase
do Evangelho proposto por Chiara Lubich. É uma folha de
papel com a qual se pode meditar e divulgar, inclusive
fazendo algumas experiências que confirmam o que está
escrito. Com este alimento pode-se descobrir cada vez a
potência do Evangelho traduzindo-o em vida concreta.
Assim, é possível mudar algumas práticas culturais na
cidade, que talvez não sejam coerentes com o que é proposto, direcionando
cada vez mais cada habitante a viver a fraternidade universal. Graças a esta
comunidade, a Fraternidade Universal está fazendo uma verdadeira revolução
em Glolé e seus arredores. Também aqui, esperamos que, como em Fontem,
se possa logo realizar aquele "milagre na floresta", que faz descobrir o amor de
Deus por cada pessoa, tornando a vida da cidade cada vez mais bonita.” (Gueu
de Séraphin, Movimento dos Focolares)
A Igreja fala-nos
Ao chamar-nos, Deus faz-nos entrar no seu repouso e pede-nos que
repousemos nele, como contínuo processo de conhecimento de amor. Ecoa
em nós a Palavra «andas inquieta e preocupada com muitas coisas» (Lc 10, 41).
(…) A vida consagrada é chamada a encarnar a Boa-Nova, no seguimento de
Cristo, o Crucificado ressuscitado; a fazer próprio o «modo de existir e de agir
de Jesus como Verbo encarnado em relação ao Pai e aos irmãos». (…)
A vida cristã é determinada por verbos de movimento, mesmo quando vivida
na dimensão monástica e contemplativo-claustral; é uma contínua procura. (…)
A peregrinação interior começa na oração: «A primeira coisa necessária para
um discípulo é estar com o Mestre, ouvi-lo, aprender dele. E isto é sempre
válido, é um caminho que dura a vida inteira». (…) O Papa apresenta a oração
como a fonte da fecundidade missionária: «Cultivemos a dimensão
contemplativa, mesmo no turbilhão dos compromissos mais urgentes e
pesados. E quanto mais a missão vos chamar para irdes às periferias
existenciais, tanto mais o vosso coração se mantenha unido ao de Cristo, cheio
de misericórdia e de amor». (…)
A contemplação abre-nos à atitude profética. O profeta é um homem «que
tem os olhos penetrantes e que escuta e diz as palavras de Deus; […] um
homem de três tempos: promessa do passado, contemplação do presente,
coragem para indicar o caminho do futuro». (Congregação para os Institutos da
Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Alegrai-vos, nºs 5 e 6)
Refletimos
O carisma de uma congregação é o que identifica essa comunidade e o que a
diferencia das demais. E, apesar de variar de comunidade para comunidade,
todas elas vivem duas vertentes desse carisma, que são a expressão da sua
identidade: contemplação e ação. A ação deverá encontrar na oração o seu
ponto de partida e a sua fecundidade. Por isso, a primeira ambição dum
consagrado é entrar na comunhão com Deus. A subordinação da ação à
contemplação é verdadeiramente a base e o fundamento de todo o edifício
espiritual de qualquer vocação religiosa.
Depois de ter aplicado o seu coração, a sua inteligência e a sua vontade na
procura de Deus, única fonte capaz de matar a sua sede de Infinito, o religioso
volta-se para os homens seus irmãos, cumprindo a sua missão de continuar no
tempo a obra de Cristo, anunciando às multidões o Reino de Deus, curando os
doentes, chamando os pecadores ao bom caminho, abençoando as crianças e
fazendo bem a todos, mas sempre obediente à vontade do Pai que o enviou.
Assim como os Apóstolos, devemos
testemunhar Cristo crucificado e ressuscitado
participando na obra salvífica de Cristo através
de serviços concretos. Os consagrados
escolheram “a melhor parte, que lhes não será
tirada” (Lc 10, 42). A oração é a alegria da sua
alma; é na contemplação que encontram o
“único necessário” e a força para “transmitir a
mensagem do Verbo Encarnado numa
linguagem que o mundo possa compreender”
(Paulo VI, Evangelica Testificatio, 9).
Download

Catequese Juvenil