80ª Romaria da Salette – 26 e 27/9/ 2015
Romaria espaço de encontro, serviço e fé, Pe. Presentino Rovani, MS
O Santuário Nossa Senhora da Salette de Marcelino Ramos-RS está de
portas abertas para acolher, com alegria, a todos os peregrinos em sua 80ª
Romaria da SALETTE.
Como disse Maria, ao anjo Gabriel: “Eis aqui a servidora do Senhor”. Mt
1,38, nós missionários saletinos também estamos a seu inteiro dispor, querido
romeiro e devoto de Maria.
Nos dias 19, 26 e 27 de setembro faça sua caminhada, pois bem sabemos
que as peregrinações e romarias constituem um fenômeno ligado à própria
natureza do ser humano. Ele se sente um ser a caminho. Sua própria vida é uma
caminhada do nascimento até a morte, da juventude para a velhice, em sua aspiração mais profunda,
uma passagem desta vida efêmera para uma vida mais feliz.
Por isso, sair de um lugar para outro mais significativo é próprio do coração humano.
O ser humano é um eterno peregrino, o permanente “procurador” de Deus. Saímos de Deus e estamos
em continua tendência para Aquele que é o nosso princípio e o nosso fim. É exatamente por esta razão
que o caminhar adquire um sentimento especial para todo ser humano.
Somos intimamente movidos para lugares onde existam vestígios daqueles a quem amamos, nos
identificamos e ou admiramos.
Diversas missões na história do Povo de Deus foram realizadas em íntima relação com
caminhadas e peregrinações.
O convite de Deus a Abraão e Sara exigiu uma longa caminhada de Ur para a terra de Canaã. A
libertação do povo de Israel do Egito, sob a direção de Moisés, percorreu a travessia do deserto até
chegar à terra prometida.
No Novo Testamento, o nascimento de Jesus está ligado a uma viagem de Galiléia para a
Judéia. Temos ainda a fuga para o Egito. E a sagrada família de Nazaré cumpria fielmente a lei,
conforme nos narram as Escrituras: “seus pais iam todos os anos a Jerusalém na festa da Páscoa. Tendo
Ele atingido doze anos, subiram para Jerusalém, segundo o costume da festa,” Lc 2,41-42. Jesus e os
Apóstolos também não deixavam de subir a Jerusalém por ocasião das festas anuais. Jo 5,1; 7, 1-14.
Se nos reportarmos às comunidade primitivas, desde os primeiros tempos da Igreja formou-se
uma corrente contínua de peregrinações que se dirigiam para os lugares santos, para o Santo Sepulcro e
o Túmulo dos Apóstolos, bem como à Igreja da dormissão de Maria, Mãe de Jesus, na qual eu também
tive a graça de lá estar. Das peregrinações aos túmulos de São Pedro e São Paulo, em Roma, surgiu a
palavra “romaria” que, depois começou a significar qualquer peregrinação a algum santuário.
Pôr-se a caminho é estar a caminho
A vida Cristã, como caminho, é uma constante que orienta nossa vida. A categoria do caminhar
é enriquecedora e fundamental em toda a história da salvação.
Pôr-se a caminho cria identidade e, é no caminho que Deus se revela.
O povo de Israel, cansado de ser escravo no Egito, revitaliza-se e constrói, nas estradas da vida,
a sua identidade. O horizonte se aproxima, os olhos se abrem, as visões mudam, tudo se transforma. A
única certeza é que Ele caminha conosco.
Avançar é preciso
“Avançar para águas mais profundas” Lc. 5,4.
Com este conselho os pescadores deslocam-se para pescar peixes que estão mais em profundidade.
Tenhamos em mente que, há sempre o perigo das profundezas, mas é preciso arriscar, sair do lugar
estagnado, da escuridão, da monotonia e da mesmice. É preciso dar passos, confiando somente na força
de Deus.
Avançar no caminho da itinerância, indo para as fronteiras do sofrimento humano e mais além
ainda, até os confins da terra, é nossa missão.
Ir e caminhar para onde?
Poderíamos nos perguntar agora: “para onde, Senhor?” Logo queremos um porto seguro e de
imediata chegada. Queremos prever todos os passos, mas não é bem assim.
Desejamos estabelecer programas e estratégias, domesticar o caminho dentro de trilhas bem
definidas.
Mas este caminho pode terminar num beco qualquer e chegar a um labirinto sem saída.
O caminho é outro e a travessia surpreende a cada dia. É dando cada passo, na provisoriedade
do dia a dia que Deus se revela.
“Mestre, onde moras?” De novo, a certeza de uma casa, de um endereço, da segurança, nos
persegue.
“Vinde e vede,” responde o mestre. Eu sou o caminho, “Jo 14,6”.
É , portanto em cada passo que é dado sem ter tudo claro, que Deus vai se revelando. Diz a Escritura
que: Maria, Mãe de Jesus, caminhava com Ele e confiava em Deus sem ter tudo claro. Ela caminhava
pela fé e não pela evidência.
O Senhor os precedia no caminho
“Quando o faraó deixou sair o povo, Deus não o guiou pelo caminho da terra dos Filisteus,
embora mais curto... Deus fez o povo dar volta pela rota do deserto, do mar vermelho... O Senhor os
precedia... para lhes mostrar o caminho.” Ex 13,17.18.21.
É no caminho que aparece a luz
Em atos 9,3, encontramos o confronto de Saulo com Jesus, uma luz e uma voz: “Saulo, Saulo,
porque me persegues?” A luz que pode iluminar a nossa vida passa através do deslocamento e da
transformação.
De repente, nos Alpes, um clarão!
No dia 19 de setembro de 1846, nas montanhas dos Alpes, França, duas crianças de nome
Maximino e Melânia, enquanto pastoreavam umas vacas, avistaram uma grande luz, tanto que Melânia
gritou a Maximino: “Maximino, o sol caiu!
O imenso clarão foi se abrindo e as crianças, espantadas viram, assentada, uma senhora
chorando, tendo entre as mãos, o rosto.
Era dia de sábado. A Igreja do mundo inteiro rezava na Festa de Nossa Senhora das Dores,
recordando a Bíblia que diz: “vinde e vede se há dor igual à minha dor.” A Bela Senhora se levantou,
chamou as duas crianças e lhes disse: “Vinde, meus filhos, não tenhais medo! Estou aqui para vos
comunicar uma grande novidade!”
O que impressionou as crianças além das profundas palavras de Maria, foi a cruz que ela
carregava em seu peito.
A cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo
“Não há maior amor que dar a vida pelos amigos.” Jo 15,13.
A cruz é a síntese do amor que Jesus Cristo pregou e viveu, é a síntese da fé dos discípulos e
missionários de Jesus Cristo.
Ela representa o amor de Jesus por toda a humanidade. Com ela Jesus vai até as últimas
consequências.
Por que nele acreditamos, adoremos o Cristo redivivo!
A cruz no peito da Salette
A Bela Senhora, em sua aparição, vestida como camponesa, carrega sobre seu peito, uma cruz
com um grande crucifixo. Sob os braços da cruz, à esquerda do Cristo, um martelo como símbolo da
dor por causa da maldade humana; e, à direita, uma torquês, alicate, como símbolo de libertação,
misericórdia e compaixão. Do crucificado emana toda a luz de que se compõe a aparição, luz essa que
brilha em diadema sobre a fronte da Bela Senhora.
Unidos por este sinal, reforcemos nossa fé e esperança e, com alegria em servir a quem de nós
mais precisar, vivamos e anunciemos a Boa Nova de Jesus Cristo, Filho de Deus.
Maria, conclui suas palavras dizendo: “Pois bem meus filhos, comunicai isso a todo o meu
povo.”
Assim como os apóstolos, de pescadores de peixes, tornaram-se pescadores de homens; assim também,
Maximino e Melânia, de pastores de vacas, tornaram-se os primeiros animadores da mensagem da Bela
Senhora.
Marcelino Ramos, foco de irradiação de Romarias.
Romaria é uma caminhada que a pessoa faz a um Santuário, ou uma procissão para externar sua
fé.
Uma peregrinação bem feita muda nossa maneira de pensar, de ser e de agir.
Romaria bem feita não dura só um dia, dura sim é a vida inteira.
A romaria penitencial a N.Sra. da Salette de Marcelino Ramos tornou-se interestadual, além de tornarse origem de mais de 50 romarias principalmente pelo sul do Brasil e também no Paraguai.
Os membros da Equipe Missionária Saletina de Marcelino Ramos se deslocam para muitos
destes locais em auxílio ao tríduo e Romarias.
Unamo-nos a todos estes caminhantes, devotos peregrinos, com uma certeza de que, na romaria
vivemos momentos profundos de esperança, renovação, transformação e vida nova.
Que a mãe de Jesus, Maria, e seu amado Filho nos abençoem e protejam em caminhada. Hoje e
sempre.
Há ainda um longo caminho a ser percorrido: caminheiro, não há caminho pronto. Faz-se o
caminho ao caminhar.
Avante, coragem, sigamos em frente: Juntos chegaremos lá.
E, boa viagem!
e despedida dos romeiros.
Tema: Com SALETTE, alegrai-vos em servir. Lema: Eu vim para servir.
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80ª Romaria da Salette