X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis O PIBID-UNIRITTER – UMA PROPOSTA DE FORMAÇÃO DOCENTE EM SERVIÇO Profª Mestre Ana Cristina Souza Rangel Coordenadora do Curso de Pedagogia Uniritter Coordenadora de Projeto Pibid Profª Ms. Maria Luiza de Souza Moreira Curso de Pedagogia Uniritter Coordenadora Institucional Pibid Uniritter Resumo: O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) começou, na Uniritter, em 2014 com apenas 12 alunos inscritos, tendo em vista que, para ingressar no programa, exige-se que o estudante seja bolsista do Prouni. O Programa é uma proposta da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (CAPES) do Ministério da Educação que envolve docentes e acadêmicos das licenciaturas, supervisores e docentes de escolas públicas. O PIBID tem entre seus objetivos o fortalecimento das licenciaturas, colocando em contato a situação de educadores logo no início do curso sem abrir mão da pesquisa e o desenvolvimento de subprojetos com as escolas parceiras, com o objetivo de melhorar os índices dos alunos dessas escolas. O Pibid Uniritter atende aos quartos anos e às turmas de anos finais do Ensino Fundamental de uma escola pública estadual próxima do campus zona sul, envolvendo discentes dos cursos de Pedagogia e Letras-inglês. Os bolsistas cumprem 6 horas na escola e 2 horas de reunião semanais com as professoras coordenadoras de projetos. Nosso primeiro ano de experiência no Pibid, que já existe há 4 anos, tem sido marcado por algumas dificuldades que são próprias da realidade da educação pública brasileira contemporânea e da formação de professores. Em que pese o fato de o programa se constituir numa proposta inovadora e muito positiva de desenvolver ações de formação em serviço, percebemos que ainda temos uma caminhada a fazer no sentido de que todos os participantes, tanto da escola pública, quanto das nossas licenciaturas tirem o melhor proveito da experiência e cresçam com ela. Esse trabalho é uma proposta de análise e uma tentativa de traçar encaminhamentos que sirvam para qualificar nossa atuação como formadores de professores, além de potencializar as aprendizagens dos alunos do Ensino Fundamental atingidos. Palavras-chave: formação docente; Pibid; licenciaturas; formação em serviço. Introdução Embora a educação venha sendo considerada tradicionalmente fator decisivo para o desenvolvimento de uma nação e a formação de seus cidadãos, nas últimas três ou quatro décadas esse discurso ganhou força. Em época de eleições majoritárias, como agora, ele é repetido à exaustão, de maneira que seria de se pensar que estamos diante de um consenso. Entretanto, quando abordamos a questão da formação docente necessária para que a educação cumpra seus propósitos sociais elevados, já não há mais concordância. Que tipo de educador precisamos para enfrentar os desafios da contemporaneidade? Quem é esse profissional a quem se credita a responsabilidade pela formação das futuras gerações? Em seu conhecido ensaio intitulado “A crise da educação”, Hanna Arendt lista alguns princípios que, segundo ela, passaram a orientar as propostas de educação a partir da segunda metade do século XX, tachando as medidas pedagógicas deles decorrentes de “desastrosas”. Um desses princípios apontados por ela é a emancipação do ensino em relação aos conteúdos específicos com o propósito de formar professores generalistas. De certa forma, podemos observar esse princípio em ação, orientando muitas das reformas e políticas públicas no campo da educação desde então, no Brasil e fora dele. Em tempos como os de hoje em que o conhecimento pode ser acessado por outras fontes que não a escola seria de se imaginar que, mais do que nunca, a busca pelo educador generalista, mediador, facilitador, orientador das aprendizagens de seus alunos seja a meta das ações de formação docente. E, em certa medida, assim é, efetivamente. Contudo, as instituições de ensino superior responsáveis pela formação dos novos educadores ainda buscam formas mais eficientes de preparar seus alunos e alunas para o exercício do magistério, considerando todas as demandas sociais endereçadas à educação. Foi nesse sentido que o Pibid – Programa Institucional de Bilsas de Iniciação à Docência – se constituiu num espaço privilegiado de diálogo entre teoria e práticas pedagógicas, permitindo a alunos em início de formação a vivência da realidade escolar em salas de aula da rede pública de ensino dos Estados. O referido Programa é uma proposta da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (CAPES) do Ministério da Educação que envolve docentes e acadêmicos das licenciaturas, supervisores e docentes de escolas públicas. Na Uniritter, ele teve início em 2014 com apenas 12 alunos inscritos, tendo em vista que, para ingressar no programa, exige-se que o estudante seja bolsista do Prouni. As atividades são desenvolvidas numa escola de Ensino Fundamental próxima ao campus zona sul da Ritter e coordenadas por uma docente do curso de Pedagogia para o subprojeto de anos iniciais e uma do curso de Letras para os anos finais, habilitação em Língua Inglesa. Objetivos do Pibid – Uniritter 1. Estudo do contexto educacional envolvendo ações nos diferentes espaços escolares, como salas de aula, laboratórios, bibliotecas, espaços recreativos e desportivos, ateliers, secretarias. - Revisar e analisar dados sobre o contexto educacional, fazendo uso de fontes convencionais de pesquisa e saberes já construídos nas atividades de ensino, extensão e pesquisa da UniRitter. - Realizar visitas à escola para conhecer e avaliar o espaço físico e como é alocado e usado. - Conhecer os procedimentos básicos de funcionamento da escola, bem como analisar documentos fundamentais, como o Projeto Político Pedagógico e quaisquer regulamentos pertinentes. - Avaliar como a escola organiza seu espaço e tempo para a realização de atividades do Programa Mais Educação e outros programas de governo, como o Pacto Nacional da Alfabetização, voltados para a inclusão social pelo conhecimento (acesso, permanência e qualidade na aprendizagem) e como esses programas se relacionam entre si. - Analisar os efeitos dos programas de governo dos quais a escola já participa no desenvolvimento e aprendizagem dos alunos e sua repercussão no projeto pedagógico da escola e na qualificação da docência. - Avaliar como a escola organiza os espaços físicos e recreativos na organização do recreio, das atividades de educação física e em outros programas desportivos. -Investigar e analisar criticamente a utilização dos espaços destinados a laboratórios, biblioteca, atelier e outras atividades de cunho tecnológico, cultural e artístico. 2. Desenvolvimento de ações que valorizem o trabalho coletivo, interdisciplinar e com intencionalidade pedagógica clara para o processo de ensinoaprendizagem; - Desenvolver ações de participação ativa e crescente dos licenciandos nas atividades docentes, como co-atores nos eventos escolares e educacionais, a partir do compartilhamento de visões, propostas e planos definidos nas reuniões. - Estabelecer interações com diferentes professores e profissionais de todas as áreas da escola (orientadores, direção, supervisão, funcionários) para definir temas interdisciplinares e planos que priorizem áreas específicas vinculadas e em resposta aos objetivos dos subprojetos propostos, ou seja, à alfabetização e aos conteúdos da matemática elementar, em práticas pedagógicas nos anos iniciais do Ensino Fundamental, que se organizam segundo os princípios do enfoque globalizador, e no ensino de língua adicional (inglês), organizado em projetos de uso e reflexão sobre ouso da linguagem em ações interdisciplinares. 3. Planejamento e execução de atividades nos espaços formativos (escolas de educação básica e IES a eles agregando outros ambientes culturais, científicos e tecnológicos, físicos e virtuais que ampliem as oportunidades de construção de conhecimento), desenvolvidas em níveis crescentes de complexidade em direção à autonomia do aluno em formação; - Reuniões sistemáticas na IES e na escola para refletir sobre as ações já realizadas no estudo da realidade, sistematizar sua documentação, e planejar coletivamente as atividades, recorrendo necessários à sua fundamentação. aos documentos e recursos - Visitas programadas dos estudantes bolsistas a outras instituições escolares com reconhecidas experiências bem sucedidas nos processos de ensinar e aprender nas áreas dos subprojetos, estabelecendo relações entre os diferentes contextos e inferindo alternativas para a melhoria das práticas educativas na escola participante do projeto. - Pesquisas em ambientes virtuais que ampliem os conhecimentos construídos pelos alunos bolsistas e apontem para alternativas de soluções para os problemas enfrentados no cotidiano da escola. 4. Participação nas atividades de planejamento do projeto pedagógico da escola, bem como participação nas reuniões pedagógicas; - Realizar reunião inicial com os responsáveis na escola, os supervisores e os licenciandos para a familiarização com o Projeto Político Pedagógico da Escola. - Organizar a participação dos licenciandos nas reuniões de planejamento docente em que o Projeto Político Pedagógico da escola for discutido, para melhor compreender os princípios e as ações previstas no projeto educativo da escola, compatibilizando-os com o planejamento do trabalho dos subprojetos. - Preparar os licenciandos para participar de forma mais efetiva dos encontros de planejamento pedagógico da escola, através de leituras relevantes, sugeridas tanto pelos coordenadores e supervisores. - Organizar a apresentação dos processos e resultados das atividades desenvolvidas pelos alunos bolsistas em suas intervenções na escola articulando-as com o projeto pedagógico para análise nas reuniões pedagógicas na escola. 5. Análise do processo de ensino - aprendizagem dos conteúdos ligados ao subprojeto e também das diretrizes e currículos educacionais da educação básica; - Promover ações para que os alunos bolsistas possam investigar os processos de ensino-aprendizagem nas turmas participantes dos subprojetos, elaborando diagnóstico das necessidades e possibilidades de aprendizagem dos conteúdos ligados aos subprojetos. - Realizar reuniões, com a presença dos licenciandos e coordenadores, para apresentação, revisão e discussão dos parâmetros curriculares nacionais, referenciais para cada nível de ensino envolvido no projeto, bem como diretrizes definidas no Projeto Político Pedagógico da escola e planos de estudo dos professores responsáveis pelas turmas envolvidas no projeto, analisando a compatibilidade desses referenciais com as necessidades de desenvolvimento e os interesses de aprendizagem dos alunos. 6. Leitura e discussão de referenciais teóricos contemporâneos educacionais para o estudo de casos didático-pedagógicos; - Analisar situações-problema advindas das classes participantes dos subprojetos no que diz respeito aos processos de ensinar e aprender (estudos de caso didático-pedagógicos), considerando os conteúdos necessários ao desenvolvimento dos alunos. - Selecionar e definir textos teóricos contemporâneos para leitura orientada pelos licenciandos, considerando os referenciais da educação básica que sustentam a as políticas institucionais definidas pelo Ministério da Educação e que esclareçam e apontem alternativas para a ação docente frente às demandas dos estudos de caso didático-pedagógicos investigados. - Organizar reuniões para analisar os textos selecionados, relacionar os conceitos com os dados da realidade e refletir sobre as possibilidades de transposição à organização da ação pedagógica nas turmas do projeto. 7. Cotejamento da análise de casos didático-pedagógicos com a prática e a experiência dos professores das escolas de educação básica, em articulação com seus saberes sobre a escola e sobre a mediação didática dos conteúdos; - Promover reuniões com os professores das classes participantes dos subprojetos para analisar os dados da realidade no que se refere aos casos didático-pedagógicos selecionados, valorizando seus saberes sobre a realidade escolar e a docência e aprofundando a análise dos dados de acordo com os estudos teóricos contemporâneos. - Promover a transposição dos estudos realizados para o planejamento compartilhado (bolsistas e professores das turmas) de atividades pedagógicas favorecedoras da aprendizagem, considerando a realidade dos casos estudados. 8. Desenvolvimento, testagem, execução e avaliação de estratégias didáticopedagógicas e instrumentos educacionais, incluindo o uso de tecnologias educacionais e diferentes recursos didáticos; - Elaborar instrumentos e estratégias didático-pedagógicas, recorrendo a diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos, considerando as necessidades de aprendizagem dos estudantes participantes das turmas do projeto. - Desenvolver a docência compartilhada (bolsista e professor) nas turmas participantes, testando os efeitos das estratégias didático-pedagógicas e do uso dos diferentes instrumentos educacionais na melhoria dos processos de ensinar e aprender. 9. Elaboração de ações no espaço escolar a partir do diálogo e da articulação dos membros do programa, e destes com a comunidade. - Propor encontros no espaço escolar visando ao diálogo e à construção de parcerias entre a comunidade, escola e IES, que viabilizem maior compreensão da realidade e compromissos recíprocos que assegurem o acesso, permanência e qualidade de aprendizagem dos alunos. 10. Sistematização e registro das atividades em portfolio ou instrumento equivalente de acompanhamento; - Documentar as atividades desenvolvidas ao longo do projeto através de fotos, vídeos e relatórios das reuniões, estudos, planejamentos, desenvolvimento das atividades e intervenções na realidade educativa. - Organizar portfólios de acompanhamento dos processos com registros sistemáticos das atividades desenvolvidas e documentadas, além de reflexões do licenciando sobre suas vivências e aprendizagens, articulando teoria e prática. 11. Desenvolvimento de ações que estimulem a inovação, a ética profissional, a criatividade, a inventividade e a interação dos pares. - Promover a iniciativa dos licenciados para estudar, problematizar a realidade, participar ativamente e de forma cooperativa de todas as atividades do projeto. - Promover experiências de docência compartilhada entre os bolsistas e professores da escola, bem como experiência de troca e construção de intervenções conjuntas entre os companheiros do projeto. - Analisar situações de conflito nos grupos de estudo, nas relações interpessoais na escola e nas turmas participantes e promover o diálogo, a descentração e a troca de pontos de vista para a construção consensual de alternativas de solução, visando desenvolver a autonomia dos alunos das turmas do projeto, do professor e dos licenciandos. Desafios do Pibid - Uniritter O que se espera dos professores - e da escola, por extensão, - nos dias de hoje? Que oportunizem aos alunos a experiência da integração social, da solidariedade, da colaboração, da autovalorização e da construção de projetos de futuro. Que confrontem as pressões sociais contrárias à cidadania, à solidariedade e à valorização da vida. (E, por extensão, que façam com que seus alunos também queiram confrontá-las, questioná-las e transformar a sociedade.). Quem mais está fazendo isso? O desafio de dar conta da educação de massas – democratização do acesso, heterogeneidade na postura diante da tarefa educativa, relação com o conhecimento – é contemporâneo ao nascimento da escola pública. Foi, continua sendo e será tarefa árdua que nunca poderá contar com receitas que funcionem em todos os contextos, além de ser sujeita a todas as vicissitudes da nossa humanização. Enquanto esse projeto de escola foi coincidente com o projeto social e a escola não era para todos, esse desafio não parecia tão grande e não havia tantos questionamentos em relação à legitimidade e à eficácia do ensino escolar. Hoje é preciso mobilizar os alunos a fim de colocá-los em situação de aprendizagem. Embora vivamos numa época rica de ferramentas e meios de ensino e aprendizagem, elas não estão acessíveis a grande parte da nossa população e o fosso entre os que têm acesso às redes privadas de ensino e as públicas se aprofunda. Nas escolas estaduais e municipais, em geral, há escassez de recursos e o profissional da educação tem de improvisar constantemente, ser muito criativo e ter sempre consigo um plano B para contornar os entraves que encontrará cotidianamente para realizar seu planejamento. Para nós que exercemos funções de coordenação do Pibid – Uniritter é imprescindível acompanhar o desempenho e o envolvimento das acadêmicas bolsistas com o programa, pois seu comprometimento ou falta dele são indicadores da necessidade de reavaliação e reorientação da formação dessas alunas. As relações entre universidade e escola vêm se estreitando, até por força da necessidade, já que não é possível uma formação pedagógica acadêmica alheia à realidade das salas de aula da educação básica no Brasil, nem os professores nas escolas estão conseguindo encontrar alternativas para os desafios da educação contemporânea sem auxílio de pesquisadores e estudiosos acadêmicos comprometidos com a qualificação da educação. Mesmo assim, essa é uma relação que precisa ser construída, observando-se redes de micropoderes que existem em todas as instituições, inclusive nas escolas de periferia, políticas pública e suas orientações e diferenças profundas de concepções epistemológicas e pedagógicas. É, portanto, um trabalho paciente e delicado construir essas teias de relações de modo a se promoverem parcerias efetivas em que se busquem objetivos comuns de qualificação da ação docente. O Pibid Uniritter não contou com condições ideais de implantação em vista dos prazos exíguos para definição da escola e estabelecimento da parceria. Além disso, ainda temos um número bastante reduzido de discentes bolsistas do Prouni – condição para integrar o programa. Na escola selecionada, como em todas as de qualquer rede pública do Brasil, desde o ano passado, todos os professores regentes de classes do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental estão fazendo parte do PNAIC – Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – que implica assessorias e participação em cursos de formação continuada. Em vista disso, a pedido da escola, as bolsistas do Pibid passaram a desenvolver suas atividades nas turmas de 4º ano da referida escola que, segundo elas, estavam apresentando dificuldades para dar conta de questões cognitivas e afetivas. Os Alunos dessas turmas de 4º ano provêm de uma caminhada escolar de progressão continuada, em que não ocorreu a reprovação. Como esse projeto é muito novo na escola, que tem um história curricular pautada na avaliação classificatória, as professoras do 4º ano insistiam, no início do ano letivo, em desenvolver o plano de estudos já prescrito e desenvolvido pelas turmas de 4º ano tradicionais. No entanto, a maioria das crianças dessas turmas não havia realizado aprendizagens de matemática necessárias para os estudos que os professores costumavam desenvolver nesse nível de ensino e essa situação – problema diagnosticada precisava de novos encaminhamentos, que implicariam em modificações no próprio currículo proposto pela escola. É fácil imaginar que esse contexto não tenha sido facilitador da inserção das alunas, nem do planejamento articulado de acordo com o que propõe o Pibid: aproximação de alunos em formação de boas práticas pedagógicas. Essa realidade exigiu esforços redobrados de afinação de propósitos e princípios norteadores da ação entre a Uniritter e a escola. Considerações finais Programas de formação continuada que se façam em serviço para possibilitar que o profissional desenvolva uma práxis, ou seja, a reflexão – ação – reflexão – ação, são a forma mais efetiva qualificação de novos docentes. Ao longo da carreira, este sujeito precisará continuamente pensar sua prática, planejar ações, refletir sobre seus resultados e replanejar a partir daí. Quanto mais cedo isso se tornar parte da experiência profissional do futuro educador, melhor será a sua formação. Temos visto no Pibid – Uniritter a dúvida quanto à vocação manifestada por algumas bolsistas, a reflexão coletiva a partir desse questionamento e a nova postura assumida que passa a ser baseada na realidade educacional e nos projetos dessas alunas e não apenas na boa vontade ou numa visão idílica do magistério. Nesse sentido, eventuais impactos discentes frente aos desafios cotidianos são propulsores de mudança e de uma nova convicção de que a profissão de educador se constrói permanentemente. Sendo assim, essas bolsistas/acadêmicas de hoje assumem desde antes mesmo de sua entrada no mercado de trabalho convicções importantes para que possamos elevar a qualidade da educação no Brasil. De forma sucinta, passam, assim, a assumir princípios de desenvolvimento profissional como os que se seguem e que são aqueles que lutamos para ver orientando a prática cotidiana de todas as redes públicas de ensino brasileiras: - Criar contextos de FORMAÇÃO CONTINUADA, concebendo a escola como lugar de crescimento profissional permanente de seus educadores e funcionários, de acordo com as necessidades apontadas pela comunidade escolar. - Analisar permanentemente suas OPÇÕES CURRICULARES, redefinindo escolhas sempre que a avaliação coletiva demonstrar a necessidade disso. - Analisar permanentemente suas formas de AVALIAÇÃO, para que sejam coerentes com os objetivos, as necessidades de aprendizagens diagnosticadas e o trabalho desenvolvido junto aos estudantes, bem como levar à sério os dados da avaliação para que se tornem estruturantes das modificações que serão necessárias realizar: tanto no que diz respeito aos objetivos, conteúdos de ensino e à organização da ação pedagógica. - Buscar coletivamente formas de promover a INCLUSÃO de todos pela aprendizagem. - Promover a disciplina internalizada e compartilhada, fruto da aceitação e do cumprimento de REGRAS DE CONVIVÊNCIA coletivamente acordadas e da auto regulação construída, enquanto se é sujeito do processo de aprendizagem e se aprende num ambiente que valoriza o diálogo, a troca de pontos de vista, a cooperação e o desenvolvimento da autonomia. Referências ARENDT, Hanna. Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva, 2001. Projeto de trabalho Pibid-Uniritter 2014 aprovado pela CAPES.