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A
EXEMPLAR GRATUITO
Edição:
303
Jornal da Universidade Bandeirante de São Paulo • UNIBAN • Ano 10 • de 15 a 21 de maio de 2006
AL XXV
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O iç
O
I Ed
R
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D BA
I
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U
RESERVA DESPROTEGIDA
ENTREVISTA
Projeto Motirô
intensifica um
estilo desafiador.
(págs. 4 e 5)
Um dos maiores
reservatórios de água
subterrânea do mundo,
conhecido por Aqüífero
Guarani, localizado na
América do Sul, cujo
potencial e capacidade
não se conhece por
completo, corre o risco de
não proporcionar os
possíveis benefícios
devido às faltas de estudo
e administração da
riqueza. (págs. 8 e 9)
02
ED
ITO
RIAL
EDITO
ITORIAL
ED
ITO
RIAL
EDITO
ITORIAL
Nesta semana a Folha Universitária
traz como Matéria de Capa um assunto
totalmente
desconhecido
dos
brasileiros em geral, o Aqüífero
Guarani. Mas o que é isto? Pois bem, é
um lençol freático em porções
“gigantescas” que está embaixo de
quatro países sul-americanos diferentes:
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Agora prestem atenção: o Tio Sam,
com sua esperteza de praxe, ou
melhor, no âmago da hipocrisia e com
o puro oportunismo de sempre, já
tratou de instalar uma base em
território paraguaio, num local bem
próximo do perímetro do aqüífero.
Portanto, imaginem daqui há 20 anos
com o fim da água potável a guerra que
está por vir!
Desacordos à parte, a Entrevista
desta edição é com a banda Motirô.
Não conhecem? Conhecem, sim!
Duvido que alguém não tenha
escutado o hit “Senhorita”, um sucesso
nas pistas de dança e nos toques de
celular. Os integrantes Lino Crizz, Tio
Fresh e DJ Hum falaram sobre os novos
rumos do rap e o preconceito existente
na cena.
Já a editoria Cultura apresenta uma
matéria sobre a exposição que está em
cartaz no Museu Afro-Brasil: O
Universo Mítico de Hector Julio Paride
Bernabó – o baiano Carybé. Trata-se de
um panorama do pintor, desenhista,
ilustrador, ceramista, escultor, muralista,
pesquisador, historiador e jornalista
argentino que na década de 30 veio a
trabalho para a Bahia e se apaixonou.
Resolveu se tornar baiano. Entre seus
trabalhos estão ilustrações para o livro
Macunaíma, de Mario de Andrade,
além de desenhos para livros de Gabriel
Garcia Márquez e Ruben Braga. Sem
esquecer que seu grande amigo, Jorge
Amado, também foi agraciado pelas
suas ilustrações em quase todas as suas
obras.
Tenham uma ótima leitura!
Mariana de Alencar
Diretora de Redação
ICE
ÍNDICE
ÍND
ED
ITO
RIAL
EDITO
ITORIAL
po
lític
o
polític
lítico
Ação Social ............................... 3
Em prol da segurança infantil
Mais um escândalo envolvendo membros
do Congresso Nacional, eleitos democraticamente por seus redutos espalhados por este
Brasil, assola o País: esquema de compra fraudulenta de ambulâncias por meio de emendas parlamentares. Isto foi descoberto pela
Operação Sanguessuga, da Polícia Federal.
Ao todo já foram identificados 63 nomes
de deputados, sendo que 36 não serão investigados pela Corregedoria-Geral da Câmara
simplesmente porque não existem indícios fortes nos documentos adquiridos pela Polícia
Federal. Seis funcionários de parlamentares
foram presos, mas seus chefes não serão investigados. Três outros representantes populares também não serão ouvidos pelo órgão
corregedor da Câmara, pois seus assessores são
apenas acusados. Um fato curioso aconteceu
com dois deputados que escaparam porque
não foram identificados por completo, pois
têm homônimos na Casa Legislativa.
Restaram 16 para a Corregedoria-Geral
da Câmara dos Deputados deliberar sobre a
culpabilidade ou não deles no esquema de
compras fraudulentas de ambulâncias por
meio da liberação de verba via emendas parlamentares.
Em depoimento à imprensa, o
corregedor-geral do Congresso Nacional,
deputado Ciro Nogueira (PP-PI), fez uma declaração bem conhecida por todos os brasileiros nos últimos anos: “É o maior escândalo da história do Congresso Nacional”.
Acontece que a ex-funcionária do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, presa
pela Polícia Federal, elaborou uma lista contendo 81 nomes de parlamentares – entre
eles um senador, sendo que declarou que
são, ao todo, 170.
A outra parte envolvida na negociata é
uma empresa sediada em Cuiabá, Mato
Grosso. O mais engraçado disso tudo é a
mensagem da empresa em seu website: “Não
há nada mais importante em um município,
Estado ou país que a saúde, a educação e a
segurança dos seus habitantes. São prioridades de extrema importância, além de necessidades básicas das pessoas. Cabe ao administrador público este auxílio, garantido por
lei aos contribuintes. Para facilitar estas transações existe a Planam Veículos Especiais,
uma empresa capaz de dar movimento a
estas necessidades...”
Entrevista ........ 4 E 5
Novos rumos no hip hop
território copa ..................... 6
França e Suíça
CIDADE ........................................... 7
Osasco implanta parto humanizado
Matéria de Capa ................ 8
Aqüífero Guarani sob alerta
E
9
comportamento....... 1 0
Novos horizontes
de interatividade
por dentro da uniban ... 1 1
Docente da UNIBAN
é doutor em cemitérios
CULTURA ................... 12
A Bahia sob a ótica
de Carybé
Guia Universitário
e Preliminares ....................... 1 3
ESTÁGIOS e CLASSIFICADOS 1 4
TV UNIBAN
E HORÓSCOPO ......... 15
ENTRETENIMENTO .................. 16
Diário Oficial UNIBAN
(encartado)
Nilson Hernandes
EXPEDIENTE: Folha Universitária é uma publicação semanal da Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN - Ano 10. Edição nº 303 de 15 a 21 de maio de 2006.
Reitor: Prof. dr. Heitor Pinto Filho. Vice-Reitores: Prof. MS Milton Linhares e Prof. dr. Silvino Lopes. Pró-Reitor Acadêmico: Prof. dr. Heitor Pinto Filho (interino). Assessor Comunitário: Américo
Calandriello Júnior. Diretora e Jornalista responsável: Mariana de Alencar (Mtb 39.663). Direção de Arte, ilustrações, produções gráfica e editorial: Ronaldo Paes e Ricardo Neves. Editorchefe: Nilson Hernandes. Editor de Ação Social, Cidades, Território Copa, Comportamento, Moda e Beleza: Cleber Eufrasio. Editor de Entrevista, Capa e Cultura: Renato Góes. Repórteres:
André Sato e Manuel Marques. Colaboradora: Flávia Delgado. Fotos: Ricardo Trida. Estagiário: Jairo Giovenardi . Diário Oficial UNIBAN: coordenação Francielli Abreu. Impressão: Folha Gráfica.
Cartas para a redação: Av. Braz Leme, 3029, Santana, São Paulo, CEP 02022-011. Tel. (11) 6972-9008. e-mail: [email protected] - Home page: www.uniban.br - Tiragem: 30.000
AÇÃO SOCIAL
Por Cleber Eufrasio
Em prol da segurança infantil
A ONG Criança Segura ajuda na prevenção de acidentes
instruindo os pais, escolas e associações
Ricardo Trida
Poucos sabem, mas os maiores índices de mortes envolvendo crianças de 0 a 14 anos
ocorrem em momentos de
distração e pela falta de informação dos pais. A cada ano,
os acidentes com crianças
nessa faixa etária resultam em
quase 6.000 mortes. Mais de
140.000 são hospitalizadas só
na rede pública. A ONG Criança Segura, que está há cinco anos no Brasil e outros 15
nos EUA, trabalha para diminuir esses índices. Para se ter
uma idéia, houve uma redução de 40% no número de mortes após os
trabalhos de prevenção nos EUA.
Três frentes de trabalho são o foco para a
rede brasileira. A comunicação, ligada à informação social e à imprensa; a mobilização
na qual os projetos e ações estão no campo
comunitário e as ações de políticas públicas,
que vão de encontro a medidas de segurança sob comando dos órgãos públicos.
As regiões periféricas vivenciam os maiores riscos. É nesse sentido que a ONG presta
atendimento junto aos órgãos públicos como
escolas, associações e em outros pilares dentro de cada comunidade. A coordenadora
institucional da entidade vê o trabalho como
um eixo no diagnóstico dos problemas encontrados. “Identificamos onde ocorrem os
acidentes, criamos uma metodologia de
como prevenir isso e daí levamos para prática, não com as crianças, porque a gente não
tem como ensiná-las diretamente. O que fazemos é ensinar os pais, os agentes, os professores e a comunidade que tem essa responsabilidade”, explicou Cecília Lotufo.
O mundo infantil é rodeado de riscos.
Muitos acidentes acontecem durante as brincadeiras, quando as crianças estão na escola,
em casa ou em parques. Dos brinquedos às
brincadeiras, tudo pode acontecer caso não
haja atenção redobrada dos pais. E são eles
os principais agentes para as ações desenvolvidas pela Criança Segura. Outros casos
registrados pelo Ministério da Saúde são com
relação às armas de fogo, acidentes no carro
e dentro de casa, afogamento, atropelamen-
“Identificamos
onde ocorrem os
acidentes, criamos
uma metodologia
de como prevenir
isso e daí levamos
para prática, não
com as crianças,
porque a gente não
tem como ensinálas diretamente”,
explicou Cecília
Lotufo
to, envenenamento, quedas, queimaduras,
sufocação e engasgamento. “Tudo o que fazemos é colocar a questão da atenção do pai
com o filho, que precisa ser freqüente. Todo
os acidentes acontecem no momento de
desatenção”, comentou Lotufo.
Estima-se que pelo menos 90% dos acidentes têm como ser evitados. Ações
educativas; modificação no meio ambiente;
modificação de engenharia e a criação e cumprimento de leis e regulamentos específicos são
as principais recomendações.
O Ministério da Saúde aponta que em
2003 o número de mortes de crianças com
até 14 anos, separados por cada tipo de
acidente, foi o seguinte:
• Afogamento:
1527 mortes e 737 hospitalizações
• Sufocação:
771 mortes e 614 hospitalizações
• Quedas:
289 mortes e 75.584 hospitalizações
• Queimadura:
420 mortes e 10.823 hospitalizações
• Intoxicação:
54 mortes e 6.876 hospitalizações
• Armas de fogo:
52 mortes e 691 hospitalizações
CRÔNIC
CRÔNICA
CRÔNICA
ASS DO
DO
C
OTIDIANO
COTID
OTIDIANO
IANO
Viagem na vertical
Depois do advento dos lanchinhos
sem graça - leiam-se os odiosos
amendoinzinhos e barras de cereal
que dão azia - preparem-se para mais
uma novidade daquelas, senhores
passageiros com destino a qualquer
lugar que precise ir de avião.
Outro dia um jornal publicou que
uma empresa aérea no exterior vai
lançar um projeto revolucionário:
uma aeronave na qual as pessoas
viajarão de pé. Como? É isso aí. É o
ápice da crise do espaço! Os viajantes
passarão o tempo do vôo encostados
em alcochoadas paredes, presas por
cintos de segurança da decolagem ao
pouso.
Não reclamam tanto que as
poltronas estão cada vez mais
apertadas e desconfortáveis? Que
ficar sentado por muito tempo
incha os pés e dá varizes? Então,
seus problemas se acabaram?
Naquele melhor
estilo
das
Organizações Tabajara!
A passagem vai ficar mais barata,
é verdade. E pensando bem, acho
que o paulistano vai tirar de letra.
Quem já não ficou na fila pelo menos
uma hora esperando no banco ou para
ter outro atendimento? Já viajamos
mesmo enclausurados em outras
máquinas de aço? Trancafiados nos
carros, de vidro fechado com medo
de assalto, parados nos opressores
engarrafamentos em túneis e
marginais da vida, espremidos em pé
nos ônibus pelas ruas afora (um
passinho à frente, por favor!),
escorados uns nos outros na hora do
rush por debaixo da terra (quem tem
dúvida, dê uma passadinha na Estação
Sé às 18h para sentir como é
agradável).
Viajar na vertical, então, vai ser
mamão com açúcar...
• Atropelamento:
1.192 mortes e 8.146 hospitalizações
por Flávia Delgado
03
ENTREVIST
A
ENTREVISTA
Novos rumos no hip hop
A Folha Universitária conferiu o ensaio da banda Motirô e bateu um papo
com os integrantes Lino Crizz, Tio Fresh e DJ Hum. Os novos rumos do rap
e o preconceito existente na cena foram os principais assuntos
Com a chegada do disco Um Passo à Frente –
Episódio 1, o projeto Motirô pretende se consolidar
como um dos principais nomes da black music
brasileira. Idealizado por DJ Hum, que conta com
a companhia dos vocalistas Lino Crizz e Tio Fresh,
o conjunto conquistou fama por meio do hit
“Senhorita”, sucesso nas pistas de dança e nos
toques de celular. A mistura de elementos do hip
hop, do jazz, de ritmos latinos, árabes e reggae,
além do próprio formato da banda com vários
instrumentistas, mostra um diferencial que pode
não agradar aos fãs mais tradicionais do rap, mas
pretende conquistar novos públicos e viabilizar
comercialmente o estilo musical.
Folha Universitária – Vocês estão promovendo o
lançamento de um álbum, com vários shows e
por isso estão ensaiando bastante. Muito até pelo
formato do show, que conta com vários
instrumentistas para manter
ao vivo o mesmo pique e
sonoridade do disco. Como
tem sido essa rotina?
DJ Hum – Bom, como você
conferiu no ensaio, isso que
o Motirô faz é uma coisa
nova no rap. Como o Lino
é novo na banda e sempre
toca com a galera em vários
projetos, pensamos em
juntar o lance da tecnologia
e a linguagem do hip hop com banda, o que nos
traz mais responsabilidade pois foge do formato
tradicional que é MC e DJ. Isso dá mais
dinamismo no palco e permite que os músicos
se integrem com a cultura hip hop, algo que no
mundo inteiro já acontece.
Folha Universitária – Durante o ensaio você
levantou o assunto de que muitos dos
organizadores de shows de rap estão levando
prejuízo e que migraram para outros estilos
musicais, como o forró e o axé. Essa inovação do
rap é mais do que necessária? E como vocês
sentem a resposta do público?
DJ Hum – Na minha opinião, as pessoas estão
vendo o Motirô como um grupo que teve a
coragem de entrar no mercado e no mundo
moderno, não digo de modo inovador, mas sim
desafiador. Enquanto todo mundo vai remando
para um lado, nós estamos indo contra a maré,
trazendo novos horizontes. A gente acredita que
o mundo mudou. O pensamento de hoje não é
igual a 2000, por exemplo. Mas a nossa
expectativa é que as pessoas entendam que não
Fotos: Renato Góes
04
O trio, acima,
conduz com estilo e
qualidade uma nova
forma de apresentar
a mistura musical
é porque a gente faz rap é que temos que viver
sempre no gueto, sem nada no bolso, duro, sujo,
ou até mesmo usar roupa de marca e não
aprimorar o seu conhecimento musical, sua
educação moral e até mesmo seu princípio
espiritual. O Motirô está trazendo isso pra galera.
Lino Crizz – A gente não tem a pretensão de
agradar a gregos e troianos. Cada um tem uma
cabeça, cada um tem um jeito. Claro, a gente
também não faz som para agradar as pessoas. A
gente não pensa “que tipo de público a gente
vai dirigir esse som” ou “que tipo de público a
gente vai fazer esse tipo de música”. Não
funciona assim. Primeiro a gente tem que agradar
a gente. Temos que ficar confortáveis com o que
a gente faz, o que a gente escreve, canta, rima,
como a gente corta os scratchs. Porque afinal, a
maior façanha do artista é exatamente fazer com
que o público acredite que aquilo que você está
fazendo vem de você. Se alguns rappers vão
torcer o nariz, eu estou mais preocupado em
manter quem está gostando do Motirô e minha
integridade musical e pessoal também. Nós
temos uma postura também que não é de “abrir
as pernas” para ninguém. O DJ Hum tem mais
de 25 anos de carreira. Eu tenho 18 e o Tio Fresh
está na ativa desde 92. Se a gente está lutando e
conquistando nosso espaço agora é porque lá atrás
nós tivemos que acreditar no que a gente faz.
Folha Universitária – Percebe-se no som de
vocês várias influências musicais distintas:
jazz, soul music, alguma coisa de samba,
música latina e árabe. O que cada um de vocês
acrescentou musicalmente no Motirô?
DJ Hum – Bom, vou deixar claro aos seus
leitores que o Motirô é um projeto que foi
direcionado. Não vamos fazer pose de
intelectual. A gente fez um projeto para tocar
na pista, para ir para outro país. É um projeto
direcionado. Como dizem por aí, comercial,
mas eu digo para não tomar prejuízo. Para fazer
um disco você paga capa, fabricante etc.
Folha Universitária – Até porque vocês vivem
de música.
DJ Hum – Pois é. No nosso caso, a voz do
Lino Crizz tá sempre nos melhores discos, o
Tio Fresh a mesma coisa, rima, canta. E tem
eu que trampo (sic) em estúdio, produzo. A
gente gosta do que faz, o que é uma grande
vantagem. A gente também não pode fechar
os olhos para esse mundo moderno e saber
que a gente tem talento, capacidade e história
para fazer um bom trabalho e ficar com receio
do que os outros vão dizer. Nós estamos num
05
Por Renato Góes
outro mundo. A nossa época de protesto já
foi e cada um de nós já fez a nossa parcela. A
gente faz hoje muito mais do que naquela
época, pois temos condições financeiras. Isso
é que as pessoas têm que entender. Se você
tem condição financeira, você pode fazer
muito mais. Não precisa esperar dois ou três
meses para o Estado fornecer um palco. Você
vai lá e banca. O Motirô partiu dessas
influências musicais para atrair um novo
público para ouvir o nosso discurso. A gente
precisa fazer isso.
novidade para a música brasileira. Mas também
tem uma turma que seguiu os passos do Motirô,
que além de buscar essa brasilidade faz um som
para pista.
Folha Universitária – Durante o ensaio você
chegou a citar o B Negão e Black Alien.
DJ Hum – Exatamente. Eu sinto que os caras
fazem uma música que é que nem o Lino falou.
Eles gostam de fazer isso.
Tio Fresh – Eles têm uma identidade própria
mesmo.
DJ Hum – O que eu percebo muito é que a
galera nos seus 20 e poucos anos curte um tipo
de rap. Passou dos 20, eles começam a entender
a coisa do jazz, da banda. O Sabotage mesmo
foi um dos primeiros a abrir a mente. Ele foi um
dos primeiros a abrir os horizontes para todos os
lados. Gravava com todo mundo. Ele teve a missão
dele que foi exatamente essa: “gente, chega!
Nós somos contra o preconceito e vamos ser
preconceituosos?”. Tem esse lado.
fazem o rap da periferia não perceberam isso. O
pessoal do axé e do forró perceberam.
Lino Crizz – O funk carioca é o melhor exemplo
disso.
DJ Hum – Nós nos preocupávamos tanto em
fazer show com políticos, em comício, que nos
esquecemos do nosso povo. Era show no
Anhangabaú em palanque. E o nosso povo?
Enquanto isso, o pessoal do forró e do axé
estavam na periferia fazendo show. Mesmo com
os problemas sociais, a periferia cresceu.
Folha Universitária – A informação está mais
acessível também.
DJ Hum – Pois é, a periferia hoje tem lan
house. Um cara falou para mim: “Ah, na
periferia não tem”. Tem sim senhor. Na Paulista
são R$ 5,00, mas em Ferraz de Vasconcelos é
R$ 0,75 por 15 minutos. Entendeu? Na
periferia tem os preços mais acessíveis. As
realidades são muito diferentes, as pessoas
têm o acesso ali.
Lino Crizz – A questão é até a seguinte.
O povo precisa saber o que é
proporcionado para ele. Hoje todo
mundo quer se ligar em Internet e de
repente tem uma lan house na porta
da casa dele e desperta a curiosidade.
O povo só vai ter acesso a partir do
momento em que for dado a ele.
Enquanto você só tiver água suja para
dar ao povo, é o que ele vai beber. Mas
Folha Universitária – ...consome cada
no dia que você tiver a opção de tomar
vez mais o rap internacional, que por
água suja e água limpa, o que você acha
sua vez não pára de se misturar com
que ele vai querer? A mesma coisa é
outros gêneros musicais...
com a informação. É também uma
DJ Hum – ...como a gente faz
questão do próprio povo se instruir e
também. É legal, as coisas mudam.
buscar essas informações. Nós somos
Não dá para ficar parado no tempo. É
carentes, nós somos isso e aquilo, como
que nem no futebol. Se você vai a
todo rapper diz, mas e daí? Vou ficar
campo sem preparação, com aquela
de braços cruzados esperando o
chuteira furada, meião velho e sem
governo fazer alguma coisa por mim?
caneleira, vai ser massacrado. O que
Eu não.
eu vejo no rap hoje é que muitos
A inovação do projeto Motirô condiz com as
DJ Hum – Foi isso que aconteceu.
grupos não acompanharam a
influências musicais. No ensaio são ouvidos ritmos
Todos os rappers protestando como nós
evolução. É difícil, mas tem que
como o jazz, soul music, samba e até música latina
também. O que a gente vê é que não
acompanhar.
mudou nada em 10 anos. De 2000 para
2005 aconteceu muita coisa. Nós temos o
Folha Universitária – Quais artistas estão Folha Universitária – Quando se fala de rap, o
nosso papel, concordo. O reconhecimento em
seguindo essas novas “tendências” no rap papo sempre gira em torno do preconceito. É
um movimento criado pela comunidade negra
assumir sua negritude, buscar conhecimento
brasileiro?
por meio da leitura. Isso foi em 1995. Você
DJ Hum – Eu acho que três projetos que não são que ganhou voz, só que mostra muito ranço,
pega os discos dessa época e eles vendiam
ligados exatamente ao hip hop, mas trazem uma preconceito. Nada pode mudar, tem que ser
30, 50 ou até 70 mil cópias. As pessoas
nova cara à música brasileira. Um deles é a Nação naquela fórmula, qualquer mudança é mal vista?
DJ Hum – Eu entendo o que você quer dizer.
compravam até para conhecer essa cultura.
Zumbi. Cada disco é totalmente diferente e o
Toda mudança é complicada. Se você quer mudar
Desse ano para cá, o pessoal começou a ficar
hip hop está enraizado. É um tipo de música muito
de casa, tem que tirar os móveis de lugar, mas
disperso. Naquela época se fazia música e
positiva. Eu ouvi muito Nação Zumbi e Mundo
vai ter que arrumar. E se vai mudar, tem que ser
gravava em fita cassete ou rolo. Hoje em dia,
Livre S/A para fazer duas músicas desse disco. E
para melhor. Toda mudança e renovação tem um
o cara faz uma música e em 20 minutos está
eu vejo uma geração de artistas fazendo rap com
preço. Durante muito tempo a periferia ficou
no Myspace, dispara pelo mailing, no Orkut,
samba como o D2 e o Rappin’ Hood, além de
estagnada. Hoje ainda está. Os problemas sociais
tem os sites das gravadoras e toda a Internet.
uma galera dos bairros que estão fazendo essa
existem. O mundo inteiro tem problemas. As
Para se dar bem, tem que contar com talento,
mistura.
pessoas imaginavam a periferia como o lugar que
dinheiro, prestígio e ajuda divina. Acho que
Tio Fresh – Tem o DJ Negralha, que mistura
nunca teria banco 24 horas, posto de gasolina 24
são essas quatro coisas. Se eu lembrar de mais
samba rock com hip hop.
horas, supermercado 24 horas... as pessoas que
DJ Hum – Tem essa turma que está trazendo
uma te falo depois (risos).
Folha Universitária – Essa mistura musical já
é uma tendência do rap. Começou com a
mistura com o rock pesado...
Tio Fresh – ...isso é world music, como a gente
costuma falar. O fato de nós três fazermos
parte da mesma escola musical só contribui.
A gente é bem eclético quanto a isso, com
conceitos musicais bem diferentes. E deu no
que deu.
DJ Hum – Bom, a gente estourou
com “Senhorita”. Foi bem legal, fui
para Inglaterra fazer um tour,
conhecer o que rola lá, e voltei com
uma outra cabeça. Você começa a
perceber que o público de hoje é
mais exigente e tem por base o rap
lá de fora, que eles vêem na MTV...
06
TERRITÓRI
O C
OPA
TERRITÓRIO
COPA
Por Manuel Marques
França
Quando se fala na França é provável que muitas imagens e
histórias venham à mente do leitor. Essas imagens podem ser
desde a Revolução Francesa ao famoso protesto dos estudantes
em maio de 68. A torre mais famosa do mundo está lá, os castelos
e catedrais mais antigos e conservados da Europa também. Os
franceses se vangloriam de possuir os melhores vinhos do mundo.
No que diz respeito ao conhecimento e à ciência vale lembrar que o
Iluminismo se originou lá e como se não bastasse, a enciclopédia
moderna também. No século XX, a filosofia existencialista de Albert
Camus e Jean Paul Sartre, além das concepções da escritora feminista
Simone Beauvoir, dominaram o pensamento filosófico contemporâneo.
Imaginar o mundo moderno sem a França é o mesmo que pensar no
ocidente sem a Grécia.
A República da França é um dos maiores países da Europa, ainda tem
mais dez territórios em quase todo o mundo, incluindo uma ilha e a Guiana
Francesa, aqui na América do Sul, e uma parte significativa da Antártida. Os
princípios que regem o país são destacados em sua bandeira tricolor: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Nos últimos 100 anos esses princípios foram
quebrados uma única vez, durante a II Guerra Mundial, quando Hitler e seus
soldados invadiram o país do filósofo Voltaire. Esse breve percalço não impediu os franceses de possuírem uma das melhores economias do globo, distribuir sua renda, alfabetizar 99% da população e de ter uma boa expectativa de
vida para os seus cidadãos, 79,8 anos.
O país é 90% católico. E é justamente nesse ponto que reside um dos
poucos motivos para vergonha do povo. Isso ocorreu em 24 de agosto de
1.572 quando os católicos se juntaram à rainha Catarina de Médice para
assassinar milhares de protestantes calvinistas que viviam no país. A data é
mundialmente conhecida como a noite de São Bartolomeu. Há também
outro ponto triste envolvendo o catolicismo: uma menina de 13 anos de
idade, conhecida como Joana d’Arc, convenceu um conselho de teólogos de que Deus lhe havia encomendado salvar a França, durante a
Guerra dos Cem Anos. A moça conduziu o país a diversas vitórias
militares em 1429. Um ano depois, ao dirigir uma batalha sem autorização do clero, foi acusada e condenada por heresia e bruxaria, por
pretender tratar com Deus sem levar em conta a Igreja Católica. A
jovem Joana d’Arc foi queimada na fogueira em 1431.
E no futebol? A França é ótima, tanto
que ocupa a 7a colocação no ranking da
FIFA e já faturou uma Copa do Mundo.
E pior, em cima do Brasil. Aliás, a Seleção Brasileira é freguesa dos franceses em competições oficiais: em
1986 o Brasil foi eliminado por
eles na Copa do México, em
98 tomou três ‘cacetadas’ na
final do mundial e no ano seguinte os brasileiros prometeram
vingança na Copa das Confederações,
mas apanharam de novo. É bom que
o time de Parreira evite enfrentar
o craque Zidani no mundial da
Alemanha.
Suíça
A República Federal da Suíça também fica na Europa.
Não teve tanta importância para o desenvolvimento da arte
e da ciência. Ocupa um pequeno território, com uma superfície de apenas 41.284 km2, mas possui o maior padrão
de vida de todo o mundo. Ali tudo funciona, a começar pela
rede de transportes que é ótima. A maioria das cidades é de
pequeno porte, o que permite boas caminhadas e passeios
nos confortáveis bondes.
A Suíça é um dos países mais montanhosos da Europa. Os Alpes
ocupam mais de 70% de todo território. Contrastando com esses
picos nevados, muitas casinhas e nada de edifícios que lembrem a
nossa Avenida Paulista. Quem esteve no país concorda que os Alpes
emprestam um ar romântico e se o casal tiver habilidade e contar com
a sorte de visitar o país no inverno poderá até esquiar. Como se não
bastasse, a Suíça também é famosa pelos seus belos lagos e um quarto
do território é formado por florestas produtivas.
A composição étnica da Suíça baseia-se nas principais comunidades lingüísticas européias: alemães, franceses e italianos. A língua
mais falada é o alemão-suíço (67% da população), que se diferencia
da língua falada no país da Copa por tratar-se de um dialeto muito
diferente do alemão escrito. Mais ou menos como o português da cidade do Porto e o falado na periferia de São Paulo. Menos de 10% da
população são compostos por espanhóis e turcos.
Embora haja alguns judeus e adeptos de outros grupos religiosos,
92% dos suíços são cristãos. Falando em cristianismo, esse país é
extremamente importante para os protestantes. Foi em Genebra que
os reformadores do século XVl se reuniram para votar os princípios
fundamentais da fé evangélica. A primeira dessas regras, a base de
todas as outras, diz que a Bíblia é a única regra de fé e prática do
crente. Em celebração a esse evento foi inaugurado o Museu Internacional da Reforma Protestante, um espaço de divulgação
cultural que enfoca os capítulos dessa história que se desenrolou em Genebra, cidade em que nasceu o teólogo João Calvino.
O local escolhido para abrigar o museu é simbólico, pois o edifício onde está situado foi
construído em 1723, precisamente no mesmo local em que no dia 24 de maio de
1536 os habitantes de Genebra decidiram
adotar a Reforma.
Mas ninguém é perfeito e um dos maiores defeitos dos suíços é justamente no
futebol. Copas do Mundo nunca ganharam, os clubes locais também não tem
expressividade no cenário europeu. A
seleção que atualmente ocupa a posição de número 35 no ranking anual
da FIFA não tem grandes expectativas de levantar o caneco na Alemanha, mas a pouca esperança
que tem está depositada
nos pés de Frei, o melhor
jogador do país.
CIDADE
CIDADE
Por Jairo Giovenardi
Osasco implanta parto humanizado
As futuras mamães do município de Osasco
podem se preparar para receber um atendimento
muito mais acolhedor no pré e pós-operatório: trata-se do chamado parto humanizado, um procedimento adotado para resgatar valores e condutas
naturais da mulher. O projeto deve atender as normas do Ministério da Saúde, conforme a portaria
2.418, de 2 de dezembro de 2005, que exige a
realização deste procedimento em todos os hospitais públicos e conveniados com o Sistema Único
da Saúde (SUS), e tem como principal objetivo acolher a gestante em todos os períodos da gravidez.
Desde o início as ações visam o acompanhamento do pré-natal na rede básica ou onde quer
que ela vá começar o tratamento, além de ações
educativas, preventivas e multidisciplinares com
fisioterapeutas, ginecologistas e nutricionistas. O
diretor-técnico do Hospital Municipal e Maternidade Amador Aguiar, dr. Eduardo Augusto Pereira, acredita que tudo pode ser realizado com eficiência, sem
deixar de lado o desenvolvimento tecnológico. “É
necessário ter um treinamento, uma orientação, uma
Ricardo Trida
A ação acompanha a gestante do pré-natal ao pós-operatório.
Ações educativas e serviços médicos especializados estão também inclusos
A maternidade realiza mais de 400
partos por mês e passa por algumas
adequações em sua estrutura
série de ações voltadas para o desenvolvimento disso que desejamos, que é o parto natural”.
Em Osasco, o parto humanizado está em implantação. A única maternidade municipal realiza
mais de 400 partos por mês e passa por algumas
adequações em sua estrutura, para que possa dar
andamento ao projeto. O local onde a gestante
será recebida, as camas, os equipamentos e os
aparelhos devem estar em perfeitas condições.
A partir de agora, diferentemente do ocorrido,
as mulheres terão direito a um acompanhante na
hora do parto. Desde o pré-natal, o escolhido, ou
a escolhida, pela mamãe deverá estar sempre presente, e não apenas no momento em que estiver
dando a luz. Segundo o dr. Eduardo, toda gestante
terá ao lado não necessariamente o futuro marido,
mas a pessoa em que ela pode realmente confiar.
“Há uma relação entre medo, temor e dor na resolução do parto. Quanto mais medo, receio, sensação de solidão e isolamento, mais difícil fica o
processo”. Além da rotina da mulher na gestação,
quem a acompanhará também deverá passar por um
treinamento, com palestras e conversas que vão orientar sobre o que deverá fazer durante o período.
De acordo com o Ministério da Saúde, não há
informações técnicas computadas sobre o número
de partos humanizados realizados no Brasil e no
Estado de São Paulo.
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MA
TÉRIA D
EC
APA
MATÉRIA
DE
CAPA
Aqüífero Guarani sob alerta
O reservatório natural de águas subterrâneas abrange quatro países da América do Sul e corre
o risco de não proporcionar os devidos benefícios em razão de fatores microambientais
Fotos: Divulgação
Ao assistirmos o telejornal ou ler algum
periódico, certamente haverá uma matéria relacionada ao petróleo. Seja no Oriente Médio, nos EUA ou no Brasil, o petróleo é notícia. Algumas vezes em razão
da falta, outras devido a conflitos e constantemente sobre a alta do preço do barril.
Apesar da preocupação acerca do “ouro
negro”, uma outra substância – essencial
para a existência humana, irá se tornar uma
grande commodity, uma das mais valiosas
e disputadas. Não é difícil deduzir de que
se trata da água.
Muitos países do mundo já passam por
conflitos ligados à água, outros não possuem grandes recursos, entretanto algumas
regiões são privilegiadas no que diz respeito à capacidade hídrica. É o caso da
América do Sul, especialmente do Brasil,
Uruguai, Paraguai e Argentina, que possuem um grande reservatório de águas subterrâneas, denominado Aqüífero Guarani.
Trata-se de um reservatório natural que
ocupa uma área de 1,2 milhões de km² que
se não for estudado e administrado, provavelmente não proporcionará todos os benefícios possíveis.
O Aqüífero Guarani está localizado na
região centro-leste do continente sul-americano. Segundo o Ministério do Meio
Ambiente (MMA), 840 mil km² estão em
território brasileiro, 225 mil km² na Argentina, 71,5 mil km² em solo paraguaio e 58,5
mil km² no Uruguai. A parte do reservatório localizada em território nacional abrange oito
Estados: Goiás, Mato
Grosso, Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul.
Este grande reservatório
natural de água subterrânea formou-se ao longo da
evolução do planeta, por
intermédio do preenchimento de espaços entre as
rochas (poros e fissuras).
Entre 240 e 140 milhões
de anos atrás – Era
Mesozóica, tal região con-
“Isso é uma
realidade mundial,
por outro lado, os
governos devem
tomar cuidado com
essa situação, pois
as camadas pobres
da população
poderão ser
penalizadas,
principalmente se
a iniciativa privada
ocupar este espaço”,
afirmou Marco
Antonio Gomes
sistia num grande deserto. Gradativamente,
a ação eólica acumulou grande quantidade
de areia nessa região, originando um extenso perímetro de dunas.
Por volta de 140 a 120 milhões de anos
atrás, estes depósitos foram recobertos por
lava, originando a Formação Serra Geral,
cuja ocorrência se dá sobre o Aqüífero
Guarani. Após a solidificação dessa lava, a
areia de alta porosidade e condutividade
hidráulica ficou retida, tais procedimentos
geológicos fizeram com que poros, vazios
entre as rochas sedimentares, fraturas e
fissuras das rochas compactadas, armazenassem a água.
O líquido decorrente das chuvas penetra no solo e enquanto vai descendo, há
“Existem pontos
de afloramento e
recarga – pontos
vulneráveis,
onde existem
plantações e
pode haver uma
contaminação
por agrotóxicos,
mas algo
regional,
localizado”,
disse Júlio
Thadeu
um processo de filtragem.
Contudo, isso não significa que a água do reservatório em sua totalidade
seja apropriada para consumo. Por haver um
porcentual de água com
qualidade para consumo
humano, aliado à proteção contra agentes
poluidores, mais a possibilidade de captação em
áreas que demandam esta
substância, tem-se noção
sobre a importância sócio-econômica
do
aqüífero. O fato da água
poder se renovar durante o ciclo
hidrológico e possuir a capacidade de
autopurificação nos remete à idéia de algo
inesgotável e inalterável. Em função disto, historicamente há um tradicional descuido por
parte dos usuários.
Projeto
O MMA, por meio da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), aliada aos Governos
de Paraguai, Uruguai e Argentina, desenvolvem o Projeto Aqüífero Guarani, cuja
meta é a formulação de um marco legal
para a gestão compartilhada deste recurso
hídrico subterrâneo. A fase de preparação
teve início em junho de 2000. Atualmente, o projeto está sendo executado e tem
previsão de término para março do ano que
vem. Entre as premissas básicas do projeto, está a prevenção, ou seja, um mau uso
dessa água pode prejudicar os quatro países. Mapear, conhecer e implementar um
sistema de informação sobre o aqüífero
também estão incluídos no projeto.
“Ainda não se conhece toda a capacidade do reservatório, somente agora nós
estamos fazendo reais estudos sobre este
tema. Em alguns trechos a água não serve
nem para irrigação devido ao alto teor de
flúor”, disse Uriel Duarte, presidente da
Associação Brasileira de Águas Subterrâneas (ABAS). Uma das possíveis ameaças ao
aqüífero é a utilização de agrotóxicos por
09
Por André Sato
intermédio da agricultura. “Existem pontos
de afloramento e recarga – pontos vulneráveis, onde existem plantações e pode
haver uma contaminação por agrotóxicos,
mas algo regional, localizado”, disse Júlio
Thadeu, diretor de Gestão Integrada da
Secretaria de Recursos Hídricos.
“Não existe, ainda, a comprovação deste cenário, embora tenham sido feitas investigações em regiões agrícolas por meio
de projetos sob nossa coordenação. Todavia, estudos continuam, com alguns indícios relativamente críticos nas áreas de
recarga ou afloramento, mas relacionados
a processos erosivos e não a agrotóxicos”,
contrapôs o geólogo Marco Antonio Gomes, pesquisador da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “A
agropecuária não tem visão de
sustentabilidade ambiental. Se não existir
um manejo, pode haver degradação. Entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina,
há 40 milhões de suínos, defecando cinco
vezes por dia, diretamente nos riachos. Após
ingerir a ração, o porco defeca e estas fezes
em contato com a água geram uma substância que é contaminante”, alertou João
Manoel Bicca, coordenador do Movimento
Pró-Rio Uruguai - Aqüífero Guarani.
Outro fator que também prejudica é o
grande número de poços rasos e profundos
que são construídos, operados e abandonados sem os procedimentos pertinentes, em
virtude da falta de fiscalização. Isso sem contar com a presença de lixões em áreas de
recarga – onde a chuva infiltra para chegar
ao subterrâneo, e a extração de minérios.
Água no mundo
Segundo pesquisa feita
pela bióloga Nádia Rita
Boscardin Borghetti, com
base em dados da SRH, cerca de 70% do globo terrestre é composto por água.
Deste total, 97,5% consiste
em água salgada e 2,5% de
água doce. Um porcentual
deste volume em água doce
– 30,2%, pode ser utilizada
para a vida animal e vegetal, pois 69,8% estão presentes nas calotas polares e
geleiras. Considerando os
10,5 milhões de km 3
(30,2%) disponíveis, 98,7%,
correspondem à parcela de
“A agropecuária
não tem visão de
sustentabilidade
ambiental. Se não
existir um manejo,
pode haver
degradação. Entre
o Rio Grande do
Sul e Santa
Catarina, há 40
milhões de suínos,
defecando cinco
vezes por dia,
diretamente nos
riachos”, alertou
João Manoel Bicca
água subterrânea, enquanto 0,9%, tange ao
volume de água superficial e de fácil acesso. Um relatório mundial divulgado pela
ONG WWF, dois anos atrás, afirmou que o
consumo de água está aumentando no
mundo, em contrapartida, as fontes estão
se tornando escassas. Conforme o documento, o consumo dobrou nos últimos 40
anos, compreendidos entre 1961 a 2001.
De acordo com informações da Food
and Agricultural Organization (FAO), 69%
do consumo mundial de água no ano 2000
foram destinados ao setor agrícola, 21% ao
segmento industrial e apenas 10% ao uso
doméstico. Entre os países que mais consomem água estão a Índia, a China, os EUA,
o Paquistão e o Japão.
“É de conhecimento público que a água
será tratada como uma commodity, ou seja,
um bem de valor econômico. Isso é uma
realidade mundial, por outro lado, os governos devem tomar cuidado com essa si-
“Ainda não se
conhece toda a
capacidade do
reservatório,
somente agora nós
estamos fazendo
reais estudos sobre
este tema. Em
alguns trechos a
água não serve
nem para irrigação
devido ao alto teor
de flúor”, disse
Uriel Duarte
tuação, pois as camadas pobres da população poderão ser penalizadas, principalmente se a iniciativa privada ocupar este espaço”, afirmou Gomes. “É preciso ter um
acompanhamento e fiscalização sobre a exploração dessa água, havendo esse procedimento, não há problema em uma empresa privada executar tal atividade”, ressaltou Thadeu.
“O poder público, mesmo com a concessão de serviços de água pela iniciativa
privada, deve exercer pleno poder sobre
o controle e distribuição para a população,
o que já está previsto na Política Nacional
de Recursos Hídricos”, enfatizou Gomes.
Considerando esta gradativa escassez
global, é absolutamente normal ocorrer
uma valorização, ou seja, o Aqüífero
Guarani merece a devida atenção, caso
contrário, outras nações talvez se sintam no
direito de melhor administrá-lo.
Logicamente, este cenário é hipotético,
contudo, os EUA já possuem uma base militar no Paraguai!
“Este cenário de ameaça não está muito claro, embora a presença militar americana seja um fato. Porém, existem indícios
no meio técnico-científico (caso do Projeto de Gestão do Aqüífero Guarani coordenado pelo BIRD-GEF-OEA) que apontam
para um ‘enfraquecimento’ do Brasil como
líder e condutor do projeto. Tanto que técnicos argentinos e uruguaios, apesar de
serem em menor número e terem menos
qualificação profissional, exercem maior
influência sobre o mesmo. Não seria alguma articulação para tirar a força brasileira
no Mercosul? Uma possível divisão ‘abre
portas’ para ‘interesses alheios’ sobre a região!”, concluiu Gomes.
10
c
omportamento
comportamento
Por Renato Góes
Novos horizontes de interatividade
O Myspace se consagra lá fora como o principal site de relacionamentos.
Criar blogs, mostrar vídeos e permitir download de músicas fazem a cabeça
dos internautas e de artistas independentes e consagrados
Um site de relacionamento que é sucesso
de público. Nele você cadastra seu perfil, coloca foto, participa de comunidades, fóruns, revê
e faz novos amigos. Não, não é o Orkut, responsável por uma verdadeira febre virtual no
Brasil, mas sim o Myspace. Desde 2003 no ar,
a página conta com cerca de 68 milhões de
filiados em todo mundo, sendo a maioria esmagadora de norte-americanos. A possibilidade de o usuário criar seu próprio blog e
disponibilizar vídeos e músicas são alguns de
seus diferenciais. Para participar dessa comunidade
não é necessário receber
convite de alguém já cadastrado. É só acessar e fazer
o login. Após preencher os
dados obrigatórios, o usuário pode ainda personalizar sua página com fotos,
papel de parede, link para
o blog, espaço para vídeos
etc. Para quem tem uma
banda, os atrativos são bem
maiores. É permitido colocar clipes e até quatro músicas no formato MP3 para
download ou simples apreciação.
Está aí grande parte do sucesso do Myspace.
Numa época em que a produção de música
independente cresce e se consolida como nunca, a possibilidade de um artista se cadastrar
num site que permite a criação de sua própria
página em uma comunidade composta por
milhões de pessoas parece ser mais do que
oportuna. Ele possibilita aos internautas conhecerem, por exemplo, o som de uma banda do
outro lado do mundo. É só utilizar o modo de
busca, que vai desde país a gênero musical. Na página do DJ
e produtor paulistano Acido,
que faz uma mistura fina de rap
com elementos de jazz, dá para
ver recados de fãs de outros países. O que falar então dos
curitibanos do Bonde do Rolê,
que mesclam funk carioca com
riffs de clássicos do rock. Graças a um DJ americano que conheceu o som deles no
Myspace, eles conquistaram notoriedade e foram apontados
como uma banda revelação lá
fora. O resultado disso pode ser
Fotos: Divulgação
“Para mim, que
sempre achei que ia
ser pop, vender
milhares de discos e
tocar em rádio é uma
alternativa e tanto”,
comentou André
Abujamra
Blogs,
vídeos,
muita
música
e fotos
fazem o
universo
do espaço
A página
da banda
Bonde do
Rolê é
sucesso
revelado
pelo
Myspace
Ricardo Trida
“O Orkut já é mais
fácil e padronizado.
O Myspace abre mais
possibilidades, mas é
mais trabalhoso”,
comentou o VJ da
MTV Rafa
conferido na página deles já
que cadastrou mais de 60 mil
downloads e tem uma agenda
de shows com datas na Europa
e na terra do Tio Sam.
O sucesso é tanto que até
grandes medalhões da música
como Madonna, Pearl Jam, U2,
Shakira, Dr. Dre, Jack Johnson
e Red Hot Chili Peppers aderiram ao Myspace. Só que, quando a esmola é grande o santo
desconfia, as músicas escolhidas
por eles não são permitidas
para download. Mas são
disponibilizados alguns clipes.
Pelo lado do Brasil, nomes como Marisa Monte, 14 Bis, Racionais MC’s e Maria Rita dão as
caras por lá. O mesmo pode-se dizer do músico, produtor e ex-integrante das bandas Mulheres Negras e Karnak, André Abujamra, que
como ele mesmo se define é “um artista gentilmente cedido por ele mesmo”. Para ele, o
Myspace “é uma ferramenta legal, pois permite
o download de MP3. Para mim, que sempre achei
que ia ser pop, vender milhares de discos e tocar
em rádio é uma alternativa e tanto”.
O VJ da MTV Rafa é
outro entusiasta do site,
que para ele tem duas funções principais: descobrir
novos artistas e divulgar o
trabalho de sua própria
banda, Jeremy. Sobre as
diferenças com o Orkut,
no qual ele também está
cadastrado, ele conta que
“quando alguém me adiciona eu já peço que cadastre no Myspace, que
permite um número de
amigos bem maior. No
Orkut é bem mais limitado, no máximo mil pessoas”. Mas ele atenta
para alguns detalhes que talvez expliquem a
razão de tão poucos brasileiros terem se cadastrado no site. “Por ele ser todo em inglês já
dificulta. A configuração da página também é
meio ‘suja’, mas lhe permite personalizar. Mas
quem não tem intimidade com linguagem em
HTML pode sentir um pouco de preguiça. O
Orkut já é mais fácil e padronizado. O Myspace
abre mais possibilidades, mas é mais trabalhoso”, finalizou.
po
r dentro
dentro da
da uniban
por
Por Marisa De Lucia, coordenadora do Núcleo de Jornalismo UNIBAN
Docente da UNIBAN é doutor em cemitérios
O professor de Geografia do Brasil na
UNIBAN, Eduardo Rezende, irá participar
nos dias 20, 21 e 22 de julho de 2006 do II
Congresso Brasileiro sobre Cemitérios na
PUC do Rio Grande do Sul, organizado pela
Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais,
da qual é presidente.
Morador próximo de cemitério desde que
nasceu, Rezende decidiu estudar porque o
espaço do cemitério é utilizado para outros
fins que não o de enterrar pessoas e visitar as
lápides. Entre os outros usos feitos do espaço,
segundo ele, estão comer os frutos das
árvores, aprender a dirigir e até a necrofilia
(relação sexual com o morto), aliás com
inúmeros casos registrados nas delegacias.
A conclusão de seu TCC foi de que na
Ricardo Trida
O TCC do prof. Eduardo Rezende resultou num livro intitulado
Metrópole da Morte Necrópole da Vida
Eduardo Rezende - Presidente da
Associação Brasileira de Estudos
Cemiteriais
metrópole o tempo de lazer é sempre
mediado pelo consumo, pois se você quer
conhecer alguém precisa ir a uma danceteria
e pagar consumação mínima ou ir a um
shopping e consumir. Já o cemitério é um
espaço livre desse consumo obrigatório e
dirigido.
Em seu site www.necropole.hpg.com.br,
são encontradas questões básicas como das
lápides, das epígrafes, dos epitáfios e da arte
tumular. Já em seu livro os assuntos são mais
aprofundados.
O docente da UNIBAN é também
membro e representante no Brasil da
Associação Latino-Americana de Cemitérios
Patrimoniais e organizador do 1º Congresso
de Cemitérios Brasileiros na USP.
da semana
foto da
Por Gisela Lima
Com a mediação de José Nello
Marques, da TV UNIBAN, e Valmir
Salaro, da TV Globo, especialistas
discutem o tema Violência
11
G
CUL
TUR A
CULTURA
Por Manuel Marques
A Bahia sob a ótica de Carybé
A exposição reúne de forma cronológica a obra do repórter argentino que se tornou,
além de um dos mais importantes artistas plásticos do nosso País, baiano por excelência
Era o ano de 1938 e faltava pouco para ter
início a II Guerra Mundial. Mas na América do
Sul, as preocupações eram outras. O aumento
do cangaço e as guerrilhas que fervilhavam no
novo continente. No que diz respeito ao
cangaço, um jornal argentino enviou um jovem repórter para a Bahia com um projeto
ambicioso: fazer uma reportagem especial com
nada menos que Lampião. Só que não deu
tempo de fazer a matéria e o jornalista teve de
se contentar em desenhar as cabeças do rei do
cangaço e de seus capangas, já então decapitadas pelas tropas do governo. Hector Julio Paride
Bernabó, era esse o nome do tal repórter, que
se apaixonou pela Bahia e não quis mais voltar
para seu país de origem tornando-se um dos
maiores artistas da terra de Dorival Caymi.
Transformou em baiano até no nome, Carybé.
500 peças da vasta obra desse artista pode ser
conferida até 02 de julho no Museu Afro-Brasil, no Parque do Ibirapuera.
Batizada de O Universo Mítico de Hector
Julio Paride Bernabó – o baiano Carybé,
a mostra faz um panorama geral da
obra desse artista que era muitas coisas num único homem. Pintor, desenhista, ilustrador, ceramista, escultor, muralista, pesquisador, historiador e jornalista. Ao longo de sua
vida fez cinco mil trabalhos, entre
pinturas, desenhos, esculturas e esboços. Foi ele quem ilustrou o clássico Macunaíma, de Mario de
Andrade, ilustrou ainda obras de
Gabriel Garcia Márquez, Ruben Braga
e de quase todos os livros publicados por Jorge Amado. Aliás foi o
famoso escritor que o apelidou de
capeta Carybé, que faz referência
a um peixe selvagem.
Fotos: Divulgação
12
Três obras de Carybé.
Um artista múltiplo, que
retratou como poucos o
sagrado e o profano
Para Emanoel Araújo,
curador e diretor do Museu Afro-Brasil, Carybé
é um dos principais
renovadores da arte
moderna no País. Segundo ele, a exposição
é significativa porque
mostra as importâncias
histórica, antropológica,
universal do artista. “Ele fez da Bahia a
mítica cidade religiosa e sincrética, que
muitas vezes materializou por meio de
seus magníficos desenhos. Seu olhar foi
profundo por ter aprendido as sutilezas de uma sociedade mestiça e
multicultural”, explicou. E mais:
“Carybé foi um profundo devoto do
universo negro da Bahia, o qual re-
gistrou, conviveu e aprendeu como poucos o fizeram. Esta forma africana de ser, que ainda reside na Bahia através dos deuses e das mães e
pais-de-santo, que cultuam em seus terreiros os
orixás trazidos como patrimônio intangível do
povo africano”.
O artista tem suas obras expostas nos principais museus do mundo, mas a atual exposição é
a maior mostra do artista no Brasil e obedece a
uma ordem cronológica da produção de Carybé,
que retratou como poucos o sagrado e o profano. Aliás, a paisagem e a cultura baianas estão
presentes em mais de 90% desta vasta
obra. Numa entrevista publicada no
fim dos anos 80 explicou que o seu
tema favorito era mesmo a Bahia, e
justificou dizendo que ali tinha tudo
o que um pintor procura: luz, água,
mar aberto e vida. “Na Bahia a gente vê o corpo humano funcionando”, declarou. E essa vida ele
mostrou nos cultos do candomblé, índios fumando, brancos pescando, negros jogando capoeira, baianas em posições sensuais e de formas bem avantajadas,
além de grandes baianas com seus
tabuleiros. Quem for na amostra verá desenhos como esses
em profusão.
O Universo Mítico de Hector Julio Paride
Bernabó – o baiano Carybé
Museu Afro Brasil – Espaço Petrobras
Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega
Parque Ibirapuera – Portão 10, Tel: 5579 0593
Visitação gratuita - Até 02 de julho
De terça a domingo, das 10 às 18h.
PRELIMINARES
GUIA UNIVERSITÁRIO
UNIVERSITÁRIO
Traí minha namorada no começo
do namoro com uma ‘mina’ que
gostava de sexo selvagem. Não
tenho mais contato com ela, mas
tenho um enorme desejo de fazer
daquela forma. Só que minha
namorada não gosta. Eu não gostaria
de traí-la de novo. Queria que ela
topasse fazer diferente. O que posso
fazer para ela aceitar?
R.G. – aluno da UNIBAN
Um filme de Miguel Faria Junior e que retrata
a vida do maior poeta do cotidiano. Com
depoimentos de amigos, familiares e parceiros,
o DVD duplo pode ser visto como um filme ou
um show de interpretações de gente como
Camila Morgado, Ricardo Blat, Chico Buarque,
Zeca Pagodinho, Adriana Calcanhoto, Maria
Bethânia, Caetano Veloso e muitos outros.
Imagens raras de Vinícius falando sobre sua
admiração e influência que adquiriu do jazz, a revolução musical que ajudou
a criar com Tom Jobim, João Gilberto na bossa nova ou o período de
desenvolvimento dos afro-sambas junto de Baden Powell. Além de conhecer
a vida do “branco mais negro do Brasil”, pode se ouvir clássicos como O
Canto de Ossanha, Medo de Amar, Soneto da Fidelidade, Eu sei que Vou
te Amar, Tarde em Itapoã e muito mais. Ainda tem um DVD de extras com
cenas estendidas, inéditas, músicas, fotos, em 124 minutos de filme. (RN)
Distribuidora: Paramont – preço médio: R$ 44,90
Ricardo Trida
Vinícius
Quatro jovens fotógrafos de diversas nacionalidades da Agência Magnum –
Thomas Dworzak, Paolo Pellegrin, Ilkka Uimonen e Alex Magoli - rodaram o
mundo captando desgraças humanas que lhes renderam imagens chocantes.
Entre mortos e feridos, crianças e prostitutas. Os autores das obras transitaram
entre guerras, catástrofes, problemáticas sociais, simples retratos e situações de
diversificadas raças, sexo, cultura
e crença. Ao observar os
fotogramas, a autoria dos trabalhos
acaba sendo ofuscada pela
imagem registrada. A exposição passou por Nova York,
Berlim e agora chegou em São Paulo. São cerca de 300
fotos. (MA)
Museu da Imagem e do Som (MIS)
Avenida Europa, 158, 1º andar, Jardim Europa
de Terça a Domingo, das 12h00 às 20h00
Entrada Franca - Até 11 de junho
Divulgação
Off Broadway
Tenho uma enorme atração por
uma amiga de classe. Ela é muito
simpática e bonita, só que namora.
Às vezes, acho que ela tem interesse
por mim, mas fico na dúvida. O que
devo fazer?
G.P. – aluno da UNIBAN
Resposta: Converse com ela. Se
você estiver afim de passar pelas
conseqüências de tentar, pois terá
que ter muita paciência porque
afinal ela namora, vá em frente. Mas
caso contrário, comece a olhar para
outras meninas. A universidade está
lotada de garotas bonitas!
Divulgação
Plano de Vôo
É este o título do mais recente filme do jovem cineasta alemão, Robert
Schwentke. A película é uma leitura moderna do clássico A Dama Oculta,
que o mestre Hitchcock filmou em 1938. Kyle, personagem vivido por
Judie Foster, é uma mãe de família americana que vive na Alemanha e de
repente fica viúva e tem de voltar para Nova York com a filhinha de seis
anos. Ela tem a dura tarefa de enterrar o marido. O detalhe é que elas
voltam num avião supermoderno, projetado por Kyle. Esse ponto é
fundamental na história, pois explica porque a heroína conhece tão bem
o avião por dentro. Logo que entram na aeronave, mãe e filha dormem e
quando a mãe acorda, cadê a filha? Trata-se de um
belo suspense e até mais da metade, o filme não dá
muitas respostas ao espectador. A mãe sabe que a
garota entrou no avião e tem de estar lá, mas onde?
Pergunta aos passageiros, mas ninguém tem a resposta.
A primeira dedução é a de que a heroína é, no
mínimo, perturbada, e nesse ponto, mais uma vez
Jodie dá um show de interpretação. A edição em DVD
é fraca em bônus, mas a verdade é que, enquanto
dura, o filme funciona bem, e mantém o suspense e
nossa atenção até o último segundo. (MM)
Distribuidora: Buena Vista - preço médio: R$ 45,00
Resposta: Tente conversar com
ela sobre isso. Explique que na
relação existem duas pessoas com
gostos e jeitos diferentes. Fale para
ela quebrar os preconceitos e tentar
lhe agradar. Deixe-a bem à vontade,
pois se ela realmente tiver tesão em
você ela irá tentar.
Se você quer contar sua
história ou solucionar alguma
questão relacionada a sexo,
relacionamento e outros assuntos
é só enviar um e-mail para
[email protected]
que ela será respondida
13
14
estági
os
estágios
Para as vagas que não estão com os códigos, os coordenadores
de cada curso estão aptos a prestarem informações aos alunos.Os
alunos devem entrar em contato pelo site www.ciee.org.br ou
telefone: 3046-8211
São 238 vagas na região de Santana
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05 de Pedagogia
02 de Turismo
76 de Administração
85 de Sistemas de Informação
41 de Direito
03 de Ciências Contábeis
02 de Licenc. em Matemática
24 de Processamento de Dados
São 18 vagas para a região do ABC
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04
02
06
05
01
de Administração
de Arquitetura
de Engenharia
de Direito
de Ciências Contábeis
São 189 vagas na região do Campus
MB I e MB II
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02 de Nutrição
03 de Pedagogia
02 de Arquitetura
01 de Ciências Contábeis
24 de Administração
26 de Processamento de Dados
11 de Comunicação Social
60 de Sistemas de Informação
10 de Direito
33 de Engenharia
04 de Psicologia
02 de Turismo
06 de Design
03 de Fisioterapia
02 de Lic. em Matemática
OPORTUNIDADE DE ESTÁGIO
Empresa Multinacional em Santo Amaro, oferece vagas de estágio para
estudantes do 2º ou 3º ano noturno do curso de Arquitetura e Urbanismo.
Imprescindível condução própria. Oferecemos: Bolsa Auxílio de acordo
com o ano escolar; Vale Refeição; 1 vaga no estacionamento; Cesta Básica;
Assistência Médica; Premiação Anual.
Os interessados deverão entrar em contato com Mari - Deptº Seleção, pelo
telefone: (11) 5633.2437
O NUBE – Núcleo Brasileiro de Estágios oferece milhares de oportunidades
de estágios para os estudantes, Abaixo algumas vagas de estágio em destaque esta
semana. Para consultar outras oportunidades acesse no site www.nube.com.br
e cadastre seu currículo. Os serviços para o estudante são gratuitos. Caso tenha
você tenha interesse em alguma das vagas abaixo, ligue para (11) 4501-1850 e
informe o código OE. Outras oportunidades no site www.nube.com.br
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Estágio para Direito – 7º ao 9º sem. BA R$ 750,00 – OE 34827
Estágio de Sist. Inform. – 5º ao 6º sem. BA R$ 5,89/h – OE 34231
Estágio Admin. – 3º ao 6º sem. BA R$ 650,00 – OE 34864
Estágio Ensino Médio – 3º ao 5º sem. - BA R$ 350,00 – OE 34821
Estágio de Ciências Contab. – 1º ao 6º sem. BA R$ 600,00 – OE 34841
Estágio Eng. de Produção/ Mec. – 5º ao 8º sem. BA R$ 920,00 – OE 34865
Estágio Eng. Elétrica – 3º ao 8º sem. BA R$ 700,00 – OE 34824
Estágio Comunicação – 3º ao 6º sem. BA R$ 6000,00 – OE 34728
Estágio Admin. Marketing e Propag. – 1º ao 6º sem. BA R$ 7,50/h – OE 34755
ESTÁGIO
Administração de Empresas; Marketing; Comunicação Social; Publicidade,
Propaganda e Marketing.
REQUISITOS
Conclusão: No 2° semestre de 2006 ao o 2° semestre de 2009.
Ter veículo.
Valor da Bolsa: R$ 400,00 / Mês; Ajuda de custo: de R$ 300,00 a R$ 400,00
de acordo com o desempenho do estudante; Auxílio Combustível; Refeitório
no local;
Horário: de Seg/Sex das 8h ás 17h ou das 9h ás 18h com 1h de intervalo.
Local do Estágio: Centro de Barueri - SP
Anote o código: 33341 e ligue para (11) 4501-1850
Cadastro gratuito e consulta de vagas: www.nube.com.br
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ssificados
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entretenimento
TV UNIBAN
Canal Universitário: 11 NET e 71 TVA
(HORÁRIO EXCLUSIVO PARA SÃO PAULO)
PROGRAMAÇÃO:
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ENTREVISTA
Programação Esportiva
Incentivar a prática de
esportes e a integração entre
alunos dos mais variados
perfis, esse é o objetivo da
programação esportiva da
UNIBAN e do Colégio Salete. O coordenador
de Educação Física do Colégio Salete, Marcelo
Burin, e o diretor de Educação Física da UNIBAN,
Georgios Hatzidakis, falam sobre a importância
desses eventos para os alunos.
HORÁRIO: 2ª: 9h, 4h30, 3ª: 22h, 4ª: 15h30,
5ª: 9h, 4h30, 6ª: 22h, Sáb.: 15h30,
Dom.: 9h, 4h30
Imagens: André Martins/TV UNIBAN
Destaques de 15 a 21 de maio de 2006
SAÚDE E EQUILÍBRIO
Dor Emocional
SALA DE AULA
Unificação de Pena
A rotina cada vez mais
corrida, o tumulto do dia-adia, trânsito congestionado,
raiva, prazos a cumprir,
competitividade, conflitos
interiores, desânimo, indisposição, tudo isso
pode causar a dor emocional. Saiba mais sobre
os sintomas e como evitar que ela ocasione
outras doenças mais graves, com o médico
psiquiatra Jefferson Magno Fernandes no
programa Saúde e Equilíbrio.
Horário: 2ª: 15h30, 3ª: 9h, 4h30, 4ª: 22h,
5ª: 15h30, 6ª: 9h, 4h30, Sáb.: 22h, Dom.: 15h30
Você sabia que de acordo
com a Unificação de Pena,
Art. 75, o tempo de prisão
para um criminoso não
poderá ultrapassar 30 anos?
Caso o condenado receba pena superior a esse
tempo, ela deve ser unificada para atender o
período estipulado pelo artigo. Saiba mais
sobre o assunto na aula do prof. Fernando
Capez, diretor dos cursos de Direito da
UNIBAN.
Horário: 2ª: 23h30, 4ª: 11h30, 5ª: 0:30,
Sáb.: 17h
Texto: Ana Carolina Ushirobira é aluna do 3.º ano de Jornalismo da UNIBAN
horóscopo
perca a oportunidade de modificar a sua vida
profissional. Dica da semana: fique atento a tudo
e a todos no ambiente de trabalho.
Áries – 21/03 a 20/04
O mais importante numa relação
amorosa é confiar na pessoa amada.
Seja coerente nas suas escolhas.
Cultive a paciência no ambiente de trabalho para
que todos usufruam desta tranqüilidade. Dica da
semana: obtenha paz de espírito por meio de
exercícios de meditação.
Touro – 21/04 a 20/05
Acalme o seu coração e declare todo
o seu amor ao seu par. Confie nos seus
talentos na vida profissional e alcançará
os seus objetivos rapidamente. Dica da semana:
mantenha o bom humor em todos os momentos.
Os seus amigos e familiares agradecerão.
Gêmeos - 21/05 a 20/06
Cuide da pessoa amada com toda
dedicação que puder. Ela também
precisa da sua atenção. Somente o
esforço é responsável pela melhoria do
desempenho em todos os setores da vida,
principalmente no profissional. Dica da semana: a
prática de esportes beneficiará a sua saúde.
Câncer – 21/06 a 21/07
Abra o seu coração a novas conquistas
amorosas. Você está muito triste e
precisa de diversão. Saia da rotina! Não
Leão – 22/07 a 22/08
Aceite a pessoa amada com todos os
defeitos e qualidades. É impossível
mudar a personalidade de alguém. No
ambiente profissional amplie os seus horizontes.
Use e abuse de toda a sua criatividade. Dica da
semana: controle as suas finanças para não ficar no
prejuízo.
Virgem - 23/08 a 22/09
Clima de total harmonia no
relacionamento amoroso. Vocês estão
nas nuvens. Conte com a equipe de
trabalho para colocar alguns planos em
funcionamento. Dica da semana: seja sereno em
todas as suas atitudes. Evite a precipitação.
Libra – 23/09 a 22/10
A companhia da pessoa amada será
primordial para o seu bem-estar. Fique
grudado nela. Encare os desafios
profissionais como um portal para o sucesso da sua
carreira. Dica da semana: trabalhe a sua
espiritualidade visando o equilíbrio das suas energias.
Escorpião – 23/10 a 21/11
Não queira despertar o ciúme do seu
par se pretende manter esta relação.
Todos as decisões tomadas no
ambiente de trabalho precisarão de revisão, para
avaliar se foi pelo caminho correto. Dica da
semana: organize a sua vida financeira.
Sagitário – 22/11 a 21/12
Leve mais a sério o seu relacionamento
amoroso e irá curtir uma paixão
avassaladora. Os colegas de trabalho
irão ajudá-lo a resolver alguns problemas. Aceite a
ajuda com gratidão. Dica da semana: aproveite os
momentos de tranqüilidade no lar e repouse.
Capricórnio – 22/12 a 20/01
O seu amor irá cooperar com a sua
vontade de alcançar o equilíbrio
emocional. Seja flexível. Uma novidade
na vida profissional causará uma grande mudança no
rumo da sua carreira. Dica da semana: fique na
companhia de pessoas queridas para repor as energias.
Aquário – 21/01 a 19/02
Invista nesta paixão que tem tudo para
dar certo. As oportunidades que
surgirem no ambiente de trabalho
deverão ser bem aproveitadas. Não desperdice esta
chance. Dica da semana: os seus familiares estão
precisando dos seus preciosos conselhos. Confie
nas suas boas idéias.
Peixes – 20/02 a 20/03
Não tenha medo de curtir esta nova
paixão que está surgindo. Você
precisará ter mais confiança nos seus
talentos na vida profissional. Mantenha-se sempre
atualizado e com ótimo astral. Dica da semana:
cuide da sua saúde praticando de atividades
esportivas.
15
16
entretenimento
PALAVRAS CRUZADAS
CHARGE
Promoção
Luxuria
O quarteto Luxuria, do interior de São
Paulo, é a mais nova dose de um pop rock
com influência do punk no cenário musical
nacional. Seu videoclipe - primeira faixa
do álbum denominada “Ódio” – já está na
programação da MTV. A banda tem
irreverência, energia e é divertida. Já se
apresentou em vários Estados brasileiros,
sendo consagrada pela crítica. O álbum Luxuria foi masterizado no estúdio
da Sony em Nova York. Para concorrer ao CD basta mandar um e-mail para
[email protected] respondendo a seguinte pergunta:
Que outra profissão artística a vocalista da banda, Meg Stock, exercia
antes da Luxuria?
Não esqueça de acrescentar nome, RA (alunos) ou RGF (funcionários),
curso e campus. O nome do vencedor sai na próxima edição da Folha
Universitária.
Resultado da promoção do livro Orkut.com
A pergunta da semana passada foi a seguinte: Para você, qual a mais
importante utilidade do Orkut? Ganhou a aluna Patrícia de Lourdes
Guimarães, do curso de Processamento de Dados do campus Campo
Limpo. Ela respondeu que fazer e rever amigos é a mais importante
utilidade do Orkut. O prêmio pode ser retirado a partir de quinta-feira na
Secretária de Campus.
Na próxima edição da Folha Universitária:
Matéria de Capa
Entrevista
Grafite
Luiz Mendes, da TRIP