Cooperação Pesquisa Tecnologia
SUMÁRIO
COOPERAÇÃO
Cooperação trilateral França-Brasil-África
COOPERAÇÃO
1
abr mai jun 05
Cooperação trilateral
França-Brasil-África
Programa sobre as Agências
de Inovação
3
Um projeto franco-brasileiro
para a Amazônia
nas estruturas e nos recursos técnicos das instituições francesas
implantadas na África. Esse foi o objetivo que levou uma
comissão franco-brasileira às cidades de Dacar e Bissau.
A comissão compôs-se de represen-
©IRD/Philippe Lena
2
Preparar ações de cooperação na Guiné-Bissau, apoiando-se
tantes de instituições aptas a desenvolver
4
Uma nova iniciativa de cooperação
técnica entre Ibama e Cirad
4
EVENTO
desenvolvimento sustentável, agricultura e
2005 - ANO MUNDIAL DA FÍSICA
Cirad (Campina Grande, CE); Luiz Fonseca,
rapidamente ações trilaterais de cooperação em ciências sociais e humanas,
saúde: Jean-Philippe Tonneau, pesquisador
5
7
9
10
Os mistérios da água
na Fiocruz (Rio de Janeiro); Marcel Bursz-
ESTUDOS NA FRANÇA
tyn, diretor de laboratório na Universidade de Brasília;
Erasmus Mundus: masters
internacionais de alto nível
teur (Paris); Pedro Gama da Silva, diretor de centro de
EduFrance fortalece sua rede
no Brasil
diretor de unidade de pesquisa no IRD (Rio de Janeiro).
Rede “n+i”: para engenheiros com
vocação internacional
Novos integrantes da ASPEF
11
APEB.fr – uma associação para
os pesquisadores e os estudantes
brasileiros na França
BREVES
16
ON LINE
A visita estendeu-se de 30 de janeiro a
6 de fevereiro de 2005. Em Dacar foram
estabelecidos contatos com diversos organismos governamentais e não governa-
bem como com universidades e centros de
pesquisa.
Na Guiné-Bissau as reuniões realizaram-se principalmente:
• no Ministério da Educação, com a pre-
A escola e o carnaval das
crianças em Bissau
• no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa – INEP,
Pesquisa e inovação em energia
solar fotovoltaica
15
pesquisa na Embrapa (Petrolina, PE); Philippe Lena,
sença de seu ministro, Marciano Silva Barbeiro;
PESQUISA
PUBLICAÇÕES
Paola Minoprio, chefe de laboratório no Instituto Pas-
volvimento agrícola e ao combate à seca,
11
14
Bissau, a antiga
cidade colonial
mentais ligados à pesquisa, ao desen-
ASSOCIAÇÕES
12
responsável pela cooperação internacional
a principal instituição de pesquisa do país;
• nas duas universidades existentes: Amílcar Cabral e
Colinas de Boe;
• com Eugénie Pereira Saldanha Araucan,
ministra da Solidariedade Social, da Família
e do Combate à Pobreza.
Na oportunidade discutiram-se eixos de
cooperação, abrangendo essencialmente a
formação e em especial a governança
política.
Itens destacados em azul no
Quanto ao setor da agricultura, foi
correspondem a links disponíveis em suas
possível identificar quatro temas principais:
versões eletrônicas no site do CenDoTeC.
atualização do mapa de ocupação dos solos
e zoneamento agroecológico; formação e trocas de
tem uma versão eletrônica
em espanhol -
.
experiências em gestão participativa dos agroe-
Visita à Universidade
Colinas de Boe
cossistemas e dos territórios; documentação; transformação de produtos.
ISSN 1516-6880
1
Para o setor da saúde, as recomendações mais
de capacitações em diagnóstico, com a implantação de
importantes referem-se a equiparação de nível e
sistemas de informação sobre a demografia, a eco-
certificação de recursos humanos, bem como à
nomia, os recursos naturais etc.
melhora e ao desenvolvimento sustentável dos
Os membros da comissão puderam constatar o
sistemas de apoio à saúde pública. Caso venham a
grande interesse e a mobilização dos representantes
concretizar-se as relações bilaterais entre as escolas
diplomáticos da França e do Brasil e a intensa expec-
de saúde pública da Guiné-Bissau e da Fiocruz, os
tativa dos dirigentes da Guiné-Bissau quanto aos
cursos a ser organizados deverão contar com o
resultados da missão.
suporte logístico dos Institutos Pasteur do pólo África,
da Europa e do Brasil.
As propostas estão sendo discutidas nas instituições participantes. Uma vez estabelecidas as bases
Nas áreas das ciências sociais e do desenvolvi-
dessa cooperação com as autoridades guineenses,
mento, duas importantes contribuições imediatas
deverão ter início missões de estudos de viabilidade
seriam: dar início a um processo de reflexão sobre os
com 15 dias de duração.
roteiros aconselháveis para o país, tendo em mira um
prazo de 20 anos, no contexto de um projeto nacional
de desenvolvimento sustentável; e propiciar o aporte
Programa sobre
as Agências de Inovação
Como já foi dito em artigo publicado no França
Flash n.° 41 sobre o processo de inovação tecnológica,
as agências de inovação são essenciais nesse processo. Elas têm como funções:
Como nossas culturas francesas e brasileiras da
inovação tecnológica são muito próximas e bastante
diferentes da cultura anglo-saxã, pareceu-nos proveitoso desenvolver uma estreita cooperação nessa
área, para mutualizar nossas práticas, experiências,
modelos e assim acelerar os avanços recíprocos.
Tal cooperação já foi iniciada e vai desenvolver-se
em várias etapas:
• marketing interno: identificar dentro da Univer-
1) Realização de um seminário franco-brasileiro
sidade ou em organismos de pesquisa as tecnologias
sobre o assunto: o Seminário Franco-Brasileiro de
maduras para ser lançadas no mercado;
Inovação – Experiências e Redes de Cooperação,
• proteção: implantar estratégias de proteção intelec-
programado para 4, 5 e 6 de abril em Campinas, está
tual dessas tecnologias;
sendo co-organizado pelo Consulado da França em
• marketing externo: identificar no mercado as
São Paulo e pela agência INOVA da UNICAMP. Dele
indústrias parceiras potenciais para desenvolver e
participarão responsáveis pela Rede C.U.R.I.E. e por
comercializar essas tecnologias;
agências de inovação, tanto francesas como de uni-
• prospecção comercial: contatar essas indústrias-alvo;
versidades brasileiras que já adentraram esse campo.
• conclusão de parcerias: implantar os acordos de
2) Criação de uma rede brasileira equivalente à
licença e de transferência de tecnologia;
Rede C.U.R.I.E. e organização de contatos regulares
• criação de empresas inovadoras: avaliar os projetos
entre as duas redes. Está previsto que essa ação seja
para valorizar tecnologias e direcioná-los para as
iniciada ao término do seminário.
estruturas de acompanhamento mais adequadas.
3) Organização de intercâmbios de longa duração:
Na França, a maioria das universidades e dos
por períodos de algumas semanas a alguns meses, de
organismos de pesquisa dotaram-se de tais estrutu-
representantes dessas agências, possibilitando reais
ras, com diferentes modelos de aplicação. Além disso,
transferências de savoir-faire e de modelos. Já está
uniram-se em uma rede: a Rede C.U.R.I.E., um
programado para setembro-outubro de 2005 um
espaço para contatos e para discussão de problemas,
primeiro intercâmbio de dois meses, da responsável
soluções e resultados.
por uma agência de inovação de São Paulo para a
Algumas universidades brasileiras começaram a
implantar estruturas equivalentes às agências de
Agência de Nice.
4) Futuramente, criação de uma nova formação
inovação das universidades francesas. Destacam-se:
para o pessoal de agências de inovação: científica,
• na USP – Universidade de São Paulo: a CECAE –
marketing, comercial, propriedade intelectual, jurídica
Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária
empresarial, financeira. Esses cursos existem na
e de Atividades Especiais, e o GADI – Grupo de Asses-
França, em diversos locais. Poderiam ser reproduzidos
soramento ao Desenvolvimento de Inventos, que já
no Brasil?
estão operacionais, além da Agência USP de Inovação,
O seminário do início de abril, que deverá ser
em fase de criação, coordenada pelo prof. Oswaldo
altamente técnico e prevê participações muito con-
Massambani;
cretas e práticas de profissionais atuantes, também
• na UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas:
inclui em seu programa reflexões e discussões sobre
INOVA, a Agência de Inovação da UNICAMP;
a Lei da Inovação brasileira, que se encontra em plena
• na UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do
fase de redação dos regulamentos de aplicação.
Sul: o EITT – Escritório de Integração e Transferência
de Tecnologia.
2
Contato
Jean-Philippe Tonneau [email protected]
Michel Brunet, Adido de Cooperação Científica e
de Inovação Tecnológica - [email protected]
Um projeto franco-brasileiro para a Amazônia
Seu objetivo é melhorar os modos de gestão dos recursos florestais amazônicos,
contribuindo para a preservação da biodiversidade, a conservação da reserva de
carbono e, simultaneamente, para o aumento dos rendimentos das populações locais
O Fundo Francês para o Meio Ambiente Mundial
– FFEM aprovou em 2004 o projeto “Gestão sustentável dos recursos florestais na Amazônia brasileira”,
de um montante total de 3,180 milhões de euros, dos
quais ele financiará 43%. Esse projeto deve ter início
já em 2005 e durar três anos.
A área de ação do projeto – o estado do Pará e
mais especificamente a região de Santarém – abrange
uma superfície de aproximadamente 20.000 km²,
onde vivem 400.000 pessoas. O Pará é o principal
produtor amazônico de madeira (12 milhões de m³,
equivalentes a 45% da produção); tem a seu favor um
A ONF Internacional
Desde sua criação em 1966, a Agência Florestal Francesa –
ONF administra na França 4,5 milhões de hectares de florestas
públicas, com 12 mil empregados permanentes. É herdeira direta de séculos de
experiência e de manejo de florestas nativas.
No exterior, a ONF desenvolve atividades de assistência técnica, peritagem, consultoria
e capacitação, através de sua empresa de direito privado ONF International – ONFI,
que tem representações na América do Sul (ONF Conosur no Chile, ONF Andina na
Colômbia e ONF Brasil) e África (Sylvafrica no Gabão) e atua em mais de 40 países
do mundo.
forte potencial florestal, bem como o avanço da
certificação e do manejo florestal, graças ao engaja-
a treinamentos para práticas que respeitem o ecos-
mento da sociedade civil e dos poderes públicos
sistema e assegurem sua conservação, a trocas de
brasileiros. Entretanto, apresenta a mais alta taxa de
experiências e a ações-teste, a fim de reforçar as
desmatamento da Amazônia brasileira e fortes tensões
qualificações técnicas e financeiras dos participantes,
entre comunidades rurais e empresas florestais.
conferindo-lhes assim autonomia na gestão de seus
Nesse contexto, a ONF International (ver quadro)
maciços florestais.
e seus parceiros brasileiros – Ibama, Programa Nacio-
Aspectos produtivos alternativos são incentivados,
nal das Florestas, Embrapa e IIEB – e franceses –
visando valorizar os rendimentos a se obter do meio
GRET e Cirad-Floresta – 1 promovem o estabeleci-
florestal fora dos ciclos de exploração da madeira. Por
1 IIEB: Instituto Internacional
mento de relações contratuais entre as empresas e as
exemplo, os produtos não lenhosos constituem para
de Educação do Brasil.
comunidades para elaboração e execução de planos de
as comunidades uma das possibilidades de rentabi-
gestão conjunta. Essas comunidade são de três tipos:
lização econômica contínua da floresta; o projeto
as famílias de origens variadas que se instalaram pelo
facilita a realização de estudos de mercado. Da
de Pesquisa Agronômica para
programa de reforma agrária, as comunidades ribei-
mesma forma, a identificação dos problemas técnicos
o Desenvolvimento.
rinhas tradicionais e as comunidades de quilombos,
e a implantação de ações de treinamento direcionadas
descendentes de antigos escravos que fugiram das
virá melhorar, para os madeireiros, os rendimentos da
plantações para reconstituir sociedades tradicionais.
primeira transformação. Outro exemplo é a valori-
Quatro iniciativas de gestão florestal conjunta
zação dos subprodutos de usinagem pela co-geração
empresas/comunidades foram pré-selecionadas como
de energia, sabendo-se que há no Brasil um grande
focos de ação do projeto na região de Santarém. O
interesse ecológico e econômico pela produção de
princípio desses contratos baseia-se no fato de que as
eletricidade a partir de resíduos de serraria.
florestas comunitárias aumentam significativamente
O projeto deverá ser demonstrativo e reprodutível
os volumes de madeira acessíveis aos madeireiros e
para que, em um segundo tempo, essas experiências
oferecem um rendimento para as comunidades. A
possam servir de modelo para outras regiões (toda a
redução dos custos de transação aumenta a renta-
Amazônia legal brasileira, florestas comunitárias
bilidade da área sob manejo e portanto reduz a
amazônicas), integrando-as nas políticas florestais
defasagem com relação à madeira proveniente do
públicas. Para isso, a rentabilidade econômica dos
desmatamento. Além disso, o reforço
modelos de gestão florestal desen-
à garantia de propriedade das áreas
volvidos e seu impacto sobre a con-
sob manejo diminui o incentivo ao
servação das espécies serão objeto de
desmatamento, que hoje ainda é a
estudos. Por fim, se tratará de sensi-
modalidade habitual e mais eficaz de
bilizar o público francês para os pro-
demonstrar a apropriação.
dutos de origem sustentável, para
Assim, uma das funções do pro-
que as empresas importadoras fran-
jeto consiste em propor e validar
cesas possam diversificar seu forne-
práticas inovadoras para a gestão
cimento valorizando madeiras certi-
sustentável dos recursos florestais,
ficadas.
levando em conta todas as etapas da
produção, desde o plano de manejo
até a transformação da madeira. Para
isso ele recorre a ações de mediação,
©ONF Conosur
Gret: Grupo de Pesquisa e de
Intercâmbios Tecnológicos.
Cirad: Centro Internacional
Contato
Ambroise Graffin
ONF International
[email protected]
3
Uma nova iniciativa
de cooperação técnica
entre Ibama e Cirad
©Ibama
Entre as várias áreas de interesse em
comum identificadas pelo Ibama e pelo
Cirad, as duas instituições decidiram
priorizar as preocupações com as emissões de poluentes e a geração de energia
alternativa a partir da biomassa, formalizando um projeto de cooperação técnica.
Esse projeto do Laboratório de Produtos Florestais
Incinerador de refugos
sem valorização
energética
Fornos de grandes
dimensões; carga e
descarga por caminhões
intensamente utilizadas como única fonte de energia
para atender às necessidades básicas de energia das
comunidades rurais, estão extremamente comprometidas. São também exploradas pelas indústrias
alimentícias, de produção de cal, cerâmica e por
outras indústrias da região.
Em função desses aspectos, a cooperação contemplará desenvolvimento tecnológico, difusão,
transferência de tecnologias, capacitação e treinamento técnico, pontuando sobre os seguintes temas
principais:
Caracterização e inventário de resíduos
ligno-celulósicos: ações de quantificação e qualificação desses resíduos e de transferência e difusão de
tecnologias para sua valorização.
– LPF do Ibama e do Departamento de Florestas do
Substituição de lenha na região Nordeste:
Cirad tramitou pela Agência Brasileira de Cooperação
estudos de compactação dos diferentes resíduos
com o seguinte título: Valorização da Biomassa
disponíveis nessa região para substituição da lenha
Florestal e de Resíduos Agroindustriais.
como fonte de energia.
Uma grande preocupação atual, não só do Brasil
Carvão vegetal: análise e difusão de novos
mas mundial, são as emissões de carbono, objeto do
processos tecnológicos de carbonização, demons-
protocolo de Kyoto. Grande consumidor
trando as possibilidades de aumento de rendimento na
de carvão vegetal na indústria siderúr-
carbonização com redução da emissão de gás carbô-
gica, o Brasil mobiliza-se para reduzir as
nico por tonelada de carvão.
emissões não só no processo industrial
Energia rural: promoção da difusão de tecnologia
da produção de aço como também para
de geração de energia elétrica através de grupos
melhorar globalmente a tecnologia de
geradores de pequena capacidade (200 kWh) para
transformação da madeira em carvão e
comunidades isoladas.
valorizar os resíduos de origem vegetal.
O início formal desse projeto ocorreu com a
Por exemplo, a primeira etapa do
chegada em outubro de 2004 de um pesquisador do
processamento industrial das madeiras tropicais, ou
Cirad, Departamento de Florestas, que está sediado
seja, o desdobramento das toras, gera um grande
no Laboratório de Produtos Florestais em Brasília. Essa
volume de resíduos, concentrado na região amazô-
cooperação foi planejada inicialmente para um período
nica. Ao mesmo tempo, a região Norte é a que apre-
de três a seis anos.
senta a maior carência de energia elétrica no Brasil,
principalmente nas comunidades rurais e isoladas.
Por outro lado, o IBAMA identificou que as reservas
naturais remanescentes da região Nordeste, ainda
Contatos
Patrick Rousset [email protected]
Waldir F. Quirino [email protected]
EVENTO
O 1.° encontro franco-brasileiro sobre
polímeros – FBPOL-2005...
Contatos
Prof. Valdir Soldi, UFSC
[email protected]
Prof. Redouane Borsali,
LCPO [email protected]
4
síntese e preparação. Isso implica em construir
nanoestruturas controladas, monitorar arquiteturas
...acontecerá em Florianópolis, de 24 a 29 de abril.
poliméricas e utilizar estratégias inteligentes de
É organizado conjuntamente pela Universidade
formulação e processamento a fim de obter materiais
Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis e pelo
com as propriedades desejadas.
Laboratório de Química dos Polímeros Orgânicos –
O encontro proporcionará a especialistas dos dois
LCPO, Bordeaux, com o patrocínio de organismos bra-
países uma oportunidade para analisarem juntos as
sileiros (CNPq e CAPES) e franceses (CNRS e GFP). O
perspectivas e os desafios da ciência e tecnologia dos
objetivo é reunir cientistas, engenheiros e estudantes
polímeros no século XXI. O enfoque nas nanobiociên-
brasileiros com responsáveis por laboratórios fran-
cias será um dos tópicos principais.
ceses de universidades, indústrias e instituições
De maneira crescente, as pesquisas relacionadas à
governamentais, a fim de discutirem sobre as apli-
ciência dos polímeros demandam um vasto conhe-
cações e os últimos avanços dos sistemas poliméricos.
cimento, que é contemplado principalmente em
Tintas, revestimentos, cosméticos, alimentos,
projetos interdisciplinares em colaboração; as parce-
produtos farmacêuticos e eletrônicos são apenas
rias internacionais assumirão nova dimensão. Uma das
alguns exemplos de áreas que estão se beneficiando
metas do 1.° FBPOL é buscar mecanismos para uma
com os rápidos avanços na ciência dos materiais, os
colaboração mais eficiente entre universidades
quais têm sido impulsionados nas últimas décadas
francesas e brasileiras.
pelo desenvolvimento e domínio das metodologias de
Mais informações http://quark.qmc.ufsc.br/fbpol2005/
2005 - ANO MUNDIAL DA FÍSICA
Os mistérios da água
Apesar de tão comum na superfície
terrestre, ela é um enigma. Na natureza,
é o único líquido conhecido nas condições
normais de pressão e temperatura do
solo. Os outros líquidos são apenas
Principais anomalias da água
• coesão muito forte, que se evidencia por
altas temperaturas de fusão e de ebulição;
• constante dielétrica elevada, que lhe permite
dissolver todos os sais;
• grande expansão em baixa temperatura
(abaixo de 4 °C) e também na cristalização.
misturas de água e outros compostos.
Diante de tanta originalidade, os físicos
não hesitam em falar de líquido anômalo.
Eles identificaram na água certos
comportamentos que a tornam única.
“Sua estrutura é muito diferente dos fluidos
hidrogênio – , tudo leva a pensar que a forma da água
em temperatura ambiente deve ser gasosa, como é o
Mas ela é mesmo líquida. Por quê? Porque existe
uma interação particular – a ligação de hidrogênio –
entre as diferentes moléculas que a constituem. Os
cientistas sabem que a molécula de álcool também
de estudo”, explica José Teixeira, pesquisador no
possui essa ligação; mas é preciso reconhecer que ela
Laboratório Léon Brillouin . Além disso, quando com-
não tem as mesmas propriedades que no caso da
parada com outras moléculas presentes na natureza,
água. Essa ligação se dá quando um átomo de
seu comportamento continua a escapar-nos. Bernard
hidrogênio de uma molécula (H2O) pode ligar-se a um
Cabane, do Laboratório de Física e Mecânica dos Meios
outro átomo de oxigênio de uma molécula vizinha. Em
Heterogêneos2 , acrescenta: “Se olharmos na classi-
média, uma molécula de água liga-se a quatro outras.
ficação periódica os elementos que seguem direta-
“E é esse arranjo das moléculas que explica em parte
mente o oxigênio – a fórmula química da água é H2O,
as propriedades do tão precioso líquido, acrescenta
um átomo de oxigênio ligado a dois átomos de
A ligação de hidrogênio –
a “ponte” entre duas
moléculas de água – é
uma chave para se
compreender a estrutura
desse líquido vital.
caso, por exemplo, do sulfeto de hidrogênio (H2S).”
ideais, como o argônio, que nos servem de modelos
1
© Légi Photo
J.P.Franc, J.M.Michel
José Teixeira. Mas também é preciso levar em conta a
1 Laboratório CNRS-CEA.
2 Laboratório CNRSUniversidades de Paris 6 e 7Escola Superior de Física e
Química Industriais – ESPCI.
O que pensa o expert
Água, inquestionavelmente, representa um dos mais importantes sistemas
moleculares. Não se concebe a possibilidade de existência de vida sem sua
participação. Ela é objeto de pesquisa básica em Física, Química e Biologia.
Esta molécula, aparentemente tão simples, H 2O, guarda segredos
extraordinários cuja elucidação pode ser vital em processos diversos e por
isso têm motivado estudos intensos e profundos nos últimos anos.
É comum dizer-se que a água é um líquido anômalo. Realmente, são
conhecidas mais de trinta anomalias – características da água não encontradas
em outros líquidos. Uma das mais importantes é o aumento da densidade
da água em torno de 4 oC. Desta anomalia depende a vida sub-aquática.
Mas existem várias outras. Ela tem um calor específico alto que permite atuar
como um regulador de temperatura, uma constante dielétrica alta que permite
dissolver compostos iônicos, fazendo dela um excelente solvente em geral
e, em particular, para processos biológicos. Outra enorme curiosidade é que
a água congela em mais de dez diferentes formas cristalinas.
Muitas das anomalias da água estão relacionadas com sua força de coesão.
Note-se que moléculas orgânicas pequenas normalmente são encontradas na
forma de gás. A água, com apenas três átomos, é um sistema líquido. Mais:
é um líquido num intervalo amplo de temperatura. Isto é conseqüência da
existência de forças de coesão, das quais a mais importante é a chamada
ligação de hidrogênio (anteriormente chamada de ponte de hidrogênio).
Mais uma vez, a água mostra como ela é única: com apenas três átomos a
água pode formar cerca de quatro ligações de hidrogênio. Não se conhece
um sistema com tanta eficiência para formar ligações de hidrogênio. As
propriedades das ligações de hidrogênio são importantes também em outros
contextos. Elas são fundamentais para se entender o efeito hidrofóbico (água
não se mistura com óleo) e o efeito complementar que é o efeito hidrofílico.
Estes efeitos participam de forma crucial na formação de micelas e membranas
biológicas. Mais singelamente, participam na atuação do efeito detergente
dos sabonetes. Participam também no extraordinário problema do enovelamento de
proteínas. As proteínas são formadas da
combinação de moléculas, conhecidas como
aminoácidos, e adquirem uma forma geométrica
com enovelamento que é fundamental para a sua
função e seu desempenho. É sabido que a má formação de proteínas pode
levar a efeitos catastróficos, como mal de Alzheimer, doença da vaca louca,
doença de príons etc. E a formação estrutural de uma proteína é influenciada
pela interação com o meio aquoso. A água é, de fato, essencial em todos
os processos relacionados com a vida.
A questão de como e por quê uma molécula tão simples pode apresentar
uma quantidade tão grande de propriedades singulares é intrigante. Não é
por acaso que este solvente foi escolhido pela Natureza para ser o solvente
biológico. Isto, entre outras coisas, como a diversidade de propriedades
termodinâmicas, tem despertado crescente interesse científico. Alguns
progressos têm sido obtidos, em parte devido aos grandes avanços nas áreas
experimentais e instrumentais. Por outra parte, devido à possibilidade existente
hoje de realizar simulações computacionais realistas, como resultado do
revolucionário avanço em recursos computacionais. Estes assuntos não têm
passado despercebidos da comunidade científica brasileira e existem grupos
dedicados ao estudo não apenas das propriedades da água, mas também dela
como meio regulador e influente de outros processos moleculares. A
Sociedade Brasileira de Física publicou recentemente, em março de 2004,
em sua revista, Brazilian Journal of Physics, uma edição especial dedicada
ao tema. O artigo publicado pelo CNRS destaca algumas das propriedades
extraordinárias da água e coloca a elucidação dos seus mistérios como um dos
dez mais relevantes temas científicos do momento.
Prof. Sylvio Canuto, Instituto de Física da USP, [email protected]
5
3 Em temperatura ambiente, de
maneira como as ligações de hidrogênio se fazem e se
gás em temperatura ambiente, porque as ligações de
desfazem.” Por enquanto, os físicos conseguiram
hidrogênio são suficientemente fortes. Resultado: é
60% efetivamente acontecem –
observar que elas se criam e se destroem sem parar
preciso um grande aporte de energia para romper
uma taxa alta para um líquido.
(cada uma vive em média um milésimo de bilionésimo
essas ligações, o que explica que ela só entre em
4 CNRS/Universidade de Paris 6
de segundo), que se formam em grande número3 e
ebulição a 100 °C. Por outro lado, tampouco se trata
e 7/Escola Normal Superior –
que os três átomos em questão precisam estar
de um sólido em temperatura ambiente, porque ainda
ENS
perfeitamente alinhados para que aconteça uma
assim as ligações são frágeis.
5 Há entre os fisicos um debate
ligação. Ora, de todos os líquidos a água é o único a
Para José Teixeira, um conhecimento mais pro-
para determinar a temperatura
reunir essas três características. E sem dúvida é isso
fundo da dinâmica da ligação de hidrogênio é indis-
que explica em parte as famosas anomalias descritas
pensável para um dia compreendermos realmente a
pelos pesquisadores: por um lado, a água não é um
água. Bernard Cabane é da mesma opinião: “Ainda
todas as ligações possíveis entre
as moléculas de água, cerca de
dessa transição vítrea: ela seria
de -137 °C ou de -108 °C.
nos faltam muitas informações sobre a água para
2005 – O Ano Mundial da Física
A organização das Nações Unidas - ONU decretou o ano de
2005 como o Ano Mundial da Física (WYP2005). Por que
2005? Em 1905, trabalhando em um Escritório Suíço de
Patentes, Albert Einstein publicou cinco trabalhos fantásticos.
O primeiro artigo chegou à revista Annalen der Physik em 18
de março. Nesse trabalho, Einstein examinou as conseqüências
da natureza corpuscular da luz, o efeito fotoelétrico, pelo qual
viria a receber o prêmio Nobel em 1921. Ainda em 1905, o
jovem cientista de apenas 26 anos apresentou sua tese de doutoramento, que tratava
das dimensões das moléculas e como estas contribuíam para a mudança na viscosidade
da água. Em seguida, submeteu para publicação um trabalho que dizia respeito ao
incessante movimento de pequenas partículas na água – chamado de Movimento
Browniano. Em junho desse ano, introduziu a Teoria Especial da Relatividade. Motivado
pelo fato experimental que a velocidade da luz, c, é constante, mudou as leis da mecânica,
de forma a compatibilizá-las com a experiência. E em setembro, como conseqüência dessa
teoria, deduziu a equação mais famosa da física: E = mc2, mostrando a equivalência de
massa e energia. Ou seja, a escolha deste ano é a forma de comemorarmos os 100 anos
dos trabalhos fundamentais de Einstein.
Por que a Física? O maior objetivo deste ano é chamar a atenção do público em geral, e
em especial dos jovens, para a importância e o impacto da Física no mundo moderno.
O impacto não diz respeito somente aos avanços no campo da Física, mas também às
contribuições da Física em outras áreas do conhecimento e sua importância para a
construção de um mundo melhor. A educação em ciência, em todos os níveis, dá ao
estudante uma visão do mundo fundamentada na observação objetiva. Esse treinamento
é um instrumento essencial numa sociedade democrática. Hoje estamos diante de questões
cujo entendimento e encaminhamento de possíveis soluções exigem, cada vez mais, uma
base mínima de conhecimento científico por parte da população, sem a qual o indivíduo
ficará incapacitado para exercer plenamente sua cidadania.
Neste ano, a SBF estará promovendo várias atividades, em todo o país, mostrando a
importância da ciência. Faremos várias exposições itinerantes; os departamentos de Física
de todo o Brasil (mais de 50) estarão promovendo a semana da Física com apresentação
de palestras, cursos, mesas-redondas etc. Durante a SBPC, em Fortaleza, estaremos
fazendo uma programação voltada para os trabalhos de Einstein. Iremos até a cidade de
Sobral que, em 1919, acolheu a expedição inglesa para a confirmação da teoria da
relatividade geral, através da observação do eclipse, com apresentações de peças teatrais
sobre a Física Moderna. Estamos lançando a nossa série de livros sobre Temas Atuais
em Física, dedicada a professores do ensino médio e fundamental, além do livro FÍSICA
PARA O BRASIL. Este é um livro que tem como objetivo fazer um balanço do estado
das pesquisas nos assuntos mais relevantes da Física, no Brasil e no mundo. Quais são
os grandes desafios? Quais são as áreas em que contribuições de cientistas brasileiros
poderão ser relevantes? Abordamos os tópicos multidisciplinares, examinamos a estrutura
educacional, a formação de recursos humanos, a inclusão social.
Mais informações sobre o Ano Mundial da Física: www.sbfisica.org.br
Prof. Adalberto Fazzio, presidente da Sociedade Brasileira de Física - SBF,
[email protected]
6
termos um modelo realista e preditivo de seu comportamento. Por mais que conheçamos a natureza das
ligações entre moléculas, enquanto não soubermos
como uma molécula isolada interage não apenas com
suas vizinhas mais próximas mas também com as
outras, o modelo não estará bom.” E as simulações
numéricas atuais dão-lhe razão: quando se tenta dar
conta das três principais anomalias específicas da
água, os modelos reproduzem apenas uma ou duas
delas. Nunca as três ao mesmo tempo.
Mas não faltam aos físicos idéias para tentar
desvendar o mistério. Por exemplo, estudam sua estrutura sob frio. “As ligações de hidrogênio são mais
estáveis abaixo de 0 °C, explica José Teixeira. Assim,
podemos tentar compreender melhor a água líquida se
acompanharmos sua evolução até -40 °C.” Líquida até
-40 °C? Sim, se forem eliminadas todas suas impurezas; caso contrário, ela imediatamente se cristaliza.
É o que os cientistas chamam de superfusão – e que,
aliás, existe para outros líquidos, como o tolueno, o
gálio, a sílica fundida. “Por enquanto o recorde para a
água está em -42 °C, pouco melhor que para a água
superfundida presente em certas nuvens atmosféricas, especifica Frédéric Caupin, pesquisador no
Laboratório de Física Estatística4 . Abaixo de -40 °C, a
simples agitação térmica das moléculas de água
parece suficiente para que o líquido se transforme em
gelo.” Passada essa barreira de temperatura, o tempo
de vida da água líquida torna-se extremamente breve
e os físicos não têm mais como observá-la. É por volta
de -130 °C que surge um outro fenômeno interessante: se for resfriada com suficiente rapidez até essa
temperatura, a água transforma-se em gelo amorfo,
ou seja, tem a estrutura do vidro5 .
Uma constatação impõe-se: “Nada sabemos sobre
a estrutura da água entre -40 °C e -130 °C”, admite
José Teixeira. Em 1984, uma reviravolta: comprimindo
gelo comum em baixíssima temperatura, os físicos
Mishima, Calvert e Whalley descobrem uma segunda
forma de gelo amorfo, mais densa que a primeira.
Esse resultado trouxe de volta à tona idéias antigas:
© Légi Photo – J.P. Franc, J. M. Michel
Para desvendar
os mistérios da água,
os físicos apostam em
experimentos de
cavitação (na foto, em
um túnel hidrodinâmico) em que surgem
bolhas de vapor d’água.
6 Assim como existe água
em 1892 Röntgen havia levantado a hipótese de que
água líquida antes que a primeira bolha de vapor se
a água seja uma mistura de líquido e gelo. Hoje alguns
forme. “A expectativa é atingir uma pressão de -1.400
cientistas vêem na descoberta das duas formas de
bars, explica Frédéric Caupin. Teríamos então ele-
gelo amorfo uma pista promissora: pelo menos em
mentos novos que nos permitiriam afastar certas
explosivo de uma bolha chama-
baixa te!mperatura, a água seria uma mistura de dois
hipóteses sobre a estrutura da água.” Infelizmente,
se cavitação. Uma queda de
líquidos, um de baixa densidade e o outro de alta den-
hoje essas experiências são muito difíceis de realizar.
sidade. Uma idéia que deixa José Teixeira um tanto
Ainda faltam avanços na purificação da água. Paciên-
cético. Ele sugere que a responsável é, ainda e sem-
cia, portanto: o mistério da água pode atazanar os
(falam de pressão negativa)
pre, a ligação de hidrogênio. Mas como dar a última
pesquisadores durante muitos anos mais.
até observarem a primeira
Julien Bourdet
palavra se as medições entre -40 °C e -130 °C
continuam inacessíveis??
Uma solução: melhorar as experiências de cavitação, que se realizam em temperatura ambiente e em
pressões qualificadas como “negativas”6 . Elas colocam
superfundida, existe água
superaquecida, ou seja, líquida
acima de 100 °C. O surgimento
pressão é equivalente a um
aquecimento da água. Os
pesquisadores estiram a água
bolha de vapor.
Contatos
Bernard Cabane – [email protected]
Frédéric Caupin – [email protected]
José Teixeira – [email protected]
à prova a coesão da água, buscando a tração máxima
Le Journal du CNRS n.o 181,
que, por meio de ultra-sons, pode ser exercida sobre
dossiê “Les Dix Grandes Enigmes de la Physique”
ESTUDOS NA FRANÇA
Erasmus Mundus:
masters internacionais
de alto nível
O programa Erasmus Mundus tem como
objetivo reforçar a cooperação européia
e os laços internacionais no ensino
superior. Para isso, financia cursos
de master de alta qualidade com bolsas
para estudantes diplomados e universitários (professores ou pesquisadores)
do mundo inteiro, ao mesmo tempo
que incentiva a mobilidade de europeus
para países terceiros.
A decisão referente ao Erasmus Mundus entrou
em vigor em 20 de janeiro de 2004. O programa
abrange o período 2004-2008 e dispõe de uma verba
de 230 milhões de euros.
Compreende quatro ações:
AÇÃO 1 – MASTERS ERASMUS MUNDUS
A Comissão Européia financia cursos integrados de
master de altíssimo nível, com um ou dois anos de
duração, oferecidos por no mínimo três estabelecimentos de ensino superior de três países europeus
diferentes¹ (um “consórcio”). Os cursos devem prever
um período de estudos em pelo menos duas das três
universidades e levar à obtenção de um diploma
duplo, múltiplo ou conjunto.
Os consórcios Erasmus Mundus devem estar aptos
a receber estudantes/universitários de países terceiros² e a fornecer-lhes infra-estruturas e serviços de
apoio de alta qualidade.
Os masters são selecionados para um período de
cinco anos, sob ressalva de renovação do programa
em 2008. O primeiro ano de um master de cinco anos
pode ser um período preparatório que visa a auxiliar
o consórcio a receber e apoiar estudantes e universi-
tários de países terceiros. Porém os masters devem
estar muito operacionais no momento da apresentação da candidatura à Comunidade Européia: o ano
preparatório não pode servir para a elaboração do
programa integrado de estudos.
Os períodos de estudos devem dar aos estudantes
a possibilidade de praticar pelo menos duas línguas
européias faladas nos Estados membros onde estiverem localizados os estabelecimentos participantes
do master. Mesmo assim, isso não implica no recurso
1 Países participantes: Os
a duas línguas de ensino. Da mesma forma, os
estabelecimentos de ensino
estabelecimentos não são obrigados a ministrar seus
cursos na língua nacional.
A lista dos masters Erasmus Mundus que
foram selecionados como resultado do primeiro
superior dos 25 Estados
membros da União Européia
e dos países do Espaço
Econômico Europeu – EEE/
Associação Européia de Livre
Comércio – AELE (Islândia,
edital para apresentação de propostas pode ser
Liechtenstein, Noruega) são
acessada no site internet Europa (endereço:
elegíveis para oferecer
http://europa.eu.int/comm/education/pro-
conjuntamente cursos de
grammes/mundus/index_fr.html; os masters
selecionados com base no edital para apre-
master Erasmus Mundus, no
contexto da ação 1. Essa ação
também está aberta aos países
sentação de propostas para o ano acadêmico
candidatos à adesão à UE
2006/2007 serão divulgados no site internet em
(Bulgária, Romênia e Turquia),
outubro de 2005.
mas sua participação oficial no
programa ainda não foi
formalizada.
AÇÃO 2 – BOLSAS
A Comissão, por intermédio dos consórcios selecionados que gerenciam os masters Erasmus Mundus,
2 Países terceiros: qualquer
país que não os mencionados
na nota 1.
Erasmus Mundus em números
No período 2004-2008, o programa Erasmus Mundus deverá apoiar cerca de:
100 cursos master de alta qualidade acadêmica
5.000 bolsas para estudantes graduados de países terceiros cursarem esses masters
4.000 bolsas para estudantes graduados europeus envolvidos nesses masters estudarem
em países terceiros
1.000 bolsas para universitários de países terceiros ensinarem ou realizarem pesquisas
na Europa
1.000 bolsas para universitários europeus ensinarem ou realizarem pesquisas em países
terceiros
100 parcerias entre os cursos de master Erasmus Mundus e instituições de ensino
superior em países terceiros
7
O Brasil no master Erasmus Mundus
sobre tecnologias educativas
O master europeu Engenharia dos meios de comunicação para a educação,
coordenado pela UFR Letras e Línguas da Universidade de Poitiers, foi
selecionado pela Comissão Européia para participar do programa Erasmus
Mundus. Ministrado em colaboração com duas universidades da Europa e
três da América Latina – Universidade Nacional de Educação a Distância
(Madri), Universidade Técnica de Lisboa, Universidade de Brasília,
Pontifícia Universidade Católica do Peru (Lima) e Universidade de Los Lagos
(Osorno, Chile) –, ele é hoje o único master europeu Erasmus Mundus na
área das novas tecnologias educativas.
Mobilizando três das universidades européias mais atuantes nessa área, essa
colaboração fez emergir na Europa um pólo de excelência em educação. Os
diplomados nesse master profissionalizante são chamados a dirigir projetos
para criar, explorar e avaliar recursos de formação via mídia, como por
exemplo os novos dispositivos de ensino a distância.
Mais informações www.euromime.org
PARA ESTUDANTES SUL-AMERICANOS
Uma das originalidades desse master está na região geográfica de admissão
dos estudantes: embora possa receber estudantes do mundo inteiro, encontrase aberto mais particularmente para candidatos da América do Sul. A curto
prazo o objetivo é consolidar os laços com essa região e favorecer o
desenvolvimento na América do Sul de currículos voltados para as novas
tecnologias educativas.
Formação profissionalizante de alto nível, destina-se a estudantes de
destaque. Os participantes do programa seguem um semestre de curso em
cada estabelecimento europeu, onde vão integrando consecutivamente as
turmas dos três masters nacionais.
Em setembro de 2005 treze estudantes de países terceiros, na maioria
integrantes de programas de formação continuada em empresas, ingressarão
no master europeu Engenharia dos meios de comunicação para a educação.
Quando o concluírem, serão titulares dos diplomas nacionais das três
universidades européias parceiras.
Contato Département d’ingénierie des médias pour l’éducation T (33-5) 49.45.32.23 [email protected]
3 Esses jurisdicionados dos
concede bolsas para estudantes que já sejam titulares
enviados para fora da UE. As parcerias devem ser
países terceiros não podem
de um primeiro diploma de nível superior e para
feitas com no mínimo um estabelecimento de ensino
universitários muito qualificados (que disponham de
superior de um país terceiro.
residir ou ter exercido sua
atividade principal (estudos,
empregos etc) durante um
uma experiência universitária e/ou profissional de
Para a realização da ação 3 durante o ano univer-
total de mais de 12 meses dos
primeira linha)3 de países terceiros. Os estudantes
sitário 2006/2007, os consórcios Erasmus Mundus
últimos cinco anos em um
inscrevem-se para seguir os masters Erasmus Mundus
devem apresentar propostas de parcerias até 31 de
selecionados; os universitários, para efetuar missões
outubro de 2005. Essas propostas conterão uma
de ensino e de pesquisa e trabalhos eruditos nos
descrição da parceria em questão, bem como o
estabelecimentos participantes do master.
número de estudantes e de universitários previsto
Estado membro ou um país
participante.
Estudantes e universitários que desejarem candi-
para as ações de mobilidade para fora da UE.
datar-se para participar de um curso de master
Erasmus Mundus (com ou sem bolsa) devem apre-
AÇÃO 4 – MAIOR ATRATIVIDADE PARA
sentar sua candidatura diretamente aos consórcios,
O ENSINO EUROPEU
independentemente do ano de seleção do master (a
menos que este esteja em seu ano preparatório). Se
sua participação for aceita, os consórcios Erasmus
Mundus solicitam junto à Comissão o correspondente
co-financiamento das bolsas.
Os consórcios Erasmus Mundus adotam regras de
seleção transparentes. Para o edital em andamento,
com referência à outorga de bolsas para o ano
acadêmico 2006/2007, cada consórcio deve reservar
12 vagas para estudantes e três para universitários de
países terceiros.
Os interessados devem apresentar sua candidatura no prazo estabelecido pelo consórcio,
seguindo todas as instruções dadas por ele. (Os
consórcios Erasmus Mundus estabeleceram esses prazos considerando que suas propostas de seleção devem
ser enviadas à Comissão até 28 de fevereiro de 2006.)
AÇÃO 3 – PARCERIAS
Erasmus Mundus financia também projetos destinados a melhorar a atratividade e o interesse do ensino
superior europeu. O programa colabora em atividades
complementares que melhorem a imagem, a visibilidade e a acessibilidade do ensino superior europeu e
também em questões essenciais para a internacionalização do ensino superior, como o reconhecimento
mútuo dos diplomas com os países terceiros.
São elegíveis os estabelecimentos e outros organismos públicos ou privados ativos no âmbito do
ensino superior em todos os países do mundo, tendo
formado uma parceria mínima constituída de três
estabelecimentos/organismos provenientes de três
países europeus.
No edital ora em curso, os estabelecimentos
admissíveis deverão apresentar propostas de atividades até 31 de maio de 2005; os projetos selecionados serão realizados a partir de outubro de 2005.
A Comissão financia parcerias entre consórcios
O programa confirma a intenção da Comissão
Erasmus Mundus e estabelecimentos de ensino
Européia de incentivar a abertura do ensino superior
superior de países terceiros a fim de permitir que
para o restante do mundo. Ele vem complementar os
participantes europeus (estudantes diplomados e
programas regionais da União Européia já implantados
universitários) dos masters Erasmus Mundus passem
nos países terceiros no âmbito do ensino superior,
um breve período, como parte de seu curso, em
como o programa ALFA para a América Latina.
universidades parceiras dos países terceiros.
Em princípio, anualmente cinco estudantes por
estabelecimento membro de um consórcio Erasmus
Mundus e três universitários por consórcio deverão ser
8
Mais informações
http://europa.eu.int/comm/education/programmes/mundus/
index_fr.html
EduFrance fortalece sua rede no Brasil
A Agence EduFrance é um organismo público
deram encontrar-se com estudantes e apresentar o
criado em 1998 pelos Ministérios franceses da Edu-
sistema de ensino superior na França, seus estabe-
cação e das Relações Exteriores com a missão de
lecimentos e os benefícios dessa experiência a
promover o ensino superior francês. Informa e orienta
milhares de estudantes brasileiros.
as pessoas que desejam complementar seus estudos
Nos próximos meses a EduFrance estará presente
em universidades e escolas francesas. Sua sede fica
em outros eventos:
em Paris e possui representação em 40 países, nos
• de 13 a 16 de abril – Feira do Vestibular – São Paulo, SP;
cinco continentes. No Brasil, sua parceria com o
• de 3 a 5 de maio - Feira de Intercâmbio da UNISINOS –
CenDoTeC, os serviços culturais ligados à Embaixada
São Leopoldo, RS;
da França e a Aliança Francesa forma uma rede de
• de 12 a 22 de maio – Bienal do Livro – Rio de Janeiro, RJ.
informação sobre o ensino superior francês.
Em 2005, além dos espaços já existentes a Agence
SEMANA DO ENSINO SUPERIOR FRANCÊS NO
EduFrance investe na abertura de um espaço em
BRASIL – DE 22 A 29 DE SETEMBRO DE 2005
Recife e de vários pontos de informação, ampliando
sua atuação no Brasil.
A Agence EduFrance organiza em setembro duas
grandes feiras no Rio de Janeiro e em São Paulo para
atender a solicitações dos estudantes brasileiros. Os
DIVULGAÇÃO DOS ESTUDOS NA FRANÇA
estudantes poderão encontrar representantes de mais
Durante a primeira
de 50 estabelecimentos franceses de ensino superior
quinzena de março, a
em todas as áreas. Além disso, estão previstos
EduFrance Brasil parti-
encontros entre as instituições dos dois países para
cipou dos principais
discussão de possibilidades de cooperação nas cidades
eventos de educação
de São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife.
no exterior – Salão do
Estudante, ExpoBelta e
Expo Estude no Exterior – realizados em
São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo
Horizonte, Florianópolis, Salvador, Brasília e
Porto Alegre.
Nesses 15 dias de
Programa da Semana do Ensino Superior Francês
22/09
Abertura oficial – Brasília
23/09
Encontros entre estabelecimentos franceses e brasileiros, em parceria
com o Fórum de Assessorias das Universidades Brasileiras para Assuntos
Internacionais - FAUBAI – São Paulo
24 e 25/09 Salão EduFrance – MUBE, São Paulo
27/09
Encontros entre estabelecimentos franceses e brasileiros – Belo Horizonte,
Porto Alegre e Recife
29/09
Salão EduFrance – Hotel Sofitel, Rio de Janeiro
eventos, representantes da EduFrance pu-
Mais informações www.edufrance.com.br
C O N TAT O S R E D E E D U F R A N C E N O B R A S I L
EduFrance São Paulo
CenDoTeC www.cendotec.org.br/edufrance
Av. Prof. Dr. Lineu Prestes, 2242
IPEN - Cidade Universitária
05508-000 São Paulo - SP
T (11) 3032-1214
Fax (11) 3032-1552
[email protected]
EduFrance Recife
Consulado Geral da França em Recife
Serviço Cultural
Av. Conselheiro Aguiar, 2333 - 6.º andar
51020-020 Recife - PE
T (81) 3465-3290
Fax (81) 3466-3599
[email protected]
EduFrance Salvador
Serviço Cultural
Secretaria de Estado da Educação da Bahia
Centro Administrativo da Bahia- BCLE
Sala 224 - Caixa Postal 9089
41750-300 Salvador - BA
T/Fax (71) 3115-9195
[email protected]
EduFrance Rio de Janeiro
Consulado Geral da França no Rio de Janeiro
Serviço Cultural
Av. Presidente Antônio Carlos, 58 - 2.º andar
20020-010 Rio de Janeiro - RJ
T (21) 3974-6680
Fax (21) 3974-6863
[email protected]
EduFrance Campinas
Centro Cultural Franco-Brasileiro
Aliança Francesa de Campinas
Rua Pandiá Calógeras, 59 - Cambuí
13024-170 Campinas - SP
T/Fax (19) 3252-1063
[email protected]
EduFrance Belo Horizonte
Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais
Centro de Referência do Professor - BCLE
Praça da Liberdade
30140-010 Belo Horizonte - MG
T/Fax (31) 3224-9717
[email protected]
EduFrance Florianópolis
Associaçõa de Cultura Franco-Brasileira
Aliança Francesa de Florianópolis
Rua Visconde de Ouro Preto, 282 - Centro
88020-040 Florianópolis - SC
T (48) 222-8925
Fax (48) 222-1736
[email protected]
EduFrance Brasília
Embaixada da França no Brasil
Birô de Cooperação Lingüística e Educativa
SES - Av. das Nações - Lote 04
70404-900 Brasília - DF
T (61) 312-9210
Fax (61) 312-9211
[email protected]
EduFrance Porto Alegre
Aliança Francesa - Moinho dos Ventos
Praça Maurício Cardoso, 49 - Moinho dos Ventos
90570-010 Porto Alegre - RS
T (51) 3222-6070
Fax (51) 3346-9335
[email protected]
9
Rede “n+i”: para
engenheiros com
vocação internacional
Entre as diversas formas de que o
estudante brasileiro dispõe para realizar
estudos de engenharia na França, a Rede
“n+i” oferece a vantagem adicional de
reunir todas suas escolas em um único
processo de candidatura.
A Rede “n+i” propõe um programa de formação
Em 2004
4 025 estudantes demonstraram interesse pela rede
“n+i” (início do envio das candidaturas pelo site),
546 dossiês eletrônicos completos,
395 dossiês foram validados e assim puderam ser
consultados,
339 candidatos foram escolhidos por pelo menos um
estabelecimento (até este ponto a inscrição é
gratuita),
225 candidatos aceitaram a oferta pedagógica e
financeira,
169 candidatos finalizaram o projeto.
de engenheiros internacionais no qual, a um currículo
nacional, acrescenta-se (+) uma dimensão internacional (“n+i”). É gerenciada pela Agence Edufrance
e financiada pelos Ministérios da Educação Nacional e
das Relações Exteriores da França.
Essa rede congrega mais de 57 Grandes Ecoles de
Os candidatos podem escolher entre dois programas:
• O programa longo, de dois anos, que leva ao
Official Master’s Degree de padrão europeu. Após o
semestre de transição (ST), os alunos-engenheiros
engenharia (entre as quais: ENSAM, Supélec, ENST
“n+i” vão para uma Grande École de sua escolha,
Bretagne, ESTP, INSA de Toulouse e de Strasbourg,
onde prosseguem os estudos. Estágios em empresas
escolas de química e de agricultura etc), espalhadas
e visitas a locais de produção fazem parte da for-
por toda a França (41 cidades, 18 regiões) e de alto
mação.
nível em mais de 250 especialidades: da agricultura às
• O programa curto, denominado “Experiência”. De
telecomunicações, incluindo engenharia civil, mecâ-
janeiro a junho depois do ST, o estudante pode optar
nica, biotecnologia, química, materiais, eletrônica,
entre: acompanhar cursos como ouvinte; realizar uma
meio ambiente etc.
atividade de pesquisa em uma empresa ou em uma
Todos os estabelecimentos franceses “n+i” pro-
escola de engenharia; efetuar um estágio em empre-
põem, em dois anos de formação, o acesso ao diploma
sa, orientado por um professor. Esse período de seis
1 Na França, o diploma em
em engenharia1 para estudantes estrangeiros que
meses permite-lhe descobrir uma outra forma de
engenharia corresponde ao
tenham no mínimo o grau de bacharelado (no Brasil,
trabalhar, de pensar e de viver, enriquecendo sua
5 anos). O trunfo da Rede “n+i” está em aproveitar
experiência cultural; além disso, fica registrado em
uma forte mutualização entre estabelecimentos para
seu currículo acadêmico e pode ser creditado (cer-
propor um conjunto de soluções inovadoras, tais
tificado de transferência de créditos) por sua univer-
como:
sidade de origem.
nível europeu master.
• inscrição: o site www.nplusi.com oferece ao
estudante, onde quer que se encontre, a possibilidade
de inscrever-se on line e candidatar-se simultaneamente a todas as escolas da Rede e aos diversos
programas de bolsas (das regiões, de empresas e do
Governo francês);
• recepção dos estudantes: a Rede proporciona
acompanhamento e assistência personalizados (desde
o aeroporto até o diploma);
• parcerias: cada escola beneficia-se de todas as
parcerias estabelecidas com as melhores universidades de outros países, com as regiões da França
(que procuram atrair alunos excelentes para seus
estabelecimentos de ensino e seu mercado de trabalho) e com as empresas (que desejam participar da
formação de seus futuros engenheiros internacionais).
PROGRAMAS DE UM E DOIS ANOS
Uma das originalidades da Rede “n+i” consiste em
incluir em seus dois programas seis meses de
adaptação cultural, lingüística e também metodológica, para auxiliar os estudantes internacionais a
inserirem-se melhor entre os alunos-engenheiros
franceses.
10
POSSIBILIDADES DE FINANCIAMENTO
Graças às parcerias estabelecidas pela Rede “n+i”,
em 2004 mais de 85% dos estudantes conseguiram
bolsas complementares e mais de 20% obtiveram um
financiamento total (acadêmico + custo de vida) para
os dois anos do programa “n+i”.
Por exemplo, as empresas francesas e brasileiras
podem propor-se a acompanhar os estudantes que
lhes parecerem mais adequados para seus objetivos,
oferecendo-lhes estágios, projetos, bolsas, financiamentos, empregos etc.
Mas para obter uma bolsa, um financiamento, uma
oferta de formação etc é preciso que o estudante se
candidate e que a Rede disponha de um dossiê
completo para avaliação. A inscrição é gratuita. Para
inscrever-se basta preencher um dossiê on line e
transmitir à Rede “n+i” uma versão impressa assinada, acompanhada dos documentos complementares.
A próxima data-limite de inscrições é 24 de abril.
Mais informações
www.nplusi.com [email protected]
ASSOCIAÇÕES
Novos integrantes da ASPEF
Alunos das mais variadas especialidades, que
habilidade de entender e responder à dinâmica das
fizeram recentemente estudos de graduação ou de
relações entre as duas nações – um diferencial valioso
pós-graduação em escolas francesas, integraram-se
para instituições num contexto globalizado.
em 2005 à Associação Paulista dos Antigos Alunos e
Estagiários das Escolas Francesas - ASPEF.
No intuito de reverter essa situação, a ASPEF, com
auxílio da recém-criada APFI - Associação Politécnica
Essa geração de jovens é fruto dos acordos e
de Formação Internacional, está organizando ativi-
programas cada vez mais fortes entre Brasil e França.
dades de divulgação desse novo perfil de profissionais
Com o desenvolver das relações, surgiram acordos
para empresas e câmaras de comércio. Como uma das
entre instituições de ensino, de excelente qualidade
medidas, está prevista a criação de um banco de
internacional, que dão direito a diplomas dos dois
currículos de pessoas com esse perfil e palestras sobre
países e acesso a bolsas de estudos. As novidades não
o assunto.
estão restritas a programas de graduação mas
abrangem também a pós-graduação.
Além desses esforços, os jovens recém-associados
estão fornecendo importante suporte na organização
Independentemente do programa escolhido, a
do seminário técnico anual da ASPEF. Este ano o semi-
experiência internacional traz aos participantes
nário será sobre o biodiesel, que está em ampla
amadurecimento em aspectos tanto acadêmicos e
discussão no Brasil e no mundo como uma das fontes
profissionais como culturais e pessoais. No entanto, ao
viáveis de energia renovável. Fiquem atentos para as
retornarem, eles nem sempre encontram o reco-
próximas informações e aproveitem para conhecer os
nhecimento adequado com relação a essas aquisições.
novos associados que estão engajados nesses pro-
Há uma avaliação vaga sobre a importância dos
jetos.
intercâmbios acadêmicos e o potencial humano gerado
nas empresas no Brasil. Muito mais do que profissionais bilíngües, esses programas oferecem ao parque
empresarial brasileiro indivíduos biculturais com a
Contato
Jean Bodinaud [email protected]
Karim Boudhraa [email protected]
uma associação para os pesquisadores
e os estudantes brasileiros na França
Muitos dos estudantes e pesquisadores bra-
parceria com a Maison du Brésil e a Embaixada do
sileiros na França recebem apoio das agências
Brasil na França e organiza atividades culturais
brasileiras de financiamento da pesquisa, o CNPq e a
abertas ao público (“Domingo de Sol”).
CAPES. Existem diversos programas institucionais de
A APEB-Fr realiza de 26 a 29 de abril seu primeiro
cooperação científica (CAPES/COFECUB – que já
Congresso Internacional: “A pesquisa científica no Ano
financiou até o momento mais de 500 projetos –,
do Brasil na França: balanço e futuro da cooperação”.
FAPESP/ENS, CNPq/INSERM, CNPq/CNRS) e vários
O 1. CIAPEB será em Paris e fará parte da temporada
organismos que coordenam e promovem os esforços
cultural “Brésil, Brésils”, em que eventos sobre o Brasil
bilaterais em matéria de intercâmbios técnicos e
estarão ocorrendo em toda a França. O congresso
científicos (CRBC-EHESS, Délégation Régionale de
quer mostrar uma outra face do país – sua pesquisa –
Coopération France-Cône Sud, CenDoTeC).
e visa incentivar o aprofundamento da cooperação
Essa vigorosa cooperação tem resultado em um
aumento constante do número de intercâmbios e
o
áreas do conhecimento.
As atividades científicas serão pontuadas por
sadores e Estudantes Brasileiros na França - APEB-Fr.
manifestações culturais que ocorrerão concomitante-
Com mais de 400 associados, a APEB-Fr é o interlo-
mente na Maison du Brésil e no FIAP Jean Monet. O
cutor privilegiado dos bolsistas brasileiros com as
congresso conta com o apoio de: Embaixada do Brasil
A associação tem por vocação “difundir e promo-
PARIS 2005
científica e técnica entre os dois países, em todas as
levou, em 1984, à criação da Associação dos Pesqui-
agências brasileiras de financiamento da pesquisa.
I CIAPEB
em Paris, Maison du Brasil, EduFrance, CenDoTeC,
Capes, CNPq, Conseil Régional de l’Île-de-France.
ver a produção científica e cultural sobre o Brasil” e
Estarão presentes no congresso, entre outros,
“estimular a cooperação entre as comunidades cien-
Edgar Morin, diretor emérito de pesquisa do CNRS;
tíficas e culturais brasileiras e francesas”. Para isso,
Jorge Guimarães, presidente da CAPES; Inez Machado
apóia a estada de pesquisadores e estudantes brasi-
Salim, diretora da Maison du Brésil da Cidade Inter-
leiros na França fornecendo informações diversas em
nacional Universitária de Paris; Olivier Giron, da
um fórum de discussão no site internet www.apebfr.
direção das Relações Internacionais e da Cooperação
org, e organizando atividades culturais e científicas.
do Ministério francês da Educação.
Também promove seminários (“Ciclo APEB”) em
Mais informações www.apebfr.org/ciapeb
11
PESQUISA
Pesquisa e inovação em
energia solar fotovoltaica
Células solares em materiais orgânicos
O material orgânico (ou seja, os plásticos), menos
oneroso, desponta como uma via complementar
O efeito fotovoltaico permite a conversão
tecnologia limpa. De fácil manipulação, seu uso como
solares em eletricidade. Na produção de
material de base permitirá que toda a engenharia da
eletricidade de origem renovável, a
célula (do substrato até a cápsula protetora) aplique
energia solar fotovoltaica pode constituir
apenas uma única tecnologia industrial pouco one-
um componente significativo, sobretudo
rosa, próxima das técnicas habituais de impressão.
para os setores residencial e terciário.
Desde 2001 o CEA vem trabalhando no projeto de
nos últimos 10 anos, o aporte fotovoltaico no fornecimento de energia ainda é marginal, principalmente
porque o custo de seu quilowatt-hora conectado à
rede é cerca de 10 vezes maior que o do gás ou do kW
nuclear. Hoje o segmento está empenhado em melhorar o rendimento de conversão da energia e reduzir os
custos de fabricação dos sistemas completos.
Para isso, o CEA - Comissariado de Energia Atômica organizou-se em todo o segmento (células,
módulos e sistemas, armazenagem da energia) para
propiciar as rupturas tecnológicas indispensáveis a
branas poliméricas com eficiência superior a 5% sob
iluminação solar e estável por 5.000 horas no mínimo.
Ainda devem ser feitas pesquisas para melhorar o
tempo de vida dos componentes. O CEA coordena um
projeto europeu, o Molycell, sobre esses segmentos
inovadores.
MÓDULOS E SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
é um processo difícil; por isso não é raro observar
diferenças significativas (de menos ou mais 5%) entre
os bancos de caracterização, tanto dos fabricantes
dos módulos é diretamente proporcional à potência
ficações de seu Laboratório de Eletrônica e
medida. O projeto europeu PV-Catapult, que teve
de Tecnologia da Informação - Leti em micro-
início em 2004 e do qual o CEA participa, visa com-
eletrônica (silício, filmes finos).
preender as diferenças entre os bancos de teste e
Em 2003, com o suporte financeiro da Ademe –
contribuir para uma normalização internacional.
Agência do Meio Ambiente e de Controle da Energia,
Aproveitando a insolação ótima de suas instalações
o CEA dotou-se de uma plataforma tecnológica, a
em Cadarache, o CEA implantou a plataforma SOL -
Restaure, que integra todos os equipamentos neces-
Solar Outdoor Laboratory, cujo objetivo é medir a
sários à fabricação de células em silício multicristalino.
produtividade real de módulos e sistemas sob inso-
As primeiras células de 150 mm X 150 mm, produ-
lação natural, servindo assim como referência nesse
zidas em 2004, apresentam rendimentos superiores a
procedimento normativo.
15%. Esses resultados animadores prometem que até
O passo seguinte é otimizar a gestão de um sis-
2010 será possível obter rendimentos de conversão da
tema completo e integrar o fotovoltaico nos sistemas
ordem de 20% para células de 200 mm X 200 mm,
energéticos: redes de produção descentralizada, inte-
com custos de fabricação inferiores a 1 euro/Watt-pico .
gração nas edificações e no habitat etc. A modelagem
Os equipamentos são muito semelhantes aos
dos sistemas é um importante eixo de desenvolvimen-
utilizados pela indústria, o que possibilita a trans-
to para propor aos profissionais da energia solar ser-
ferência progressiva de melhoramentos. A plataforma
viços de auxílio a projetos (dimensionamento, escolha
1
2 Estão em andamento vários
demonstrar até 2005 a viabilidade de células de mem-
econômicas são consideráveis, pois o preço de venda
O CEA apóia-se sobretudo nas quali-
célula fotovoltaica.
mentar. Um projeto financiado pela Ademe pretende
como dos laboratórios de referência. As implicações
Células em silício de alto rendimento
insolação máxima para uma
ainda é fraco (cerca de 3,5%), mas não pára de au-
Medir a potência elétrica de módulos fotovoltaicos
Atualmente são estudadas duas vias,
potência correspondente à
radas com as convencionais em silício, seu rendimento
vez formam sistemas.
com objetivos e aplicações complementares:
1 Watt-pico: unidade de
células fotovoltaicas orgânicas ou híbridas. Compa-
As células são montadas em módulos, que por sua
esses desenvolvimentos.
CÉLULAS FOTOVOLTAICAS
Instalação de placas de
silício de 200 mm x 200 mm
no forno de difusão
utilizado para a formação
do emissor da célula
fotovoltaica. A plataforma
Restaure do CEA/Grenoble
é uma das poucas que
utilizam essas dimensões
(o padrão é de 150 mm x
150 mm).
produção. Degradáveis, os polímeros garantem uma
direta da energia luminosa dos raios
Na França, embora tenha aumentado sete vezes
©Michon-artechimique/CEA
promissora e confiável para reduzir os custos de
será acessível ao pessoal dos laboratórios externos e
às indústrias, por meio de acordos específicos .
2
Além disso, as equipes do CEA desenvolvem ramos
dos componentes, ensaios etc). A conexão à rede
convencional de distribuição de eletricidade é uma
questão importante e em pleno desenvolvimento.
projetos (Sinergies, Reducop,
inovadores a fim de diminuir a quantidade de silício
Photosil e outros), em
utilizada, particularmente a partir de células em filmes
colaboração com equipes do
finos de silício monocristalino. Também estudam
A armazenagem da eletricidade é fundamental
novos materiais que proporcionem alto rendimento
para as fontes não conectadas à rede, chamadas
(células multi-junção).
intermitentes (eólica, fotovoltaica). Portanto, torna-se
CNRS e em parceria com a
Photowatt, a Pechiney, a
Apollon Solar.
12
ARMAZENAMENTO DA ENERGIA
O que pensam os experts
Vivemos em uma parte do planeta na qual incidem elevados valores de
radiação solar! Temos também as maiores reservas de quartzo do mundo,
matéria-prima para a obtenção de silício purificado para a produção de células
solares. Por que não usarmos esta matéria prima e uma forma limpa, silenciosa,
democrática e de alta tecnologia para produção de energia elétrica,
denominada energia solar fotovoltaica, para alcançarmos uma sociedade mais
justa e de igualdade de oportunidades?
Para acelerar o desenvolvimento tecnológico e aumentar o uso desta tecnologia
no Brasil, em maio de 2004 foi assinado pelo Ministro da Ciência e
Tecnologia o Acordo Técnico-Científico para a implementação do Centro
Brasileiro para Desenvolvimento de Energia Solar Fotovoltaica – CB-Solar.
Este acordo é resultado de uma parceria da Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul – PUCRS com o Ministério da Ciência e Tecnologia,
Secretarias Estaduais de Ciência e Tecnologia e de Energia, Minas e
Comunicações do RS, Companhia Estadual de Energia Elétrica do RS e
Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio de Porto Alegre.
O Centro foi implantado no Núcleo Tecnológico de Energia Solar – NTSolar da PUCRS, o mais moderno laboratório da área na América Latina para
fabricação de módulos fotovoltaicos.
Estes laboratórios foram projetados
especificamente para desenvolver
protótipos de células solares e módulos
fotovoltaicos bem como para implementar e analisar sistemas fotovoltaicos.
O objetivo é desenvolver novas estru-
turas mais eficientes na conversão de energia solar em elétrica, desenvolver
tecnologias para fabricação de células solares e módulos fotovoltaicos mais
econômicos ou mais eficientes, implementar e estudar sistemas fotovoltaicos
e formar recursos humanos especializados na área. Desta forma, realiza a
associação ciência/tecnologia/aplicações.
O CB-Solar é constituído de um Comitê Diretor e uma Secretaria Executiva.
Para assessorar em temas específicos, conta com uma equipe de consultores
e os membros associados financiam projetos específicos. O Centro tem as
funções de promover o desenvolvimento científico e tecnológico, programas
para incentivar as aplicações e a formação de recursos humanos bem como
estabelecer um trabalho em conjunto com especialistas de universidades,
centros de pesquisa, empresas e usuários nesta área. Neste sentido, está
sendo implementada uma planta piloto para fabricação de módulos
fotovoltaicos com tecnologia nacional, nos laboratórios do NT-Solar.
Outra atividade importante na área é a estruturação das normas para a
etiquetagem/certificação dos componentes de um sistema fotovoltaico
autônomo e do próprio sistema. Os trabalhos estão sendo coordenados pelo
Inmetro e contam com a participação de especialistas das universidades e
empresas.
Prof.a Dra. Izete Zanesco e Prof. Dr. Adriano Moehlecke,
professores da Faculdade de Física e do Programa de PósGraduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul;
coordenadores do Centro Brasileiro para Desenvolvimento
da Energia Solar Fotovoltaica, CB-Solar
[email protected] e [email protected]
indispensável para as aplicações em locais isolados;
poluentes. Quanto às tecnologias do frio, que repre-
mas atualmente é a principal dificuldade, devido a seu
sentam 15% do consumo francês, o uso de fluidos
custo, ainda proibitivo, sobre o tempo de vida total de
frigorígenos não poluentes poderia ser uma solução.
um sistema autônomo.3
Por fim, materiais inovadores otimizariam a isolação e
Quanto à armazenagem da eletricidade em geral,
a iluminação das construções.4
as pesquisas visam melhorar os desempenhos, os
rendimentos e os custos das baterias de chumbo.
Também são estudadas soluções mais inovadoras a
partir da tecnologia do lítio. Procura-se projetar e
produzir novos eletrodos de baixo custo e novos
eletrólitos. O CEA apóia-se nas microtecnologias e na
obtenção de patentes para desenvolver baterias e
acumuladores para aplicações que vão do veículo
elétrico aos objetos nômades.
RESIDÊNCIAS E SETOR TERCIÁRIO
O PROJETO INES
Para sanar a dispersão da P&D francesa sobre
energia solar, principalmente fotovoltaica, era indispensável criar um centro de excelência que reunisse
as qualificações e os recursos do segmento. Esse é o
objetivo do projeto INES - Instituto da Energia Solar,
que agrupa os principais atores da pesquisa francesa
(CEA, CNRS, CSTB) e as indústrias do segmento solar
3 O CEA coordena um estudo
sobre essas questões. Para o
armazenamento das energias
intermitentes, a EDF, a Total
(Clipsol, Photowatt, Total Energie). Suas temáticas de
Energie e a Accus Clément
pesquisa são:
estão entre os principais
Nos setores residencial e terciário, responsáveis
• a energia solar térmica e fotovoltaica: células,
por 25% das emissões de CO2 do país, as possibi-
sensores, módulos, sistemas, armazenagem da
parceiros industriais do CEA.
4 A Ademe é um importante
parceiro institucional do CEA
lidades de economia de energia e de redução das
eletricidade, demonstração e testes;
emissões de gases de efeito estufa são consideráveis:
• gestão ativa dos recursos e das cargas térmicas e
o item “aquecimento”, por si só, representa 2/3 do
elétricas de uma edificação, para chegar a habitats
CSTB - Centro Científico e
consumo atual do parque residencial e metade do
autônomos em energia.
Técnico da Construção são
consumo do parque terciário. Estão em andamento
Suas três plataformas de atuação deverão:
na França e também atua em
nível europeu. O CNRS e o
parceiros em P&D. Quanto aos
aspectos térmicos, ele conta
pesquisas para melhorar a eficiência energética das
• pesquisar, desenvolver e valorizar a inovação;
edificações. Já é concebível que no futuro uma
• formar e informar os profissionais (construtores,
Grupo para Pesquisa sobre
edificação possa produzir mais energia do que
arquitetos), os pesquisadores e o público;
Trocadores Térmicos para as
consome: trata-se do conceito de “edifício com
• demonstrar a integração dos componentes e dos
energia positiva”. Graças às fontes renováveis (ma-
sistemas solares nas edificações, validando em
deira, solar térmica, solar fotovoltaica), esse edifício –
situação real inovações da P&D.
Integração de Sistemas e
otimizado em seu projeto e nas redes de interconexão
Contato
Pascal Couffin - chefe de projeto solar fotovoltaico e controle de
energia [email protected]
Tecnologias e o Leti permitem-
– produziria e trocaria energia térmica e elétrica.
Para o aquecimento, é possível desenvolver caldeiras com alto rendimento e baixa emissão de
Dossier de presse CEA jan 2005, Clefs CEA n.o 50/51
principalmente com o GRETh -
ferramentas de simulação e
experimentação. Internamente,
o List - Laboratório de
lhe uma abordagem sistêmica,
desenvolvendo componentes
eletrônicos, sensores
inteligentes etc.
13
PUBLICAÇÕES
Tudo sobre a malária
Em Biodiversité du paludisme dans le monde (2004,
Sobre a outra
economia
ed. John Libbey Eurotext, 420 p., ISBN 2-7420-0528-5,
Dictionnaire de l’autre
60 euros), especialistas do Instituto de Pesquisa e
économie (2005, ed. Desclée
Desenvolvimento – IRD apresentam um panorama
De Brouwer, ISBN 2-2200-
completo da malária. Alguns dos capítulos: a malá-
5534-5, 32 euros) resulta de
ria, parasitose e doença de transmissão vetorial;
uma cooperação franco-
histórico da aquisição dos conhecimentos e do com-
brasileira e reúne contribuições
bate; parasitas e vetores; ciclos dos plasmódios;
de importantes autores dos dois
bases da epidemiologia; a malária no mundo em
2000; biogeografia epidemiológica; as grandes re-
países, sob direção de JeanLouis Laville (Conservatório Nacional de Artes e
giões biogeográficas; evolução climática e malária;
Ofícios – CNAM, Paris) e Antonio David Cattani
modificações antrópicas do meio ambiente.
(UFRGS, Porto Alegre). Teve como ponto de partida
Informações e pedidos http://www.john-libbey-eurotext.fr
o livro A outra economia (P. Alegre, Veraz Editores,
Sciences au Sud n.° 26
Première mundial sobre o
Internet Protocol versão 6
2003 – traduzido também para o espanhol: B. Aires,
Editorial Altamira, 2004). O lançamento internacional
aconteceu durante o Fórum Social Mundial de 2005,
em Porto Alegre.
O IPv6 deverá substituir progressiva-
“Por muito tempo o sucesso do neoliberalismo deixou
mente a versão 4 do Internet Protocol
na sombra uma parte importante da economia real.
(IP, a tecnologia de base da Internet),
Sua pretensão a único modelo possível é hoje muito
que está próxima da saturação. O Centro
contestada, principalmente pelo movimento de alter-
das Tecnologias Novas – CTN e o Instituto
mundialização, que elabora também propostas con-
Superior da Internet – ISI criaram dois
cretas para promover mais solidariedade e demo-
DVDs de auto-treinamento no uso do IPv6.
cracia.” Para favorecer a reflexão sobre uma outra
O primeiro, mais generalista, já está disponível
economia, este dicionário enciclopédico propõe uma
(24 euros); acompanhado de um manual de 16
síntese confiável e acessível dos conhecimentos
páginas, apresenta em 90 minutos um panorama
disponíveis. Interdisciplinar e internacional, oferece
da nova tecnologia. O segundo é mais técnico
uma definição aprofundada de 50 termos-chave
e será comercializado em breve.
(comércio justo, desenvolvimento sustentável,
Informações e pedidos http://www.isi.unicaen.fr/CTN.php
Contatos
CTN – Philippe Lequesne – T (33-2) 31.46.28.09
ISI – Olivier Lamirault – T (33-2) 31.53.80.85
terceiro setor, economia solidária etc). Essas noções
FranceST n.° 61
Turismo e coletividades
A sinergia entre parceiros públicos (administrações
locais) e privados (profissionais do turismo) é que
impõe uma imagem turística. Em La communication
touristique des collectivités territoriales (Les dossiers
d’experts n.o 247, 184 p., ISBN 2-84130-547-7, 69
euros), os especialistas Pierre Frustier e François
Perroy propõem um método de análise e apresentam
as ferramentas da comunicação e seus potenciais;
recorrem a exemplos que mostram os meios
disponíveis em função dos objetivos e das pessoas
envolvidas nesse trabalho. Os capítulos dividem-se
em três seções: a comunicação, princípios gerais
adaptados ao âmbito turístico; a comunicação em
ações; as ferramentas da comunicação.
Informações e pedidos www.territorial.fr ou [email protected]
Contato
Pierre Frustier [email protected]
IUT Information-Communication - Université de Nantes
remetem à história e à atualidade. Ferramenta
indispensável para todos os envolvidos com a
economia social e solidária, para pesquisadores e
estudantes, alia as perspectivas teóricas às práticas
sociais.
Pedidos http://www.fnac.com
Dicionário multimídia sobre
desenvolvimento sustentável
Durante o encontro internacional TIC21 –
A Contribuição das Tecnologias da Informação e da
Comunicação para o Desenvolvimento Sustentável,
em fevereiro de 2005 em Valenciennes, foi apresentada a primeira versão do Dictionnaire Multimédia
Développement Durable. São 35 mil links sobre as
diversas vertentes do desenvolvimento sustentável,
400 vídeos e 100 mil palavras citadas, cobrindo todo
o tema por meio das tecnologias semânticas da web.
Contato
Para informar-se sobre a publicação on line do dicionário,
participar de sua evolução futura e contatar o autor, Michel
Giran, escreva para [email protected], com o título “Dictionnaire
Multimédia du Développement Durable”
No site do CenDoTeC www.cendotec.org.br
FranceST n.° 61
Cooperação e Redes – os projetos, as instituições, os convênios e as associações da cooperação científica franco-brasileira;
Informações C&T – as publicações do CenDoTeC, as bases de dados para pesquisadores e estudantes, as exposições
e o acervo; Estudos Superiores – o ponto de partida para os que querem estudar na França.
14
BREVES
Novo tratamento para a osteoporose
Até agora as terapias hormonais eram as mais eficazes, porém estudos recentes mostram que
podem causar câncer de mama. O novo medicamento, que recebeu o nome de Protelos, foi
desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica – Inserm em conjunto com os
laboratórios Servier. Eles criaram uma molécula na qual o estrôncio, um elemento próximo do cálcio
constitutivo dos ossos, é associado a um ácido orgânico, o ranelato, que aumenta sua disponibilidade e eficácia na conservação da massa óssea.
De fato, o osso renova-se permanentemente para conservar suas propriedades mecânicas: o osso
velho é reabsorvido para que uma nova matriz óssea seja formada. O déficit de estrogênio na
menopausa provoca um desequilíbrio que agrava a perda óssea natural que ocorre com a idade.
©P. Marie
Pierre Marie, chefe da equipe Inserm, explica: “Conseguimos mostrar in vivo em vários modelos, entre os quais
o rato privado de estrogênio, que o ranelato de estrôncio inibe a reabsorção do osso sem prejudicar a formação,
ao contrário dos tratamentos já disponíveis. Em animais sadios ele até mesmo a favorece. Também melhora as
propriedades mecânicas do osso e assim age tanto sobre a quantidade como sobre a qualidade.” O Protelos já
recebeu autorização para comercialização em 27 países europeus.
Contato Pierre Marie [email protected]
Le Journal du CNRS n.° 180
Uma rede européia sobre doenças animais
A rede EADGENE - European Animal Disease GEnomics Network of Excellence, coordenada pelo Instituto Nacional
de Pesquisas Agronômicas - INRA, foi lançada em fins de 2004 em seu centro de Jouy-en-Josas. Ela estudará as
principais espécies de animais de criação para responder a questões de saúde animal e humana e para melhorar
a qualidade e a segurança dos produtos de origem animal. Mobiliza em 10 países 130 cientistas de 13 instituições
parceiras; estas lançarão programas conjuntos de formação e pesquisa sobre as principais doenças de bovinos,
porcos, aves e peixes. A abordagem multidisciplinar também deverá fazer avançar os conhecimentos sobre
doenças humanas.
Contato EADGENE – Marie-Hélène Pinard van der Laan [email protected] T (33-1) 34.65.21.84
FranceST n.° 61
©IRD/P.Roger
Espirulina: um milagre não reconhecido?
Essa alga que cresce em lagos alcalinos intertropicais é rica em proteínas, micronutrientes, betacaroteno, ferro, vitamina B12, ácidos graxos. Entretanto, embora ONGs já a utilizem há muitos
anos no combate à desnutrição, ela continua ausente das estratégias oficiais, devido à insuficiência
de estudos científicos comprobatórios. Em um colóquio organizado pelo Instituto de Pesquisa e
Desenvolvimento – IRD e pelo Instituto Oceanográfico Paul Ricard, 120 cientistas, membros de
ONGs e produtores (começa-se a cultivá-la para uso industrial em cosmética e como corante
alimentar) chegaram a um consenso sobre certas propriedades e promessas da espirulina:
• Cultivo: possibilidade de cultura em meios pobres e em água do mar, sem perda das qualidades;
requer treinamento tanto em escala industrial como artesanal.
• Potencial biotecnológico: há poucas espécies, mas nenhuma tóxica; a composição varia de acordo com a
linhagem e o meio de crescimento.
• Potencial médico: é uma arma eficaz para redução do colesterol, do diabetes e da obesidade, bem como para
Microfotografia de uma
linhagem de Spirulina
isolada do solo de um
arrozal filipino
reforço do sistema imunitário e melhora da capacidade esportiva.
• Combate à desnutrição: nesse tema central das polêmicas, os cientistas preconizam o uso como complemento
alimentar (aporte diário de alguns gramas nos alimentos tradicionais).
Contato Loïc Charpy [email protected]
Sciences au Sud n.° 26
Amaya: um editor e navegador Web ao alcance de todos
O Instituto Nacional de Pesquisa em Informática e Automação – INRIA anunciou o lançamento do Amaya 9.0, o
único software livre que permite simultaneamente navegar na rede e criar ou editar páginas Web. Por essa
característica, Amaya é uma ferramenta de trabalho colaborativo: se estiver autorizado a modificar as páginas
de um site, o internauta pode atualizar as informações visualizadas e republicá-las imediatamente.
O Web Amaya é desenvolvido pelo INRIA desde 1996, em conjunto com o W3C - World Wide Web Consortium. A
versão 9.0 oferece uma interface totalmente renovada, mais intuitiva e acessível: é possível adicionar conteúdos
diversos (fórmulas, textos, gráficos etc.) sem conhecimento das tecnologias associadas e sem necessidade de
abrir várias janelas ou vários softwares. O uso por portadores de deficiências físicas também foi facilitado.
Reúne quatro linguagens do W3C: XHTML e XML (edição de páginas estruturadas), MathML (edição de fórmulas
matemáticas), CSS (padronização gráfica por definição de estilos) e SVG (desenhos vetoriais). É distribuído
gratuitamente e utilizável nas plataformas Linux, Windows e em breve Mac OS X.
Mais informações http://wam.inrialpes.fr/software/amaya/
Contato INRIA – Marie Collin T (33-4) 76.61.55.03
Comunicado Inria fev 2005
15
...BREVES
Laser para cortar... proteínas
Para estudar as proteínas por espectrometria de massa, os biólogos utilizam uma enzima como “tesoura”
molecular. Mas isso apaga parcialmente os vestígios das modificações que dão à proteína suas propriedades
©Ch.Jouvet
específicas, além de cortá-la de modo pouco seletivo.
Há nessas moléculas biológicas ligações que se quebram quando em presença de um elétron. Aproveitando-se
dessa característica, pesquisadores do Laboratório de Fotofísica Molecular de Orsay aplicaram a um fragmento
de proteína um pulso laser UV que excitou um elétron, tornando-o mais móvel; 200 femtosegundos depois, um
segundo pulso laser guiou o elétron para uma ligação frágil, provocando sua quebra. Variando o intervalo de
tempo entre os dois pulsos, seria possível até mesmo “escolher” o lugar da quebra. “Nosso objetivo é associar
corte a laser e espectrometria de massa. Com isso esperamos oferecer aos biólogos uma ferramenta complementar que lhes permita determinar de modo ainda mais preciso as características das proteínas.”
Contato Laboratoire de photophysique moléculaire d’Orsay
Christophe Jouvet [email protected]
Le Journal du CNRS n.° 181
Células-tronco embrionárias: uma nova aplicação?
A regeneração do epitélio respiratório é lenta e não se conhecem ainda as células-tronco humanas que atuam
no processo. Em muitas patologias respiratórias genéticas e/ou adquiridas, o repovoamento e a rápida
regeneração do epitélio condicionam a funcionalidade da mucosa respiratória.
Uma equipe Inserm conseguiu, pela primeira vez, demonstrar em ratos que células-tronco embrionárias podem
gerar um epitélio funcional completo, com células secretoras não ciliares, células basais e ciliares. Demonstraram
também que a diferenciação se processa melhor sob influência de colágeno tipo I. “A caracterização das célulastronco respiratórias e o conhecimento do meio favorável a seu crescimento e diferenciação constituem um fator
essencial para o desenvolvimento de terapias regeneradoras do epitélio”, concluem os pesquisadores do Inserm.
Contato Unidade Inserm UMR-S 514/Reims – Edith Puchelle [email protected]
T (33-3) 26.78.77.70 e (33-3) 26.86.56.56
Comunicado Inserm fev 2005
ON LINE
Novos dossiês Sagasciences
Suinocultura alternativa
http://www2.cnrs.fr/multimedia/
http://www.inra.fr/porcherie-verte/
Porcherie verte (“Chi-
novos dossiês temáticos (ao todo são nove, ver FF
queiro verde”) é um
n.o 31), ricos em recursos multimídia: filmes, ani-
programa de pesquisa
mações, fotos etc. Os novos dossiês são:
• Portrait Robots: os robôs que prestam serviço, que
imitam a vida e que exploram o mundo. Pesquisas e
©INRA/C.Maître
A coleção interdisciplinar do CNRS traz on line cinco
pluridisciplinar e interorganismos, coordenado
pelo Instituto Nacional
de Pesquisas Agronômicas – INRA. Seu objetivo é
perspectivas.
• La cellule animale: viagem em 3D pela célula,
terapia celular, clonagem, como uma célula se torna
cancerosa, o processo de envelhecimento celular.
• Sciences & Handicap: as pesquisas e as tecnologias
para melhorar o dia-a-dia dos portadores de deficiências físicas.
• Evolution: o conceito de evolução, cronologia,
grandes eventos do mundo físico e história da vida,
as teorias e as pesquisas atuais.
criar e promover sistemas sustentáveis de suinocultura. Compõe-se de quatro eixos temáticos: limitações e oportunidades da produção suína no plano
socioeconômico; novas condutas de criação; gestão
dos efluentes; sistemas de produção e métodos.
O programa, que teve início em 2001 e encerra-se
em 2005, mobilizou cerca de 90 pesquisadores e
engenheiros. Estudou-se, por exemplo, um modo de
criação sobre cama de serragem e com acesso a um
espaço externo, em comparação com o modo con-
• Art & Sciences: as técnicas de investigação cientí-
vencional sobre estrado. Resultados: impacto positivo
fica a serviço das obras de arte. As obras: o escriba
sobre o meio ambiente; maior peso do animal no
de Saggaret, os papiros egípcios, os autocromos,
abate e carne mais saborosa e mais tenra.
“As Bodas de Caná”; as ferramentas: radiografia,
O site apresenta as ações de pesquisa e fichas dos
acelerador de partículas, química, cromatografia.
resultados.
é uma publicação trimestral do CenDoTeC - Centro Franco-Brasileiro de Documentação Técnica e Científica
Av. Prof. Dr. Lineu Prestes, 2242 IPEN Cidade Universitária 05508-000 São Paulo-SP
APOIO
Tel.: (11) 3032-1214
Expediente
Fax: (11) 3032-1552 E-mail: [email protected]
Diretor de publicação Pierre Fayard
Editoração Neusa Watanabe Ferreira
Tradução Rosemary Costhek Abílio
Colaboração Halumi T. Takahashi, Dayane Martinez Takemiya, Tatiana Nikitin Silva, Verônica De Angelis
Projeto gráfico Everton Teles Rodrigues
Embaixada da França no Brasil
www.ambafrance.org.br
16
Impressão HM Ind. Gráfica e Editora
Jornalista responsável Roberto Penteado MTb 220/DF
As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores. Esta edição contém 250 links internet.
Tiragem: 3.500 exemplares
Divulgação eletrônica de resumo em português: 13.000 endereços; em espanhol: 3.000 ; em francês: 2.800.
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