NOSSAGENTEESPECIAL 15 de junho a 15 de julho 2009 ❖ Ano 3 ❖ Nº 27 ❖ Página 07 PAI & FILHO Uma relação de amor e confiança O papel dos pais na sociedade tem vindo a alterar-se, sobretudo nas últimas décadas. De fato, a condição do pai evoluiu mais na última geração que em dois milênios devido à transformação cultural, social e familiar. Até o fim do século passado, o pai desempenhava essencialmente uma função educadora e disciplinadora, segundo códigos frequentemente rígidos e repressivos. A relação pai e filho era reduzida, particulamente nos primeiros anos de vida, bem como sua participação nos cuidados diários da criança. Depois da Segunda Guerra Mundial, em consequência de alterações profundas que se deram na sociedade ocidental, a presença do pai se foi tornando mais intensa e cada vez mais participativa na vida do filho. Na nova redistribuição igualitária dos papéis masculinos e femininos, o homem como marido e como pai tem sido o principal alvo de transformação. Foi sobretudo a partir da década de 50 e em resultado de estudos, estatísticas têm apontado o papel do pai na vida do filho, cada vez mais importante e essencial em toda fase de vida. É reconhecido o importante papel do pai no desenvolvimento da criança. A interação pai e filho é um dos fatores decisivos para seu desenvolvimento cognitivo e social, facilitando a capacidade de aprendizagem e de integração da criança na sociedade. Atualmente, há um incentivo maior da parte dos pediatras e das mães no envolvimento do pai na vida do bebê desde os primeiros dias, que estimula aumentar o interesse e o envolvimento posterior com a criança. A privação do pai pode ter con- sequências graves e irreparáveis a longo prazo, com problemas na modulação e intensidade do afeto, e até mesmo numa futura participação ativa na vida do filho, em todos os aspectos. Podemos concluir que, ao longo destes anos, o papel do pai foi sofrendo várias alterações, tanto na educação dos filhos como na sociedade. Antigamente o pai era visto simplesmente como chefe de família, que saía cedo de casa para trabalhar e só voltava no fim da tarde, sem muito tempo ou disposição para se dedicar aos filhos ou a família. No entanto, hoje em dia não é bem assim, muitos pais já administram bem o tempo livre, investindo também na educação e na relação com os filhos e a família . Se nossos filhos recebem esta criação, significa que futuras gerações estarão vivendo da mesma forma, o papel do pai muito mais forte na relação com o filho. A importância do Pai Naturalmente, o pai vai ocupando seu lugar na educação do filho em uma das áreas mais delicadas: a responsabilidade de dar limites (como um sinal vermelho) ou saltar as amarrras (sinalizando verde). Uma tarefa árdua, nem sempre fácil de cumprir. Como é difícil, muitas vezes, negar algo que um filho quer e, por outro lado, também não se sabe se é hora de dizer sim para determinadas coisas. Por isso, as mães têm a tendência natural de atuar como protetora e deixar certas decisões nas mãos dos pais. Qual pai que nunca ouviu a frase: “ ïsso é com teu pai”. O pai estimula a independência do filho e corta o excesso de proteção da mãe. A diferença é que antes a autoridade paterna era acompanhada do medo que as crianças sentiam frente à uma figura tão severa e distante. Hoje, esse processo ocorre de maneira mais saudável e natural, haja visto a intimidade do pai com seu filho, num relacionamento de cumplicidade e amor. Ser paciente, carinhoso e atencioso não significa abrir mão da disciplina. Dar limites também é uma importante demonstração de amor, já que sem eles os filhos ficam perdidos e inseguros. A participação do pai é importante também em muitos outros aspectos. Ela serve como modelo de comportamento para os meninos e também permite que as meninas conheçam e compreendam o universo masculino. Práticos, objetivos e racionais, os homens também podem mostrar às crianças uma nova forma de encarar a vida, diferente do ponto de vista feminino. Não é preciso nem falar sobre o suporte emocional que a maior proximidade afetiva do pai representa para os filhos. Se amor de mãe já era bom demais, imagine isso em dobro! Um pai participativo e atencioso representa mais auto-estima, mais confiança, segurança e equilíbrio. Ele também serve como exemplo, contribuindo para que as próximas gerações superem definitivamente os preconceitos existentes na tradicional divisão do papel feminino e masculino na sociedade. Não se deve pensar, entretanto, que uma criança que não pode conviver com o pai, por qualquer que seja o motivo, será necessariamente infeliz ou proble- mática. A figura paterna pode ser representada por um tio, um avô ou outro adulto do sexo masculino que participe ativamente da vida da criança. O importante é que exista esse referencial masculino. A falta de credibilidade por parte das mães nos pais gera um desinteresse por parte deles (o pai). Achar o pai desqualificado para decidir ou resolver algo relacionado ao filho fica determinado uma rivalidade entra a mãe e o pai, ocasionando uma super ausência deles (papais). Psicólogos falam do importante papel do pai e da mãe na vida do filho. É fundamental a participação de ambos, cada qual com sua função indispensável na educação do filho e, acima de tudo, fazendo dele uma pessoa segura, com auto-estima e emocionalmente equilibrado. A influência do pai na vida profissional do filho No passado, as famílias eram formadas por médicos, advogados, dentistas e por outros profissionais de carreiras que denotavam status social. O ofício era passado por gerações. Com mudanças na economia, o mercado de trabalho se ampliou e se diversificou. Os filhos passaram a se interessar por outras áreas diante de tantas alternativas. Não influenciar na escolha da profissão do filho é realmente uma tarefa árdua, já que a tendência do pai é querer que Continua na pág. 08 Por Rita Pires