Probabilidade Condicional e Independência FCT/UNL, Probabilidades e Estatı́stica I MLE 1 Exercı́cios Exercı́cio 1 (Localização de um documento). [Jaf76, p. 15] Considerem-se as seguintes hipóteses. [1] H1 O documento X pode estar arquivado ou não. A probabilidade de que esteja arquivado é 1/2. H2 Na sala de arquivo há 9 estantes. O documento X pode ter sido arquivado numa qualquer das 9 estantes com igual probabilidade. 1. Determine p a probabilidade de que o documento X esteja na nona estante. 2. Determine q a probabilidade de que tendo verificado que o documento não se encontra nas oito primeiras estantes, o documento esteja na nona estante. 3. Comente a relação observada entre p e q. Exercı́cio 2 (Primeiro exemplo de acontecimentos independentes). Considere um modelo para dois lançamentos sequenciais de um dado equilibrado. Considere os acontecimentos: [1] B = {no primeiro lançamento saiu 6 } , A = {no segundo lançamento saiu 2 } . Mostre que A e B são independentes. Exercı́cio 3. [Jaf76, p. 17] Sejam a, b e N três inteiros estritamente positivos tais que N seja divisı́vel por a e por b. Seja ω extraı́do ao acaso em Ω = {1, 2, . . . , N }. Considere os dois acontecimentos: [2] A = {ω é divisı́vel por a} , B = {ω é divisı́vel por b} . Dê uma condição para que A e B sejam independentes. Exercı́cio 4. [Jaf76, p. 15] Numa assembleia de N pessoas escolhe-se uma comissão com s elementos e, de entre estes, um presidente. Sabendo que uma certa pessoa da assembleia não é presidente da comissão, qual é a probabilidade dessa pessoa fazer parte da comissão? [1] Exercı́cio 5. [KL72, p. 74] Procuramos um guarda chuva que se encontra com uma probabilidade p/7 num qualquer dos sete andares de um prédio. Procurou-se em vão nos seis primeiros andares. [1] 1. Determinar a probabilidade que o guarda-chuva se encontre no sétimo andar. 2. Seja f (p) a probabilidade determinada na alı́nea anterior. Represente graficamente a variação de f (p) em função de p. Exercı́cio 6 (Sobre a fórmula das probabilidades totais). [KL72, p. 74] Uma urna contem bolas brancas e pretas. Efectuamos uma sequência de n tiragens na urna. Supomos que a probabilidade que a k-ésima bola saia branca, dado que as k − 1 bolas tirandas anteriormente o eram também, é igual a 1/(k + 1). Determine a probabilidade de que as n primeiras bolas sejam todas brancas. 1 [1] Capı́tulo II Probabilidade Condicional e Independência Secção: 1 Exercı́cio 7 (Acontecimentos independentes dois a dois e acontecimentos mutuamente independentes 1 ). [Mig05, p. 20] Considere um tetraedro regular equilibrado em que uma das faces é verde, uma outra é encarnada, uma outra é azul e a quarta face é às pintas encarnadas, azuis e verdes. Lançamos o tetraedro sobre uma superfı́cie e observamos a face apoiada. Para cada uma das cores c ∈ {V, A, E}, considere os acontecimentos: Ac = { A face apoiada contem a côr c}. Estude, quanto à independência, os acontecimentos Ac para c ∈ {V, A, E}. Exercı́cio 8. Considere uma sucessão infinita de lançamentos independentes de uma moeda equilibrada ao ar. Em cada lançamento n há dois resultados possı́veis, a saber, cara (0) e coroa (1) e, como a moeda é equilibrada temos que n [{1}] = 0.5 = n [{0}]. Admita-se que o modelo para o fenómeno atrás descrito é o seguinte. Ω = {(αn )n≥1 : αn ∈ {0, 1}}, a álgebra -σ está bem definida e a probabilidade do modelo é tal que se um dado acontecimento A ∈ A só depender de um número finito de lançamentos N ≥ 1, então [A] coincide com b N [A] em que b N é a probabilidade usual sobre {0, 1}N = {(β1 , . . . , βN ) : βi ∈ {0, 1}}. Mais concretamente, para (β1 , . . . , βN ) ∈ {0, 1}N tem-se que: P P P P [1] [2] P P Pb N [{(β1 , . . . , βN )}] = N Y P n [{βn }] . n=1 1. Considerando para cada N ≥ 1 o acontecimento definido por saı́ram caras nos N primeiros lançamentos, isto é: AN = {(αn )n≥1 : αn ∈ {0, 1} , ∀ 1 ≤ i ≤ N αi = 1}} mostre que a probabilidade de só saı́rem caras numa infinidade de lançamentos independentes de uma moeda equilibrada ao ar é nula. 2. Considerando para cada N ≥ 1 o acontecimento definido por saı́u caras no lançamento N , isto é: BN = {(αn )n≥1 : αn ∈ {0, 1} , αN = 1}} mostre que vale 1 a probabilidade de numa dada infinidade de lançamentos independentes de uma moeda equilibrada ao ar saı́rem uma infinidade de caras e uma infinidade de coroas. Exercı́cio 9. Seja para cada N ≥ 1 um prisma PN de base quadrada com lado igual a 1/N e de altura N/4. Suponhamos que por razão de simetria e de homogeneidade, quando lançamos o prisma ele aterra numa dada face com probabilidade proporcional à área da face. 1. Mostre que sendo aN a área total do prisma e sendo li = {o prisma caı́u sobre a face i}, para i = 1, . . . , 4, e se bj = {o prisma caı́u sobre a base j}, para j = 1, 2, se considerarmos Ω = {l1 , l2 , l3 , l4 , b1 , b2 } e A = P(Ω) e ainda, P[l ] = 4a1 , P[b ] = N 1a , então o espaço de probabilidade (Ω, A, P) é um modelo para o lançamento de o prisma P i i N 2 N N descrito acima. 2. Seja para cada N ≥ 1 o acontecimento AN definido pela condição: o prisma cai sobre uma das bases. Mostre que se lançar sequencialmente os prismas P1 , P2 , . . . , PN , . . . a probabilidade de uma infinidade de prismas caı́rem sobre uma das suas bases é zero. 3. Seja para cada N ≥ 1 o acontecimento BN definido pela condição: o prisma cai sobre uma das faces laterais. Mostre que se lançar sequencialmente e de forma independente os prismas P1 , P2 , . . . , PN , . . . a probabilidade de uma infinidade de prismas caı́rem sobre uma das suas faces laterais é um. PEI 2 29 de Março de 2012 [3] Capı́tulo II Probabilidade Condicional e Independência Secção: 1 Exercı́cio 10 (Probabilidade das causas). Suponhamos que é possı́vel efectuar um teste de diagnóstico de uma doença tal que: [1] • a probabilidade que o teste dê positivo sabendo que o doente tem a doença é 0.95; • a probabilidade que o teste dê negativo sabendo que o doente não tem a doença é 0.95; • a probabilidade que um paceinte tenha a doença é: 0.005. Determine a probabilidade que uma pessoa com um teste positivo tenha a doença. Resposta: 0.005. Exercı́cio 11 (Probabilidade das causas). Sejam A1 e A2 dois conjuntos de bolas brancas e pretas. Suponhamos que: [1] • A1 contem 70% de bolas brancas; • A2 contem 80% de bolas brancas; • A1 contem 3 vezes mais bolas que A2 . Colocam-se todas as bolas de A1 e A2 numa urna e tira-se ao acaso uma bola da urna observando-se que é branca. Qual a probabilidade que a bola provenha do conjunto A1 . Resposta: 0.724. Exercı́cio 12. Uma urna contem quatro bolas vermelhas e 6 bolas pretas, distintas umas das outras. Retiramos duas bolas da urna sequencialmente. determine a probabilidade que a primeira bola extraı́da seja vermelha e a segunda seja preta sabendo que: [1] 1. a primeira bola é reposta na urna antes da segunda extracção; 2. não se repõe a primeira bola extraı́da na urna. Respostas: 24/100 e 24/90. Exercı́cio 13. Uma urna contem sete bolas vermelhas, cinco bolas brancas e três bolas pretas, distintas umas das outras. Retiramos três bolas da urna sequencialmente. Determine a probabilidade que a primeira bola extraı́da seja vermelha, a segunda seja branca e a terceira preta, sabendo que: [1] 1. não se repõem as bolas extraı́das na urna; 2. após cada extracção a bola extraı́da é reposta na urna antes da extracção seguinte. Exercı́cio 14. Seja (An )n≥1 uma sucessão de acontecimentos mutuamente independentes (independentes no seu conjunto). Sejam I, J ⊂ ∗ tais que I ∩ J = ∅. Mostre que: ! \ \ Ai , Aj N i∈I [1] j∈I é um par de acontecimentos independentes. Exercı́cio 15. Seja (An )n≥1 uma sucessão de acontecimentos dois a dois disjuntos e tais que para cada n ≥ 1 os acontecimentos AN e B sejam independentes. Mostre que: [ An , B n≥1 é um par de acontecimentos independentes. 1 Na obra clássica [Fel68, p. 126] W. Feller refere que as situações em que os eventos são independentes dois a dois mas não são mutuamente independentes são tão raras que o fenómeno passou despercebido até que o matemático S. Bernstein construı́u um exemplo artificial. PEI 3 29 de Março de 2012 [1]