4 – URNA INDÍGENA EM GUARATIBA
No ano de 1972 foi descoberta uma Urna Indígena, por trabalhadores da
Fazenda Caieira, que estava sendo loteada. Quando acharam aquele objeto, levaram-no para a
casa do gerente do loteamento, de nome Hugo, que a colocou na varanda de sua casa, passando a
usá-la como vaso, plantando algumas espadas de São Jorge.
Rivadávia
nos
conta que um lavrador o chamou
para ir até a Fazenda, para tentar
descobrir a origem daquele objeto.
Como ele não era arqueólogo,
resolveu levar um pedaço solto
para
o
Centro
de
Estudos
Arqueológicos do Rio de Janeiro –
Casa do Capão do Bispo, que faz
parte do Instituto de Arqueologia
do Brasil, onde seria examinado
pelo Prof. Ondemar Ferreira Dias,
vice-presidente daquele Instituto,
Urna Indígena encontrada na Fazenda Caieira.
Acervo Rivadávia Pinto.
na época. Após o estudo feito pelo
professor, uma equipe de arqueólogos do Instituto foi até o local para fazer um exame mais
detalhado. Chegaram a conclusão que a peça era tupi-guarani, da fase sernambetiba, do século X
ao XVI, ou seja, antes da descoberta do Brasil e tinha 46 centímetros de boca e 56 de altura.
Na época, a Imprensa do Rio de Janeiro publicou uma série de reportagens, e
uma delas afirmava que a cerâmica encontrada deveria ter uns 1000 anos. Técnicos do Instituto,
explicaram que outras urnas semelhantes a esta eram utilizadas para guardar os corpos dos índios
mortos. A urna encontra-se em exposição para o público no referido Instituto, que funciona na
Av. Suburbana em Del Castilho. O objeto mereceu destaque em manchetes no JB, no GLOBO e
numa revista de Nova York.
Morador de Guaratiba e Professor de História, o Sr. Trajano Quinhões resolveu
pesquisar sobre o assunto e encontrou no livro “Geografia do Distrito Federal”, de Delgado de
Carvalho, de 1926, uma referência que existiam na Pedra de Guaratiba dois sítios indígenas: um
na Ponta Grossa, onde foi descoberta a urna, e outro no Piracão. Na região da Fazenda Caieira, já
haviam descoberto inclusive um esqueleto indígena.
Abaixo trechos de artigos publicados em 1972 sobre o fato:
“Urna indígena pode ter mil anos!”
Jornal do Brasil, 24/02/72
“Urna dos índios é peça de valor!”
“Talvez a peça de maior valor arqueológico já encontrada no Estado da Guanabara. Assim os
arqueólogos do Instituto Brasileiro de Arqueologia classificaram a urna tupi-guarani encontrada
pelo Patrimônio Histórico da Guanabara na Fazenda Caieira em Pedra de Guaratiba”.
O Globo, 26/02/72
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