LER SEMPRE FOI UMA MARAVILHA: O NOVO SABOR DA LEITURA Rosalina Ramos Lopes 3º semestre de pedagogia na Finan 1. Apresentação A leitura sempre ocupou lugar importante na vida das pessoas, pois, ela dá o poder do conhecimento, a capacidade de associar ideias, sintetizar assuntos e etc. Ler é um exercício inteligente, difícil e exigente, mas gratificante. A criança que gosta de livro e de poesia adquire rápida criatividade, autoconfiança, sensibilidade e estímulo; com esse hábito ela vai ampliar seus horizontes, desenvolver seu espírito investigativo, estimular sua criatividade, contribuir na construção de bons modelos, favorecer a autonomia de pensamento, a autocrítica e o senso de julgamento. Quando adulta ela pensará melhor, comparará suas ideias, entenderá melhor, sempre terá o que falar e o que responder, suas opiniões serão fundamentadas, seu vocabulário será enriquecido, terá mais chances porque absorveu mais experiências e saberá o que está acontecendo. Mas para propiciar esse caminho para a criança é preciso entender que existem diversificações com dialetos culturais, tradições, desinteresses e modos de pensar e agir diferenciados num todo envolvido. O profissional tem que traçar metas e os pais serem colaboradores, o educador precisa ter prazer no que está fazendo, ser dedicado, ter experiências com o material escolhido e aproveitar bem o tempo para esse fim, tornando-o prazeroso porque sua principal função é de estimular na criança todas as potencialidades latentes em seu ser. 2. Introdução Este artigo mostra uma das maneiras mais eficazes de trabalhar a leitura na vida da criança. Quando falamos de leitura pensamos em portas abertas para o mundo, ou um mundo diferenciado porque saber ler é saber imaginar algo que não aconteceu e que pode acontecer de diversas formas diferentes. Porque a leitura concede-nos possibilidade para o conhecimento mais aprofundado e com isso construímos ideias, sonhos, sentimentos e imaginação. Sabemos que transformar crianças em adultos leitores não é tarefa fácil, mas é possível. É preciso que cada um cumpra o papel de mediador de conhecimentos nas várias etapas da vida que a criança precisa enfrentar. O ato de ler começa nos momentos mais simples e descontraídos e esse acontece naturalmente. Atualmente, é tão comum falar de leitura, mas muitas são as queixas em relação ao desinteresse dos alunos para ler e escrever. A maneira de ensiná-la e de compreendê-la precisa ser levada a sério, caso contrário, ficaremos no comodismo pulando etapas da vida da criança e deixando de oferecer esse estímulo tão crucial e preciso para ela. Por isso, o objetivo desse artigo não é transformar as crianças em grandes leitores, porque para isso elas precisam também ter um dom pela arte de ler, mas sim transformá-las em leitores aptos a interpretar e compreender o que os textos querem transmitir em meio às entrelinhas, além de propor que os educandos e os pais cumpram o papel de mediadores e não percam a imaginação que nasce nas crianças desde quando as mães ou avós cantam cantigas de ninar, casos, brincadeiras, advinhas, leitura nas escolas, em casa, até chegar na possível leitura de mundo. Sendo assim, compre um bom livro, adequado a idade e aos interesses da criança e leia em silêncio próximo a ela, ria nas partes engraçadas e comente em voz alta algo bem interessante que aguce sua curiosidade, feche o livro e guarde em lugar bem visível e ao alcance da criança e permita que a curiosidade faça o resto do trabalho. Retomando essas grandes queixas a respeito do desinteresse pela leitura é possível observar que isso ocorre devido ao pouco contato com a mesma, desde os primórdios de sua formação, dos educadores da língua materna. Sabido que o papel de todos é de familiarizar e de aproximar as crianças e os jovens da leitura. E essa forma de familiarização e aproximação com a leitura devem ser feitas com parcimônia e por meio de um planejamento a fim de evitar as várias afirmações de que ler é ruim, chato, cansativo e difícil. O ato de ler vai ocorrendo ao longo das experiências existenciais; a criança se exercita nas várias leituras que seu pequeno mundo permite, pela sua percepção sensorial, e depois se consolidam com a leitura da palavra. Por isso, este artigo visa o aprofundamento de conhecimentos e valorização da leitura e como aprender, gostar e entender a mesma que são partes integrantes da cultura deste país. Sabendo-se que a criança se constitui como tal a partir da interação e, nesta, originam-se suas relações com os outros indivíduos e seu contexto cultural. Para que isso ocorra é importante à apresentação de mecanismos oferecidos por instituições e educadores além dos pais ou responsáveis pela criança. E a proposta deste trabalho justifica a sua relevância tendo em vista que o mesmo pretende trabalhar a criatividade e a criticidade do aluno tentando mostrarlhe que nem sempre são necessários fundos financeiros para trabalhar a leitura e o aprendizado. Desta forma, pode-se oferecer aos alunos uma proposta articulada para o trabalho com os textos e apresentar um programa para leitura com a finalidade de ampliar de maneira progressiva a competência leitora dos alunos. Experimentar diferentes dimensões do ato de ler, compreendendo a leitura como entretenimento e ferramenta para aprender novos conteúdos. 3. Leitura: como trabalhar com esse segmento na vida da criança? A maneira mais eficaz de trabalhar a leitura na vida da criança é em casa com ela ainda bem pequena e na escola nos anos iniciais. Mostrar que ler não é só uma atividade escolar mecânica e descontextualizada, mas sim uma atividade que precisa desde cedo ser cheia de significação. Ela precisa brincar com as palavras de um modo muito gostoso, achar a história, o conto, à poesia, o causo etc., bem bonitos e se envolver de tal maneira que possa descobrir emoções, sentimentos e sensação única para poder levar para o resto da vida. Segundo Abramovich: Ler, pra mim, sempre significou abrir todas as comportas pra entender o mundo através dos olhos dos autores e da vivência das personagens... Ler foi sempre maravilha, gostosura, necessidade primeira e básica, prazer insubstituível... E continua, lindamente, sendo exatamente isso! É por meio de uma bela história que a pessoa pode descobrir o mundo, os lugares, a forma de agir, de ser e de viver. Por isso, é de fundamental importância a literatura infantil na alfabetização da criança, pois valoriza o lúdico, a fantasia, expressão do sentimento, além de oportunizar a vivência de vários conteúdos. Ou seja, o melhor contato da criança com a história se faz por meio da oralidade porque a sua curiosidade é aguçada, mexe com seu imaginário ela acrescenta personagem, dá outro desfecho para o texto, descobre palavras. Mas para aproveitar bem esse momento depende do narrador que precisa ser sábio, conhecer bem a história e saber utilizar as modalidades e as possibilidades da voz sussurrando e levantando-a quando for necessário para dar entonação ao relato contado. Como fazia Scherazade no livro n’As Mil e Uma Noites essa heroína sabe o poder da leitura e de como contar histórias ela utiliza todas as artimanhas que um bom contador de história pode ter sabe seduzir por meio de narrativas e assim mantém Sultão preso ao fio de suas palavras e se livra da morte por Mil e Uma Noites, nas palavras de Jorge Luís Borges, a beleza particular se deve ao fato de que a palavra mil é, para nós, quase sinônima de infinito. “Falar em Mil e Uma Noites é falar em infinitas noites. E dizer Mil e Uma Noites é acrescentar uma além do infinito...” e é por esse caminho que o bom contador de história precisa ir. Para Abramovich “o ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo”. E essa seria a função primordial da escola e dos educadores, propiciarem aos alunos caminhos para que eles aprendam, de forma consciente e consistente, os mecanismos de apropriação de conhecimentos. Assim como a de possibilitar que os alunos atuem, criticamente em seu espaço social. 4. Leitura Inteligente Segundo Faucher “...a leitura inteligente, aquela que esclarece e enriquece o espírito depende não só da aquisição do mecanismo da leitura mas de toda uma educação preparadora.” O escritor aborda que livros com imagens provoca o conhecimento e o reconhecimento de objetos ou seres, familiares a criança, em seu cotidiano real e comum: brinquedos, móveis, recantos da habitação, bichos, alimentos, a serem designados pelo nome. Esse convívio com a imagem, associada à palavra nomeadora, facilitará a operação mental que identifica a percepção visual e a palavra correspondente. Como diz o irreverente Ziraldo: “Ler é mais importante do que estudar”, “como quem respira”. Aprender a ler... ler ‘de verdade’ naturalmente, sem decifrar penosamente o código escrito, palavras e as sílabas. Ler por prazer. Esses tipos de contatos propiciam o conhecimento das imagens a leitura dos objetos e o prazer de aprender brincando, ou seja, a imagem fala tanto quanto a palavra. 5. Como Ensinar a Ler? A palavra ler vem do latim legere, que significa ao mesmo tempo ler e colher, para colher ideias de uma forma eficiente é preciso não saber apenas o que está escrito no papel, é necessário saber compreender, interpretar e ter cuidados ao realizar uma leitura. Smith afirma que “uma habilidade essencial para a leitura que não é ensinada a nenhum leitor é depender o menos possível dos olhos”. Para ele os olhos têm um papel a desempenhar na leitura, mas é preciso que alguma informação impressa atinja o seu cérebro. A visão e os nossos sentimentos sobre o que vemos depende muito mais do cérebro do que dos olhos. No ciclo óptico existe uma relação entre o cérebro e os olhos, sendo que o cérebro dirige os olhos para as informações que o leitor espera encontrar. Com isto o ciclo perceptivo torna-se eficiente, pois permite que o indivíduo trabalhe com uma quantidade pequena de índices. Seguindo esse mesmo raciocínio Kato trabalha com esquemas “Os esquemas estariam armazenados em nossa memória de longo termo, tendo a possibilidade de automodificar-se à medida que aumenta ou se altera o nosso conhecimento do mundo”. E é através desses esquemas e subesquemas que são superordenados, que faz o leitor predizer muito que o texto vai dizer ou conseguir interpretar aquilo que não está explícito. Para que tudo isso ocorra é preciso não acumular informações desnecessárias no processo de formação de uma criança. Ler para compreender os textos, participando criticamente da dinâmica do mundo da escrita e posicionando-se frente à realidade - esta a finalidade básica para com os textos utilizados junto a seus alunos e possuir justificativas claras para a sua adoção. “Aqui estão algumas sugestões para você ajudar a criança e possivelmente tornar a leitura uma experiência positiva, desde cedo. Informações retiradas da internet com algumas alterações minhas baseadas no livro de Coelho e experiências que fiz com meus filhos”. 1. Escolha uma hora bem calma Com as crianças, sabe-se que há “horas calmas” e “horas agitadas”. Procure um lugar e uma hora calmos e sente-se com um livro. Dez a quinze minutos por dia é suficiente. 2. Faça da leitura um prazer A leitura precisa ser algo prazeroso. Sente com seu filho ou aluno. Tente não fazer pressão se ele ou ela estiverem indispostos. Se a criança perder interesse, faça algo diferente. 3. Mantenha o fluxo Se ele pronunciar uma palavra errada, não interrompa imediatamente. Ao invés disso, dê a oportunidade para autocorreção. É melhor ensinar algumas palavras desconhecidas para manter o fluxo e o entendimento da frase do que insistir em fazê-lo pronunciar o som exato das letras. 4. Seja positivo Se a criança diz algo quase certo no início de uma frase, tudo bem. Não diga “Não, está errado”, mas sim “Vamos ler isso aqui juntos” e dê ênfase às palavras quando pronunciá-las. Aumente a confiança da criança com dizeres positivos a cada pequena melhoria que ela conseguir. “– Muito bom! Você aprende rápido!” “– Certo! Você é muito inteligente” etc. 5. Sucesso é a chave Pais ansiosos para que seus filhos progridam podem, erroneamente, dar livros muito difíceis. Isso pode causar o efeito oposto ao que eles estão esperando. Lembre-se “Nada faz tanto sucesso quanto o sucesso”. Até que seu filho tenha adquirido mais confiança, é melhor continuar com livros fáceis. Pressioná-lo com um livro com muitas palavras desconhecidas não vai ajudá-lo, muito pelo contrário. Não haverá fluxo, o texto não vai ser entendido e provavelmente a criança vai se tornar relutante com a leitura. Isso também não deve ocorrer com educadores. 6. Visite a Biblioteca Encoraje seu filho ou aluno a retirar livros na biblioteca pública. Leve-o até lá e mostre, com calma, tudo que ele precisa. 7. Pratique regularmente Tente ler com seu filho todos os dias da semana. “Pouco, mas frequentemente” é a melhor estratégia. Os professores da escola têm um tempo limitado para ajudar individualmente a leitura dos alunos. 8. Converse com a criança Provavelmente seu filho tem um dia de leitura na escola. Sempre converse com ele e faça comentários positivos. Assim a criança vê que você está interessado em seu progresso e que você valoriza a leitura. 9. Fale sobre os livros Ser um bom leitor é muito mais do que simplesmente ler palavras corretamente. O mais importante é entender e refletir sobre o que está lendo. Sempre fale com seu filho ou aluno sobre o livro, as figuras, as personagens, como ele acha que vai ser o final da história, sua parte favorita etc. Assim você vai ver como está o entendimento dele e poderá ajudá-lo a desenvolver uma boa interpretação. 10. Varie sempre Lembre que as crianças precisam experimentar vários materiais de leitura. Por exemplo, livros só de figuras, quadrinhos, revistas, poemas e até os jornais (mostre a ele a parte com palavras cruzadas e, claro, as tirinhas e charges), a internet pode ser uma opção. Desenvolvimento Uma das maneiras de trabalhar a leitura é através da poesia. Mas como trabalhar a poesia? Com quê? Quando?. Nosso trabalho é documental bibliográfico, porém baseado em escritores consagrados que muito contribuem pra nosso aprendizado. E como é fácil notar devido a relação de interação criança, leitura, conhecimento e estímulo, que falamos até agora não poderíamos deixar de fora um jogo lúdico dos fonemas, algo que não é só palavra, imagem ou som a “poesia”, uma atmosfera de sentidos, detalhes estilísticos e enriquecedores que nos lembram sempre que poesia é “palavra”, como disse Cassiano Ricardo: E A POESIA LIBERA O IMAGINÁRIO? Que é a Poesia? Uma ilha Cercada De palavras Por todos Os lados. 6. A Importância da Poesia Segundo o poeta José Paulo Paes “um mundo sem poesia é o mais triste dos mundos” O poema em todas as suas dimensões é o espaço mais rico e amplo onde se permite a liberação do imaginário, dos sonhos das pessoas, mexendo com nossa sensibilidade e fazendo-nos refletir, propiciando momentos agradáveis por sua entonação, ritmo, rimas, jogos de palavras, refrões instigantes, figuras e imagens bonitas, sempre marcadas por forte ironia e ludicidade. De acordo com Aurélio Poesia é: -Arte de escrever em verso; -Composição poética de pequena extensão; -Entusiasmo criador; inspiração; -Aquilo que desperta o sentimento do belo; -O que há de elevado ou comovente nas pessoas ou nas coisas; -Encanto, graça, atrativo. Conforme o programa, Salto para o Futuro, trabalhar poesia é aprender a olhar e a sentir o mundo, despertando o sabor por esta leitura de formas variadas sendo sumamente enriquecedoras para a criança. Ao usar variadas leituras poéticas é despertada na criança a exteriorização das emoções que a poesia desperta através de diferentes formas de expressão: desenho, dramatização, modelagem, dobraduras, confecções de cartazes e painéis, elaboração de quadrinhas e pequenos poemas, elaboração de histórias e etc. Diante dessas dinâmicas agradáveis a criança responde com entusiasmo e criatividade, pois lhe é gratificante a possibilidade de crias novas linguagens nesse campo da descoberta, da invenção e da fantasia. A seguir apresenta-se um poema composto de rara beleza não apenas pelo enredo e jogo de palavras, mas ainda por possibilitar a criança interesse pela nova descoberta que sem dúvida virá ao surgir cada estrofe: Quem quiser saber meu nome, Dê uma volta no jardim, Que meu nome está escrito, Numa folha de jasmim. Quem quiser saber meu nome, Dê uma volta no mercado, Meu nome está escrito Na faixa do colorado. Quem quiser saber meu nome, Dê uma volta no quartel, Que meu nome está escrito No chapéu do coronel Trabalhar com a poesia é levar a criança a brincar com as palavras Segundo Sidônio Muralha, autor de A TV da bicharada, brincar com as palavras é uma maneira gostosíssima das crianças ouvirem e ler. É lidar com toda ludicidade verbal, sonora, ora musical ora engraçada, conforme o jogo das palavras que gradativamente aparecem numa constante mobilidade, às vezes como uma cantiga e às vezes jogando com vários significados em uma mesma palavra. Poesia É brincar com as palavras Como se brinca Com bola, papagaio, pião. Só que Bola, papagaio, pião De tanto brincar Gastam-se As palavras não: Quanto mais se brinca Com elas Mais novas ficam Como a água do rio Que é água sempre nova Como cada dia Que é sempre um novo dia Vamos brincar de Poesia? 7. Trabalhar Rimas na Poesia As rimas, um recurso poético, são marcadas pela sonorização e gostosas de ler e ouvir quando bem escolhidas, bem trabalhadas, sempre colocadas com critério, definidos por regras poéticas: Elas podem aparecer intercaladas, isto é: quando rima a 1º linha com a 2º ou de outra forma dependendo do estilo de versificação escolhido pelo poeta. “Para Elias José, ao descrever a flor de Hortência, faz com que as rimas fluam sem forçar barra alguma, usa uma imagem pouco explorada na poesia a da flor gorda e mostra a obesidade sob outro ponto de vista’’. Hortência Hortência, Hortência Flor rainha Da paciência Olhando para ela, Sempre tão bela Dá esperança Mas não lhe diga -a não ser por entregaQue ela precisa De uma balança Hortência, Hortência Tão sorridente Toda gordura Engorda a gente-só de ternura A Poesia e o ritmo O ritmo é outra marca essencial da poesia, ao possibilitar acompanhamento musical ao que é lido e ouvido. São linhas e linhas seguidas pelo olhar, ouvidas pela fala, movidas pelo corpo, acompanhando, todos os versos num compasso singular, tudo isto forma então um envolvimento que acontece por inteiro. Assim belamente, de forma leve, bailável e rodopiante, o ritmo aparece notavelmente em um dos poemas de José Paulo Paes. Valsinha É tão fácil Dançar Uma Valsa Rapaz... Pezinho Pra frente Pezinho Pra trás Pra dançar Uma Valsa É preciso Só dois O Sol Com a Lua Feijão Com arroz. Trabalhar a poesia é trabalhar as emoções. A beleza da poesia é, sobretudo, levar a criança a viver as emoções, provocar sentimentos, uma vez que ao falar de amor desperta algo singular e especial às vezes sentido no momento e às vezes sentido em tempo passado. Cecília Meireles na Poesia As meninas leva-nos a sentir tão perto tais sensações: As meninas Arabela Abria a janela Carolina Erguia a cortina E Maria Olhava e sorria: ‘’Bom dia!’’ Arabela Foi sempre a mais bela Carolina A mais sábia menina E Maria Apenas sorria: ‘’Bom dia!’’ Pensaremos em cada menina Que vivia naquela janela Uma que se chamava Arabela Outra que se chamou Carolina. Mas nossa profunda saudade É Maria, Maria, Maria. Que dizia com voz de amizade ‘’Bom dia!’’ Uma das emoções geralmente presentes na poesia é a saudade. Esta saudade nem sempre definida, mas aquela provocada por um sentimento de admiração, ternura e simplicidade. 8. Considerações finais O ato de ler abre portas para o mundo e concede possibilidade para o conhecimento mais aprofundado, é um instrumento do processo de humanização porque através da leitura construímos ideias, sonhos, sentimentos e imaginação além de viajar o mundo e ir além do nosso horizonte. A leitura é um “exercício” que deve ser feito diariamente em todas as idades começar por meio dos pais ou responsável, chegar à escola e se estender para o resto da vida porque ler não é simplesmente um dom, mas um hábito que se adquire e se associa a momentos prazerosos. Quando se fala de leitura pensa-se logo em uma boa literatura aquela que vale a pena mergulhar e viver momentos novos e não em inúmeros livros que não têm nada para contar ou transmitir para as pessoas. Porque o aprender ler começa quando a criança fica fascinada com coisas que moram dentro do livro. Não são as sílabas, as palavras ou a letras que fascinam. É a história. O que é preciso fazer? São os pais e educadores que irão ajudá-los a escolher um bom livro nas livrarias ou nas bibliotecas municipais, escolares ou na própria casa e proporcionar esse contato livro-criança e poesia para que ela caminhe num mundo mágico e encantador das letras que contribuirá muito na sua formação. Sendo assim, a leitura é um processo que busca encontrar significados baseando-se nos propósitos do leitor em relação ao texto lido, e neste processo é importante que os incentivadores da mesma observem o material proposto para a leitura, sendo eficaz a utilização de estratégias para um bom entendimento da mesma. Ler é se aventurar, não saber onde vai chegar, é um risco. Leitura que provoca a ação de pensar e sentir criticamente as coisas da vida e da morte, os medos, sabores e dissabores, os afetos e suas dificuldades; que permite conhecer questões relativas ao mundo social. Não basta identificar as palavras, mas compreendê-las e interpretá-las. 9. Referências ABRAMOVICH, Fanny Literatura Infantil. Gostosuras e Bobices – São Paulo SP – Editora Spicione 4. ed. 1994. COELHO, Nelly Novaes. Leitura infantil: teoria, análise, didática/Nelly Novaes Coelho. – 1. ed – São Paulo: Moderna, 2000. SMITH, f. Leitura significativa. Trad. De G. Moura e H. Stefan. Porto Alegre: Artes Médicas, s/d de edição no Brasil. Original de 1997. KATO, Mary. Aprendizado da leitura, 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1987. KLEIMAN, A. Texto e leitor. Aspectos cognitivos de leitura. 4. ed. rev Campinas: Pontes, 1995. PAES, José Paulo. Poemas para brincar. São Paulo: Ática. JOSÉ, Elias. Cantos de encantamento. Belo Horizonte: Formão, 1996. MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. MURALHA, Sidônio. A TV da bicharada. São Paulo: Global, 1997.