UM EXEMPLO A SEGUIR A Mercadona, uma das principais cadeias retalhistas espanholas, líder no segmento alimentar, decidiu retirar dos lineares das suas mais de 1.200 lojas, produtos de empresas como a Calvo, Vileda, Nutrexpa, Nestlé, Sara Lee, Don Simón ou Pascual, entre outros grandes produtores alimentares e não alimentares. Esta retirada de linha foi decidida pela Mercadona com o objectivo de baixar ainda mais os preços dos bens vendidos nas suas lojas, para fazer frente à crise e com a justificação assumida pelo próprio presidente Juan Roig: “termos de saber o que se vende e oferecer somente aquilo que é mais procurado”. Ou seja, só estarão nos lineares da Mercadona produtos que rodem, pelo menos, uma vez por dia, estabelecendo-se três critérios de decisão - rotação, necessidade e duplicação. Desde Outubro de 2008, já quase 800 referências - de um total de 9.000 desapareceram dos lineares da Mercadona, ao mesmo tempo que é dado mais um forte impulso às marcas próprias e aos respectivos fornecedores, uma vez que estes só têm a ganhar dado o volume de vendas dos produtos de marca própria ter tendência a crescer ao reduzir-se o número de produtos e marcas concorrentes oferecidos nos lineares. A redução dos sortidos com critérios objectivos em função da procura e o reforço da aposta nas marcas próprias e da estratégia discount (embora ainda longe do sortido estreito e pouco profundo dos discounters alemães com uma média de apenas 1200 SKUs), são duas receitas para ajudar a combater a crise que provavelmente mais retalhistas espanhóis e também portugueses, Pingo Doce por exemplo, também não demorarão muito tempo a seguir.