RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: ONDE COMEÇAM AS MUDANÇAS? Adriana Nunes Lacerda e Prestupa 1 Quando se pensa em gestão ambiental deve-se levar em consideração quem são os beneficiados com esta postura. Uma empresa que preserva uma floresta está beneficiando seus clientes, funcionários, fornecedores e comunidade em geral. Não é mais uma questão de pensar no lucro ou no comportamento de compra, é uma questão de sobrevivência e de dar condições de vida aos nossos descendentes. A medida que nos conscientizamos dos impactos que a emissão de gases tóxicos, o desmatamento e a poluição dos rios causam em nosso planeta nos questionamos: por que os governantes não tomam medidas mais enérgicas diante da situação? Diante da pergunta podemos traçar algumas hipóteses: seria para não causar o pânico na população ou porque uma postura ecológica não rende votos? Hoje no Brasil, os governantes têm suas campanhas financiadas por empresários que nem sempre estão preocupados com o meio ambiente. Muitas vezes o lucro e a preservação ambiental não encontram um equilíbrio. Os ambientalistas acabam sempre batendo de frente com uma ou outra empresa, são agredidos e até ameaçados de morte. Portanto a preservação da natureza tem um preço e muitos não querem pagar por ela. Quem pensa nos prejuízos imediatos e reage a mudanças está deixando de ver a dimensão do problema e os benefícios futuros que terão com essa nova postura. Vivemos numa sociedade imediatista e alienada. Quando se fala em repercussões nos próximos cinqüenta anos, muitos respondem que simplesmente não viverão até lá. O problema é que nossas crianças, as maiores vitimas desta ganância, não tem poder de evitar as conseqüências dos atentados praticados contra nosso planeta. Muitos se sentem sós nessa luta e se perguntam sobre o que podem fazer para evitar o pior. Questionam-se sobre a pequena proporção que a mudança de seus atos irá significar. Cada individuo que toma uma postura ecológica pode influenciar muitos ao seu redor, sua família, seu grupo de amigos, seus colegas de trabalho e assim multiplicar os resultados de seus atos. Ações simples como separar o lixo para reciclagem, consumir menos energia, optar por produtos que não agridam o meio ambiente e por empresas com uma postura socioambiental é um grande passo para mudar nossa sociedade. Quanto a questão política, nada mudará sem a pressão popular. Enquanto os eleitores não questionarem sobre os projetos ecológicos de seus candidatos, eles nem se preocuparão em apresentar propostas nesta área. Fala-se do combate a fome, no investimento na saúde. Sempre pensando no imediato. Remediam o que está errado porque governantes passados também foram imediatistas. O grande problema hoje não é simplesmente evitar o pior. Vivemos na sociedade do imediatismo, da busca das vantagens acima de tudo e de todos. Numa cultura baseada em tais valores, sobra muito pouco espaço para ações grandiosas como preservar o planeta. 1 Adriana Nunes Lacerda e Prestupa - Professora universitária - Mestre em administração - Especialista em Marketing - Administradora de Empresas - Consultora Empresarial. Habilitação para ministrar as disciplinas: Gestão de Pessoas, Teoria Organizacional, Pesquisa em Administração, Marketing, Produção e Operações, Comportamento Humano nas Organizações, Globalização e Negociações Internacionais (Novos Horizontes), Política e Estratégia Empresarial e Pesquisa de Marketing (UFMG). Atua nas linhas de pesquisa: Marketing, Gestão Estratégica, Estudos Organizacionais e Gestão Socioambiental. (pesquisa e elaboração de artigos) Professora das disciplinas: Administração Mercadológica, Administração de Marketing, Teoria Geral da Administração, Orientação de projetos, Vivências Empresariais e Administração de Vendas Mercadologia, Gestão em Comunicação (Curso de Comunicação Social), Princípios de Administração (Curso de Engenharia), Mídia e Administração em Publicidade e Propaganda (Curso de Comunicação Social).