Pronunciamento da Deputada ANN PONTES, PMDB-PA, na Sessão 02/08/2006. Senhor presidente, Senhoras e senhores deputados, Nos próximos dois meses transcorrerá mais um período de campanha para eleições gerais no país, com a escolha de deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente. Para os candidatos é o início de uma grande mobilização. Hora de ficar frente a frente com o eleitor, de apresentar propostas e, caso já sejam detentores de mandato, prestar contas e ser avaliado. Para o eleitor é o momento de escolher os seus representantes pelos próximos quatro anos. Depois da crise política que atravessou o país, o eleitor terá uma postura mais crítica diante dos candidatos? Ele está consciente das alterações feitas na legislação? Não é de hoje que grande parte da população vê o período de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão como um período “chato” e, em meio ao descrédito com a classe política, acaba escolhendo os seus representantes sem uma análise mais criteriosa. Essa é uma postura muito comum nas eleições proporcionais, isto é, para os candidatos a deputado e senador. Para agravar o quadro, os escândalos que envolveram o Congresso Nacional têm contribuído para que o eleitor se sinta ainda mais desmotivado, passando a acreditar nas generalizações, isto é, que “todos são corruptos”. O momento requer responsabilidade e é importante lembrar que as generalizações não contribuem para uma análise mais isenta dos fatos. No exercício do mandato parlamentar tive a oportunidade de conhecer e conviver com deputadas e deputados sérios, dedicados e competentes e essa generalização penaliza os que souberam honrar o voto recebido. A quem interessa desacreditar o parlamento? Apesar dos erros e omissões, urge fortalecer o Congresso Nacional, enquanto instituição de representação popular que tem por finalidade a elaboração das leis, a aprovação do orçamento e a fiscalização do Poder Executivo. Não devemos e não podemos esquecer que centenas de pessoas foram torturadas e mortas no período da ditadura militar para que hoje pudéssemos exercer o direito de votar e ser votado. É preciso resgatar e honrar esse passado que está tão presente em nossa memória. Diante de tudo que foi apurado e constatado nesta legislatura só nos resta uma alternativa: uma nova postura. Ao eleitor caberá uma postura de acompanhamento do processo eleitoral e a contínua fiscalização dos candidatos eleitos. A discussão das questões político-eleitorais deverá estar presente no dia-a-dia do brasileiro e os interesses pessoais jamais deverão prevalecer sobre os interesses coletivos. A classe política caberá uma postura de observância à legislação eleitoral e partidária, de modo que não prevaleça o poder econômico. A defesa do bem comum e o diálogo franco com o eleitor deverão ser buscas permanentes do político. Enfim, senhor presidente, para a construção de um país mais digno, com uma sociedade livre e solidária, é preciso que todos se engajem e queiram participar do processo político de forma séria e responsável, sob pena de não lograrmos êxito nessa mudança. Muito mais que uma obrigação, o direito de escolher um candidato é uma conquista que deve ser regida pelo princípio do soberano poder de escolha consciente. Meu desejo para as próximas eleições, senhor presidente, ao contrário do que pregam os pessimistas, é que a população se mobilize com entusiasmo para escolher seus candidatos e ajude a fazer do Brasil o país que todos merecem: próspero e altaneiro. Muito obrigada. ANN PONTES Deputada Federal PMDB – PA.