1 ARCO-ÍRIS DE SABERES NA PRÁTICA EDUCATIVA: UMA EXPERIÊNCIA VIVENCIADA NO CURSO DE PEDAGOGIA DO IFESP Claudete da Silva Ferreira - IFESP Márcia Maria Alves de Assis - IFESP RESUMO Esta apresentação se refere a experiência ocorrida em uma das unidades temáticas da disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica I, no Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy- IFESP, abordando a obra “Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro” de Edgar Morin. Os objetivos propostos foram: refletir sobre os saberes transdisciplinares, na busca de compreender a importância do desenvolvimento de uma postura investigativa para a construção de uma prática pedagógica reflexiva, nos diversos espaços de aprendizagem. E, nesse sentido compreender essa prática educativa como um fazer complexo e favorecedor da construção da autonomia e humanização do homem. TEXTO A vivência apresentada foi desenvolvida na disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica I, ministrada no primeiro período no curso de Pedagogia, no Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy- IFESP, localizado em Natal/Rn, envolvendo uma turma com 25 alunos, no turno noturno, durante o segundo semestre de 2009. Para a realização deste trabalho realizamos um recorte, compreendido no período entre 21/09 a 08/12, em uma das unidades da referida disciplina. O IFESP, conforme seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI 20052009) tem como Missão: “promover formação de qualidade para profissionais que atuam na Educação Básica, através do ensino, pesquisa e extensão na perspectiva de desenvolvimento do sistema de ensino da rede publica do Rio Grande do Norte”. (IFESP, 2005, p. 8). Esta instituição atua há 16 anos na formação de profissionais da rede pública de educação oferecendo cursos de Graduação e Pós- graduação Lato Sensu. O contexto atual exige a construção de uma prática educativa que busque ressignificar o saber-fazer pedagógico, favorecendo a reflexividade, princípio norteador de uma postura educativa consciente, alicerçada em valores e princípios solidários e éticos. Uma das unidades temáticas desta disciplina abordou a obra “Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro” de Edgar Morin. Os objetivos propostos foram: refletir sobre os saberes transdisciplinares, na busca de compreender a importância do desenvolvimento de uma postura investigativa para a construção de uma prática 2 pedagógica reflexiva, nos diversos espaços de aprendizagem. E, nesse sentido compreender essa prática educativa como um fazer complexo e favorecedor da construção da autonomia e humanização do homem. Utilizamos como metodologia, no intuito de oportunizar com os alunos, reflexões a cerca da relevância de uma postura investigativa na prática pedagógica, desenvolvendo momentos de formação sistematizados, tais como: aulas expositivas dialogadas, leitura e discussão de textos, exibição de vídeo, fornecendo subsídios teóricos, apresentando o autor para a turma e fomentando a realização do seminário sobre a obra de Edgar Morin “Os sete saberes necessários a educação do futuro”. A turma foi organizada em sete grupos, correspondendo aos “sete saberes necessários a educação do futuro”. Cada grupo sistematizou e organizou a apresentação de seu trabalho, assim como elaborou uma dinâmica explicitando o saber estudado, identificado com uma das sete cores do arco-íris, visando estabelecer relações entre os saberes e o fazer pedagógico. Nesse contexto, o primeiro grupo, representado pela cor vermelha, apresentou o saber “as cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão”, os erros mentais, os erros intelectuais, os erros da razão e as cegueiras paradigmáticas, articulado ao conhecimento da Matemática e das Artes Visuais. A dinâmica explorou a ilusão de ótica, na percepção visual de medida de comprimento, fazendo uma reflexão sobre enfrentar o inesperado e a incerteza do conhecimento, levando o grupo a superar a ilusão da percepção inicial. O segundo grupo, representado pela cor laranja, abordou o saber “os princípios do conhecimento pertinente”, onde foi utilizada uma dinâmica explorando as formas geométricas, conectando com os eixos de conhecimento da Educação Infantil (Música, Linguagem Oral e Escrita, Artes Visuais, Movimento, Matemática, Natureza e Sociedade). Desta maneira foi trabalhado as partes do corpo humano, através da organização das partes formando o todo, fazendo relação com a multidimensionalidade, interdependência, todo-parte em seu conjunto elucidando as idéias de Morin. O terceiro grupo, representado pela cor amarela, apresentou o saber “ensinar a condição humana”. A dinâmica utilizada partiu da distribuição de partes de um desenho, onde cada subgrupo deveria associar o seu quadro a palavras previamente colocadas em cartelas como: mente, espécie, razão, empírico, diversidade, cósmico, sociedade, cultura, lúdico, unidade, entre outras, apresentando oralmente suas conclusões. Após 3 esta etapa cada subgrupo reuniu sua parte do desenho formando um novo quadro que apresentava uma figura humana e ao seu redor planetas, sol e estrelas, reconhecendo desta forma a unidade da identidade comum aos humanos, a diversidade e complexidade de nossa natureza. O quarto grupo, representado pela cor verde, abordando o saber “ensinar a identidade terrena” enfatizou o destino planetário “caso o homem continue a degradar o nosso planeta e a educação ignorar a realidade sem promover a conscientização.” O respeito à vida, a responsabilidade com nosso planeta, assim como o envolvimento afetivo com o outro e com a Mãe natureza é condição essencial para nossa sobrevivência. “|O grupo realizou uma dinâmica a formação de pares de animais, explorando sua diversidade”. O quinto grupo, representado pela cor azul claro, desenvolveu uma dinâmica relacionada ao saber “enfrentar as incertezas”, é preciso aprender a navegar em um oceano de incertezas, em meio a arquipélagos de certezas. O grupo foi desafiado a criar movimentos de acordo com as modificações das situações orais apresentadas. O sexto grupo, representado pela cor azul escuro, representando o saber “ensinar para a compreensão”, sobretudo na era da globalização, pois apesar das muitas conquistas na área da comunicação e tecnologia ainda enfrentamos a incompreensão tanto no plano individual, como no plano global entre as diferentes culturas. O sétimo grupo, representado pela cor lilás, discutiu o saber “A ética do gênero humano”, numa dinâmica utilizando o globo terrestre como simbologia para representar o conhecimento no circuito indivíduo/sociedade/espécie e a humanidade como destino planetário. Cada grupo elaborou uma síntese compreensiva do saber estudado, em forma de frases, tecendo assim uma teia com fitas coloridas e entrelaçadas entre si, descrevendo as idéias centrais de cada estudo sobre os saberes formando um grande arco-íris de saberes necessários a educação. As frases foram: as aparências enganam; um por todos e todos por um; qualidade de vida, uma condição essencial para o ser humano; o respeito a vida é condição essencial para nossa sobrevivência; na vida devemos ter sempre o plano “B”; não faça para o outro, o que você não gostaria que fizessem com você; sem solidariedade, respeito, direitos e deveres a sociedade esta na contra mão. No final, com uma fita na cor de seu grupo, cada participante oralmente socializou as contribuições do trabalho, e a cada fala foi entrelaçando ainda mais os 4 saberes, formando uma teia multicolorida, consolidada pela força das palavras e de cada fio, interligados. A grande teia foi embalada por uma cantoria infantil, ganhando vida e movimentos próprios, emocionando a todos os participantes com a visualização da fragilidade e da complexidade das relações estabelecidas pelo homem. Este trabalho foi sintetizado através da elaboração das frases e a formação da teia de saberes, usando a simbologia do arco-íris, constituindo-se numa revelação do entendimento de cada grupo de alunos, em relação aos “sete saberes necessários a educação do futuro” e sua interrelação com a prática docente, visto que, a maioria destes alunos já atua como professores da Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental. Nesse sentido, a vivência como lugar natural do engajamento pela reforma do pensamento foi evidenciada, oportunizando aos alunos mudanças na sua forma de pensar, bem como proporcionou o estabelecimento de relações com as outras disciplinas cursadas no mesmo semestre ampliando seu olhar, pois inicialmente não conseguiam estabelecer relações/interrelações entre as mesmas. A abordagem dos saberes contribuiu para que refletissem sobre a sua condição humana como conseqüência da própria dinâmica da vida e a compreensão do conhecimento como sendo inacabado. Oportunizar situações que possibilitem a troca de experiências e conhecimentos que propiciem ao aluno construir novas estratégias, modificando um padrão de repetição, rompendo assim com a grande dificuldade de estabelecer relações com o seu fazer pedagógico e sua vida cotidiana. Entendemos que os conhecimentos são construídos por meio da ação e da interação. A relação afetiva entre os aprendentes envolvidos no processo de ensinar e aprender, o exercício do diálogo, o fazer compartilhado, o respeito pelo outro, o estar aberto, o saber escutar e dizer configura-se como elementos de fundamental importância para a construção de uma prática educativa humanescente. 5 ESQUEMA DO PÔSTER LOGO EVENTO TÍTULO DO TRABALHO LOGO IFESP IDENTIFICAÇÃO DAS AUTORAS DO TRABALHO Breve histórico Objetivos do trabalho Descrição da metodologia utilizada Apresentação das temáticas dos sete grupos, com suas cores, formando o arco íris e suas elaborações Fotografias de cada grupo e a dinâmica apresentada Arco-íris das frases elaboradas: As aparências enganam; um por todos e todos por um; qualidade de vida, uma condição essencial para o ser humano; o respeito a vida é condição essencial para nossa sobrevivência; na vida devemos ter sempre o plano “B”; não faça para o outro, o que você não gostaria que fizessem com você; sem solidariedade, respeito, direitos e deveres a sociedade esta na contra mão. Teia de conhecimento – entrelaçamento |Contribuições Referências