Melhore sua escrita com limites de palavras Estudantes Pela Liberdade Aqui está uma cena que pode lhe parecer familiar: você está ouvindo uma palestra ou apresentação, ou talvez você esteja lendo um artigo, um ensaio ou um relatório, e torna-se claro que o escritor está usando palavras sem comunicar. Alguns ensaios, artigos e livros podem ser agradáveis de ler porque tem uma linguagem colorida, e um orador pode emitir sons ressonantes e sinceros. Não há dúvida alguma de que a sua e a minha escrita ou fala podem ser descritos dessa maneira. Se você acha que não, é só esperar. À medida que você melhorar, vai esperar mais de si mesmo. Um meio de fazê-lo é praticar a escrita com limites de palavras ou caracteres. Isso importa em uma economia conduzida pelas ideias. Considere o ensaio de 1946, de George Orwell, Política e o Idioma Inglês. As palavras significam algo. As palavras são importantes. Orwell argumenta que a linguagem deve ser “um instrumento para expressar e não para esconder ou impedir o pensamento”. Muito poderia ser feito com uma escrita melhor, e cientistas sociais que usam métodos quantitativos, por exemplo, tentam ganhar status exaltando um ao outro com sofisticação técnica e matemática. Já os humanistas tentam abandonar o jargão. Ideias importantes são obscurecidas pelas nuvens impenetráveis da falta de clareza. O que você pode fazer sobre isso? Tente escrever com rígidos limites de palavras. Dê a si mesmo um limite de palavras inferior ao que você pode achar confortável. Permita-se escrever um rascunho simples que seja tão longo quanto você quer que ele seja. Então, quando você estiver editando o rascunho, tente cortá-lo abaixo do limite máximo de palavras. Se você estiver escrevendo um artigo de 10.000 palavras, tente cortar para 9.000 palavras. Se você estiver escrevendo um artigo de opinião de 800 palavras, mire alcançar 700 palavras. Apare um ensaio com um limite de 1500 palavras para 1200 palavras. Há algumas razões para isso. Primeiro, o tempo dos seus leitores é valioso. Segundo, ao fazê-lo, você se obriga a enfrentar dilemas em cada frase. Se você está tentando cortar um ensaio de 1500 palavras para um de 1200, você tem que perguntar a si mesmo, em cada momento, se você pode fazer o argumento com menos palavras. Você ficará chocado com o quanto você pode encurtar seu texto sem perder nada. Na verdade, textos mais curtos e sucintos vão aprimorar a qualidade da sua exposição. Um exercício pode ajudar. Veja a última frase: “Na verdade, textos mais curtos e sucintos vão melhorar a qualidade da sua exposição”. Eu a escrevi em um avião que partia de Omaha para Memphis, enquanto o meu cérebro estava torrando, como dá para perceber pela frase. Vamos melhorá-lo. Primeiro, solte a expressão “na verdade”, porque ela não acrescenta nada. “(A)primorar a qualidade de sua exposição” é um modo demorado de dizer “vão fazê-lo escrever melhor”. Então, vamos tentar alguma revisões: “Textos mais curtos e sucintos aprimoram a sua escrita”. (melhor) “Textos mais curtos e sucintos vão fazê-lo escrever melhor”. (sem graça e complicado – a frase soa como um plano de aula para o Derek Zoolander Center Para Crianças Que Não Sabem Ler Bem e Que Querem Aprender a Fazer as Outras Coisas Bem Também). Talvez isso: “Um texto curto produz boa escrita”. Não há uma resposta objetiva e certa. Você tem que brincar com a frase, mas, como o clichê diz, a escrita fácil torna a leitura mais exigente. Você também pode querer experimentar limites de caracteres e de sílabas. Orwell dizia para evitar o uso de palavras grandes. Na sentença que estávamos analisando, “exposição” era um modo complicado de dizer “escrita” com quatro sílabas. Sempre use a palavra mais simples. Escrever bem requer um esforço dedicado. Eu não tenho a pretensão de ter dominado a questão. Ganhe intimidade com a escrita como que aparando plantas. Ou fazendo jardinagem com bonsai. Ou escultura. Ou pintura. Ou qualquer coisa. Como escritor, você é um perito na arte. As palavras são o seu meio, e você usa a bainha para comunicar informações, evocar paixões, e despertar a consciência dos seus leitores. Comece a trabalhar. Mude o mundo. E se emocione: você está sempre melhorando. Tradução de André Holanda. Revisão de Juliano Torres.