A Primeira República em
transformação
• O enfraquecimento político das oligarquias
é acompanhado pela formação de uma
classe operária estimulada pelo processo
de industrialização. Esses operários,
muitos imigrantes traziam idéias vindas da
Europa, como o Anarquismo, o
Socialismo, o Sindicalismo e o Anarcosindicalismo. Com base nessas idéias,
milhares de trabalhadores participaram de
greves gerais que pararam Rio e São
Paulo.
O anarquismo
• A expansão do anarquismo foi rápida nas
grandes cidades brasileiras nas primeiras
décadas do século XX. Suas propostas de
supressão do Estado e de todas as formas de
repressão encontraram receptividade entre os
trabalhadores naqueles tempos em que o jogo
político era exclusividade das oligarquias e
praticamente inexistia qualquer proteção ao
trabalho. Governo e patrões eram vistos pelos
anarquistas como inimigos a serem combatidos
a todo custo. Suas idéias eram difundidas por
meio de congressos e por uma imprensa
própria.
Manifestação operária em
comemoração ao Dia do Trabalho, 1919
A Semana de Arte Moderna
• Na década de 1920 era nítida a preocupação de
se discutir a identidade e os rumos da nação
brasileira. Todos tinham algo a dizer - políticos,
militares, empresários, trabalhadores, médicos,
educadores, mas também artistas e intelectuais.
Como deveria ser o Brasil moderno? Através da
literatura, das artes plásticas, da música, e
mesmo de manifestos, os artistas e intelectuais
modernistas buscaram compreender a cultura
brasileira e sintonizá-la com o contexto
internacional. O marco de seu movimento foi a
Semana de Arte Moderna de 1922.
A Semana de Arte Moderna
• A Semana de Arte Moderna fazia parte da
agenda oficial comemorativa do Centenário da
Independência. O evento teve grande impacto
na época, pois formalizou e discutiu questões
que já se estavam esboçando na vida cultural.
Os grandes nomes dessa semana foram
Oswald de Andrade e Mário de Andrade.
Oswald defendia em seu Manifesto
Antropofágico a incorporação e reelaboração
tupiniquim de movimentos culturais como o
futurismo, o dadaísmo e do surrealismo.
“Tupi or not tupi that is the question”
Livro de Mário de Andrade e quadro
Abaporu de Tarsila do Amaral
Tenentismo
• O ato de rebeldia que precede o chamado
movimento tenentista foi a revolta do Forte
de Copacabana, em 1922, que culminou
com a morte de dezesseis dos 18 jovens
que decidiram sair pelas ruas de
Copacabana ao encontro das forças
governamentais. Por isso o episódio ficou
conhecido como “Dezoito do Forte”, e cria
a legenda do tenentismo.
18 do Forte
Tenentismo
• O movimento tenentista ficou assim
conhecido pois suas principais figuras
eram oficiais intermediários do Exército,
tenentes e capitães. O tenentismo se
estende de 1922 a 1927 com a proposta
nacionalista de modernizar o país. O
objetivo tático era a derrubada de Artur
Bernardes em nome de uma
“republicanização da república”.
Tenentismo
• As propostas dos tenentes eram:
• Combate à corrupção e à fraude eleitoral;
• Combate à entrega do país ao capital externo,
defendendo os “interesses nacionais”;
• VOTO SECRETO;
• Liberdade de imprensa e de pensamento;
• Maior centralismo político corrigindo os excessos
da descentralização federativa;
• Limitação das atribuições do poder Executivo;
• Maior autonomia ao poder judiciário e moralização
do Legislativo.
Tenentismo
• Dois anos após o Dezoito do Forte
explodiu em 1924 uma revolta com o
objetivo de derrubar Artur Bernardes,
então presidente do País, que
personificava o ódio que os tenentes
tinham da oligarquia dominante. Iniciado o
movimento em alguns quartéis,
desenvolveu-se uma batalha pelo controle
de São Paulo.
Tenentismo
• Contudo, a “coluna paulista” se deslocou
em direção a Oeste, fixando-se no Paraná.
Ali enfrentam as tropas legalistas e
esperam uma outra coluna, vinda do Rio
Grande do Sul. Nesse Estado estourara um
revolta tenentista em outubro de 1924
tendo como maior expoente Luis Carlos
Prestes. As duas colunas se juntam em
1925 e percorrem o Brasil para propagar
as idéias da revolução e levantar a
população contra as oligarquias.
Tenentismo
• Assim nasce a coluna Miguel Costa-Luís
Carlos Prestes, que ficou conhecida como
coluna Prestes. A coluna realizou uma
incrível marcha pelo interior do país
percorrendo cerca de 24 mil quilômetros e
atravessando 11 estados brasileiros, até
fevereiro/ março de 1927, quando seus
remanescentes deram o movimento como
terminado e se internaram na Bolívia e no
Paraguai.
Coluna Prestes
• O objetivo fundamental da Coluna Prestes era
fazer a propaganda armada da revolução,
propagando seu ideário político e incentivando a
eclosão de novos movimentos revolucionários.
Não se tratava de luta direta com as forças do
governo, mas persistir na luta até a generalização
do movimento revolucionário. Para isso a coluna
utilizava uma tática militar de tipo guerrilheiro:
grande mobilidade e rapidez de movimento;
renovação constante de quadros; obtenção de
armas e munição do próprio inimigo; fuga aos
combates tradicionais; ataques através de
pequenas investidas; decisões rápidas; distância
de centros urbanos
O Cavaleiro da Esperança
A "Grande
Marcha" de
1925 a 27 foi o
ponto
culminante do
Tenentismo. Ao
lado o
“cavaleiro da
esperança”
Luís Carlos
Prestes
durante a
marcha.
A Coluna
Prestes
Participantes da Coluna
Prestes e Panfleto da época.
Coluna
Prestes
• A
caminhada
feita pela
Coluna
percorreu
11 Estados
brasileiros.
Coluna Prestes
Portinari, Coluna Prestes, óleo sobre tela, 46 x
55cm, Paris, 1950
Coluna
Prestes
• Jornal da
época.
Tenentismo
• Os componentes da coluna nunca
passaram de 1500 pessoas, oscilando
muito com a entrada e saída de
integrantes transitórios. A Coluna evitou o
choque com forças militares, deslocandose rapidamente de um ponto para outro. O
apoio da população rural era uma ilusão e
a Coluna teve, na realidade, um efeito
simbólico entre os efeitos da população
insatisfeitos com a política voltada para a
elite cafeicultura.
Tenentismo
• O que representou o tenentismo? Quais os
seus objetivos?
• Com a idéia de reduzir o poder das
oligarquias os militares rebeldes da
década de 20 não tinham, na realidade
uma proposta clara de reformulação
política. Pretendiam dotar o país de um
poder centralizado com o objetivo de
educar o povo e seguir uma política
vagamente nacionalista.
Tenentismo
• O tenentismo foi, sobretudo, um
movimento do Exército. Depois da
dissolução da Coluna Prestes em 1927 o
tenentismo se divide em três alas.
• Luís Carlos Prestes, que adquire idéias
de esquerda; a ala que tende para a
direita e adquire conteúdo facista
representada por Plínio Salgado; e a ala
do centro que dá suporte e Getúlio Vargas
na tomada do poder em 1930.
Crise de 1929
• A quebra da bolsa de Nova York abala
profundamente a política do café-com-leite. Em
março de 1930 seriam realizadas as eleições para
a sucessão do presidente Washington Luís,
representante do PRP, que pela lógica do cafécom-leite teria de indicar um sucessor mineiro
(PRM). Contudo, para garantir a perpetuação da
política de valorização do café, Washington Luís
impõe a candidatura do candidato paulista Júlio
Prestes, ao invés do mineiro Antônio Carlos.
Revolução de 1930
• O rompimento do pacto abriu caminho
para a ascensão de outros estados, que
formaram a Aliança Liberal, frente
política formada por políticos do Rio
Grande do Sul e de Minas Gerais, e do
Partido Democrático de São Paulo.
Apresentam a candidatura de Getúlio
Vargas e João Pessoa para disputar as
eleições de 1930.
Revolução de 1930
• Embora a campanha da Aliança Liberal
tenha empolgado as eleições e os
principais centros urbanos quem saiu
vitorioso nas eleições de primeiro de
março de 1930 foi o candidato Júlio
Prestes, indicado por Washington Luís.
• A assassinato de João Pessoa – por
motivos pessoais – foi o estopim para que
os aliancistas organizarem um levante
armado contra as oligarquias paulistas.
Washington Luís (ao centro de faixa presidencial), Getúlio
Vargas, ministro da Fazenda (2ª fileira, à esquerda) e outros
membros do ministério. Rio de Janeiro, em novembro de 1926.
Revista O Cruzeiro
Revolução de 1930
• A 3 de outubro de 1930 a oposição
se uniu e teve início um movimento
militar no Rio Grande do Sul, com
adesão de Minas e do Nordeste.
Washington Luís foi deposto e
Getúlio Vargas assume a chefia do
Governo Provisório em 3 de
novembro.
Revolução de 1930
• Comentário: São Paulo foi o grande perdedor
com o golpe de 1930 e com o fim da política de
valorização do café. Para dar sustentação ao
golpe o novo governo negocia com:
• OS CORONÉIS: Através do Estado de
Compromisso, um acordo pelo qual o modelo
industrial ganha solidez sem colocar em risco a
hegemonia dos coronéis. O governo não promove
a reforma agrária e não estende os direitos
trabalhistas ao campo, mantendo a estrutura de
poder local dos coronéis.
Revolução de 1930
• OS OPERÁRIOS: Para os operários
constrói o populismo, fórmula política
construída através da relação líder +
massa que dependia da troca entre
concessões trabalhistas e sociais do
governo e o apoio político das
massas operárias.
Populismo
• A definição mais clássica do populismo brasileiro é
feita pelo sociólogo Francisco Weffort:
• “O populismo como estilo de governo, sempre
sensível às pressões populares, ou como política
de massas, que buscava conduzir, manipulando
suas aspirações, só pode ser compreendido no
contexto político e de desenvolvimento econômico
que se abre com a Revolução de 1930. Foi a
expressão do período de crise das oligarquias e
do liberalismo, (...), e do processo de
democratização do Estado, que por sua vez, teve
que apoiar-se sempre em algum tipo de
autoritarismo, (...)”
Revolução de 1930
• O novo Código Eleitoral (1932)
– Estabelece o voto secreto, o
voto feminino e a
representação classista
(direito de eleição de
deputados)
Governo Provisório
• A revolução de 1930 representou de fato o
rompimento da dominação oligárquica sob
hegemonia da burguesia cafeeira. Getúlio
Vargas, sob a chefia do Governo
Provisório, toma as seguintes medidas:
dissolve o congresso nacional, as
assembléias estaduais e as câmaras
municipais, assumindo plenos poderes
para governar o país. Essa situação
deveria permanecer até a eleição de uma
assembléia constituinte.
Governo Provisório
• O Governo Provisório cria o Ministério do
Trabalho, e promulga a Lei de
Sindicalização – subordinando os sindicatos
ao Ministério do Trabalho.
• Cria a Lei de Amparo ao Trabalhador
Brasileiro Nato em 1931.
• Moderniza os ensinos médio e superior.
Revolução Constitucionalista de
1932
• Em 1932 São Paulo levanta-se em armas contra
o governo provisório com ajuda da população
civil. Os rebeldes conseguem tomar todos os
postos dentro do Estado de São Paulo. As
fábricas pararam para produzir material bélico,
voluntários acorreram em massa e até donas de
casas contribuíram com suas jóias. A guerra civil
duraria 3 meses e teria um saldo de 15 mil
mortos e feridos. Contudo sem fronteiras com
outros países e com o porto de Santos
bloqueado pela Marinha, viu-se sozinho contra
os 18 Estados da Federação e saiu derrotado.
Revolução
Constitucio
nalista de
1932
Panfleto convoca
voluntários ao
alistamento. Apesar
da derrota paulista
em sua luta por uma
constituição, dois
anos depois da
revolução, em 1934,
uma nova
constituição é
promulgada.
Revolução
Constituci
onalista de
1932
Cartaz da
Revolução
Constitucionali
sta. São Paulo
(SP), 1932
Revolução
Constitucionali
sta de 1932
• A morte de estudantes em
um confronto com forças
legais acabou introduzindo
no cenário político o
ingrediente que faltava:
mártires. Suas iniciais –
Miragaia, Martins, Dráusio
e Camargo – passaram a
designar a sociedade
secreta MMDC,
interessada em articular a
derrubada de Vargas.
Constituição de 1934
• Em maio de 1933 é eleita a constituinte e a nova
constituição é promulgada em 1934. A
constituição: confirma Vargas na presidência; tem
caráter nacionalista ao limitar a imigração; e
estatizador, com a nacionalização de empresas e
do subsolo brasileiro. A grande novidade é a
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA que proíbe
diferenças salariais com base em sexo, raça,
idade, etc; estabelece salários mínimos;
regulamenta o trabalho do menor e da mulher; e
atrela os sindicatos ao ministério do trabalho.
Institui ensino primário obrigatório.
Primeiro governo constitucional –
1934-1937.
• O governo de Getúlio Vargas é marcado
pela polarização ideológica, que refletia a
consolidação do socialismo na URSS e o
surgimento do Nazifacismo na Europa
(Itália em 1922 e na Alemanha em 1933).
No Brasil desenvolvem-se tendências
esquerdistas como a Aliança Nacional
Libertadora e o movimento de tendência
facista como o Integralismo.
AIB e ANL
• Ação Integralista Brasileira (AIB) - Liderada
por Plínio Salgado a AIB era um movimento de
conotação facista que reivindicava um partido
único. O lema era “Deus, Pátria e Família”.
• Aliança Nacional Libertadora (ANL) –
reivindicava a suspensão definitiva do pagamento
das dívidas externas; a nacionalização de todas
as empresas estrangeiras; a proteção aos
pequenos proprietários. Seu líder era Luís Carlos
Prestes.
Integralismo
Integralismo
• Os integralistas usam
uniformes verdes e
braçadeiras tendo o seu
símbolo, a letra grega
Sigma, imitando o estilo
dos fascistas italianos.
Fazem a saudação com o
braço erguido e gritando
ANAUÊ, palavra indígena,
de origem Tupi, que quer
dizer:
"Você é meu irmão”
Levante comunista de 1935
• Em 1935 rebentou a Revolta comunista
nas cidades de Natal, Recife e Rio de
Janeiro. As ordens da insurreição partiram
de um pequeno núcleo de conspiradores
do Partido Comunista liderados por Luís
Carlos Prestes que, acompanhando pela
agente da Internacional Comunista Olga
Benário, vivia clandestinamente num
bairro do então Distrito Federal.
Levante comunista de 1935
• Rapidamente a revolução militar foi
sufocada (denominada também de
Intentona Comunista de 1935), provocando
como reação a ela a maior onda de prisões
até então vista na história do país.
Centenas de militares e civis foram presos
e torturados. Nessa época foi criado o
tribunal de Segurança Nacional para julgar
os envolvidos na Revolta de 1935.
Prisões
• Milhares de pessoas
foram presas em todo
o país, inclusive
deputados, senadores
e até mesmo o prefeito
do Distrito Federal,
Pedro Ernesto Batista.
Ao lado a
manifestação de apoio
a Pedro Ernesto no dia
de seu julgamento.
Golpe de Estado
• Getúlio Vargas tira partido da radicalização
ideológica e da “ameaça comunista” para
declarar estado de sítio e conduzir o Brasil
a ditadura. Para isso simula a existência de
um plano comunista que visava assassinar
personalidades importantes denominado
Plano Cohen (1937). Com pretexto de
colocar fim às agitações decreta o
fechamento do congresso e a dissolução
dos partidos políticos. Tinha início o
ESTADO NOVO (1937).
Fonte
• “Não é mais possível recuar. Estamos em franca
articulação para um golpe de Estado,
outorgando uma nova Constituição e dissolvendo
o Legislativo. Recebi o deputado João Neves, os
ministros do Trabalho, Fazenda, Exterior e
Guerra, o senador Macedo Soares e, por fim, o
dr. Francisco Campos, que trouxe já prontos o
projeto da nova Constituição e a proclamação a
ser lida, redigida por ele, de acordo com o esboço
que fiz e as notas que lhe forneci. Provavelmente
será na próxima quinta-feira.”
• Getúlio Vargas em seu diário no dia 7 de
novembro de 1937, três dias antes do golpe.
Arquivo do CPDOC.
Estado Novo
• A Constituição de 1934, elaborada por uma
Assembléia Nacional Constituinte, introduziu no
país uma nova ordem jurídico-política que
consagrava a democracia, com a garantia do voto
direto e secreto, da pluralidade sindical, da
alternância no poder, dos direitos civis e da
liberdade de expressão dos cidadãos. Mas a
Constituição durou pouco. Três anos depois, antes
mesmo que a primeira eleição que elegeria o novo
presidente se realizasse, Getúlio Vargas deu um
golpe para manter-se no poder e instaurou uma
ditadura,
conhecida
como
Estado
Novo.
Estado Novo
• Em 10 de novembro de 1937
Getúlio Vargas comandou o
golpe de Estado dissolvendo
o Congresso e outorgando
uma nova Constituição ao
país. O país não apresentou
resistência ao golpe. À noite
Vargas transmite pelo rádio
uma proclamação ao povo
brasileiro, anunciando a
entrada em vigor da nova
constituição e o início de uma
nova fase na história
brasileira.
A constituição de 1937
• A Com o Congresso Nacional nova Carta
incluía vários dispositivos semelhantes
aos encontrados em constituições de
regimes autoritários vigentes na
Europa, como as de Portugal, Espanha e
Itália. fechado e com a decretação de
rigorosas leis de censura, Vargas pôde
conduzir o país sem que a oposição
pudesse se expressar de forma legal.
Com a nova constituição Vargas passou
a governar com poderes ditatoriais.
Estado Novo
• A expressão Estado Novo foi empregada
pela primeira vez por Oliveira Salazar, no
início da década de 1930, para justificar o
regime
autoritário
português.
Sua
utilização alguns anos depois no Brasil,
assim como a incorporação à Carta de
1937 de dispositivos das constituições de
regimes totalitários da época, chegou a
ser apontada como evidência da
subordinação ideológica da ditadura de
Vargas ao fascismo europeu.
Estado Novo
• O Estado Novo tinha em comum com o
fascismo a mesma crítica à democracia
parlamentar, à pluralidade de partidos e à
representação autônoma de interesses, assim
como tinha em comum com ele a mesma
valorização do "Estado forte", tutor da sociedade
civil. Mas o Estado Novo diferia substancialmente
do fascismo europeu no plano das práticas
políticas concretas, como, por exemplo, na
inexistência de partido único, na ausência de
intensa mobilização política de massas e na nãouniformização da elite dirigente
DIP
• Com o objetivo de
aperfeiçoar e ampliar
as atividades do
Departamento
Nacional de
Propaganda, Vargas
criou, em dezembro
de 1939, o
Departamento de
Imprensa e
Propaganda (DIP).
DIP
• O DIP foi o principal
responsável pela
legitimação de Vargas
no poder e do Estado
Novo perante a opinião
pública. Dirigido por
Lourival Fontes tornouse o órgão que
realizava a censura e
promovia o regime. Era
o DIP que exercia a
censura no teatro,
cinema, na literatura,
nas festas e nos jornais.
DIP
• O culto à
personalidade e a
construção de imagens
idealizadas de Getúlio
Vargas veiculadas pelo
DIP - como, por
exemplo, a de "pai dos
pobres" - ajudaram a
consolidar em pouco
tempo o poder do
ditador
A propaganda oficial, valorização
do trabalho
• O mesmo DIP era responsável também
pela propaganda de Estado. É criado o
programa de rádio Hora do Brasil,
passado em rede nacional em horário
nobre com notícias do governo e do país
feitas pelo DIP. Ainda, há uma ideologia
de valorização do trabalho e do
trabalhador e desvalorização do malandro.
Estado Novo
• As principais
características do
Estado Novo então
podem ser resumidas
em: nacionalismo;
patriotismo; populismo;
culto à personalidade
de Vargas; Estado
Forte; fortalecimento
da indústria de base;
industrialização;
censura e repressão;
etc.
O Rádio
• Ao estudar o Estado Novo, o historiador
Alcir Lenharo (1946-1996) destacava o
papel fundamental do rádio na
propaganda política de Vargas:"(...) o
rádio servia, eficazmente, para se
espalhar a imagem onipresente de Vargas
por todo o país (...). Pelo rádio, o poder se
faz presente e pessoaliza a relação
política com cada cidadão"
Estado Novo
• O desenvolvimento econômico através
da industrialização era a grande meta do
Estado Novo. Para isso foram criados
vários órgãos de apoio em áreas
estratégicas, como por exemplo o
Conselho Nacional do Petróleo, o
Conselho Federal de Comércio Exterior,
e a Coordenação de Mobilização
Econômica - esta, instituída em 1942,
com a entrada do Brasil na Segunda
Guerra Mundial.
O Estado Novo e a economia
Desde os primeiros momentos Vargas
adotou uma política de intervenção do
Estado na economia, criando estatais para
planejar a atividade econômica.
Durante o Estado Novo o governo passou
a investir diretamente na economia, em
especial no setor de bens de produção.
Foi dada atenção especial para alguns
setores como o de infra-estrutura,
transportes e energia.
O Estado Novo e a economia
• Vargas monta um plano qüinqüenal com
enfoque na indústria de base em 1939
prevendo: uma indústria siderúrgica, uma
fábrica de aviões, construção de hidrelétricas,
ferrovias, uma hidrovia no vale do São
Francisco e compra de navios e aviões de
guerra alemães. A Segunda Guerra Mundial iria
ajudar o seu plano de industrialização e o Brasil
exportou pela primeira vez na história bens
industrializados ao longo da guerra.
As Estatais
• Seguindo o plano qüinqüenal, várias empresas
estatais foram criadas em áreas que não havia
capital nacional suficiente. Foram criadas: a Vale
do Rio Doce em 1942 que explorava os minérios
nacionais; a Fábrica Nacional de Motores em
1943 na cidade do Rio; a Álcalis em 1943, uma
indústria química; a Companhia Hidrelétrica do
São Francisco em 1945; e, finalmente, a
Companhia Siderúrgica Nacional – CSN – em
1941 na cidade de Volta Redonda com
empréstimos norte-americanos. A CSN se ligava
à produção da Vale por ferrovia e recebia o
carvão de Santa Catarina pelo mar, trazido em
ferrovias do Rio de Janeiro.
Painel cronológico mundial
Mundo
Primeira
Guerra
Mundial
(1914-1918)
Período Entre
Guerras (19191939). Surgimento
do Nazi-facismo na
Europa. Crise de
1929.
Segunda
Guerra
Mundial
(1939-1945).
No Brasil República
Crise de 1929 afeta Estado Novo
Velha (1889- as exportações de (1937- 1945)
1930)
Café no Brasil.
Revolução de
1930. Estado Novo
(1937)
O Brasil na Segunda Guerra
• Havia dentro do governo uma divisão entre
ministros e altos funcionários que tendiam
para o Eixo e outros que tendiam para os
EUA durante a 2ª Guerra. Vargas
aproximou-se dos EUA após receber um
empréstimo de 20 milhões de dólares de
um banco norte-americano para a
construção da CSN. A superioridade
militar norte-americana e a proximidade
também fizeram Vargas se colocar ao lado
dos Aliados.
O Brasil na Segunda Guerra
• Em 1942, libera Natal e Fernando de
Noronha para a presença de militares
norte-americanos e após perder 18
navios, declara guerra ao Eixo. O Brasil
ajuda com matérias-primas e com a Força
Expedicionária Brasileira – FEB –, força
com 23 mil homens que foi lutar na Itália.
Cerca de 500 homens morreram em
combate.
E a cobra fumou!
• O símbolo da FEB. Os
soldados brasileiros
(carinhosamente
apelidados de pracinhas)
escolheram o símbolo da
cobra com o cachimbo à
boca para responder aos
incrédulos que diziam
que seria mais fácil uma
cobrar fumar um
cachimbo do que o Brasil
lutar contra o potente
exército nazista.
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Revolução de 1930 e Getúlio do poder