Intervenção do Vice-presidente da República de Angola, proferida por ocasião da Cimeira das Nações Unidas para Adopção da Agenda de Desenvolvimento pós-2015 26 de Setembro de 2015 Nova Iorque, EUA. Excelentíssimos Senhores co-Presidentes, Excelências, Chefes de Estados e de Governo, Distintos Ministros, Senhoras e Senhores: Permitam-me, em nome do Governo da República de Angola, felicitar Sua Excelência SamKutesa, Presidente da 69ª Sessão da Assembleia-geral, pelo papel desempenhado durante o processo de elaboração do documento que iremos adoptar e que tem como Lema: “Transformar o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. Saudamos os esforços dos co-facilitadores do processo intergovernamental para a elaboração do referido documento.As nossas saudações vão também para o Senhor Secretário-geral das Nações Unidas, Sr. BanKi-Moom,pelo seu empenho na concretização deste objectivo. Excelências; 1 A Conferência Internacional sobre o Desenvolvimento Sustentável - Rio + 20 foi um momento simbólico,instigador dos actuais processos intergovernamentais que concorrem para a erradicação da pobreza e para a criação de estruturascoerentes de inclusão social, económica e ambiental com o objectivo de alcançar o desenvolvimento global sustentável. O processo intergovernamental para a elaboração da Agenda exigiu um esforço significativo,para chegarmos àum documento ambicioso, estruturado e baseado numa visão compartilhada do futuro que pretendemos edificar, e num plano de acção que complementa os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Angola acredita que a Agenda de Desenvolvimento pós-2015 e um instrumento depolítica crucial,que visa diminuir o fosso existente entre os países, tanto desenvolvidoscomo em desenvolvimento. Ao adoptar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, os Estados Membros das Nações Unidas reiteramcomo prioridades absolutas a erradicação da pobreza e da fome, a protecção e promoção dos direitos de todos, a igualdade de género, a autonomia das mulheres e a atenção especial à todos os grupos vulneráveis. Neste sentido, reafirmamos a vontade política do Governo em continuar os esforços tendentes a aumentar a representatividade das mulheres em todos os níveis de tomada de decisão, tendo em atenção a campanha Planeta 50-50 até 2030. Por outro lado, a Agenda visa preservar o legado da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, e a Conferencia de Desenvolvimento Sustentável-Rio + 20, para que a implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável se baseie na busca da 2 prosperidade baseada no respeito da dignidade humana, na protecção do planeta, e nos princípios da Responsabilidade Comum. Em matéria de financiamento, insistimos na adopção de compromissos concretos, para que os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável possam constituir-se em catalisadores eficazes de boaspráticas e políticas públicas respeitadoras da realidade singular de todos os países. Assim sendo, Angola deseja reiterar que irá implementar e interpretar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável em plena conformidade com a sua legislação e as prioridades nacionais de desenvolvimento, bem como os valores e convicções étnicos, culturais e religiosos da sociedade angolana, e em consonância com os direitos humanos internacionalmente reconhecidos. Excelências; Apesar do sucesso obtido na elaboração da Agenda, é pertinente realçar que ainda há muito trabalho pela frente. Vários milhões de seres humanos ainda vivem em condição de pobreza extrema ou em situações de conflito, sendo forcados a migrar para outros destinos, assistimos diariamente ao crescimento das desigualdades e violações gritantes de direitos humanos e a degradação ambiental do nosso planeta. As discussões sobre o financiamento para o desenvolvimento, no contexto da Terceira Conferência de Financiamento, realizadaem Adis Abeba,foram marcadas pela clivagem Norte-Sul, contrapondo doadores e beneficiários da cooperação internacional. Conseguiu-se chegar à um quadro político global para o financiamentodo desenvolvimento sustentável, mas os compromissos 3 concretos para a implementação efectiva da Agenda ainda carecem de uma definição concreta. A parceria global estabelecida permitirá um avanço significativo para concretizar os Objectivos do Milénio e implementar a Agenda de Desenvolvimento pós-2015. Apesar de diferenças substanciais que ainda persistem, 193 países lograram chegar à um acordo ambicioso sobre uma nova Agenda que integra, de forma equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável. Permitam-me concluir sublinhando que esta é uma responsabilidade partilhada, com o propósito de edificarmos um mundo melhor, em termos económicos, políticos, sociais e ambientais. Por esta razão, a República de Angola apela às Nações Unidas a desempenharem um papel central na liderança da política de desenvolvimento global. Muito Obrigado. 4