UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADE CATARATAS FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras” AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO VEGETAL DO Crambe abyssinica Hochst SUBMETIDO A DIFERENTES DOSES DE METAIS PESADOS AKEMI JULIANA ICHINOMIYA Foz do Iguaçu - PR 2012 AKEMI JULIANA ICHINOMIYA AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO VEGETAL DO Crambe abyssinica Hochst SUBMETIDO A DIFERENTES DOSES DE METAIS PESADOS Trabalho Final de Graduação apresentado à banca examinadora da Faculdade Dinâmica das Cataratas (UDC), como requisito para obtenção do grau de Engenheira Agrônoma. Profª Orientadora: Me. Fernanda Rubio Foz do Iguaçu – PR 2012 TERMO DE APROVAÇÃO UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO VEGETAL DO Crambe abyssinica Hochst SUBMETIDO A DIFERENTES DOSES DE METAIS PESADOS TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA AGRÔNOMA Acadêmica: Akemi Juliana Ichinomiya Orientadora: Prof(ª). Me. Fernanda Rubio Nota Final Banca Examinadora: Prof(ª). Dra. Joselaine Viganó Prof(°). Me. Leandro Rampim Foz do Iguaçu, 29 de novembro de 2012 DEDICATÓRIA A memória de meus avôs, Enrique Salinas e Jiro Ichinomiya, grandes homens que deixaram muita saudade e grande inspiração. As minhas avós, Benita Salinas e Masako Ichinomiya, que me proporcionaram pais maravilhosos. A meus pais que sempre me apoiaram e que amo muito. Muito obrigada. AGRADECIMENTOS Deus, obrigada por criar o Universo. Por estar presente em todos os dias de minha vida e por me proporcionar tantas maravilhosas oportunidades a cada dia. Agradeço aos meus pais, Juliana Salinas de Ichinomiya e Masami Ichinomiya, por me presentearem a vida, amor e dedicação ao meu crescimento e por sempre me apoiaram, mostrando-se verdadeiros mestres, verdadeiros exemplos. À Celio Celso Hermes Beckmann Filho, meu namorado, obrigada por seu amor e apoio incondicional. À professora Fernanda Rubio, que me mostrou novas idéias e com muita delicadeza, atenção, dedicação e paciência me orientou em cada passo dessa jornada de pesquisas. À todos os mestres que fizeram parte da minha vida acadêmica e contribuíram para minha formação acadêmica. Obridada a meus amigos Patricia Kerber Buzinaro e Felipe Prando Paludo, pela amizade, risadas e companheirismo. Vocês tornaram essa jornada mais suave! À minha grande amiga Aline Roberta de Carvalho, pela amizade, incentivo e inspiração. Obrigada também às funcionárias, Claudia Fiorentim Dotto e Josemeri Deconto Neves, por serem sempre tão delicadamente atenciosas e amigas. “A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original” Albert Einstein ICHINOMIYA, Akemi Juliana. Avaliação do desenvolvimento vegetal do Crambe abyssinica Hochst submetido a diferentes doses de metais pesados. Foz do Iguaçu, 2012. Projeto de Trabalho Final de Graduação - Faculdade Dinâmica das Cataratas. RESUMO Planta da família das brassicaceae, o Crambe abyssinica Hochst possui grande potencial para a produção de biodiesel, devido ao alto teor de óleo encontrado em suas sementes. Além disso, possui facilidade de produção por apresentar alta resistência a condições adversas, boa adaptação, rusticidade e precocidade. Como alternativa para a adubação de solos, o uso de biossólido tem sido amplamente utilizado, mas este material apesar dos benefícios encontrados, pode apresentar metais pesados tóxicos, que afetam de forma negativa à saúde humana e o desenvolvimento de plantas e outros organismos. Desta forma, este trabalho teve por objetivo avaliar o desenvolvimento das plantas de crambe submetidas à aplicação de diferentes doses de biossólido contaminado com metais pesados. Para a condução do experimento foram instalados 25 vasos na casa de vegetação da UDC, sendo cinco tratamentos com cinco repetições em um delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC), Os dados foram submetidos ao teste F, e posterior análise de médias pelo teste Tukey. O substrato utilizado foi um solo de classe argilosa do tipo 3 e adubação realizada com a mistura do biossólido nas dosagens de 0,0; 10,0; 20,0; 40,0 e 60,0 t ha¯¹. As avaliações realizadas aos 21 e 39 dias da germinação apresentaram valores estatísticos com diferenças significativas para os diferentes tratamentos, observando-se que a testemunha apresentou melhor desenvolvimento vegetal e os tratamentos com dosagens apresentaram diminuição no desenvolvimento, sendo o tratamento 60,0 o que apresentou menor desenvolvimento vegetal. Palavras-Chave: biossólido - biodiesel - crambe. ICHINOMIYA, Akemi Juliana. Evaluation of the development of vegetable Crambe abyssinica Hochst submitted to different doses of heavy metals. Foz do Iguacu, 2012. Project to Completion of Course Work -Faculdade Dinâmica das Cataratas. ABSTRACT Plant of the family brassicaceae the Crambe abyssinica Hochst has great potential for biodiesel production due to the high oil content found in its seeds. It also has facility of production due to high resistance to adverse conditions, good adaptability, hardiness and earliness. As an alternative to soil fertilization, the use of biosolids has been widely used, but this material despite the benefits found, may have toxic heavy metals, which negatively affect human health and development of plants and other organisms. Therefore, this study aimed to evaluate the development of crambe plants subjected to different doses of sewage sludge contaminated with heavy metals. For the experiment 25 vessels were installed in a greenhouse at UDC, five treatments with five replicates in a completely randomized design (CRD), data were submitted to the F, and subsequent analysis of means by Tukey test. The substrate used was a loamy soil class of type 3 and fertilization performed with the mixture of biosolids at doses of 0.0, 10.0, 20.0, 40.0 and 60.0 t ha ¯ ¹. The assessments performed at 21 and 39 days after germination showed significant differences with statistical values for the different treatments, noting that the witness had better plant development and treatments with dosages showed a decrease in the development, and the treatment which showed 60.0 smaller plant development. Keywords: biosolids - biodiesel - crambe. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Planta de Crambe ..............................................................................14 Figura 2: Sementes de Crambe abyssinica ......................................................16 Figura 3: Planta de Crambe em Florescimento ................................................16 Figura 4: Utilização do metal chumbo no setor produtivo .................................26 Figura 5: Casa de vegetação da Faculdade Dinâmica das Cataratas ..............30 Figura 6: Croqui de disposição dos vasos ........................................................31 Figura 7: Plantas de Crambe avaliadas aos 21 dias após germinação ............36 Figura 8: Plantas de Crambe avaliadas aos 39 dias após a germinação .........38 Figura 9: Plantas de Crambe em Casa de vegetação demonstrando diferenças de desenvolvimento ...........................................................................38 Figura 10: Florescimento do Crambe aos 35 dias ............................................39 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Lodos de esgoto ou produto derivado – Substâncias inorgânicas ...22 Tabela 2: Valor médio dos parâmetros medidos, após 21 dias da germinação........................................................................................................34 Tabela 3: Valor médio de massa fresca e seca, após 21 dias da germinação........................................................................................................35 Tabela 4: Valor médio dos parâmetros medidos, após 39 dias da germinação........................................................................................................36 Tabela 5: Valor médio de massa fresca e seca, após 39 dias germinação........................................................................................................37 SUMÁRIO da 1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................12 2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................13 2.1 PRODUÇÃO DE BIODIESEL......................................................................13 2.2 CRAMBE (Cambe abyssinicaHochst)..........................................................14 2.2.1 A CULTURA DO CRAMBE.......................................................................15 2.2.2 O CRAMBE NO BRASIL...........................................................................17 2.2.3 PRODUÇÃO DE CRAMBE EM AMBIENTE CONTROLADO...................17 2.3 ALTERNATIVAS PARA ADUBAÇÃO .........................................................19 2.3.1 BIOSSÓLIDO............................................................................................19 2.4 RESOLUÇÃO 365/2006..............................................................................21 2.4.1 PARÂMETROS PARA O USO DO BIOSSÓLIDO....................................22 2.4.2 REQUISITOS MÍNIMOS DE QUALIDADE ..............................................22 2.4.3 DAS CULTURAS APTAS A RECEBER LODO DE ESGOTO..................23 2.5 METAIS PESADOS TÓXICOS....................................................................23 2.5.1 METAIS PESADOS TÓXICOS NO DESENVOLVIMENTO VEGETAL....25 2.5.2 CHUMBO..................................................................................................26 2.5.3 CROMO....................................................................................................27 3 MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................30 3.1CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................30 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................31 3.2.1 PREPARAÇÃO DO BIOSSÓLIDO ..........................................................31 3.2.2 PLANTIO DAS SEMENTES DE CRAMBE ..............................................31 3.2.3 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS DE DESENVOLVIMENTO ..........................32 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................34 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................41 ANEXO A ..........................................................................................................49 ANEXO B ..........................................................................................................50 1 INTRODUÇÃO Planta da família das brassicaceae, o Crambe abyssinica Hochst é originário da África, mais precisamente da região quente e seca da Etiópia, posteriormente domesticado nas regiões frias e secas do Mediterrâneo, apresentando assim grande tolerância a secas e a baixas temperaturas. Os maiores produtores dessa cultura são México e Estados Unidos. No Brasil o crambe ainda é pouco conhecido e seu cultivo foi introduzido inicialmente no estado do Mato Grosso do Sul. A cultura do crambe surge com grande potencial para a produção de matéria-prima para fins industriais, como fluido isolante elétrico, biodiesel além de atuar na rotação de cultura, fator importante para conservação dos solos. Atualmente vislumbram-se o grande potencial do crambe para utilização como matéria prima na produção de biodiesel devido à grande quantidade de óleo vegetal encontrado em suas sementes, complementando assim a matriz de óleos vegetais brasileira. É crescente também o aumento do interesse dos produtores no crambe, por ser uma alternativa de produção rápida na safrinha, apresentando rusticidade, fácil adaptação no plantio e baixo custo de produção, além de ser totalmente mecanizada adaptando-se bem as máquinas agrícolas utilizadas em grandes culturas, como a soja. A utilização de biossólido para adubação é uma opção de destino ambientalmente correta e muito utilizada no mundo todo. No entanto, deve-se levar em conta os benefícios que sua utilização pode proporcionar, contrapondo com os possíveis malefícios que estes podem apresentar, como a possível presença de metais pesados, que podem afetar a saúde e o desenvolvimento de plantas e outros organismos. Desta forma, o presente trabalho tem por objetivo avaliar o desenvolvimento das plantas de crambe submetidas a diferentes doses de metais pesados, pela aplicação de biossólido no solo. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 PRODUÇÃO DE BIODIESEL A maior parte da energia consumida no mundo advém de fontes não renováveis como derivados do petróleo, carvão e gás natural. No entanto, esses materiais têm previsão de esgotamento no futuro, pois estima-se que, com o atual ritmo de consumo, as reservas planetárias de petróleo se esgotem nos próximos 30 ou 40 anos. Além disso, os combustíveis fósseis são altamente poluidores, causando impactos ao meio ambiente, o que leva a população mundial a buscar soluções para tais problemas (BLEY JUNIOR, 2010; SHUCHRDT et al., 1998). Um das alternativas é o uso de bicombustíveis derivados de biomassa, no Brasil aproximadamente 45% da energia e 18% dos combustíveis consumidos já são renováveis, na totalidade restante do mundo, 86% da energia é proveniente de fontes energéticas não renováveis (BRASIL, 2005). A produção de biodiesel no Brasil ainda encontra-se alicerçada em culturas anuais de ciclo primavera/verão, com poucas alternativas de culturas para o outono/inverno que permitam a continuidade da produção de biodiesel, além da realização da rotação de cultura (EMBRAPA, 2004), ainda assim, o Brasil alcançou uma posição almejada por muitos países que buscam fontes renováveis de energia como alternativas estratégicas ao petróleo, sendo pioneiro mundial no uso de biocombustíveis (BRASIL, 2005). Atualmente, para a produção de biodiesel as empresas e órgãos estaduais e federais têm priorizado a busca por matérias-primas alternativas, sempre avaliando os atributos destas sob aspectos agronômicos e tecnológicos, como: teor de óleo, produtividade, sistema produtivo, ciclo da cultura, entre outros (ECHEVENGUÁ, 2007). Culturas pouco conhecidas no Brasil, como o crambe (Crambe abyssinica) e o pinhão‑manso (Jatropha curcas) surgem como alternativas para a produção de biodiesel (WANG et al., 2000; ROSCOE et al., 2007), como uma energia limpa e renovável, em substituição aos combustíveis fósseis e auxiliando na diminuição da emissão de gases de efeito estufa (FOWLER, 1991). 2.2 Crambe abyssinica Hochst Pertencente a família das Brassicaceae, o crambe (Crambe abyssinica Hochst), atinge aproximadamente 1 m de altura, possui haste ramificada e folhas em formato oval e assimétrico, com 0,10 m de comprimento e 0,76 m de largura. Suas flores se localizam ao longo dos racemos, apresentando cores em tons de branco ou amarelo e produzindo um grande número de sementes. Cada pequeno fruto contém uma única semente, esta de cor verde ou marrom esverdeado em forma esférica (DESAI et al., 1997). A Figura 1 ilustra as características morfológicas do crambe. Figura 1: Planta de crambe: 1) parte inferior e superior da planta em fase de frutificação; 2) flor; 3) fruto; 4) corte longitudinal da parte superior do fruto. Fonte: www.prota.org. O crambe caracteriza-se por ser um vegetal arbustivo de porte ereto, desenvolvendo-se em condições climáticas diferenciadas, que vão desde climas frios como os do sul do país com geadas típicas até climas quentes e secos, como o do centro-oeste brasileiro (FARIA, 2010). 2.2.1 A CULTURA DO CRAMBE A busca por novas fontes alternativas de combustíveis tem despertado o interesse de agricultores para o cultivo de plantas com características oleaginosas, dentre elas, destaca-se o crambe, pois trata-se de uma planta que, até pouco tempo, era utilizada apenas como forrageira. Porém, tendo em vista sua rusticidade e potencial para produção de cerca de 26% a 38% de óleo, tornou-se uma cultura atrativa também para a produção de óleo vegetal (NEVES et al., 2007), pois supera inclusive os teores de óleo encontrados na soja, que chega ao máximo de 24% (FARIA, 2010). Uma das vantagens na produção de crambe é devido a essa cultura poder expandir-se como alternativa de segunda safra em boa parte do centro oeste brasileiro, pois é uma cultura totalmente mecanizada e que se utiliza dos mesmos maquinários das culturas tradicionais como a soja (semeadoras, colhedoras, armazéns, etc.) (PITOL et al., 2010; ROSCOE e DELMONTES, 2008). O crambe pode ser plantado até o início de abril no centro-oeste brasileiro, época em que a soja já foi colhida, o que o torna uma opção atrativa para a safrinha, podendo apresentar até quatro ciclos de produção por ano, um considerável potencial de produção de óleo vegetal para produção de biodiesel (MEAKIN et al., 2001). Nos Estados Unidos e Europa há relatos de produtividade superiores a 3.000 kg por hectare no período de safra principal, no Brasil a produtividade média é de 1.200 kg no período da safrinha (FUNDAÇÃO MS, 2010). As sementes do crambe (Figura 2), possuem forma esférica e são envolvidas por uma estrutura tegumentar denominada de pericarpo, cuja função básica é proteger a semente contra abrasões e choques externos, funcionando como barreira contra a entrada de micro-organismos, o que permite que as sementes possam ser armazenadas por longos períodos de tempo, sem perda significativa do poder germinativo (PEREZ, 1998). A semente de crambe apresenta cerca 22% de fibras brutas, entre celulose e hemicelulose, 27 a 35% de proteínas e alto teor lipídico de 36 a 38% (CARLSON et al., 1996), o óleo de crambe possui em média 55% de ácido erúcico, que é utilizado na indústria de polímeros e lubrificantes. O pericarpo representa de 25 a 30% do peso total do fruto, contendo de 40% de lignina e 41% de celulose (GASTALDI et al., 1998). Figura 2: Sementes de Crambe abyssinica. Fonte: Ariosto Mesquita, revista Panorama Rural, 2011. A planta floresce em aproximadamente 35 dias e a colheita pode ser feita em até 90 dias (FARIA, 2010). A Figura 3 mostra a plantas de crambe em florescimento. Figura 3: Planta de crambe em florescimento Fonte: Revista desafios, 2009. O crambe também possui potencial na biorremediação, onde insere-se a fitorremediação, que é a utilização de práticas agronômicas com a utilização de plantas, sua microbiota associada e de amenizantes (corretivos, fertilizantes, matéria orgânica etc.) do solo, que além de removerem, imobilizam ou tornam os contaminantes inofensivos ao ecossistema (ACCIOLYE e SIQUEIRA, 2000). Um estudo realizado por Paulose, kandasamy e Dhankher, em 2010 verificou que o crambe é eficiente como fitorremediador de solos e sedimentos contaminados com cromo e arsênio pois possui uma peculiar capacidade de acumular metais tóxicos em níveis mais elevados que outras espécies de brássicas. 2.2.2 O CRAMBE NO BRASIL O crambe tem como origem a Etiópia, domesticado posteriormente no Mediterrâneo, sendo produzido desde a Primeira Guerra Mundial em países da Europa e a partir da década de 70 nos Estados Unidos (KNIGHTS, 2002). Pouco conhecido e cultivado no Brasil o cultivo de crambe está se expandindo no território brasileiro desde o lançamento da primeira variedade no país em 2007 (ROSCOE e DELMONTES, 2008), sendo que seu cultivo têm-se intensificado na região sudoeste do estado de Goiás (FARIA, 2010). No Mato Grosso do Sul, cerca da metade dos hectares são destinados para o cultivo da soja no verão. Se a área de cultivo de soja for somada a toda a área de milho safrinha, girassol e trigo, ainda estariam disponíveis cerca de 1/3 dos hectares para culturas alternativas de safrinha no Estado (ROSCOE e DELMONTES, 2008). O interesse pelo crambe no Brasil deve-se principalmente em virtude da sua superioridade em relação à soja na produção de óleos vegetais e por adaptar-se com facilidade ao plantio direto (FARIA, 2010). 2.2.3 PRODUÇÃO DE CRAMBE EM AMBIENTE CONTROLADO A germinação das sementes envolve uma sequência ordenada de eventos metabólicos que resultam na formação da plântula. De forma geral, são necessárias três condições mínimas para que as sementes germinem: devem estar maduras, serem viáveis e não apresentarem dormência. Dentre os fatores ambientais que afetam o processo de germinação destacam-se a temperatura, a luz, a disponibilidade de oxigênio e de água. Quando estes fatores são melhorados as sementes expressam o seu potencial máximo de germinação, característica esta importante para se obter um estabelecimento rápido e uniforme das plântulas em campo (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000). O crambe apresenta um sistema radicular profundo, sendo que a cultura pode ser considerada boa recicladora de nutrientes (KNIGHTS, 2002). No entanto, o crambe é exigente quanto à acidez do solo. Para um bom desenvolvimento da cultura, o solo deve ter boa ou alta fertilidade. A camada de 0 a 20 cm deve estar corrigida e a de 20 a 40 cm com baixa saturação por Al3+ (PITOL et al., 2010). O substrato é um dos fatores que influência tanto a germinação das sementes quanto o desenvolvimento das plantas (TONIN e PEREZ, 2006), exercendo função semelhante a do solo (WENDLING et al., 2002). Para que a disponibilidade de água durante a germinação e desenvolvimento das plantas seja adequada, o tipo de substrato utilizado é fundamental, principalmente em função de fatores como estrutura, aeração, capacidade de retenção de água (DIAS et al., 2008). Além de ter propriedades físicas e nutricionais adequadas, é necessário que o substrato seja isento de micro-organismos fitopatogênicos transmissores de doenças de plantas (GHINI, 2004 apud FERREIRA et al., 2008), além de conter boa composição química e orgânica o que tem influência sobre o estado nutricional e desenvolvimento das mudas (BORGES et al., 1995). Houve um aumento do uso de estruturas cobertas com polietileno, sendo que a principal vantagem é a possibilidade de aumentar a produção nos períodos de entre safra. Uma vez que as estufas possibilitam melhores condições de desenvolvimento e produção por fornecerem clima ameno, livre de excesso de chuvas que encharcam o solo e lixiviam os nutrientes empobrecendo o solo e consequentemente reduzindo o desenvolvimento e a qualidade das plantas (ASSIS e ESCOBEDO, 1996). O controle ambiental em ambiente protegido pode ser dividido em duas partes distintas: relacionado ao ambiente aéreo onde fatores físicos tais como a luminosidade, temperatura, umidade e outros atuam; relacionado ao ambiente onde o sistema radicular se desenvolve sob a influencia de fatores nutricionais e físicos (RODRIGUES, 2002). Para Gomes, Mello e Mangabeira (2006), os agricultores que produzem culturas que se adéquam a cultivos protegidos, verificam uma maior eficiência que é explicada pelo tipo de cultivo, já que este requer maior cuidado operacional, sendo que o cultivo em estufas impõe maior controle climático, beneficiando os trabalhos e acompanhamento da cultura. 2.3 ALTERNATIVA PARA ADUBAÇÃO Em vários países assim como no Brasil, grandes quantidades de resíduos são depositadas sobre o solo de forma planejada, como fonte de nutrientes para as plantas (SILVA et al., 2004; NASCIMENTO et al., 2004). Os biossólidos, geralmente ricos em matéria orgânica e nutrientes, apresentam grande potencial para utilização como fertilizantes e condicionadores do solo, apenas quando apresentam à concentração de metais pesados e patógenos aceitáveis, podendo substituir parcial ou totalmente os fertilizantes minerais (SILVA, RESCK e SHARMA, 2002). 2.3.1 BIOSSÓLIDO Os biossólidos são definidos pela United States Environmental Protection Agency- USEPA (1995), como qualquer produto orgânico resultante do tratamento de esgotos, que pode ser beneficamente utilizado ou reciclado devido à ausência de danos ambientais e de prejuízos para a saúde de animais e humanos. Segundo a Companhia de Tecnologia de Saneamento AmbientalCETESB (1999) o termo biossólido refere-se exclusivamente ao lodo que resulta de um sistema de tratamento biológico de despejos líquidos sanitários, com características que atendem as condições das normas para utilização segura na agricultura. Já para Silva et al. (2004), resíduos sólidos chamados de lodo de esgoto (LE) ou biossólido, são representados pelo acúmulo de sólidos suspensos (fezes, resíduos de alimentos e produtos de limpeza) e pelo desenvolvimento de microorganismos gerados pelos tratamentos de esgoto. Melo et al. (1994) descreve como biossólido o nome comercial dado a parte sólida resultante do processo de estabilização do lodo de esgoto sendo que a aplicação do lodo de esgoto no solo se apresenta como uma tendência mundial (LOPES et al., 2005). Os resíduos sólidos de origem domiciliar e industrial são um dos grandes problemas ambientais, sendo os resíduos de esgoto os mais problemáticos (ALVES et al., 1999). O esgoto doméstico bruto é constituído de 99,9% de água e 0,1% de matéria sólida (METCALF, 1991). Uma opção de destino amplamente difundida é a digestão anaeróbia seguida de desidratação com destinação final em aterros sanitários municipais, para codisposição com os resíduos sólidos urbanos. Porém, atualmente novas metodologias surgem, destacando-se a utilização como fertilizante orgânico na agricultura e reflorestamento, e a utilização como agregado leve na construção civil (SILVA et al., 2004). O Estado de São Paulo regulamentou a utilização agrícola de biossólidos por meio da Norma Técnica N/CETESB/P4. 230, com base na “CFR 40 Part 503” da USEPA em 1995 (CETESB, 1999). O biossólido contém uma porcentagem considerável de matéria orgânica e de elementos essenciais para o desenvolvimento das plantas, podendo substituir parcialmente os fertilizantes minerais e desempenhar importante papel na produção agrícola e na manutenção da fertilidade do solo (NASCIMENTO et al., 2004). Rico em nutrientes, principalmente fósforo e nitrogênio, pode ser beneficamente reciclado dentro de ambientes florestais (HENRY, COLE e HARRISON, 1994). Devido a sua constituição o biossólido pode também aumentar o conteúdo de húmus no solo o que melhora a capacidade de armazenamento e de infiltração da água no solo, aumentando a resistência dos agregados e reduzindo a erosão (BETTIOL e CAMARGO, 2000). Segundo Raij (1998), os benefícios da aplicação do biossólido podem se igualar ou até mesmo superar os alcançados com a adubação mineral, principalmente em relação à economia e produtividade com fertilizantes, sobretudo os nitrogenados. Sua aplicação tem sido recomendada para culturas perenes e anuais, em pastagens e reflorestamentos ou cujas partes comestíveis não entram em contato com o resíduo (BETTIOL e CAMARGO, 2000). Entretanto dependendo da origem, o lodo de esgoto pode apresentar características que acabam por limitar a sua utilização na agricultura, como a presença de metais pesados, principalmente Cd, Pb, Zn, Cu, Cr e Ni (LOGAN e CHANEY, 1983). 2.4 RESOLUÇÃO 365/2006 O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), levando em consideração que a produção de lodos de esgoto é uma característica intrínseca dos processos de tratamento de esgotos e tende a um crescimento no mínimo proporcional ao crescimento da população humana e sendo a solução para sua disposição uma medida que se impõe com urgência, define critérios para a utilização do lodo de esgoto levando em consideração a necessidade de dar um destino ambientalmente adequado, visando à saúde da população e os benefícios que a reciclagem deste tipo de material pode gerar devido à riqueza de matéria orgânica e nutrientes, que podem gerar benefícios para agricultura. Para a utilização agrícola do lodo de esgoto que são gerados nas estações de tratamento de esgotos - ETE, existe a necessidade de que este passe por um processo de estabilização: processo que leva os lodos de esgoto destinados para o uso agrícola, a não apresentarem potencial de geração de odores e de atratividade de vetores, mesmo quando re-umidificado. Para a agricultura, é necessário obedecer às disposições presentes na resolução, que leva em consideração os diversos aspectos envolvidos na produção agrícola, como as culturas aptas para receberem lodo de esgoto bem como os produtos derivados do mesmo; da aptidão do solo nas áreas de aplicação; a aplicação, o carregamento, transporte e estocagem; o monitoramento das áreas de aplicação; as responsabilidades do uso do lodo de esgoto; das restrições de uso e o projeto agronômico. 2.4.1 PARÂMETROS PARA O USO DO BIOSSÓLIDO Os parâmetros para a utilização de biossólido: parâmetros de controle ambiental, que considera os teores de metais pesados admissíveis no lodo e no solo, a eficiência dos métodos e processos de higienização e pós-tratamento do lodo; parâmetros econômicos, que questionam a viabilidade econômica do utilização do lodo de esgoto na agricultura e o parâmetro operacional, mencionam as recomendações agronômicas, dosagem ideal e limite, melhor época e forma de aplicação e ou incorporação, além de qual cultura pode ser usada. Quanto aos elementos químicos, um dos maiores limitantes da utilização do biossólido na agricultura é devido à possível presença de metais pesados. 2.4.2 REQUISITOS MÍNIMOS DE QUALIDADE Os lotes de lodo de esgoto e de produtos derivados, para o uso agrícola, devem respeitar os limites máximos de concentração da Tabela 1, a seguir especificadas: Tabela 1. Lodos de esgoto ou produto derivado - substâncias inorgânicas Substâncias Inorgânicas Concentração Máxima permitida no lodo de esgoto ou produto derivado (mg/kg, base seca) Arsênio 41 Bario 1300 Cádmio 39 Chumbo 300 Cobre 1500 Cromio 1000 Mercúrio 17 Molibdênio 50 Níquel 420 Selênio 100 Fonte: Conama, 2006. 2.4.3 CULTURAS APTAS A RECEBER LODO DE ESGOTO “É proibida a utilização de qualquer classe de lodo de esgoto ou produto derivado em pastagens e cultivo de olerícolas, tubérculos e raízes, e culturas inundadas, bem como as demais culturas cuja parte comestível entre em contato com o solo”. Nos solos onde for aplicado lodo de esgoto ou produto derivado, deve ser respeitado um período mínimo de 48 meses da última aplicação, para que possam ser cultivadas olerícolas, tubérculos, raízes e demais culturas cuja parte comestível entre em contato com o solo bem como cultivos inundáveis. Para pastagens esse período deve ser de 24 meses da última aplicação. A aplicação máxima anual de lodo de esgoto e produtos derivados em toneladas por hectare não deve exceder o quociente entre a quantidade de nitrogênio recomendado para a cultura (em kg ha¯¹), tendo como base a recomendação agronômica oficial do Estado, e o teor de nitrogênio disponível no lodo de esgoto ou produto derivado (N disponível em kg t¯¹), calculado segundo a Equação 1: Taxa de aplicação (t ha¯¹) = N recomendado (kg ha¯¹) N disponível (kg t¯¹) Nos locais onde houver a verificação de danos ambientais ou à saúde pública a aplicação de lodo de esgoto ou produto derivado na agricultura deve ser interrompida. 2.5 METAIS PESADOS TÓXICOS Definidos como elementos que possuem densidade relativa maior que 5 g cm-³ e número atômico maior que 20 os metais pesados (GONÇALVES Jr. et al., 2000), os metais pesados são também denominados de "elemento-traço", devido ao fato de alguns desses metais serem encontrados no ambiente em baixas concentrações e "elementos potencialmente tóxicos", que estão relacionados a características danosas que estes apresentam (EMBRAPA, 2012). A denominação “metal pesado” é usualmente utilizada para indicar metais associados ao potencial de contaminações ambientais a riscos toxicológicos e ecotoxicológicos, mesmo não existindo uma relação direta entre a densidade dos metais e seus efeitos biológicos (DUFFUS, 2003). Usualmente, muitos elementostraço são chamados de metais pesados, ainda que essa denominação não tenha sido validada pela International Union of Pure and Applied Chemistry – IUPAC (DUFFUS, 2001). Alguns elementos considerados como metais pesados são essenciais para as diversas funções fisiológicas realizadas pelo seres vivos, como Fe, Cu, Zn e Mn, enquanto outros, como Cd, Pb e Hg, não possuem funções biológicas conhecidas. Quando em excesso no solo, esses elementos podem inibir o crescimento das plantas e causar alterações nas populações vegetais (BAKER et al., 1994). Os metais pesados não são degradados biologicamente ou quimicamente de forma natural nos organismos vivos e esse é um dos maiores problemas apresentados por esses elementos, pois assim são acumulados no ecossistema sendo transferidos entre os seres da cadeia alimentar (YALÇINKAYA et al., 2002). Os metais pesados podem interferir em todas as formas de atividade biológica, mediante este fato, podem ocorrer tantas formas de respostas biológicas a esses metais quantos forem as formas de atividade biológica existente (MOREIRA e MOREIRA, 2004). As combustões de carvão e óleos, emissões veiculares, refinamento e incineração de resíduos urbanos e industriais, são as fontes mais comuns de emissão de metais pesados no ambiente. Cerca de 95% de Hg; 90% de Cd; 33% de Pb, são emitidos na forma de gases e particulados quando queimados (TAVARES e CARVALHO, 1992; EGREJA FILHO, 1993). Alguns produtos agrícolas também possuem em sua composição metais como Cd, Pb e Cr, que acabam por tornar-se fontes de contaminação pelo descarte incorreto de lixo industrial e de embalagens, podendo haver contaminação ambiental por metais pesados e persistência dos mesmos no solo (GONÇALVES Jr. et al., 2011; GONÇALVES Jr. et al., 2000). 2.5.1 METAIS PESADOS TÓXICOS NO DESENVOLVIMENTO VEGETAL A reciclagem dos nutrientes presentes no biossólido pode ser realizada por meio da adubação de áreas agrícolas, porém os metais pesados que podem estar presentes no resíduo causam preocupação com relação ao possível aumento de concentração de metais nas plantas, fator que pode afetar seu desenvolvimento e a saúde dos que se alimentam dessas plantas (BERTI e JACOBS, 1996). Altas concentrações de diferentes metais pesados representam risco potencial ao meio ambiente e à saúde pública como resultado da acumulação desses metais no solo (ATSDR, 1997; WHO, 1998). O processo de absorção e acumulação de metais nas plantas depende da espécie de planta cultivada, bem como da concentração dos metais disponíveis no solo e sua solubilidade e naquele determinado solo. Sendo assim o uso de lodo de esgoto na agricultura pode favorecer a bioacumulação de metais (BARMAN et al., 2000). Entretanto, o principal é o potencial de absorção, que é específico para os diferentes nutrientes nas diferentes espécies vegetais (MENGEL e KIRKBY, 1987). Além desses fatores, o acúmulo de metais pesados é também muito variável de um determinado órgão para outro da planta (PORTO, 1986). Nos tecidos vegetais o acúmulo de metais pesados modifica várias atividades metabólicas da planta, como a redução da taxa fotossintética líquida, que leva a uma diminuição do crescimento vegetal e consequentemente a redução da produtividade devido a diminuição da concentração de carboidratos solúveis totais, concentração de proteínas e atividades enzimáticas, levando a hipótese de uma possível interferência de íons metálicos na síntese de proteínas (ALMEIDA et al., 2007). Os metais pesados podem expressar seu potencial poluente de forma direta nos organismos do solo devido sua disponibilidade às plantas em níveis fitotóxicos, além da possibilidade de se transferir para a cadeia alimentar por meio das plantas ou pela contaminação das águas (CHANG et al., 1987). 2.5.2 CHUMBO O chumbo (Pb) é um metal cinza-azulado, maleável, inodoro, sensível ao ar que pertence ao grupo IV B da tabela periódica (PAOLIELLO e CHASIN, 2001). Caracteriza-se por ser um elemento tóxico, potencial contaminante ambiental devido ao largo emprego industrial, como: petrolíferas, tintas e corantes, de cerâmica e armamentos, estando a população urbana exposta à constante emissão dos veículos automotores, pelas indústrias, ou ainda pela ingestão de alimentos sólidos e líquidos contaminados (LARINI ,1987; NRIAGU, 1988). O Pb é o metal pesado tóxico que se apresenta em maior quantidade na crosta terrestre, possuindo uma concentração média entre 10 e 20 mg kg-1 (PAOLIELLO e CHASIN, 2001), estando entre os metais mais utilizados mundialmente (ILZSG, 2011). A emissão natural de Pb ocorre de emissões vulcânicas, do intemperismo geoquímico e das névoas aquáticas. As maiores fontes geológicas de chumbo são as rochas ígneas e metamórficas. Porém as atividades humanas são as principais responsáveis pela liberação deste elemento no ambiente (WHO, 1995; ATSDR, 1993). Estimativas do International Lead Zinc Study Group – ILZSG (2011), relatam que cerca de 4,3 milhões de toneladas de Pb foram produzidos no ano de 2010, sendo que a principal demanda de Pb é para baterias ácidas de chumbo. Devido à versatilidade e sua ampla utilização, o Pb e seus compostos acabam por poluir o solo, a água e o ar, o que provoca a contaminação dos seres vivos, devido ao efeito bioacumulativo desse material, associado a toda cadeia trófica (WHO, 1995). A Figura 4 mostra os porcentuais de utilização de Pb no mundo. 3% 2% 5% 3% 6% 1% Usos de Chumbo Baterias Diversos Pigmentos e outros compostos Ligas 80% Munição Figura 4: Utilização do metal chumbo no setor produtivo Fonte: ILZSG, 2011 O Pb ocorre naturalmente nas plantas a partir de processos de captação e incorporação. Sendo positiva e linear a relação entre as concentrações de chumbo nas plantas e no solo (DAVIES e THORNTON, 1989 apud WHO,1995), porém o Pb afeta as plantas em locais de concentrações ambientais muito elevadas (WHO, 1989). A toxicidade do Pb gera desde efeitos claros, ou clínicos, até efeitos sutis, ou bioquímicos por ser um elemento tóxico não essencial que se acumula no organismo. No início do século XX, houve um maior número de relatos de abortos e partos de natimortos entre mulheres que trabalham com o chumbo (MOREIRA e MOREIRA, 2004). O Pb, interfere nas atividades celulares. O sistema nervoso, a medula óssea e os rins são considerados críticos para o Pb, tendo como efeitos: irritabilidade, cefaléia, alucinações (SILVA e MORAES, 1987), altera também os processos genéticos ou cromossômicos, inibindo o reparo do DNA e podendo atuar na formação de câncer (LARINI, 1987; NRIAGU, 1988; OGA, 1996). No organismo o Pb se acumula principalmente nos ossos, cérebro, rins e músculos, podendo causar doenças graves, como anemia, doenças renais, distúrbios nervosos, infertilidade feminina podendo levar até a morte (MOREIRA e MOREIRA, 2004; LO et al., 1999; GOLIN, 2007). O Pb ocorre naturalmente nas plantas devido a processos de captação e incorporação o metal do meio ambiente, sendo a relação entre as concentrações de chumbo nas plantas e no solo, linear e positiva (DAVIES e THORNTON,1989 apud WHO,1995), porém o Pb afeta as plantas apenas em locais onde as concentrações ambientais são muito elevadas (WHO, 1989). 2.5.3 CROMO O cromo (Cr) é um metal de cor cinza e forma cristalina cúbica, muito resistente à corrosão e que não apresenta odor, sendo o sétimo metal mais abundante na natureza (SILVA e PEDROZO, 2001), encontrado naturalmente em rochas, animais, plantas, solo, poeiras e névoas vulcânicas (ATSDR, 2000; WHO, 1988). A África do Sul que detêm 73,4% das reservas mundiais de Cr, juntamente com a Turquia, o Casaquistão e a Índia representam os três maiores produtores mundiais de cromo (DNPM, 2001). O Cr está se tornando um grande poluidor do meio ambiente devido a sua ampla utilização (BAYRAMOGLU e ARICA, 2011), por ser um material inoxidável e apresentar dureza o Cr tem sido utilizado como cobertura de superfícies metálicas oxidáveis pelo processo de cromação eletrolítica (SILVA e PEDROZO, 2001). Aproximadamente 70% de todo Cr produzido é utilizado em ligas metálicas, o restante é utilizado em industriais, principalmente no curtimento de couro, pigmentos e eletroquímica (CERVANTES et al., 2001). Uma ampla gama de fertilizantes nitrogenados, fosfatados e superfosfatados, contêm níveis apreciáveis de cromo em sua composição (HSDB, 2000). No solo o Cr depende da função do potencial redox e do pH do solo, na maior parte dos solos existe a predominância de Cr (III) que possui baixa solubilidade, reatividade e mobilidade no ambiente, apresentando assim baixa toxicidade para os organismos vivos. Em condições oxidantes no solo, o Cr (VI) pode se apresentar na forma de íon cromato ou cromato ácido, estas por sua vez relativamente solúveis, móveis e tóxicas para os organismos vivos (ATSDR, 2000). O Cr está presente em todas as plantas, porém não existem evidências científicas de que este metal seja essencial à elas. Vários fatores podem afetam a disponibilidade do Cr para as plantas, como, pH do solo, interação com outros minerais, compostos orgânicos complexados e a concentração de gases como, oxigênio e carbono (WHO, 1988). Quando se realiza fertilização do solo com lodo de esgoto, pode-se encontrar altas concentrações de Cr nas plantas se comparadas com plantas desenvolvidas em solos normais, devido a presença do Cr no lodo. A maior parte do Cr é extraída nas raízes e apenas uma pequena parte é transportada para as partes superiores das plantas, sendo assim improvável a bioacumulação do cromo nessas partes (ATSDR, 2000). Para a nutrição animal o Cr é um elemento essencial, por participar do metabolismo da glicose e do colesterol, porém se utilizado em excesso pode ser carcinogênico e causar mutações cromossômicas (WHO, 1988). No ser humano grande parte dos efeitos tóxicos induzidos pelo Cr ocorrem no trato respiratório, quando a via de introdução é a pulmonar. Ocorrem alguns efeitos sistêmicos quando as concentrações são bastante elevadas. Os efeitos tóxicos em pessoas expostas a elevadas concentrações de Cr, principalmente o cromo (VI), vão desde ulcerações e perfurações de septo nasal, irritação do trato respiratório, problemas cardiovasculares, gastrintestinais, hematológicos, hepáticos, renais, ao risco de câncer pulmonar (SILVA e PEDROZO, 2001). O cromo na forma Cr6+ possui uma dose letal entre 50 e 100 mg kg-1, valor considerado muito inferior quando comparado com sua forma trivalente, cujos valores situam entre 1900 e 3300 mg kg-1 (FROIS et al., 2011). 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO O experimento foi conduzido no período de setembro a novembro de 2012, nas instalações da União Dinâmica de Faculdades Cataratas (UDC) apresentada na Figura 5, que se localiza na Rua Castelo Branco n° 349, centro, na cidade de Foz do Iguaçu – PR, latitude -25° 32' 31' ', longitude -54° 34' 48'', clima subtropical úmido (Cfa) segundo classificação climática de Köppen-Geiger (1982). A região oeste do Estado do Paraná, onde está situada a cidade de Foz do Iguaçu, apresenta temperatura média anual 21 a 22 °C e precipitação média anual de 1600 a 1800 mm, segundo dados do Instituto Agronômico do ParanáIAPAR (2012). Figura 5: Casa de vegetação da FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS. 3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.2.1 PREPARAÇÃO DO BIOSSÓLIDO O experimento teve início no dia 11 de setembro de 2012, quando foi realizado o enchimento dos vasos com o substrato escolhido, que foi um solo de classe Argilosa do TIPO 3 (Anexo B ). No dia 12 de setembro foi realizada a homogeneização do biossólido e também a posterior pesagem das doses que foram aplicadas em cada vaso, para facilitar a aplicação. Seguidos esses procedimentos, o biossólido contaminado (Anexo A), foi incorporado ao solo contido nos vasos, com o auxílio de escardilho um de 5 dentes, com cabo de madeira e pá de jardim larga. O material já incorporado ao solo, permaneceu por 12 dias em repouso para estabilização do material. 3.2.2 PLANTIO DAS SEMENTES DE CRAMBE No dia 24 de setembro, foi realizada a semeadura de 10 sementes de crambe em cada vaso, a uma profundidade de 1 cm. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualisado (DIC). Foram conduzidos 25 vasos de 5 L , sendo definidos por cinco tratamentos com cinco repetições, realizado com a mistura de biossólido nas doses de 0,0; 10,0; 20,0; 40,0 e 60,0 t ha¯¹ , dispostos conforme o croqui representado pela Figura 6. A1 B1 C1 D1 E1 C2 E2 D2 B2 A2 D3 A3 E3 C3 B3 E4 D4 B4 A4 C4 B5 C5 A5 E5 D5 Figura 6: Croqui de disposição dos vasos. No croqui representado pela Figura 6, as letras A,B,C,D e E, representam os cinco tratamentos e os números as cinco repetições realizadas. A identificação dos vasos foi realizada por meio da utilização de etiquetas de plástico reutilizáveis, próprias para vasos e para serem submetidas a irrigação. A irrigação foi realizada uma vez ao dia no período da manhã com tempo de duração de 20 minutos, com a ativação dos aspersores que se encontram suspensos na casa de vegetação. A redução da incidência de raios solares foi controlada com a utilização de cobertura tipo sombrite. A partir da germinação que ocorreu após 5 dias da semeadura, foi realizado o acompanhamento visual do desenvolvimento das plantas de crambe ainda instalados na casa de vegetação, e conforme o desenvolvimento das plantas foi realizado o desbaste objetivando, diminuir a população dos vasos e a competição entre plantas, permanecendo somente cinco plantas por vaso. 3.2.3 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS DE DESENVOLVIMENTO No dia 19 de outubro foram realizadas as primeiras tomadas de medidas dos parâmetros de desenvolvimento vegetal no laboratório n° 3 do Centro tecnológico da UDC. Para as tomadas de medidas das dimensões lineares como altura da planta, comprimento e largura de folhas foi utilizada uma trena. Para a determinação de diâmetro de caule, foi utilizado paquímetro. Já o levantamento de matéria fresca foi realizado com o auxilio de balança de precisão. As plantas após a medição das plantas, foram acondicionadas em sacos de papel tipo kraft devidamente identificados conforme a dosagem de biossólido utilizado para cada tratamento, fechadas com fita crepe e levados à estufa estabilizada em 65°C, para determinação de massa se ca pelo método convencional, por estufa de circulação de ar forçada, após o tempo de secagem de 48 horas, no dia 22 foi realizada a pesagem da matéria seca em balança de precisão, para posterior avaliação e comparação de dados. No dia 06 novembro, foi realizado o segundo levantamento de dados, utilizando-se dos mesmos parâmetros avaliados 19 dias depois da primeira tomada de medidas. O desenvolvimento das plantas foi analisado por análise estatística dos dados coletados das plantas. Os dados foram submetidos à análise de variância (teste F) por meio do software estatístico ASSISTAT (SILVA e AZEVEDO, 2011). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 1% de probabilidade, nos resultados significativos p o teste F. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se que dadas as diferentes doses de biossólido contaminado por metais e a testemunha, que representam os tratamentos utilizados neste trabalho, não houve influencia na capacidade germinativa das sementes, as quais obtiveram 100% de germinação, resultado este que se contrapõe a estudo realizado por Moraes (2011), que descreve um pequeno decréscimo verificado para a germinação e porcentagem de emergência das plântulas em casa de vegetação submetidos ao metal chumbo. Ápos 25 dias da semeadura das sementes de crambe foram realizadas as primeiras coleta de dados, realizadas pela retirada uma planta por vaso e por tratamento, obtendo o número de folhas, largura de folha, comprimento da folha, diâmetro do caule, tamanho de raiz e altura da planta que estão descritas na Tabela 2. Tabela 2 – Valor médio dos parâmetros medidos, após 21 dias da germinação Doses Número Largura Comprimento Diâmetro Tamanho (t ha¯¹) de folhas Folha folha caule raiz (cm) (cm) (mm) (cm) 00,0 6,00 a 3,93 a 5,26 a 2,26 a 5,33 a 10,0 4,66 b 3,70 b 5,00 a 2,25 a 4,23 a 20,0 4,33 bc 3,26 c 4,36 b 2,09 ab 4,06 b 40,0 4,00 c 2,86 d 4,06 b 1,85 b 3,76 b 60,0 3,00 d 2,16 e 2,93 c 1,41 c 3,13 b Dms 0.71 0.29 0.64 0.25 0.93 Fcalc. 38.28** 148.35** 26.72** 30.25** 14.27** CV% 8.28 4.62 7.79 6.92 11.79 Altura plantas (cm) 15,43 a 14,40 b 13,96 c 11,26 d 9,93 e 1.00 161.23** 4.05 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não difere entre si a 1% de probabilidade pelo teste Tukey. Observa-se pelos dados contidos na Tabela 2, que o número de folhas, largura de folhas bem como a altura das plantas apresentaram um padrão de comportamento similar, apresentando diferença estatística conforme segue o aumento das doses de metais nos tratamentos, sendo as maiores médias obtidas pela testemunha. Apenas no parâmetro número de folhas houve sutil variação entre os tratamentos, 10,0; 20,0 e 40,0. Porém no que se refere à tamanho de raiz e altura de planta, observa-se que a diferença mínima significativa apresenta valores mais elevados quando comparados a outros fatores. No que se refere aos valores de comprimento de folha, diâmetro de caule e tamanho de raiz, nota-se que não houve diferença estatística entre alguns tratamentos, assim para os tratamentos 00,0 e 10,0 nos quesitos comprimento de folha, diâmetro de caule e tamanho de raiz, encontraram-se respostas semelhantes que diferenciaram estatisticamente somente dos demais subseqüentes tratamentos, sendo que o tratamento 60,0 para parâmetros de comprimento de folha e diâmetro de caule, apresentam valores estatisticamente inferiores aos demais supracitados. Para melhor entendimento da influência do biossólido contaminado no desenvolvimento vegetal foram também realizadas pesagens da matéria fresca e matéria seca das plantas colhidas aos 25 dias do plantio, (Tabela 3). Tabela 3– Valor médio de massa fresca e seca, após 21 dias da germinação Doses (t ha¯¹) 0,00 0,10 0,20 0,40 0,60 Dms Fcalc. CV% Matéria fresca (g) 2,46 a 1,92 b 1,72 c 1,23 d 0,56 e 0.15 382.65** 5.21 Matéria seca (g) 0,98 a 0,68 b 0,54 c 0,44 d 0,20 e 0.01 8075.60** 1.25 Matéria seca (%) 40,13 a 35,72 b 31,54 c 36,53 b 36,82 b 1.39 88.01** 2.03 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não difere entre si a 1% de probabilidade pelo teste Tukey. Nota-se que a matéria fresca e matéria seca comportaram-se de forma igual no que se refere a análise estatística, havendo diferença entre todos os tratamentos de forma gradual, em que a testemunha apresentou valores superiores de matéria fresca e matéria seca, com a diminuição desses valores conforme houve aumento das doses de biossólido aplicadas. No que se refere porcentagem de matéria seca contida nas plantas submetidas a diferentes doses de metais pesados contidos no biossólido percebe-se que houve diferença na capacidade da plantas em converter a matéria orgânica em matéria seca. Quando a planta é jovem a absorção dos nutrientes do solo é muito pequena, num período de acumulação logarítimica, onde ocorre uma grande produção de matéria seca pela absorção desses nutrientes (FAQUIN, 2005), dessa forma pode ter ocorrido menor absorção de nutrientes no tratamento 20,0, apesar do seu desenvolvimento fenológico adequado. A Figura 7 demonstra visualmente o desenvolvimento das plantas de crambe que foram avaliadas em laboratório 25 dias após o plantio, onde nota-se a diferença entre os tratamentos. Figura 7: Plantas de crambe avaliadas aos 21dias após a germinação. Aja visto que as funções vitais dos vegetais são afetadas pelos poluentes e sua extensão determinada por fatores como tempo de exposição ao metal, estádio de desenvolvimento da planta e as diferentes espécies químicas dos elementos interferindo no desenvolvimento vegetal (ALLOWAY e AYRES, 1997), foi realizado aos 18 dias do primeiro levantamento de dados, o segundo levantamento de dados, 43 dias após o plantio, onde foram coletados os mesmos dados da primeira avaliação, possibilitando nova análise estatística de dados, neste momento com as planta mais desenvolvidas com presença de estruturas florais e maior diferenciação estrutural. As médias aritméticas dos dados coletados encontram-se na Tabela 4. Tabela 4 – Valor médio dos parâmetros medidos, após 39 dias da germinação Tamanho Doses Número Largura Comprimento Diâmetro folha caule raiz (t ha¯¹) folhas folha (cm) (mm) (cm) (cm) 00,0 19,33 a 8,56 a 10,66 a 7,37 a 12,33 a 10,0 9,00 b 5,43 b 6,83 b 4,99 b 8,66 a 20,0 10,33 c 6,16 c 8,16 c 5,41 b 9,66 b 40,0 10,00 d 5,66 c 7,00 d 4,71 c 9,00 bc 60,0 8,00 d 5,10 c 6,33 e 3,38 d 6,16 c Dms 1.80 0.94 0.79 0.72 1.84 127.18** 57.33** 81.25** 70.11** 27.93** Fcalc. CV% 6.94 7.54 4.89 7.00 8.96 Altura plantas (cm) 37,66 a 35,66 b 33,66 c 20,33 d 16,50 d 4.30 151.51 7.41 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não difere entre si a 1% de probabilidade pelo teste Tukey. Observa-se o mesmo comportamento para as variáveis número de folhas e altura de plantas, onde os resultados estatísticos são iguais nos diferentes tratamentos, não ocorrendo diferença significativa entre os tratamentos 40,0 e 60,0. Já para o quesito largura de folha houve diferença apenas nos tratamentos 0,00 e 10,0, os demais tratamentos 20,0; 40,0 e 60,0 não apresentaram diferença significativa entre si, porém apresentando diferença com os outros. Quanto ao diâmetro de caule e tamanho de raiz percebe-se a aproximação dos valores referentes à diâmetro de caule nos tratamentos 10,0 e 20,0 não apresentando diferença significativa e não apresentando diferença também o quesito tamanho de raiz para os tratamentos 00,0 e 10,0. Tabela 5– Valor médio de massa fresca e seca, após 39 dias da germinação Doses Massa fresca Matéria seca Matéria seca (t ha¯¹) (g) (g) (%) 00,0 24,56 a 2,15 a 8,78 d 10,0 12,79 b 1,36 b 14,93 c 20,0 8,86 c 1,25 c 9,80 a 40,0 8,46 c 0,92 d 10,46 c 60,0 4,58 d 0,52 e 11,42 b Dms 1.02 0.05 0.46 Fcalc. 1006.08** 1904.50** 307.12** CV% 4.57 2.49 2.21 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não difere entre si a 1% de probabilidade pelo teste Tukey. A Tabela 5 acima descreve as médias aritméticas de matéria fresca e seca bem como a porcentagem média de matéria seca presentes nas plantas. A matéria fresca e a matéria seca das plantas avaliadas após 39 dias da germinação apresentaram valores que se diferem estatisticamente de forma gradual conforme o aumento das doses de biossólido contaminado, sendo que a testemunha apresenta valores maiores e o tratamento 60,0 menores valores, não havendo diferença estatística somente entre os tratamentos 20,0 e 40,0 do quesito matéria fresca. A porcentagem de matéria seca observada nas plantas submetidas a diferentes doses de metais contidos no biossólido aos 39 dias da germinação, não apresentou o padrão gradual de diferença estatística que apresentaram a matéria fresca e seca. Possivelmente a presença de metais pesados além de influenciar no desenvolvimento das plantas de crambe, influenciou também segundo Campbel et al. (1995), ao avaliar propriedades morfológicas, fisiológicas e bioquímicas dessas plantas, modificam assim a conversão de compostos orgânicos em matéria seca, levando também a inibição do crescimento das raízes e parte aérea. A Figura 8 representa visualmente as plantas de crambe avaliadas aos 39 dias, onde pode-se observar a semelhança do desenvolvimento vegetal com as plantas avaliadas aos 21 dias da germinação da Figura 7. Figura 8: Plantas de crambe avaliadas aos 39 dias após a germinação. A Figura 9, mostra as plantas de crambe na casa de vegetação, onde já apresentavam diferenças visuais de desenvolvimento vegetal. Figura 9: Plantas de crambe em casa de vegetação demonstrando diferenças de desenvolvimento. Todos os tratamentos apresentaram floração. No entanto apenas a testemunha e os tratamentos 10,0 e 20,0 floresceram aos 35 dias, os tratamentos 40,0 e 60,0 floresceram mais tardiamente com diferença de 4 dias, vale ressaltar que apesar da significativa diferença de desenvolvimento das plantas, todos os tratamentos apresentaram maturação fisiológica das plantas. Figura 10: Florescimento do crambe aos 35 dias. Com esse trabalho nota-se que as diferentes concentrações de metais pesados no solo afetam o desenvolvimento de plantas de crambe, porém considerando que ocorreu boa germinação das sementes, e pelo fato de a planta se apresentar tolerante ao metal pesado e, sendo que o desenvolvimento das plantas de crambe com as doses menores de metais foi satisfatório em relação às altas concentrações, sugere-se que esta espécie possa ser promissora para o cultivo que visa a despoluição de solos contaminados com metais pesados, aja visto que seu destino final não é o consumo humano. No entanto, mais investigações devem ser feitas em condições naturais de solos contaminados, para a certificação desses resultados. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Antes da recomendação em larga escala de biossólido em plantações, é necessário a compreensão de seus efeitos no solo e nas plantas bem como os impactos ambientais que estes possam gerar. Contudo se bem gerenciados e com dosagens de aplicação menores, a utilização de biossólidos para adubação de culturas como o crambe que tem como destino final a indústria, possa ser uma alternativa mais sustentável de destino para esse tipo de material. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACCIOLY, A. M. A.; SIQUEIRA, J. O. Contaminação química e biorremediação do solo. In: NOVAIS, R. F.; ALVAREZ V.; V. H.; SCHAEFER, C. E. G. R. Tópicos em ciência do solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2000. v. 1. p. 299-352. ALMEIDA, A. F. et al. Tolerance and prospection of phytoremediator woody species of Cd, Pb, Cu and Cr. 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