Tipologia da pedra natural utilizada em esculturas concebidas e executadas no âmbito do Simpósio Internacional de Escultura em Pedra – SINEP 2004, Câmara de Lobos, Região Autónoma da Madeira João Baptista Pereira Silva Celso de Sousa Figueiredo Gomes Investigadores do Centro de Investigação “Minerais Industriais e Argilas” da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro Campus Universitário de Santiago - 3810 – 193 Aveiro Emails: [email protected]; [email protected] Introdução A pedra natural utilizada na concepção e execução dos trabalhos escultóricos programados para o Simpósio Internacional de Escultura em Pedra (SINEP 2004) organizado pela Câmara Municipal de Câmara de Lobos e pela Madeira Rochas – Divulgações Científicas e Culturais, corresponde a nove tipos litológicos ou petrográficos provenientes de ocorrências localizadas no arquipélago da Madeira e em Portugal continental. Efectivamente, do concelho de Câmara de Lobos, ilha da Madeira, foram utilizadas duas variedades de tufo de lapilli e um traquiandesito basáltico, enquanto que da ilha do Porto Santo foi utilizado um traquito. Do continente foram utilizados o granito cinzento de Pinhel, o granito cinzento Favaco, o mármore creme Pardais, o mármore Pele de Tigre e o calcário Moca Creme de grão médio. Os referidos materiais foram caracterizados do ponto de vista petrográfico, mineralógico, químico e físico-mecânico no Laboratório do Instituto Geológico e Mineiro (IGM) e no Centro de Investigação Minerais Industriais e Argilas (MIA), respectivamente (Casal Moura et al., 2000; Silva et al., 2002). A caracterização petrográfica e mineralógica dos tipos de pedra natural do arquipélago da Madeira foi feita através da interpretação de lâminas delgadas e da interpretação de difractogramas de raios X (DRX), no último caso sempre que a observação de alguns minerais, devido ao seu grau de alteração, não facilitava a sua identificação (Ferraz e Silva, 1995). Convém salientar ainda que as descrições a seguir apresentadas podem não contemplar as variações cromáticas e texturais de pequena escala que a pedra natural, habitualmente revela. Daí que possam resultar discrepâncias entre o que as fotografias revelam e as descrições referidas. Seguidamente apresenta-se para cada um dos tipos litológicos estudados uma ficha técnica, científica e comercial, baseada em trabalhos desenvolvidos durante o presente ano no Centro de Investigação Minerais Industriais e Argilas (MIA), noutros trabalhos desenvolvidos por Gomes e Silva, (1997), Casal Moura et al. (2000) e Silva et al., (2002), e ainda na publicação “Pedras Naturais de Portugal/Natural Stones from Portugal” (1999) editada pela ASSIMAGRA (Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins). 77 Traquiandesito Basáltico e/ou Traquibasalto designado © Delfim Ferreira, 1997 localmente por cantaria “rija” (escala 1:1) Descrição Macroscópica e Microscópica Rocha de cor cinzento-claro, de quimismo intermédio e que, texturalmente, apresenta muitos poros de reduzidas dimensões, relacionados com libertação de gás. Apresenta textura porfírica, com fenocristais de clinopiroxena e plagioclase dispersos em matriz feldspática contendo também minerais opacos de óxidos e hidróxidos de ferro. Trata-se efectivamente, em termos petrográficos, de um Traquiandesito basáltico, conhecido localmente por cantaria “rija”. Localização Distrito Concelho Freguesia Fornecedores Região Autónoma da Madeira Câmara de Lobos Câmara de Lobos Câmara de Lobos, sítio da Lourencinha (Palmeira) Fábrica de Extracção de Pedra e Brita da Palmeira, Lda Geocantarias, Lda – Fornecimento de Mármores, Cantarias e Granitos Reservas Exploração temporária num depósito com pequenas reservas. 78 Características Físico – Mecânicas 1. Resistência mecânica à compressão 1140 Kg/cm2 2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 1250 Kg/cm2 3. Resistência mecânica à flexão 182 Kg/cm2 4. Massa volúmica aparente 2398 Kg/m3 5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 2,12 % 6. Porosidade aberta 5,09 % 7. Coeficiente de dilatação linear térmica (valor máximo) 3,6 x 10-6 /ºC 8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 0,6 mm 9. Desgaste: teste Capon 16,8 mm 10. Resistência ao choque: altura mínima de queda 55 cm Observações - No final de 25 ciclos de gelo-degelo os provetes não revelaram qualquer alteração de cor nem de estrutura. - Para o traquiandesito basáltico muito vacuolar (poroso) foi determinado para a massa volúmica aparente o valor 2.398 Kg/m3, enquanto que para o traquiandesito basáltico pouco vacuolar e para a mesma propriedade foi determinado o valor 3.100 Kg/m3. Análise Química SiO2 50,31 % Na2O 4,61 % Al2O3 17,38 K2O 1,41 Fe2O3 (Total) 10,14 TiO2 2,25 MnO 0,17 P2O5 ----- CaO 8,55 P.R. (Perda ao Rubro) 0,19 MgO 4,14 Observação Em conformidade com a classificação química de Le Bas et al. (1986), o tipo litológico da pedreira do sítio da Lourencinha (Palmeira), posiciona-se na fronteira entre o Traquiandesito basáltico e/ou Traquibasalto. Utilização Recomendada Interiores e exteriores de edifícios. 79 © Delfim Ferreira, 1997 Tufo de Lapilli castanho/avermelhado ou cantaria “mole” do Cabo Girão (escala 1:1) Descrição Macroscópica e Microscópica Rocha conhecida localmente por cantaria “mole”. Rocha piroclástica de cor castanhoavermelhado, porosa, muito vesicular, com matriz abundante constituída essencialmente por óxidos e hidróxidos de ferro, sendo petrograficamente classificada como Tufo de lapilli. Localização Distrito Concelho Freguesia Fornecedores Região Autónoma da Madeira Câmara de Lobos Câmara de Lobos Câmara de Lobos, “Fajã” dos Asnos e “Fajã” das Bebras Fábrica de Extracção de Pedra e Brita da Palmeira, Lda Geocantarias, Lda – Fornecimento de Mármores, Cantarias e Granitos A pedreira donde é extraída esta variedade de tufo de lapilli situa-se na base da escarpa do Cabo Girão entre a “Fajã” dos Asnos e a “Fajã” das Bebras. O acesso à pedreira está condicionado à utilização do teleférico, ou da vereda do sítio da Caldeira, Câmara de Lobos, que é muito estreita, sinuosa e íngreme, ou ainda à utilização da via marítima, (Fotos 1, 2 e 3). Reservas Limitadas 80 © Manuel Patinha, 2004 © Manuel Patinha, 2004 © Manuel Patinha, 2004 Foto 1 - Vista geral da escarpa do Cabo Girão. No lado direito da fotografia pode observar-se a formação de uma “fajã” que se prolonga sobre o oceano, consequência de deslizamento e derrocada de terras que ocorreu nos anos trinta do século passado e que teve lugar justamente por cima duma pedreira, onde durante largos séculos se fez a exploração da cantaria “mole”. Foto 2 e 3 - Local da extracção temporária de pedra na Pedreira do Cabo Girão, assinalado na foto com uma seta. Pode observar-se a rede filoniana com inclinações sub-vertical e vertical. Os filões de composição basáltica cortam bancadas de rocha piroclástica. 81 Características Físico – Mecânicas 1. Resistência mecânica à compressão 127 Kg/cm2 2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 128 Kg/cm2 3. Resistência mecânica à flexão 31 Kg/cm2 4. Massa volúmica aparente 1833 Kg/m3 5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 14,20 % 6. Porosidade aberta 26,01 % 7. Coeficiente de dilatação linear térmica (valor máximo) 2,8 x 10-6 /ºC 8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 2,3 mm 9. Desgaste: teste Capon 27,6 mm 10. Resistência ao choque: altura mínima de queda 40 cm Observação - No final de 25 ciclos de gelo-degelo os provetes não revelaram qualquer alteração de cor nem de estrutura. Análise Química SiO2 44,59 % Na2O 1,60 % Al2O3 14,80 K2O 0,23 Fe2O3 (Total) 12,86 TiO2 2,31 MnO 0,17 P2O5 ----- CaO 10,19 P.R. (Perda ao Rubro) 1,80 MgO 11,00 Observação Em conformidade com a classificação química de Le Bas et al. (1986), o tipo petrográfico do tufo de lapilli da pedreira do Cabo Girão corresponde a Picrobasalto. Utilização Recomendada Interiores e exteriores de edifícios, no último caso se a pedra for devidamente hidrofugada. 82 © Delfim Ferreira, 1997 Tufo de Lapilli lilás ou cantaria “mole” do Curral das Freiras (escala 1:1) Descrição Macroscópica e Microscópica Rocha conhecida localmente por cantaria “mole” do Curral das Freiras. Rocha piroclástica de cor rosa - acastanhado, porosa, com clastos de dimensões entre 2 a 40 mm, cuja olivina e piroxena estão muito alteradas e incorporadas em matriz constituída por plagioclase, calcite, hematite e esmectite, sendo petrograficamente classificada como Tufo de lapilli. Localização Distrito Concelho Freguesia Fornecedores Região Autónoma da Madeira Câmara de Lobos Câmara de Lobos Curral das Freiras, Ribeira do Colmeal e Ribeira do Cidrão Fábrica de Extracção de Pedra e Brita da Palmeira, Lda Geocantarias, Lda – Fornecimento de Mármores, Cantarias e Granitos Reservas Limitada aos blocos de queda. A exploração dos blocos de pedra é de extrema importância, pois por vezes a sua dimensão é de tal ordem que, obstruindo o leito das ribeiras, impedem a passagem da água e da carga sólida transportada (Fotos 4, 5 e 6). 83 © Rui Camacho, 2004 © Rui Camacho, 2004 Foto 4 - Blocos de queda que são explorados no leito da ribeira do Colmeal, Curral das Freiras. © Rui Camacho, 2004 Foto 5 - Ocorrência de blocos de queda das vertentes do vale na Ribeira do Cidrão, Curral das Freiras, onde um dos blocos preenche parcialmente o leito da ribeira. Foto 6 - Blocos de queda que foram removidos para as esculturas do SINEP, na ribeira do Curral das Freiras, junto à ponte da Seara Velha. 84 Características Físico – Mecânicas 1. Resistência mecânica à compressão 267 Kg/cm2 2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 246 Kg/cm2 3. Resistência mecânica à flexão 40 Kg/cm2 4. Massa volúmica aparente 1958 Kg/m3 5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 11,38 % 6. Porosidade aberta 22,20 % 7. Coeficiente de dilatação linear térmica (valor máximo) 0,9 x 10-6 /ºC 8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 3,6 mm 9. Desgaste: teste Capon 33,2 mm 10. Resistência ao choque: altura mínima de queda 40 cm Observação - No final de 25 ciclos de gelo-degelo os provetes não revelaram qualquer alteração de cor nem de estrutura. Análise Química SiO2 41,39 % Na2O 1,58 % Al2O3 12,91 K2O 0,79 Fe2O3 (Total) 16,66 TiO2 2,70 MnO 0,17 P2O5 ----- CaO 11,79 P.R. (Perda ao Rubro) 6,29 MgO 8,96 Observação Em conformidade com a classificação química de Le Bas et al. (1986), o tipo litológico representado pelos blocos de queda do Curral das Freiras, corresponde a Picrobasalto. Utilização Recomendada Interiores e exteriores, no último caso se a pedra for devidamente hidrofugada. 85 © Delfim Ferreira, 1997 Traquito ou cantaria “branco sujo” do Porto Santo (escala 1:1) Descrição Macroscópica e Microscópica Rocha conhecida localmente por cantaria “branco-sujo” do Porto Santo. Rocha vulcânica de cor cinzento-claro, de quimismo ácido, sem porosidade, apresentando cristais visíveis à vista desarmada de feldspato, anfíbola e opacos. Rocha que, por vezes, apresenta xenólitos de cor mais escura, com contornos circulares e de composição mais alcalina, sendo petrograficamente classificada como Traquito. Localização Distrito Concelho Freguesia Fornecedor Porto Santo Região Autónoma da Madeira Porto Santo Porto Santo, Rocha de Nossa Senhora, Serra de Fora Fábrica de Extracção de Pedra e Brita da Palmeira, Lda Vista geral da frente de desmonte da pedreira da Rocha de Nossa Senhora onde é extraído o traquito, na Serra de Fora, Porto Santo. A frente de desmonte tem orientação E-W e a capa de alteração apresenta uma espessura de 1,7 cm, sendo a parte superior da pedreira desprovida de vegetação. As colunas prismáticas de traquito podem apresentar faces com dimensões superiores a 1,5 m (Fotos 7 e 8). Reservas Grandes 86 © João Baptista, 2004 © João Baptista, 2004 Foto 7 e 8 - Colunas prismáticas de traquito na pedreira da Rocha de Nossa Senhora, Serra de Fora, Porto Santo. A pedra apresenta alguns encraves de cor mais escura de contornos circulares e composição mais alcalina. No sector W da pedreira é bem visível na pedra uma capa de alteração de cor esbranquiçada. 87 Características Físico – Mecânicas 1. Resistência mecânica à compressão 577 Kg/cm2 2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 598 Kg/cm2 3. Resistência mecânica à flexão 75 Kg/cm2 4. Massa volúmica aparente 2247 Kg/m3 5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 4,17 % 6. Porosidade aberta 9,37 % 7. Coeficiente de dilatação linear térmica (valor máximo) 4,0 x 10-6 /ºC 8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 2,0 mm 9. Desgaste: teste Capon 27,3 mm 10. Resistência ao choque: altura mínima de queda 40 cm Observação - No final de 25 ciclos de gelo-degelo os provetes não revelaram qualquer alteração de cor nem de estrutura. Análise Química SiO2 63,72 % Na2O 6,25 % Al2O3 17,83 K2O 1,67 Fe2O3 (Total) 4,45 TiO2 0,77 MnO 0,15 P2O5 ----- CaO 2,27 P.R. (Perda ao Rubro) 1,85 MgO 0,27 Observação Em conformidade com a classificação química de Le Bas et al. (1986), o tipo litológico explorado na pedreira da Rocha de Nossa Senhora, corresponde a Traquito. Utilização Recomendada Interiores e exteriores de edifícios. 88 © João Baptista, 2004 Granito Cinzento Favaco (escala 1:1) Descrição Macroscópica e Microscópica Rocha ígnea de tonalidade cinzento escuro, com granularidade média a fina e textura hipidiomórfica, onde quartzo, andesina, horneblenda e biotite são minerais essenciais, sendo petrograficamente classificada como Quartzodiorito. Localização Distrito Concelho Freguesia Fornecedor Portalegre Elvas São Vicente e Ventosa POLICORTE – Serração de Mármores e Granitos, Lda Reservas Satisfatórias 89 Características Físico – Mecânicas 1. Resistência mecânica à compressão 1262 Kg/cm2 2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 964 Kg/cm2 3. Resistência mecânica à flexão 214 Kg/cm2 4. Massa volúmica aparente 2851 Kg/m3 5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 0,21 % 6. Porosidade aberta 0,60 % 7. Coeficiente de dilatação linear térmica (valor máximo) 6,7 x 10-6 /ºC 8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 0,5 mm /200 m 9. Resistência ao choque: altura mínima de queda 70 cm Observação - No final de 25 ciclos de gelo-degelo os provetes não revelaram qualquer alteração de cor nem de estrutura. Microscopia Minerais Essenciais Minerais Acessórios Plagioclase (andesina) ≅ 56 % Horneblenda ≅19 % Quartzo ≅8% Biotite ≅ 14 % Esfena, apatite, piroxena, clorite e minerais opacos ≅ 3 % Análise Química SiO2 53,45 % Na2O 3,54 % Al2O3 16,49 K2O 1,76 Fe2O3 (Total) 9,13 TiO2 CaO 7,63 MgO 4,24 Utilização Recomendada Interiores e exteriores de edifícios. 90 2,82 H2O + 0,64 H2O - 0,15 © João Baptista, 2004 Granito Cinzento de Pinhel (escala 1:1) Descrição Macroscópica e Microscópica Rocha de tonalidade cinzenta, com duas micas, moscovite e biotite (predominante), com granularidade média e textura hipidiomórfica, sobressaindo alguns megacristais de feldspato, sendo petrograficamente classificada como Granito. Localização Distrito Concelho Freguesia Fornecedor Guarda Pinhel Freixedas POLICORTE – Serração de Mármores e Granitos, Lda Reservas Elevadas 91 Características Físico – Mecânicas 1. Resistência mecânica à compressão 1134 Kg/cm2 2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 1097 Kg/cm2 3. Resistência mecânica à flexão 105 Kg/cm2 4. Massa volúmica aparente 2628 Kg/m3 5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 0,28 % 6. Porosidade aberta 0,74 % 7. Coeficiente de dilatação linear térmica (valor máximo) 7,2 x 10-6 /ºC 8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 0,3 mm / 200 m 9. Resistência ao choque: altura mínima de queda 65 cm Observação No final de 25 ciclos de gelo-degelo os provetes não revelaram qualquer alteração de cor nem de estrutura. Microscopia Minerais Essenciais Minerais Acessórios Microclina ≅ 55 % Plagioclase ≅ 15 % Quartzo ≅ 20 % Moscovite + Biotite ≅ 10 % Apatite, Zircão e minerais opacos ≅3% Análise Química SiO2 70,86 % Na2O 3,48 % Al2O3 13,74 K2O 5,87 Fe2O3 (Total) 2,62 TiO2 0,35 MnO 0,05 P2O5 0,06 CaO 1,40 H2O + 0,58 MgO 0,48 H2O - 0,13 Utilização Recomendada Interiores e exteriores de edifícios. 92 © Grupo Green, 2004 Mármore Creme Pardais (escala 1:1) Descrição Macroscópica e Microscópica Rocha de granularidade fina a média e textura granoblástica, exibindo cores branca anilada, creme e creme-rosada, por vezes com manchas ou vergadas acinzentadas, sendo petrograficamente classificada como Mármore. Localização Distrito Concelho Freguesia Fornecedor Évora Vila Viçosa Pardais Rocha Verde – Sociedade Transformadora de Mármores, Lda Reservas Elevadas 93 Características Físico – Mecânicas 1. Resistência mecânica à compressão 976 Kg/cm2 2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 930 Kg/cm2 3. Resistência mecânica à flexão 222 Kg/cm2 4. Massa volúmica aparente 2708 Kg/m3 5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 0,09 % 6. Porosidade aberta 0,25 % 7. Coeficiente de dilatação linear térmica (valor máximo) 11,9 x 10-6/ºC 8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 3,0 mm 9. Resistência ao choque: altura mínima de queda 60 cm Microscopia Minerais Essenciais Calcite ≅ 100 % Análise Química SiO2 0,51 % Na2O 0,07 % Al2O3 0,37 K2O 0,13 Fe2O3 (Total) 0,13 TiO2 --- MnO ---- P2O5 --- CaO 54,40 P.R. (Perda ao Rubro) 43,35 MgO 0,56 Utilização Recomendada Interiores e exteriores de edifícios. 94 © João Baptista, 2004 Mármore Pele de Tigre (escala 1:1) Descrição Macroscópica e Microscópica Rocha de granularidade média com zonas de grão mais fino, de cor branca com leve venado acastanhado ou acinzentado, sendo petrograficamente classificada como Mármore. Localização Distrito Concelho Freguesia Fornecedor Évora Vila Viçosa Santa Catarina Rocha Verde – Sociedade Transformadora de Mármores, Lda Reservas Elevadas 95 Características Físico – Mecânicas 1. Resistência mecânica à compressão 1018 Kg/cm2 2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 912 Kg/cm2 3. Resistência mecânica à flexão 312 Kg/cm2 4. Massa volúmica aparente 2717 Kg/m3 5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 0,08 % 6. Porosidade aberta 0,22 % 7. Coeficiente de dilatação linear térmica (valor máximo) 14,7 x 10-6 /ºC 8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 3,0 mm 9. Resistência ao choque: altura mínima de queda 60 cm Microscopia Minerais Essenciais Calcite ≅ 99 % Outros ≅ 1% Análise Química SiO2 0.95 % Al2O3 0,13 K2O 0,04 Fe2O3 (Total) 0,04 TiO2 --- MnO --- P2O5 --- CaO 54,23 P.R. (Perda ao Rubro) 43,31 MgO 0,69 Utilização Recomendada Interiores e exteriores de edifícios. 96 0,05 % © Grupo Green, 2004 Calcário Moca Creme (grão médio) (escala 1:1) Descrição Macroscópica e Microscópica Rocha carbonatada de cor beje, abundantemente bioclástica, sendo petrograficamente classificada como Calcário calciclástico. Localização Distrito Concelho Freguesia Fornecedor Leiria Alcobaça Aljubarrota Rocha Verde – Sociedade Transformadora de Mármores, Lda Reservas Elevadas 97 Características Físico – Mecânicas 1. Resistência mecânica à compressão 927 Kg/cm2 2. Resistência mecânica à compressão após teste de gelividade 867 Kg/cm2 3. Resistência mecânica à flexão 196 Kg/cm2 4. Massa volúmica aparente 2515 Kg/m3 5. Absorção de água à pressão atmosférica normal 2,34 % 6. Porosidade aberta 5,9 % 7. Coeficiente de dilatação linear térmica (valor máximo) 5,3 x 10-6 /ºC 8. Desgaste: teste Amsler – Laffon 4,0 mm 9. Resistência ao choque: altura mínima de queda 40 cm Microscopia Minerais Essenciais Calcite ≅ 100 % Análise Química SiO2 0,07 % Na2O 0,06 % Al2O3 0,54 % K2O 0,07 % Fe2O3 (Total) 0,06 % TiO2 --- MnO --- P2O5 --- CaO 55,86 % P.R. 43,60 % MgO 0,1 % Utilização Recomendada Interiores e exteriores de edifícios. Bibliografia Casal Moura, A. et al., 2000 – Granitos e rochas similares de Portugal. Instituto Geológico e Mineiro (ed.), Porto, 179 p. Gomes, C. e Silva, J., 1997 - Pedra natural do Arquipélago da Madeira: importância social, cultural e económica. Madeira Rochas – Divulgações Científicas e Culturais (ed.), Câmara de Lobos, 176 p. Ferraz, E., Silva, J., Moura, C., Grade, J. e Gomes, C., 1998 - Pedra Natural do Arquipélago da Madeira: relação do comportamento físico-mecânico com a litologia. Revista A PEDRA, n.º 70, pp. 33 - 37. Ferraz, E., e Silva, J. 1995 - Caracterização física, química e tecnológica das rochas ornamentais do Arquipélago da Madeira. Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro, Aveiro, 151 p. Silva, J., Ferraz, E., Moura, A.C., Grade, J. e Gomes, C., 2002 – Natural stone from the Madeira archipelago: dependence on lithology of its physico-mechanical behaviour. Sociedade Portuguesa de Geotecnia, Eurock 2002, Workshop on Volcanic Rocks, pp. 115 - 124. Pedras Naturais de Portugal/Natural Stones from Portugal, 1999 – CD Rom editado pela ASSIMAGRA – Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afins e ICEP – Investimento, Comércio e Turismo de Portugal. 98