UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE FARMÁCIA
ANDRESSA JANSEN GOMES
UTILIZAÇÃO DO PEELING FACIAL NO MUNICÍPIO DE BLUMENAU
FURB
2009
ANDRESSA JANSEN GOMES
UTILIZAÇÃO DO PEELING FACIAL NO MUNICÍPIO DE BLUMENAU
Monografia apresentada a disciplina de Trabalho de
Conclusão como requisito parcial para a conclusão
do Curso de Farmácia, Departamento de Ciências
Farmacêuticas da Universidade Regional de
Blumenau.
Prof. Mirele Titton Calderari, Msc. – Orientadora
FURB
2009
UTILIZAÇÃO DO PEELING FACIAL NO MUNICÍPIO DE BLUMENAU
Por
ANDRESSA JANSEN GOMES
Trabalho de Conclusão de Curso aprovada para
obtenção do grau de Farmacêutica, pela Banca
examinadora formada por:
_________________________________________________
Membro: Prof. Mirele Titton Calderari, Msc. ,Orientadora, FURB.
_________________________________________________
Membro: Prof. Michele Debiasi Alberton Magina, Dra., FURB.
_________________________________________________
Membro: Raquel Mattedi, Bioquímica, Dermablu.
Blumenau, 18 de junho de 2009.
RESUMO
Este estudo visou diferenciar os tipos de peelings, citando seus produtos utilizados,
procedimentos e recuperação. Através de pesquisa de campo, avaliou-se o peeling mais
recomendado, os principais motivos para a realização deste, a faixa etária predominante,
complicações que poderiam ter acontecido durante o acompanhamento do tratamento, a
satisfação do paciente e o profissional mais atuante na área. Esta pesquisa de campo foi realizada
através de um questionário específico em pacientes que fazem ou já fizeram utilização do peeling
químico, onde foram abordados pontos como satisfação e recuperação do paciente. A seleção da
amostra para o questionário foram os pacientes em que os médicos e as clínicas de estética
permitiram a aplicação do questionário, assim como também a disposição do paciente para tal. A
pesquisa foi realizada no município de Blumenau através de quatro clínicas de estética. Foram
respondidos doze questionários. A maioria dos pacientes se mostrou muito satisfeito com o
tratamento. O peeling mais utilizado é o peeling superficial, correspondendo a nove
questionários. O peeling médio correspondeu a dois questionários. E o peeling profundo
correspondeu a um questionário. O principal motivo para a realização da quimioesfoliação foi a
presença de manchas na epiderme facial. Todos os entrevistados foram do sexo feminino entre a
faixa etária de dezenove anos até sessenta anos. O principal inconveniente relatado pelas
pacientes foi o rubor facial persistente. O principal profissional atuante na área é o profissional
médico.
Palavras-chave: Peeling facial. Estética. Produtos dermatológicos.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1: Pele humana................................................................................................................12
QUADRO 1: Dados dos produtos químicos utilizados no peeling no município de Blumenau....39
QUADRO 2: Cremes pré-peeling utilizados para o resurfacing....................................................43
QUADRO 3: Tratamento pós-peeling............................................................................................46
GRÁFICO 1: Estado civil dos utilizadores do peeling no município de Blumenau......................38
GRÁFICO 2: Grau de profundidade mais incidente do peeling no município de Blumenau........38
GRÁFICO 3: Tipo de pele aplicado o peeling no município de Blumenau...................................41
GRÁFICO 4: Principal motivo da procura do peeling no município de Blumenau.......................41
GRÁFICO 5: Principal profissional aplicante do peeling no município de Blumenau..................42
GRÁFICO 6: Utilização de medicamentos da população entrevistada..........................................44
GRÁFICO 7: Desconforto pós-peeling em relação ao paciente.....................................................44
GRÁFICO 8: Principal motivo do desconforto em relação ao paciente........................................45
GRÁFICO 9: Incidência de herpes zoster nos pacientes entrevistados..........................................46
GRÁFICO 10: Grau de satisfação do paciente em relação ao peeling.......................................... 47
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Fórmula de Baker-Gordon.........................................................................................16
TABELA 2: Citoestimulação.........................................................................................................17
TABELA 3: Despigmentante com AHA........................................................................................17
TABELA 4: Creme para eritema....................................................................................................20
TABELA 5: Fórmula Sampaio.......................................................................................................27
TABELA 6: Fórmula a base de resorcinol.....................................................................................27
TABELA 7: Fórmula de Jessner....................................................................................................29
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 9
1.1 OBJETIVOS............................................................................................................................ 11
1.1.1 Geral ..................................................................................................................................... 11
1.1.2 Específicos............................................................................................................................ 11
2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................................ 12
2.1 PELE........................................................................................................................................ 12
2.2 PEELING FACIAL SUPERFICIAL....................................................................................... 13
2.3 PEELING FACIAL MÉDIO ................................................................................................... 14
2.4 PEELING FACIAL PROFUNDO .......................................................................................... 15
2.5 SUBSTÂNCIA QUÍMICAS UTILIZADAS NO PEELING QUÍMICO FACIAL ................ 16
2.5.1 Peeling de fenol .................................................................................................................... 16
2.5.2 Peeling com Alfa-hidroxiácido (AHA) ................................................................................ 21
2.5.3 Peeling com Ácido tricloroacético (TCA)............................................................................ 25
2.5.4 Peeling com resorcina........................................................................................................... 27
2.5.5 Peeling com ácido salicílico ................................................................................................. 28
2.5.6 Peeling com solução de Jessner............................................................................................ 29
2.5.7 Peeling com ácido retinóico ................................................................................................. 30
2.5.8 Clear peel.............................................................................................................................. 31
2.5.9 Peeling com ácido fítico ....................................................................................................... 32
2.5.10 Peeling com ácido kójico.................................................................................................... 32
2.5.11 Peeling com ácido azeláico ................................................................................................ 32
2.6 MEDICAMENTOS A EVITAR ............................................................................................. 32
2.7 PEELING E JOVENS ............................................................................................................. 33
2.8 PEELING E IDOSOS.............................................................................................................. 34
2.9 POSSÍVEIS RISCOS .............................................................................................................. 35
3 MÉTODO DE PESQUISA ...................................................................................................... 36
3.1 TIPO DE ESTUDO ................................................................................................................. 36
3.2 ASPECTOS ÉTICOS .............................................................................................................. 36
3.3 COLETA DE DADOS E SELEÇÃO DA AMOSTRA .......................................................... 36
3.4 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................................ 37
4 RESULTADO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA............................... 38
5 CONCLUSÃO........................................................................................................................... 49
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 50
APÊNDICE A - FORMULÁRIO DE PESQUISA ................................................................... 53
9
1 INTRODUÇÃO
A aparência física sempre foi de profunda importância para o ser humano. Na
sociedade moderna a qual vivemos hoje, a busca por uma boa aparência vem se tornando não
apenas como uma forma de vaidade, mas uma necessidade tanto profissional, quanto
fisiológica (TAKACS et al, 2002). Cada vez mais estão sendo documentada depressão em
adolescentes pela busca frustrada pela beleza física (CUNHA, 2003).
A região facial é a parte do corpo que mantém um relacionamento mais direto com o
mundo. Por ser tão valorizada dentre as partes do corpo, esta se torna a parte física mais
representativa de uma pessoa. É natural que nela se concentrem esforços de recuperação ou
conservação de sua estética e beleza (TAKACS et al, 2002).
Por estes fatores, é que está se dando cada vez mais importância ao envelhecimento
da pele. O processo de envelhecimento da pele pode ocorrer por fatores intrínsecos ou
extrínsecos. Os fatores intrínsecos, ou envelhecimento cronológico, são determinados por
fatores genéticos, como divisão celular e resposta a lesão. O envelhecimento extrínseco seria
o envelhecimento pela exposição aguda ou crônica a raios UV, causando rugas, flacidez,
pigmentação irregular e engrossamento da pele (ZANLUCHI, 2007). Os raios UVA penetram
na derme reticular e induzem a modificações nos fibrobrastos, colágeno e elastina. Estes dois
últimos são as proteínas mais importantes que dão consistência a derme (FATTACCIOLI,
2001).
Cada vez mais há pessoas atingindo a terceira idade, a expectativa de vida dos países
está aumentando. O que no passado era privilégio de alguns poucos passou a ser uma
experiência de um número crescente de pessoas em todo o mundo. No início do século XIX
no Brasil, a expectativa de vida das pessoas era de trinta e três anos; e segundo o IBGE em
1980 atingiu sessenta e três anos (KALACHE et al, 1987). Isso demonstra que as técnicas de
rejuvenescimento vêm-se aperfeiçoando não apenas pelos avanços tecnológicos, mas também
pela preocupação da população com a saúde e a aparência física, bem como em decorrência
da maior longevidade (VELASCO, 2004).
Umas das técnicas de rejuvenescimento da pele seria o peeling. Este também pode
receber a denominação de quimioesfoliação (MARQUET, 2007), resurfacing químico ou
quimiocirurgia (VELASCO, 2004). Tal procedimento consiste na aplicação de um ou mais
agentes cáusticos a pele (substância química) para descamar e renovar a cútis pela ação
10
química sobre as células através de uma destruição controlada das camadas externas da pele
(MARQUET, 2007) (VELASCO, 2004).
Basicamente o peeling atinge três profundidades, isto varia dependendo do resultado
que se quer atingir e do motivo para o qual esta sendo realizado o peeling (VELASCO, 2004).
Tal substância química induz a uma acelerada esfoliação e renovação celular, que se for
manuseada por um profissional habilitado com produtos e local adequados, é um
procedimento confiável e seguro (CUNHA, 2003).
Há relatos de práticas do peeling no Egito Antigo, Roma Antiga e Grécia. Cleópatra
empregava o ácido láctico para remover o plano mais superficial da pele e assim, obter uma
textura cutânea mais regular e agradável. Mulheres romanas usavam com a mesma finalidade
o ácido tartárico, encontrado no fundo dos barris de vinho de uvas azedas. Mulheres gregas
empregavam uma fórmula à base de óleo animal, sal e pó de alabastro para provocar a
esfoliação da pele e deixá-la mais macia (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
Os principais motivos estéticos para a utilização do peeling facial são: clareamento
da pele, envelhecimento da pele (rugas) por fatores extrínsecos ou intrínsecos,
hiperpigmentação ou pigmentação heterogênea, tratamento da acne, cicatrizes, lentigos
actínicos, queratoses solares, seborréicas, psoríase. Sendo que cada pele e cada caso
necessitam de um tratamento específico, em grau e em produto, para cada indivíduo
(VELASCO, 2004) (LEVY et al, 1981) (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
Este procedimento estimula a produção de colágeno, fibras elásticas (ambas são as
proteínas mais importantes que dão consistência a pele), fibroblastos e regeneração
epidérmica.
Assim
explicando
seu
efeito
rejuvenescedor
(FATTACCIOLI,
2001)
(FATTACCIOLI, 2005).
O objetivo deste trabalho é diferenciar os tipos de peeling, citando seus produtos
utilizados, procedimentos, cuidados e recuperação; assim dando orientação a população e
acadêmicos. Através de pesquisa de campo, avaliar a classe de peeling mais recomendada e
utilizada no município de Blumenau, assim como a satisfação dos pacientes utilizadores do
mesmo.
11
1.1 OBJETIVOS
A seguir enunciam-se os objetivos geral e específicos de pesquisa.
1.1.1 Geral
Este trabalho tem como objetivo a avaliação de questionário específico aplicado em
pacientes que fizeram uso do peeling químico facial.
1.1.2 Específicos
- Avaliar o nível do peeling mais indicado através de questionário específico no
município de Blumenau;
- Faixa etária predominante dos que são submetidos ao resurfacing facial;
- Estado civil dos utilizadores desta técnica;
- Sexualidade predominante no peeling facial;
- Motivo mais incidente da utilização da quimioabrasão;
- Número médio de sessões;
- Profissional predominante da prática na técnica;
- Satisfação do paciente.
12
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 PELE
A pele, ou cútis, maior órgão do corpo humano, é um órgão de revestimento
complexo e heterogêneo, constituída essencialmente de três grandes camadas de tecidos: uma
superior (epiderme), uma camada intermediária (derme), e uma camada profunda
(hipoderme). Apresenta funções de proteção, nutrição, pigmentação, queratogênese,
termorregulação, transpiração, perspiração, defesa e absorção (BATISTELA, 2007)
(SANT’ANNA, 2003).
Figura 1: Pele humana.
Fonte: Natura. Disponível em: <http://naturavendas.wordpress.com/2008/10/04/a-pele/>. Acesso em: abr. 2009
A cútis é o órgão mais evidente do corpo humano, o que a torna um marcador real da
idade cronológica e importante para o psiquismo do indivíduo. Ou seja, as alterações cutâneas
provocadas pelo tempo atingem dimensões mais abrangentes que a simples coloração,
elasticidade e textura (SANTANA, 2000).
É cada vez maior o interesse das pessoas por uma pele jovem, isenta de rugas e
manchas, o que tem estimulado os pesquisadores da área cosmética na busca de se conhecer
13
os mecanismos responsáveis, bem como as principais alterações morfo-histológicas causadas
durante o processo de envelhecimento cutâneo (BATISTELA, 2007).
A pele é o manto que reveste o organismo, indispensável à vida e que isola os
componentes orgânicos do meio exterior. É o maior órgão humano, atingindo 16% do peso
corporal. Sua camada externa, a epiderme é composta de um epitélio estratificado
pavimentoso queratinizado. A derme é o tecido conjuntivo sobre a qual se apóia a derme.
Tanto a derme reticular quando a papilar contêm muitas fibras elásticas responsáveis, em
parte, pelas características de elasticidade da pele (SANTANA, 2000).
São quatro as macromoléculas produzidas pelas células mesenquimais e que estão
envolvidas
na
composição
da
derme:
elastina
(fibras
elásticas),
proteoglicanas,
glicosaminoglicanas e colágeno (SANTANA, 2000).
Do ponto de vista cultural, a pele é suporte para manifestações simbólicas, como a
escarificação, a pintura ritual e a tatuagem. A pele está profundamente associada à dinâmica
da pessoa, ou seja, à atitude social do indivíduo, na medida em que é parte fundamental da
imagem que este passa para o mundo. Pessoas muito rígidas, impermeáveis e unilaterais
podem ser compensadas, no plano orgânico, por meio de distúrbios dermatológicos. A pele
revelaria o estado interior, pois ao mesmo tempo em que protege nosso meio interno, ela o
revela por meio de sua forma, textura, coloração e cicatrizes (SANT’ANNA, 2003).
2.2 PEELING FACIAL SUPERFICIAL
O peeling cutâneo superficial é um procedimento bem documentado nos EUA desde
o início da década de 1960, atingindo maior popularidade no final da década de 1980
(ALMEIDA DE SÁ, 2006).
Este peeling se limita a uma remoção do estrato córneo da pele (camada mais
superficial) (MARQUET, 2007) (CUNHA, 2003). A descamação inicia-se cerca de vinte e
quatro a quarenta e oito horas após o procedimento e perdura por cinco a sete dias. A
aparência da pele é normal com uma leve descamação, sendo que o paciente pode continuar
seu dia-a-dia normal (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
O resurfacing superficial é indicado para casos de acne, fotoenvelhecimento leve,
eczema hiperquerostático, queratose actínica, rugas finas e melasma (VELASCO, 2004)
14
(ALMEIDA DE SÁ, 2006). No peeling superficial utilizam-se substâncias ativas como os
alfa-hidroxiácidos (AHA), beta-hidroxiácidos (ácido salicílico), ácido tricloroacético (TCA),
resorcinol, ácido azelaico, solução de Jessner, dióxido de carbono (CO2) sólido e tretinoína
(VELASCO, 2004).
Este tipo de peeling pode ser utilizado em todos os tipos de pele e em qualquer área
do corpo, pois esta quimioesfoliação dificilmente apresenta risco de complicação ao paciente
(VELASCO, 2004). Este procedimento apresenta bons resultados quando feito em várias
sessões repetidas em pequenos intervalos. Seu principal resultado é uma melhora na textura
da pele, clareamento das manchas e atenuação das rugas finas, além de estimular a renovação
de colágeno, assim dando melhor firmeza a pele (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
É importante ressaltar que o peeling cutâneo superficial não é, e não deve ser
considerados como uma terapêutica definitiva para os problemas cutâneos do paciente, sendo
antes, uma etapa de um esquema progressivo onde as descamações costumam ser repetidas
para que se obtenham e se mantenham melhores resultados (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
2.3 PEELING FACIAL MÉDIO
O peeling médio consiste na destruição das camadas específicas da pele, dependendo
do agente utilizado e sua concentração (CUNHA, 2003). Este necessita de sete a quinze dias
para o retorno a vida normal (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
Tem as mesmas indicações que o peeling superficial, além de ser indicado em lesões
epidérmicas (VELASCO, 2004). São mais indicados quando a pele já apresenta asperezas
como as ceratoses (lesões pré-cancerosas) e rugas mais pronunciadas (ALMEIDA DE SÁ,
2006). No procedimento utilizam-se como substâncias ativas combinações de TCA (ácido
tricloroacético) com CO2, TCA com solução de Jessner, TCA com ácido glicólico ou somente
o TCA e a resorcina (VELASCO, 2004).
Assim como o peeling superficial, o resurfacing médio atingiu maior popularidade
na década de 80. Neste procedimento as descamações também costumam ser repetidas para
que se obtenham e se mantenham melhores resultados. (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
15
2.4 PEELING FACIAL PROFUNDO
O peeling profundo induz uma reação inflamatória no tecido mais profundo
causando uma necrose pelo agente esfoliante (CUNHA, 2003). Ele tem ação na camada da
derme reticular da pele (VELASCO, 2004). A quimioesfoliação profunda é bem mais
agressiva que os demais, provocando a formação de muitas crostas na pele. O procedimento
exige uso de curativos e a recuperação deste pode durar até um mês (ALMEIDA DE SÁ,
2006).
É indicado para os casos de lesões epidérmicas, manchas, cicatrizes, discromias
actínicas, rugas, queratoses, melasma e lentigos. São utilizados como componentes ativos o
TCA a 50% e o fenol (solução de Baker-Gordon), entre outros (VELASCO, 2004).
Seus resultados são considerados muito bons, com renovação importante da pele e
diminuição até mesmo de rugas profundas como as rugas ao redor da boca e dos olhos
(ALMEIDA DE SÁ, 2006).
Logo após o procedimento é indicado recobrir a pele com pomada de corticóide para
aliviar o ardor. O corticóide evita o processo inflamatório que por sua vez induziria maior
pigmentação. É interessante associar um antiviral, como o aciclovir, quando tiver história de
herpes recente, assim como também utilizar prednisona 10 mg por dia, via oral durante uma
semana, quando apresentar probabilidade de hiperpigmentação da pele. Por ser um processo
muito invasivo, é preciso ficar alerta quanto a possíveis infecções secundárias e escoriações
(ALMEIDA DE SÁ, 2006).
As complicações mais comuns de um peeling químico são as lágrimas que escorrem
pelo pescoço (levando o produto químico junto), esfoliação prematura, infecção, erupções
acneiformes, equimoses, hiperpigmentação pós-inflamatória, hipopigmentação, reações
alérgicas, eritema persistente e fibrose. Na maioria dos casos estas complicações são
reversíveis (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
16
2.5 SUBSTÂNCIA QUÍMICAS UTILIZADAS NO PEELING QUÍMICO FACIAL
2.5.1 Peeling de fenol
O fenol também pode ser chamado de ácido carbólico, e é um tipo de peeling
profundo (VELASCO, 2004) (FRANCO, 1976). Os peelings químicos com fenol são os
primeiros descritos na história dos peelings químicos, onde as primeiras formulações datam
de 1800 (FATTACCIOLI, 2005).
Este tipo de químiolesão é indicado para queratoses actínicas, discromias, melasma e
cloasma, (epidérmicos, dérmicos e mistos), fotoenvelhecimento, peles sem viço, seqüelas de
acne, queratoses seborréicas, clareamento da pele, rugas, manchas e rejuvenescimento do
rosto, pescoço e mãos (EFICÁCIA, [200-]) (VELASCO, 2004).
Várias substâncias têm sido empregadas para a abrasão química, mas entre os
cirurgiões plásticos exige uma certa preferência pelo peeling de fenol. A fórmula de BakerGordon tem sido e continua sendo a mais utilizada para rejuvenescimento da pele do rosto
(FATTACCIOLI, 2005). Sua formulação está representada na Tabela 1 – Formulação de
Baker-Gordon (SAMPAIO, 2000):
Tabela 1: Fórmula de Baker-Gordon (1962).
Fenol 88% USP
3 mL
Água destilada
2 mL
Óleo de cróton
3 gotas
Sabão líquido
8 gotas
Fonte: SAMPAIO, p.1104, 2000.
O Fenol é associado ao Óleo de cróton para facilitar a penetração. O sabão líquido é
agente emulsífero, ou seja, reduz a tensão superficial da gordura presente na pele, facilitando
a penetração e promovendo um peeling mais homogêneo. Na formulação a concentração da
solução de fenol fica entre 45% e 55% (SAMPAIO, 2000) (VELASCO, 2004).
Dias antes do procedimento com fenol é exigido um cuidado especial com a pele.
Esses cuidados vão de quatorze a vinte e um dias antes do peeling. Recomenda-se usar um
17
produto pré-peeling, o qual pode ser manipulado e está mensurado na Tabela 2 – apresentação
de duas formulações optatórias (EFICÁCIA, [200-]):
Tabela 2: Citoestimulação.
Ácido retinóico
0,025%
Hidroquinona
2%
Laktoquine fluid
2,5%
ACB yogurt
2%
Emulsão sensactive parabeno e
q.s.p. 30 g
etoxilado free
Fonte: EFICÁCIA, [200-].
O Laktoquine fluid tem uma potente ação antiinflamatória e reduz a síntese de
melanina. O ACB yogurt estimula a produção de colágeno e a migração de fibroblastos. O
ácido retinóico tem ação queratolítica, esfoliante e previne a formação de comedões
(EFICÁCIA, [200-]).
Sua posologia é aplicar ao deitar em toda a região por quatorze a vinte e um dias
antes do peeling com fenol. Interromper por duas noites antes do peeling (EFICÁCIA, [200]). Na Tabela 3 está a segunda formulação pré-peeling de fenol proposta (EFICÁCIA, [200-]):
Tabela 3: Despigmentante com AHA.
Hidroquinona
2%
Ácido glicólico
4%
VEGELES AHA
4%
Laktoquine fluid
5%
Gel base livre
q.s.p 30 g
Fonte: EFICÁCIA, [200-].
Legenda: AHA: Alfa-hidroxiácido.
O Ácido glicólico é um rejuvenescedor da pele, diminuindo a espessura e a
compactação do extrato córneo, estimula a síntese de colágeno e é hidratante. Assim como já
citado anteriormente, o Laktoquine fluid tem uma potente ação antiinflamatória e reduz a
síntese de melanina (EFICÁCIA, [200-]).
18
Sua posologia é aplicar ao deitar em toda a região por quatorze a vinte e um dias
antes do peeling com fenol. Interromper por duas noites antes do peeling (EFICÁCIA, [200]). A técnica para a aplicação do peeling de fenol é primeiramente uma sedação do paciente,
para então limpar e desengordurar a pele com sabonete e éter. Então se aplica a solução de
fenol (fórmula de Baker-Gordon), que deve ser preparada pouco antes do uso (SAMPAIO,
2000) (VELASCO, 2004) (FATTACCIOLI, 2005).
A aplicação é com movimentos suaves com um algodão preso na pinça, evitando
atingir as mucosas. Imediatamente após a aplicação, em decorrência da coagulação das
proteínas, surge cor branca e queimor na pele. Este desaparece rapidamente, pela ação
anestésica do fenol (atinge as terminações nervosas). A seguir, aplica-se a máscara de
esparadrapo. Remova-se a máscara após quarenta e oito horas e aplica-se um creme
antibacteriano (SAMPAIO, 2000) (VELASCO, 2004) (FATTACCIOLI, 2005).
O procedimento é doloroso, o paciente deve ser sedado durante a intervenção e
receber, posteriormente, analgésico e corticóide. Deve-se evitar a exposição solar por três
meses (SAMPAIO, 2000).
A aplicação do resurfacing de fenol deve ser feita por áreas; inicialmente aplica-se
na região da testa, depois na bochecha direita e bochecha esquerda, região perioral, região
periorbital e nariz. Deve-se deixar um intervalo de quinze minutos entre cada aplicação em
uma região e outra (VELASCO, 2004).
Deve-se evitar a fricção muito rigorosa, pois pode produzir penetração muito rápida
do fenol, e conseqüentemente maior risco de intoxicação. Tanto que a quimioesfoliação
profunda com fenol, mesmo apresentando resultado superior ao peeling com o ácido
tricloroacético, só pode ser recomendado para pacientes hígidos, sem alterações cardiohepato-renais, justamente por este risco de toxicidade nestas regiões (SAMPAIO, 2000).
A penetração do fenol é diretamente proporcional a sua diluição e oclusão, e sua
ação é necrosante por contato. É necessário aplicar-se a máscara de esparadrapo (oclusão),
como já citado anteriormente no procedimento, porque assim aumenta a penetração do fenol.
A destruição atinge a derme reticular, sendo que na regeneração do tecido forma-se uma zona
de neocolágeno em todas as áreas destruídas. Estudos histológicos mostram que não ocluindo
o resurfacing, a zona de neocolágeno é de profundidade de 260 + 22 µm, e com a oclusão a
profundidade da zona de neocolágeno é de 350 + 20 µm. (FATTACCIOLI, 2005).
O fenol diluído na formulação atua como agente queratolítico, rompendo as pontes
de enxofre da queratina e penetrando mais profundamente, sendo biotransformado pelo fígado
19
e excretado pelos rins. Quanto mais concentrado o fenol estiver na formulação, maior a
coagulação da queratina, menor sua penetração, menor sua toxicidade (VELASCO, 2004).
O fenol possui efeitos nefrotóxicos quando usado em concentrações elevadas ou
grandes áreas (FRANCO, 1976). O fenol em concentrações de até 1% é seguro sendo usado
em formulações como antisséptico e antipruriginoso (SAMPAIO, 2000). Até 1% o fenol tem
efeito bacteriostático, e acima disto tem efeito bactericida (VELASCO, 2004). Em
concentrações mais altas é tóxico. Em concentrações acima de 80% causa queratocoagulação
(coagulação das proteínas da pele), o que retarda sua penetração. Quando sua concentração é
diminuída, a absorção do fenol aumenta, e consequentemente aumenta também o risco de
efeito tóxico (SAMPAIO, 2000).
Sempre deverá ser avisado ao médico se há histórico na pessoa de aparecimento de
herpes, se faz uso de anticoncepcionais, se está grávida ou suspeita de gravidez, se está
amamentando, se faz uso de antibióticos, se fez alguma cirurgia recente, se é hipertenso, se
tem problema de cicatrização e se é alérgico a algum medicamento (EFICÁCIA, [200-]).
Devem ser evitados pacientes que registrem existência de doença cardíaca, renal e
hepática; aparecimento de herpes, exposição contínua aos raios UV, uso recente de
isotretinoína, instabilidade psicológica e predisposição a quelóide. O paciente ideal para este
tipo de peeling deve ter pele clara, fina e ressecada (VELASCO, 2004).
Esta fórmula exige precauções de monitoramento cardiorespiratório, exames de
laboratório (como hemograma, glicose, perfil hepático e renal) e eletrocardiograma (para
evitar arritmias que são as complicações mais freqüentes) (FATTACCIOLI, 2005).
O paciente deve ser monitorado durante a quimiocirurgia. Quando o número de
extrassístoles for maior que seis por minuto, a aplicação é suspensa. Após o tratamento o
paciente deve permanecer quatro horas sob observação médica (SAMPAIO, 2000).
O fenol em concentrações elevadas no sangue pode provocar efeito tóxico no
miocárdio, provocando taquicardia, contrações ventriculares prematuras, fibrilação atrial,
fibrilação ventricular e dissociação eletromecânica. Por isso o produto é aplicado em cada
região num intervalo de quinze minutos, para que a concentração absorvida seja eliminada
pela urina, sem causar danos cardíacos. Para elevar a excreção do fenol e minimizar
complicações sistêmicas, os pacientes são tratados com fluídos endovenosos e acompanhados
com monitoração cardíaca (VELASCO, 2004).
As orientações após o peeling profundo de fenol é que não molhe o local. Se o
peeling for feito no rosto não lave o cabelo nas próximas quarenta e oito horas. Após vinte e
20
quatro horas retorne ao médico para revisão. Muito provavelmente o médico indicará
analgésicos e antiinflamatórios (EFICÁCIA, [200-]).
O uso de cigarro está estritamente proibido, pois irá interferir negativamente na
recuperação da pele. Evite excesso de mastigação, nas primeiras quarenta e oito horas.
Procure consumir alimentos mais leves ou líquidos. Evite cozinhar também nas primeiras
quarenta e oito horas, pois temperos e extremos de temperatura em contato com a pele lesada
prejudicam no resultado do peeling. Evite sabonetes convencionais para lavas a área lesada,
pois os tensoativos são irritantes a pele. Enxugue a pele com toalha macia e não esfregue
(EFICÁCIA, [200-]).
Em caso de contato por acidente, pode-se remover o fenol rapidamente da pele com
glicerina, óleos vegetais ou álcool etílico a 50% (VELASCO, 2004).
No primeiro dia o paciente irá notar a pele ardente, repuxada, e poderá apresentar
algumas regiões com inchaços e um começo de escurecimento. No segundo dia irá ter uma
sensação de estiramento da pele, início de uma aparência plastificada e a presença de edemas
e inchaços. No terceiro dia aparecerá um aspecto de pele enrugada, em alguns casos o início
de rachaduras. No quarto dia a pele descama, e a duração da descamação é de
aproximadamente uma semana (EFICÁCIA, [200-]).
De acordo com cada paciente, depois da segunda semana do pós peeling, pode-se
usar maquiagem hipoalergênica, e no final da sexta semana poderá usar um bloqueador solar
(VELASCO, 2004).
Pode acontecer do peeling de fenol causar alguma complicação, como por exemplo
um eritema prolongado intenso. Neste caso é indicado um creme, o qual pode ser manipulado
e está formulado na Tabela 4 (EFICÁCIA, [200-]).
Tabela 4: Creme para eritema.
Vitamina C
5%
Vitamina E
1%
Ácido ferúlico
0,5%
Anasensyl
1%
Extrato de portulaca
5%
Ácido hialurônico
5%
Vegelip®3
5%
Óleo de framboesa
2%
21
Creme olivem etoxilado e
q.s.p. 30 g
parabeno free
Fonte: EFICÁCIA, [200-].
Estes produtos estão na formulação porque o anasensyl combate o eritema e o
extrato de portulaca é um antiinflamatório. A vitamina C protege as estruturas celulares contra
a ação dos radicais livres, possui propriedade clareadora da pele, prevenindo e atenuando
sardas. A vitamina C ainda estimula a síntese de colágeno. A vitamina E complementa a ação
da vitamina C, pois a vitamina E também tem atividade antioxidante e protege as estruturas
celulares contra a ação dos radicais livres (EFICÁCIA, [200-]).
A posologia deste creme é três vezes ao dia (EFICÁCIA, [200-]).
Vários estudos estão demonstrando que a zona de colágeno gerada por este peeling é
diretamente proporcional a extensão da destruição química e a concentração do ácido
utilizado (FATTACCIOLI, 2005). O fenol é considerado um agente químico que produz
rejuvenescimento facial intenso, quando utilizado corretamente (VELASCO, 2004).
Estudos histológicos mostram que o peeling de fenol profundo estimula um aumento
de glicosaminoglicanos logo após o procedimento, e começa a então declinar após trinta dias,
normalizando após sessenta dias do procedimento. As fibras elásticas também apresentam
alterações em até seis meses após o tratamento. Pesquisas mostram que há neocolágeno e
fibras elásticas novas depositadas na pele e bem evidentes nos estudos histológicos
mencionado em artigos (FATTACCIOLI, 2005).
O peeling com fenol possibilita um resultado muito bom na pele fotolesada ou
envelhecida, mas devido ao risco de toxicidade, esta é pouco utilizada (SAMPAIO, 2000).
2.5.2 Peeling com Alfa-hidroxiácido (AHA)
Os AHAs foram introduzidos no tratamento tópico em 1974 (NARDIN, 1999). Os
alfa-hidroxiácidos compreendem um grupo de ácidos orgânicos, alguns encontrados na
natureza, como o ácido láctico (leite), ácido glicólico (cana de açúcar), ácido málico (maça),
ácido cítrico (frutas cítricas), ácido tartárico (uva), ácido acético (vinagre) e ácido pirúvico.
Outros são produtos de degradação ou sintéticos, como os ácidos mandélico, benzílico e
glucônico (SAMPAIO, 2000) (MARQUET, 2007) (NARDIN, 1999).
22
O ácido mandélico é extraído de amêndoas picantes, é capaz de melhorar a textura
da pele porque sua pequena molécula penetra além da camada córnea, atingindo a derme, na
camada mais superficial. O ácido mandélico atua dissolvendo o cimento intercelular,
promovendo a descamação e tornando a superfície da pele homogênea, proporcionando um
toque suave. Na camada mais profunda estimula a produção de colágeno e inibe a formação
de melanina, demonstrando efeito no tratamento de melasma e cloasma. O ácido mandélico
também tem atividade bactericida, o que o torna eficaz no tratamento da acne, combatendo o
Propionibacterium acnes (EFICÁCIA, [200-]).
Este ácido é uma opção entre os alfa-hidroxiácidos, mantendo os mesmos efeitos
benéficos na pele, entretanto causando menor irritação. Pode ser usado em formulações a 5%
uso diário e 20% para peelings no consultório (EFICÁCIA, [200-]).
O que diferencia um ácido de outro é basicamente o tamanho da molécula, sendo o
ácido glicólico o menor dentre eles, portanto, com maior poder de penetração na pele. O ácido
glicólico é o mais utilizado em formulações cosméticas (NARDIN, 1999).
O ácido glicólico é utilizado no rejuvenescimento da pele, diminui a espessura e na
compactação do extrato córneo, estimula a síntese de colágeno e é hidratante. Este ácido é
usado no tratamento da acne, queratose actínica, hipercromia e atenuação de rugas finas e
linhas de expressão. Pode ser usado de 2 a 70%, dependendo do caso (EFICÁCIA, [200-]).
É aplicado como peeling numa concentração de 70%. Concentrações mais baixas,
como 2% , são utilizadas em cremes faciais (EFICÁCIA, [200-]). É indicado também para
pele fotolesada, complementando o peeling superficial continuado, após duas a quatro
semanas. Fazer a cada duas a três semanas, uma série de seis a oito peelings com ácido
glicólico 70% (SAMPAIO, 2000).
Seu procedimento inicia-se com a limpeza da pele com água e em seguida,
desengordurar com álcool ou acetona. Fazer uma proteção ocular. Aplicar o ácido glicólico
com algodão em forma circular, primeiramente na fronte, após na zigoma, mento, nariz e
pescoço. Inicialmente o tempo de contato da pele com o produto deve ser de dois a quatro
minutos, se houver boa tolerância poderá ficar no máximo vinte e cinco minutos. Após retirar
o produto, é indicado aplicar algum creme hidratante para a face (SAMPAIO, 2000).
O ácido glicólico é um tipo de peeling médio e este não produz descamações
uniformes (ALMEIDA DE SÁ, 2006). A reação adversa que pode acontecer é o eritema, o
qual pode persistir por alguns dias até desaparecer. Durante o procedimento do peeling pode
aparecer área esbranquiçada (como acontece no peeling com ATA), se isto acontecer o
23
indicado é neutralizar imediatamente, pois está ocorrendo um peeling profundo. É normal
acontecer durante o procedimento sensação de queimor e eritema. Caso for muito intenso,
pode-se neutralizar o ácido com água fria (SAMPAIO, 2000).
Na maioria dos pacientes a descamação é discreta. Complicações são raras. o
clareamento do eritema pode ser mais demorado, eventualmente surgem erosões ou ocorre
reativação de herpes simples. Quando há história de infecção por herpes recente, é indicado
tratamento preventivo (SAMPAIO, 2000).
O ácido glicólico também pode ser aplicado através da formulação de ácido glicólico
70% em associação com ácido retinóico 4% (EFICÁCIA, [200-]).
O procedimento desta composição se sucede primeiramente lavando a face com
sabonete líquido (evitar acetona e Licor de Holffmann).
Aplica-se o peeling de ácido
glicólico 70% com pincel, esperar até rubor leve ou até antes, caso o paciente relate não
suportar mais o tempo. Então se neutraliza com solução de bicarbonato de sódio 5% ou água.
Aplica-se o peeling de ácido retinóico 4%. O paciente permanece com esta substância por seis
horas. Após este período, lavar o rosto com sabonete neutro. Repetir de cinco a seis sessões,
num intervalo de um a dois meses (EFICÁCIA, [200-]).
Não é recomendado usar sabonetes convencionais, pois o tensoativo presente nestas
formulações é irritante a pele. Enxugue a face com toalha macia e não esfregue (EFICÁCIA,
[200-]).
Para os alfa-hidroxiácidos quanto menor o pH (mais ácido) maior a sua ação
esfoliante no peeling e seu poder irritante na pele. O pH de 3,5 é o ideal para uma boa
esfoliação (VELASCO, 2004). Ou seja, é necessário ajustar o pH das formulações para
valores baixos a fim de obter atividade máxima dos AHAs, observando-se pouca atividade ou
praticamente nenhuma se os ácidos forem totalmente neutralizados (NARDIN, 1999).
Os alfa-hidroxiácidos são mais recomendados para peles mais frágeis. Pessoas com
pele escura podem usar peelings mais superficiais em suas manchas escuras. Peelings
contendo ácido glicólico e ácido láctico são os mais recomendados para peles secas, sensíveis,
pigmentada e enrugada. Além da esfoliação e lubrificação promovida, o produto evidencia
uma melhora nas rugas finas (BAUMANN, 2007).
Estes são recomendados para tratamento de xerose, acne, queratoses seborréica e
actínica, verrugas, prevenção do envelhecimento intrínseco e extrínseco da pele e atrofia
causada pelo uso tópico de glicocorticóides (NARDIN, 1999).
24
A acne pode ser tratada com ácido glicólico (na concentração de 5 a 15%), ácido
láctico, ácido mandélico, ácido benzílico e ácido málico. Para tratamento de xerose (pele
seca) as concentrações efetivas de AHA estendem-se até 12%. Os AHAs que podem ser
utilizados para xerose são, em ordem de preferência, ácido láctico e ácido glicólico. Para
verrugas vulgares utilizam-se concentrações elevadas de ácido glicólico (70%) ou de ácido
pirúvico (95% a 99%). Deve-se cuidar para fazer as aplicações somente nas lesões (verrugas)
e não na pele circundante o que promoveria efeitos adversos. O Melasma é uma
hiperpigmentação facial, e seu tratamento é feito através de ácido glicólico 10% e
hidroquinona 2%. Em queratoses pode ser utilizado concentrações de 95% a 99% de ácido
pirúvico (NARDIN, 1999).
Os alfa-hidroxiácidos são bem utilizados para o envelhecimento cutâneo. Com o
passar dos anos e a exposição solar a derme sobre várias alterações, como degeneração do
colágeno, deposição de material elástico anormal refletindo em rugas, sulcos e coloração
amarelada da pele e, ainda, redução dos glicosaminoglicanos. Na pele severamente
fotodanificada há um espessamento, uma aglomeração e uma degradação de fibras elásticas.
As fibrilas de colágeno substituem microfilamentos elásticos com degeneração final em uma
massa amorfa. A microcirculação também é afetada pela exposição solar, os vasos sangüíneos
tornam-se dilatados, tortuosos e muito escassos (NARDIN, 1999).
Os AHAs utilizados em concentrações de 5 a 10%, resultam em bons resultados na
pele fotoenvelhecida. A esta concentração, o produto pode ser aplicado em casa. Em
concentrações mais elevadas (70%) devem ser aplicadas no consultório médico em associação
a um fator de proteção solar quinze (NARDIN, 1999).
Enquanto os queratolíticos (ácido salicílico, uréia) causam a degradação dos
queratinócitos, os AHAs, em baixa concentração, diminuem a coesão dos corneócitos e
reduzem a espessura da camada córnea, e, em alta concentração, produzem epidermólise
(SAMPAIO, 2000).
Os AHA também possuem propriedades umectantes, assim aumentando
a hidratação do estrato córneo (NARDIN, 1999).
Dos AHAs, o mais empregado em baixa concentração é o ácido láctico, geralmente
em 5%, usado no tratamento da xerodermia, ictiose e estados de ictiosiformes. O ácido
glicólico, em creme ou loção (8-10%), é usado para quimioesfoliação superficial continuada
para pele fotolesada, com uma aplicação á noite. Tem ação similar ao ácido retinóico, porém,
é menos efetivo. Como não causa fotossensibilidade, pode ser usado de dia e não necessita de
protetor solar (SAMPAIO, 2000).
25
A penetração do ácido na aplicação depende da concentração, tempo entre sua
aplicação e neutralização (FATTACCIOLI, 2005).
As reações adversas causadas pelos AHAs incluem eritema severo, inchaço
(especialmente na região dos olhos), queimação, formação de bolhas, sangramento, erupções,
coceira e descoloração da pele (NARDIN, 1999).
Deve ser evitada exposição solar antes e depois de peelings, uso concomitante de
ácido
retinóico
e medicações
fotossensibilizantes
(como
tetraciclina,
vimblastina,
eritromicina) (NARDIN, 1999).
Embora se consiga os alfa-hidroxiácidos em um salão, o dermatologista poderá usar
uma concentração maior dos AHAs, proporcinando-lhe melhores resultados (BAUMANN,
2007).
2.5.3 Peeling com Ácido tricloroacético (TCA)
Os peelings cutâneos superficiais e de média profundidade com TCA são bem
documentado nos EUA desde o início da década de 1960 tendo alcançado maior popularidade
no final da década de 1980 (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
O TCA pode ser formulado nas concentrações de 10 a 35%, causando peelings de
média profundidade (VELASCO, 2004). O ácido tem intenso poder cáustico, sendo que na
concentração de 100% é mais forte que o fenol (MESKI, 2005).
Este tipo de peeling é recomendado para remover comedões, acne, pequenos cistos,
melhora de cicatrizes discretas, ceratoses seborréicas, ceratoses actínicas, verrugas, cloasma,
rugas, perda da elasticidade da pele e nevus celulares (FRANCO, 1976).
A realização do peeling de TCA é mais indicada em épocas de temperaturas mais
amenas como o outono, o inverno e a primavera devido à possível exposição aos raios solares
e conseqüente hiperpigmentação (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
É mais utilizado nas concentrações de 35%. A indicação para este tipo de peeling é
para pele fotolesada ou envelhecida, pois melhora as rugas e sulcos. É pouco eficaz para
cicatrizes tipo as de acne. Não é tóxica e pode ser potencializado com o uso prévio da solução
de Jessner (SAMPAIO, 2000).
26
Nas concentrações de 50% o TCA apresentava freqüentemente o inconveniente de
causar problemas na pele, como o aparecimento de cicatrizes e hipopigmentação cutânea
(VELASCO, 2004) (MESKI, 2005). Por estes motivos utiliza-se o TCA em combinações
com ácido glicólico, CO2 e a solução se Jessner (resorcinol, ácido salicílico e ácido lático)
(VELASCO, 2004).
As aplicações em concentração de 35% a 50% atingem de 0,3 mm a 0,4 mm de
profundidade, e em concentrações de TCA em 80% atingem a profundidade de 0,8 mm a 0,9
mm. Isto comprova que concentrações acima de 50% podem originar cicatrizes (MESKI,
2005).
Podem ser feitas também esfoliações químicas superficiais com concentração do
TCA a 20%, esfoliações químicas médias com TCA 35% e esfoliações químicas profundas
com concentrações de 50 ou 70% (MESKI, 2005) (ALMEIDA DE SÁ, 2006). As
concentrações ideais de uso são de 25% a 50%. O ácido não apresenta risco de absorção
sistêmica (MESKI, 2005) (MARQUET, 2007).
A técnica do ácido tricloroacético a 35% é primeiramente limpar e desengordurar a
pele com álcool, proteger os olhos com algodão seco ou embebido em água, aplicar o TCA
cuidadosamente com algodão preso em pinça, em aplicações uniformes, sem pressionar ou
deixar escorrer. Após a aplicação surge branqueamento da pele, acompanhado de ardor e
queimação. Pode-se minimizar estes sintomas com ventilador (vento) e compressas de
solução alcalina, como bicarbonato de sódio ou sabão líquido (SAMPAIO, 2000) (FRANCO,
1976) (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
O branqueamento da face desaparece em algumas horas, surgindo então um eritema.
Este eritema após um ou dois dias, é substituída por uma coloração mais rósea, a qual tem
uma duração variável. Após alguns dias ocorre a descamação. Evitar se expor ao sol por três
meses (SAMPAIO, 2000) (FRANCO, 1976). As pessoas de pele mais morena, poderão
apresentar seqüelas desagradáveis, como de hipopigmentaçao e acromia (FRANCO, 1976).
Devem-se evitar pacientes com história de má cicatrização de lesões e formação de
quelóides, com história de hiperpigmentação pós-inflamatória, que não querem ou não podem
deixar de se expor ao sol (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
O ácido atua na epiderme e na derme, e seu mecanismo de ação envolve esfoliação e
destruição do extrato córneo, ocorrendo posteriormente a renovação celular (VELASCO,
2004) (MARQUET, 2007). Nas concentrações de 10% a 25%, a aplicação do ATA penetra
27
somente até a epiderme. Em concentrações de 30% a 40% até a derme papilar. E em
concentrações acima de 45% até a derme reticular (MESKI, 2005).
Outros fatores também podem interferir na penetração dos esfoliantes químicos,
como a espessura da pele, força de aplicação e quantidade aplicada (MESKI, 2005).
É muito importante o paciente utilizar protetor solar diariamente. O indicado é um
fotoprotetor contendo filtros UVA e UVB, e que em sua formulação não contenham PABA
para prevenir uma possível dermatite de contato induzida pelo fotoprotetor (ALMEIDA DE
SÁ, 2006).
Após a aplicação, forma-se na derme colágeno novo, aumento do número de
fibroblastos e reorganização das fibras elásticas (MESKI, 2005).
2.5.4 Peeling com resorcina
O resorcinol ou resorcina é um derivado fenólico que precipita proteína cutânea.
Pode ser associado com ácido salicílico (queratolítico) e ácido láctico, possibilitando peelings
superficiais ou de média intensidade. Estas drogas provocam a ruptura de ligações de
corneócitos com conseqüente descamação (SAMPAIO, 2000).
A formulação da Tabela 5 é uma formulação proposta por Sampaio, e é indicada para
a melhoria de cicatrizes superficiais pós-acne (SAMPAIO, 2000):
Tabela 5: Fórmula Sampaio.
Àcido salicílico
2-4%
Resorcinol
4-8%
Álcool e acetona
q.s.p 100 mL
Fonte: SAMPAIO, p.1102, 2000.
Este creme aplica-se uma vez ao dia com algodão hidrófilo, evitando contato com as
unhas. Iniciar pela concentração menor e aumentar gradativamente para estimular a ação
esfoliativa (SAMPAIO, 2000).
28
Tabela 6: Fórmula a base se resorcinol.
Resorcinol
30 / 40 / 50 g
Caulim
32 g
Vaselina líquida
16 g
Óxido de zinco
16 g
Lanolina
16 g
Óleo de oliva
20 mL
Fonte: SAMPAIO, p.1102, 2000.
O resorcinol pode ser manipulado também através da fórmula da Tabela 6. O
resorcinol tem a variabilidade de ser aplicado em outras concentrações, sendo utilizado
também para peelings de média intensidade. A fómula da tabela 6 é indicado para cicatrizes
superficiais de acne e poros dilatados (SAMPAIO, 2000).
2.5.5 Peeling com ácido salicílico
O ácido salicílico é um ácido de uso superficial ou médio muito antigo, que quando
utilizado em concentrações menores que 8% é queratoplástico, e em concentrações maiores
que 10% é queratolítico (FATTACCIOLI, 2001).
Não é necessário um preparo prévio da pele para a aplicação do peeling de ácido
salicílico (podendo ser aplicado no paciente na primeira consulta). No entanto, melhores
resultados serão obtidos se utilizarmos previamente formulações à base de ácido retinóico ou
glicólico, associado ou não à hidroquinona (CUNHA, 2003).
Este tipo de peeling é indicado principalmente para o tratamento do
fotoenvelhecimento leve, melasma, acne comedoniana e inflamatória (embora as lesões
29
inflamatórias da acne sejam profundas, agentes de peeling superficiais penetram mais em
áreas de inflamação, onde a barreira epidermica está alterada) (CUNHA, 2003).
Seu procedimento inicia-se desengordurando a face com licor de Hoffman (álcool e
éter em partes iguais) e aplicam-se o ácido com uma gaze. Feito isto, aguarda-se três minutos
para que ocorra a evaporação do veículo hidroalcoólico, ficando a pele coberta por uma
camada esbranquiçada. O paciente sentirá uma sensação de ardor e queimação no rosto que
dura aproximadamente três minutos e desaparece completamente (não há necessidade de
controlar o tempo de contato do ácido com a pele, pois este evapora depois de três minutos e
meio). Repete-se a aplicação. Retira-se o ácido com água corrente e sabonete de glicerina.
Enxugar o rosto delicadamente e aplicar fotoprotetor (CUNHA, 2003) (SAMPAIO, 2000).
Decorridos dois a três dias da aplicação do peeling a pele começará a descamar, e
este processo pode levar até sete dias para se completar (CUNHA, 2003).
O peeling com ácido salicílico também é indicado após o peeling superficial com a
solução de Sampaio ou Jessner. É empregado em solução hidroalcoólica em concentração de
20% a 30% na face (SAMPAIO, 2000). Pode causar leve ardor de curta duração,
hiperpigmentaçõa transitória, crostas superficiais e edema (SAMPAIO, 2000) (CUNHA,
2003). Pessoas com a pele mais escura têm maiores riscos de complicação (CUNHA, 2003).
O ácido salicílico é derivado do fenol. Sua toxicidade é referida com salicismo e
pode ocorrer quando for usado simultaneamente em mais de um segmento corporal, como
mãos e antebraço (nessas áreas a concentração da formulação pode ser de até 40% a 50%).
Esta se caracteriza por zumbido, taquipnéia, diminuição da audição, náuseas, vômitos e
cólicas abdominais (SAMPAIO, 2000) (CUNHA, 2003).
Os resultados são a diminuição na oleosidade acompanhada de uma melhora na
textura da pele, dessecamento das pústulas, tornando-se menos inflamatórias, atenuação das
hipercromias, diminuição na formação de comedões e pústulas (CUNHA, 2003).
2.5.6 Peeling com solução de Jessner
A solução de Jessner é uma associação de ácido salicílico a 14%, ácido lático (85%)
a 14% e resorcina a 14% em etanol (MESKI, 2005) (VELASCO, 2004). O peeling com a
30
solução
de
Jessner
é
considerando
um
peeling
superficial
(VELASCO,
2004)
(FATTACCIOLI, 2001). Sua formulação está na Tabela 7 (SAMPAIO, 2000).
Tabela 7: Fórmula de Jessner.
Ácido salicílico
14%
Resorcinol
14%
Ácido láctico
14%
Álcool 95
100 mL
Fonte: SAMPAIO, p.1102, 2000.
Esta solução rompe a função de barreira na pele, assim todas as outras substâncias
aplicadas junto a ela, serão mais absorvidas. Por isso muitas vezes a solução de jessner é
aplicada adjunto ao TCA por exemplo (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
A fórmula de Jessner é bem utilizada. Permite uma esfoliação de meia intensidade,
indicada em cicatrizes pós-acne e na pele fotolesada (SAMPAIO, 2000). Produz certa
melhoria nas linhas de expressão superficiais e melhora a discromia facial superficial. Junto
com o 5-fluorouracila, o qual é um agente quimioterápico, antimetabólito, está demosntando
ser efetivo na remoção de queratinócitos atípicos eliminando mais de 80% do dano actínico
epidérmico, melhorando discromias faciais (FATTACCIOLI, 2001).
O uso da solução de Jessner exige cuidado na manipulação dos componentes de sua
fórmula, bem como que sua armazenagem seja feita em um frasco opaco para prevenir a
degradação (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
A aplicação da solução de Jessner no rosto do paciente causa sensação de espetar e
queimação. Outro ponto importante decorre de que cinco a dez minutos são consumidos para
que se possa aplicar uma camada de solução de Jessner e avaliar o efeito (ALMEIDA DE SÁ,
2006). Esta deve ser testada inicialmente em áreas limitadas (SAMPAIO, 2000).
2.5.7 Peeling com ácido retinóico
31
O ácido retinóico tem ação queratolítica e esfoliante, usado no tratamento da acne
para prevenir a formação de comedões. Usado no tratamento de hiperqueratoses. Poder ser
incorporado de 0,05% a 0,3% em cremes ou géis (EFICÁCIA, [200-]).
O ácido retinóico ou tretinoína foi introduzido em concentrações de 0,5% para
tratamento da acne, mas atualmente, tem indicação eletiva, em concentrações de 0,025-0,050,1% para dermoesfoliação superficial em pele fotolesada ou fotoenvelhecida. Além de
diminuir a coesão dos queratinócitos, estimula a proliferação celular, altera a produção de
mucina, a composição da queratina, induz alterações vasculares e do colágeno e diminui a
atividade dos melanócitos (SAMPAIO, 2000).
É aplicada a noite, iniciando-se com a concentração de 0,025% e posteriormente
0,05% e 0,1%. Pode ocorrer, durante o tratamento, vermelhidão no rosto, ardor, prurido e
descamação. A melhora da textura, sulcos e rugas da pele ocorrem em cerca de seis a doze
meses. De manha aplicar hidratante com fator de proteção (SAMPAIO, 2000).
A isotretinoína tópica em creme a concentrações de 0,05-0,1%, que é menos irritante
que a tretinoína, vem sendo usada na pele fotoenvelhecida com resultados favoráveis
(SAMPAIO, 2000).
O ácido retinóico é empregado na concentração de 3 a 5% em veículo alcoólico ou
gel. Usado para fotoenvelhecimento, particularmente na presença de melanose solar,
cicatrizes e queratose actínica (SAMPAIO, 2000).
2.5.8 Clear peel
O Clear peel é um aparelho que utiliza um sistema a vácuo, onde seu funcionamento
está relacionado a pressão, vazão de ar e cristais. Clear Peel possui a disponibilidade de dois
handpieces. A ponteira em caneta é usada para uma abrasão mais moderada, permitindo a
eliminação das linhas cutâneas superficiais (peeling superficial). O handpiece de pyrex, em
forma de U, é utilizado para um nível de abrasão mais profundo (microdermoabrasão médica).
Associa-se a tais handpieces todos os controles sobre os níveis de vácuo e cristais utilizados.
(INDÚSTRIA MILENNIUM, 2006).
Este tipo de tratamento é indicado para o rejuvenescimento da pele (prevenção e
tratamento), linhas e rugas finas, cicatrizes de acne, estrias, desordens pigmentares, cicatrizes
32
pós-traumáticas ou pós-cirúrgicas, poros dilatados, comedões e irregularidades cutâneas
(INDÚSTRIA MILENNIUM, 2006).
2.5.9 Peeling com ácido fítico
O ácido fítico é componente presente em todos os cereais, com propriedades
despigmentantes e inibidoras da tirosinase, atuando também como agente antioxidante no
clareamento de manchas hipercrômicas (GARDONI, 2004).
2.5.10 Peeling com ácido kójico
O ácido kójico é um derivado do arroz, apresenta grande eficácia na despigmentação
porque inibe a ação da tirosinase, pela quelação dos íons cobre essenciais à sua reação. É
utilizado em concentrações compreendidas entre 0,005 e 4%. É potente, seguro e ausente de
citotoxicidade (TECNOLOGIAS DA SAÚDE ONLINE).
2.5.11 Peeling com ácido azeláico
O ácido azeláico é um derivado do fungo Malassezia furfur é utilizado em
formulações, geralmente, em concentrações de 20%. A sua ação deve-se à inibição da
tirosinase (enzima que cataliza a reação de transformação da tirosina em dopa), produzindo
um efeito seletivo sob os melanócitos anormais (TECNOLOGIAS DA SAÚDE ONLINE).
2.6 MEDICAMENTOS A EVITAR
Há certos medicamentos que são recomendados a sua descontinuação em datas
próximas ao peeling. Medicamentos como os analgésicos do grupo salicílico (AAS), agentes
quimioterápicos
(drogas antineoplásicas determinam uma maior incidência de infecção
33
devido a alterações na imunidade) devem ser evitados no período de pré e pós-peeling. Os
analgésicos que podem ser utilizados são os do grupo pirazolônico, como a dipirona sódica,
até mesmo em associações. O uso profilático de antibióticos é bastante controvertido. O
consumo de bebidas alcoólicas parece aumentar a dor, recomenda-se abstenção (BEZERRA,
1993).
Devem ser evitados o uso concomitante de ácido retinóico e medicações
fotossensibilizantes (como tetraciclina, vimblastina, eritromicina) (NARDIN, 1999).
Sempre avisar ao profissional se está grávida, pois há substâncias utilizadas no
peeling que são absorvidas e caem na circulação sistêmica (EFICÁCIA, [200-]).
2.7 PEELING E JOVENS
A maioria dos jovens possui acne, sendo que esta pode surgir mais frequentemente
numa faixa de 11 a 25 anos, atingindo um percentual de 80%. Estas são classificadas em
graus, tendo grau I, II, III, IV e V. Dependendo da extensão e do tamanho das lesões, elas
interferem muito na vida do adolescente, principalmente por ser uma idade que dá muita
relevância a aparência física. Há relatos de baixa auto-estima, inibição social, ansiedade e
depressão em função da beleza física. Além de serem desagradáveis, a acne pode deixar
cicatrizes (CUNHA, 2003).
A acne é uma afecção dos folículos pilossebáceos que se localizam na face e na
região ânteroposterior do tórax. A característica desses folículos é ter uma glândula sebácea
hipertrofiada e um pêlo fino e rudimentar. Existe uma tendência hereditária na acne,
transmitida por genes autossômicos dominantes. Há bactérias que também participam desta
infecção, sendo o Propionibacterium acnes o mais freqüente (CUNHA, 2003). A acne é mais
freqüente na pele clara (MARQUET, 2007).
É bem aceitável e tolerado o peeling em jovens para este tipo de caso. A substância
indicada é o ácido acetil salicílico na concentração de 20 a 30% adicionado a um veículo
hidroetanólico (95% de álcool e 5% de água). Esta formulação é classificada como peeling
superficial. Para um melhor resultado necessita de várias sessões (CUNHA, 2003).
O fenol também pode ser utilizado para as seqüelas de acne (EFICÁCIA, [200-])
(VELASCO, 2004). O ácido mandélico tem atividade bactericida, o que o torna eficaz no
34
tratamento da acne, combatendo o Propionibacterium acnes (EFICÁCIA, [200-]). A acne
pode ser tratada com ácido glicólico (na concentração de 5 a 15%), ácido láctico, ácido
mandélico, ácido benzílico e ácido málico (NARDIN, 1999). TCA pode ser recomendado
para acne e suas posteriores cicatrizes (FRANCO, 1976). O resorcinol é indicado para
cicatrizes superficiais de acne e poros dilatados (SAMPAIO, 2000). O ácido retinóico é
utilizado para acne como creme noturno em baixas concentrações (SAMPAIO, 2000).
2.8 PEELING E IDOSOS
O processo de envelhecimento da pele inclui dois fenômenos distintos: o
envelhecimento cronológico e foto-envelhecimento. O foto-envelhecimento pode ser evitado
através do uso irregular de protetor solar desde a infância, e o cronológico é dependente de
genes cromossômicos (ZANLUCHI, 2007).
Um fator que interfere bastante na elasticidade da pele é a menopausa, a qual se
inicia por cerda dos quarenta anos, caracterizado pela queda da função ovariana. A ausência
do estradiol (hormônio), o qual ocorre na menopausa, diminui a atividade mitótica da camada
basal da epiderme, reduz a síntese de colágeno e, provavelmente, a quantidade de fibras
elásticas. Por isto que tantas pessoas desta idade se interessam por uma quimioabrasão facial
(ZANLUCHI, 2007).
Há estudos em longo prazo que demonstram que ocorrem mudanças persistentes com
o uso de tretinoína, por exemplo, o qual resulta em um aumento do colágeno dérmico,
diminuição da elastina anormal, aumento da mucina dérmica e epidérmica, melhora da junção
dermoepidérmica e diminuição da melanina. Isto comprova realmente a eficácia do peeling
facial e o porquê é tão utilizado e recomendado (ZANLUCHI, 2007).
O peeling com fenol possibilita um resultado muito bom na pele fotolesada ou
envelhecida, mas devido ao risco de toxicidade, esta é pouco utilizada (SAMPAIO, 2000). O
ácido glicólico e o ácido láctico evidenciam uma melhora nas rugas finas (BAUMANN,
2007). O peeling de ácido salicílico é indicado para o tratamento do fotoenvelhecimento leve
(CUNHA, 2003) e o ácido retinóico é também utilizado para fotoenvelhecimento (SAMPAIO,
2000).
35
2.9 POSSÍVEIS RISCOS
Em todo e qualquer procedimento pode ocorrer falhas. Por isto é muito interessante
fazer uma anamnese do paciente antes de qualquer procedimento. É muito importante
verificar se o paciente tem histórico de má cicatrização de lesões, formação de quelóides,
hiperpigmentação pós-inflamatória, pacientes que não querem ou não podem deixar de se
expor ao sol, se a pele do mesmo é extremamente sensível, entre outros fatores que devem ser
avaliados e dados relevância. Pode ocorrer erro do próprio profissional, onde este houve falha
do controle da camada da pele desejada (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
As complicações mais comuns que ocorrem no peeling químico são lágrimas que
escorrem pelo pescoço, esfoliação prematura, infecção, erupções acneiformes, equimoses,
hiperpigmentação pós-inflamatória, hipopigmentação, reações alérgicas, eritema persistente e
fibrose. No geral estas complicações são reversíveis (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
36
3 MÉTODO DE PESQUISA
3.1 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, não controlado.
3.2 ASPECTOS ÉTICOS
A identidade dos pacientes será preservada, assim como a do profissional médico ou
técnico em estética, tal como as clínicas analisadas. O projeto foi apresentado ao Comitê de
Ética de Pesquisa em Seres Humanos da FURB, o qual foi aprovado. Seu protocolo é de
número 041/09.
3.3 COLETA DE DADOS E SELEÇÃO DA AMOSTRA
O número de questionários aplicados foi de 12 questionários específicos. Foi-se feita
em parceria da pesquisa com o total de quatro clínicas de estética.
A coleta será realizada pelo autor (aluno) utilizando-se de formulário próprio
(Apêndice A). A escolha dos pacientes será realizada ao acaso, os pacientes serão abordados
após a saída da consulta de retorno. Após fazer todas as sessões estipuladas pelo médico ou
esteticista, há a consulta de retorno, onde o profissional faz a avaliação do resultado e
recuperação, muitas vezes indicando mais alguma sessão de peeling.
A aplicação do questionário específico realizou-se dentro da própria clínica. Foram
excluídos pacientes com idade inferior a 18 anos. Foram incluídos somente pacientes que
fazem uso do peeling facial em clínicas de estéticas e médicas habilitadas para tal. Os
pacientes que fazem parte da pesquisa não tem uma faixa etária estipulada, a única
especificação é que devem ser maiores de 18 anos. Os pacientes foram abordados
independentemente do seu gênero. Todas as entrevistas foram realizadas com autorização
37
prévia do paciente, do profissional da área, e também dos estabelecimentos. O entrevistado
assinarou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
3.4 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados serão analisados inicialmente através de estatística descritiva de forma a
estabelecer as freqüências simples das variáveis de estudo, apresentados por gráficos e
tabelas. Os resultados foram trabalhados a partir do programa Excel e Word.
38
4 RESULTADO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA
Foram-se aplicados doze questionários específicos.
A idade das pessoas as quais foram aplicadas o questionário do peeling foi bem
variável, mostrando idades jovens até as mais avançadas. A faixa encontrada foi de dezenove
anos até sessenta anos.
Esperava-se que a maioria dos pacientes abordados estaria mais próxima a terceira
idade, devido ao envelhecimento extrínseco e intrínseco. Mas os resultados demonstraram que
a procura pelo peeling facial abrange uma larga faixa etária.
O sexo predominante da pesquisa foi o feminino, prevalecendo 100% (somente
mulheres). Com isso, a pesquisa mostrou a maior importância do lado feminino em relação
ao masculino pela vaidade e aparência facial. A apresentação pessoal interfere muito no
quadro psicológico dos seres humanos. Segundo a Associação Médica Brasileira e Conselho
Federal de Medicina, em 2001, a prevalência da depressão é duas a três vezes mais freqüente
em mulheres do que em homens.
Procedimentos estéticos com promessas de resultados maravilhosos, com a melhora
de sua aparência física até então insatisfatória, acabam oferecendo a mulher oportunidades
com que ela se sinta melhor, mais bonita, mais vaidosa e mais admirada. Isto pode demonstrar
um importante fator do porque a maior procura do procedimento de rejuvenescimento facial é
por mulheres.
Uma observação interessante que deve ser abordado é que muitas vezes as
entrevistadas não apresentavam nenhum incomodo mais visível ou linhas de expressão mais
acentuadas em sua epiderme facial, e mesmo estando em perfeito estado, viam que havia
necessidade de fazer uma mudança. Isso tem relação com o psicológico, onde se aplica pontos
como insatisfação pessoal ligada à baixa auto-estima física.
O estado civil das mulheres mostrou-se bem equilibrado entre solteiras e casadas,
sendo nenhuma divorciada. As solteiras apresentaram-se numa prevalência de 58% e as
casadas apresentaram-se em 42%. O Gráfico 1 representa sua porcentagem.
Esta diferença de porcentagem não muito acentuada entre os estados civis solteira e
casada podem sugerir que independente da relação em que a pessoa está, continuamente a
pessoa está procurando uma melhora física, continuam vaidosas independente de ser para
alguém que não elas mesmas. Aparentemente não há interferência de uma terceira pessoa.
39
Estado civil dos pacientes pesquisados
42%
Casado (a)
Solteiro (a)
Divorciado (a)
58%
Gráfico 1: Estado civil dos utilizadores do peeling no município de Blumenau.
A quimioesfoliação mais evidenciada foi-se a superficial, sendo representada no
Gráfico 2 a porcentagem de todos os três níveis básicos do Peeling Químico Facial. O peeling
superficial liderou a pesquisa com 75% de incidência, seguida do peeling médio com 17% e
peeling profundo com 8%.
Grau de profundidade no Peeling Químico Facial
8%
17%
Superficial
Médio
Profundo
75%
Gráfico 2: Grau de profundidade mais incidente do peeling no município de Blumenau.
Há uma grande vantagem em números de pacientes que fizeram peeling facial
superficial em relação às outras profundidades. Isto pode ser explicado porque o peeling facial
superficial apresenta a vantagem de necessitar pouco tempo de recuperação e afastamento da
exposição ao sol, voltando rapidamente ao seu ritmo de vida normal. Sendo que o resurfacing
40
superficial apresenta ótimos resultados. O único porém é que este necessita de várias sessões
comparado com os de níveis médio e o profundo para atingir o mesmo resultado.
Profundidade
Produto químico
Concentração
Número
N° de
de sessões
clientes
35%
1
1
10%
1
1
Não informado
2
1
Não informado
2
1
Não informado
4
1
Não informado
3
3
Não informado
2
1
Não informado
2
1
Não informado
1
1
2
1
do peeling
Profundo
TCA (ácido
tricloroacético)
Médio
TCA (ácido
tricloroacético)
Superficial
Yellow peel
(ácido glicólico, ácido
fítico e ácido kójico)
Superficial
Peeling de cristal (ácido
salicílico)
Superficial
Ácido retinóico + clear
peel
Superficial
Ácido retinóico + clear
peel
Superficial
Ácido retinóico
Superficial
Solução de Jessner (ácido
salicílico, resorcinol e
ácido láctico)
Médio
Weekend peel
(hidroquinona, ácido
kójico e ácido azeláico)
Superficial
Ácido retinóico + ácido
Não informado
fítico + ácido kójico
Quadro 1: Dados dos produtos químicos utilizados no peeling no município de
Blumenau.
Os ácidos utilizados para o peeling foram o TCA – ácido tricloroacético (dois
clientes); weekend peel, o qual é uma associação de hidroquinona, ácido kójico e ácido
azeláico (um cliente); yellow peel, o qual é uma associação do ácido glicólico, ácido fítico,
41
kógico, vaselina e lanolina (um cliente); solução de Jessner (um cliente); ácido retinóico em
associação ao ácido fítico e kójico (um cliente); ácido retinóico (um cliente); ácido retinóico
em associação ao clear peel (quatro clientes) e o peeling de cristal, o qual possui ácido
salicílico (um cliente). O Quadro 1 apresenta melhor visualização do nível de peeling,
produtos utilizados no procedimento, concentrações, o número de sessões de cada produto e
quantos clientes se submeteram a tais procedimentos.
Houve uma ampla variedade de produtos químicos utilizados no peeling. O que se
pôde perceber na pesquisa é que o profissional usa frequentemente a mesma formulação em
suas aplicações de mesmo nível de profundidade. Como se cada profissional já tivesse a sua
técnica. Ou até mesmo pode ser uma parceira com alguma farmácia de manipulação ou
fornecedor.
Alguns críticos apontam que, como a maioria dos fabricantes não produz uma
solução de TCA (ácido tricloroacético) rotulada em concentrações apropriadas para peelings,
os médicos e esteticistas recorrem a farmácias de manipulação. Assim sendo, erros
aritméticos e de medidas, uso de cristais antigos e contaminação seriam fontes potenciais de
erro em preparados manipulados. Por exemplo, se durante o preparo os cristais de TCA (ácido
tricloroacético) ficarem expostos ao ar antes de serem pesados, eles irão absorver água e a
solução ficará mais fraca do que se pretende (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
A média de sessões feitas por cada paciente foi de duas a três sessões. Praticamente
todas as pacientes fizeram mais que uma sessão do procedimento. A maioria das pacientes
optou por quimioabrasão superficial, onde este necessita de mais sessões. Isto é uma
conseqüência da discussão anterior feita por ALMEIDA DE SÁ (2006) na Revisão
Bibliográfica, onde cita que é necessário fazer várias sessões repetidas em pequenos
intervalos do peeling em nível superficial para atingir bons resultados.
O tipo de pele mais apresentada foi a do tipo clara. O Gráfico 3 demonstra que o tipo
de pele clara com característica oleosa representou 58% das entrevistadas. E o tipo de pele
clara com característica mista representou 42% das entrevistadas. Não foi entrevistada
nenhuma paciente com a pele seca. A pele clara incidiu em 100% das entrevistadas. Isto
porque a cidade onde foi feita a pesquisa é uma cidade de colonização alemã. A maioria da
população da cidade tem a pele clara justamente por ter descendência européia. A pele oleosa,
que incidiu em sete pacientes dentre as entrevistadas, pode ser explicada pelo clima úmido da
cidade. Todas as entrevistadas são residentes da cidade de Blumenau.
42
Tipo de pele predominante dentre as pacientes
do questionário
42%
Mista e clara
Oleosa e clara
58%
Gráfico 3: Tipo de pele aplicado o peeling no município de Blumenau.
O principal motivo pela procura do peeling é em relação da pigmentação
heterogênea da pele, representando 35%. Outro motivo bastante citado é o clareamento da
pele, o qual não deixa de estar interligado com o tratamento da pele com pigmentação
heterogênea, representando 26% da procura do peeling facial. Outros fatores da procura estão
mensurados no Gráfico 4.
Principais motivos para o uso do Peeling Químico
Facial
Acne
13%
Clareamento da pele
35%
Rugas
26%
Cicatrizes
17%
9%
Pigmentação
heterogênea
Gráfico 4: Principal motivo da procura do peeling no município de Blumenau.
A maioria das pessoas ainda não tem a conscientização de usar filtro solar
diariamente no rosto. A conseqüência disto são manchas causadas pelo sol que vão
aparecendo com o decorrer do tempo de vida de cada um e a sensibilização que a pele tem aos
43
raios solares. Isto explica que a maior causa da procura do peeling facial é a pigmentação
heterogênea, resultante das manchas solares. Muitas relataram ter a consciência do filtro solar
diariamente, e que sabiam que as manchas causadas foram pela desproteção da pele do rosto.
Mas a maioria não se mostrou arrependida ou de forma a tomar maior cuidado a longo prazo
para prevenir as desagradáveis manchas.
O profissional predominante aplicador do peeling químico facial é o médico. Outros
profissionais foram citados, como Fisioterapeuta dermato-funcional. Dentre as clínicas
pesquisadas, 50% do procedimento do peeling eram manuseados por um profissional médico.
E 33% foram manuseados por um profissional esteticista. O Gráfico 5 faz a representação da
pesquisa nas clínicas de estética. O profissional predominante da prática do resurfacing facial
é o médico, por ter maior preparação científica e por ganhar maior crédito pela população.
Peelings mais profundos só podem ser realizados por médicos.
Profissional habilitado predominante na aplicacão do
Peeling Químico Facial
33%
Médico
50%
Esteticista
Outro
17%
Gráfico 5: Principal profissional aplicante do peeling no município de Blumenau.
Os cremes utilizados dias antes do peeling para fazer uma preparação da pele foram
cremes a base de principio ativo bastante variáveis. Os dias antecedentes de preparação da
pele também foram bem variáveis, porém a maioria dos profissionais das clínicas pesquisadas
fizeram uma preparação da pele em média de catorze dias antes da primeira sessão. Uma
pessoa não necessitou de preparação pré-peeling. O ácido mais utilizado para preparação prépeeling é o ácido glicólico. O Quadro 2 mensura os cremes utilizados citados na pesquisa, sua
concentração, em qual período do dia faz-se a aplicação e por quantos dias seria essa
preparação da pele.
44
Princípio ativo
Concentração
Período
Dias
Ácido glicólico
0,5%
Aplicar à noite
30 dias antes
Ácido glicólico
0,25%
Aplicar à noite
10 dias antes
Isotrex ® (Isotretinoína)
0,05%
Aplicar à noite
14 dias antes
Active C ® (Vitamina
Não informado
Aplicar 1 x dia
14 dias antes
0,01%, 4% e 0,05%
Aplicar à noite
14 dias antes
0,01%, 4% e 0,05%
Aplicar à noite
14 dias antes
C)
Tri-luma ® (acetonido
de fluocinolona,
hidroquinona e
tretinoína)
Vitacid Plus ®
(acetonido de
fluocinolona,
hidroquinona e
tretinoína)
Ácido retinóico +
hidrocaína +
14 dias antes
0,05% + 4% + 4%
Aplicar à noite
hidrocostisona
em dias
alternados
Ácido retinóico +
0,025% + 1% +
Aplicar à noite
14 dias antes
hidrocaína +
0,5%
apenas ao redor dos
em dias
olhos
alternados
Aplicar à noite
30 dias antes
hidrocostisona
Ácido retinóico
Não informado
Quadro 2: Cremes pré-peeling utilizados para o resurfacing.
A maioria das pessoas entrevistadas não fazem uso de nenhum tipo de medicação
que não esteja co-relacionada com o peeling facial. Apenas duas pacientes mencionaram estar
fazendo reposição hormonal e uma paciente mencionou usar anticoncepcional. Não foi
necessário suspender a medicação próxima à data to peeling. O Gráfico 6 representa a
porcentagem de pacientes que utilizam qualquer tipo de medicação que não esteja envolvido
com o tratamento da quimioabrasão. Apenas 25% das pacientes relataram usar algum tipo de
medicação que não esteja envolvida com o resurfacing.
45
Utilização de medicamentos não relacionados ao
Peeling
25%
Utilizam
Não utilizam
75%
Gráfico 6: Utilização de medicamentos da população entrevistada.
Através da abordagem dos pacientes pode-se notar que é limitado o conceito que a
população tem em relação a medicação. Aparentemente a população tem o conceito de que
medicamentos são formulações industrializadas que são utilizadas para enfermidades mais
graves ou crônicas (como hipertensão). Não foi relatado o uso de chás ou fitoterápicos.
Hormônios só foram citados quando a pesquisadora perguntava diretamente. Caso a paciente
tivesse histórico recente de herpes zoster, seria necessário fazer uma profilaxia de sete dias
com aciclovir via oral, mas já que nenhuma entrevistada apresentou esta situação, nenhuma
necessitou desta medicação. O profissional não perguntou para nenhuma paciente se havia
histórico de herpes. Esta pergunta só deve ser feita para peeling profundos.
Apresentaram complicações durante o
acompanhamento
42%
Sim
58%
Não
Gráfico 7: Desconforto pós-peeling em relação ao paciente.
46
Nem todas as entrevistadas relataram inconvenientes em relação a exposição da sua
pele nos primeiros dias após a aplicação do peeling. Dentre as entrevistadas, cinco pacientes
não relataram nenhum inconveniente. As sete pacientes restantes relataram ter algum
inconveniente durante sua recuperação. O Gráfico 7 faz a sua representação visual.
Dentre as sete pacientes que relataram ter algum inconveniente logo após o
procedimento, a principal complicação relatada foi o eritema da pele, que podiam durar por
até alguns dias Nenhuma necessitou de tratamento específico pela complicação apresentada,
pois não havia gravidade para tal. Outros inconveniente relatados estão mensurados no
Gráfico 8.
Principais incoveninetes após o Peeling Facial
Alterações de
pigmentação
(escurecimento da pele)
0%
33%
Aparecimento de
infecção
Eritema prolongado
59%
8%
Pequenos cistos brancos
na pele.
Gráfico 8: Principal motivo do desconforto em relação ao paciente.
A maioria das pessoas não havia histórico anterior de herpes zoster na face,
representando apenas três pessoas dentre as doze que se submeteram ao questionário. Tais
porcentagens podem ser conferidas no Gráfico 9. Das que apresentava histórico, a nenhuma
foi recomendado alguma profilaxia como aciclovir via oral. A última manifestação do vírus
mostrava-se muitos anos antes do interesse pelo peeling de cada das três clientes que haviam
histórico de herpes zoster. O que anularia o tratamento com o aciclovir. Além de que esta
profilaxia só é recomendado para peeling profundos (ALMEIDA DE SÁ, 2006).
47
Histórico de Herpes zoster
25%
Sim
Não
75%
Gráfico 9: Incidência de herpes zoster nos pacientes entrevistados.
Nenhuma das entrevistadas eram diabéticas, assim como nenhuma apresentava
predisposição a quelóide. Tais fatores seriam uma barreira para a cicatrização.
Todos os profissionais indicaram a utilização de filtro solar logo após o tratamento
(a pele está mais fina e sensível) assim como para uso diário, independente da estação do ano.
O fator de proteção solar mais recomendado é o FPS 30. Outros produtos recomendados estão
no Quadro 3.
Princípio ativo
Concentração
Período
Dias
Creme hidratante
Não fornecido
Várias vezes por dia
2 dias
0,25%
Aplicar à noite
2 meses
0,05% + 4% + 4%
Aplicar à noite
2 meses
facial
Ácido glicólico
Ácido retinóico +
hidrocaína +
hidrocostisona
Quadro 3: Tratamento pós-peeling.
Os cremes utilizados após a quimioabrasão são bem variáveis, onde todos os citados
demonstram realmente eficácia cientificamente. A maioria das entrevistadas não necessitaram
de creme pós-peeling. O que foi recomendado para todas é um creme com proteção solar.
Dentre os cremes pós-peeling mais citados foi o ácido glicólico.
48
O tempo de recuperação foi em média de três a quatro dias, onde neste tempo as
entrevistadas relataram desaparecer a vermelhidão e o começar do descascar da pele.
A maioria das clientes ficou muito satisfeita com o resultado, atingindo a satisfação
máxima em 75% das entrevistadas, 25% das entrevistadas sentiram-se apenas satisfeitas, e
nenhuma entrevistada relatou estar insatisfeita com o tratamento. O Gráfico da satisfação dos
pacientes está representado no Gráfico 10. Dentre as 25% das entrevistadas que revelaram
apenas satisfação ao resultado do peeling, todas as três revelaram ter parado o tratamento
antes do estipulado pelo profissional, o que causou a não finalização do tratamento completo,
assim os resultados apresentados não são os esperados e os estipulados pelo profissional e
pelo paciente. A causa do interrompimento do tratamento foi relatado pelas três pacientes
como a falta de recursos financeiros.
Grau de satisfação do paciente após o Peeling
Químico Facial
0%
25%
Muito Satisfeito (a)
Satisfeito (a)
Insatisfeito (a)
75%
Gráfico 10: Grau de satisfação do paciente em relação ao peeling.
Como resultado da quimioesfoliação há uma estimulação de produção de células
jovens, estimulação de colágeno e de elastina, o qual produz a recuperação de elasticidade da
pele, modula a produção de melanina, modula a secreção das glândulas sebáceas e diminui a
incidência de acne (MARQUET, 2007).
49
5 CONCLUSÃO
A satisfação das pessoas entrevistadas mostrou-se em 75%, sendo considerado um
índice bem favorável ao peeling facial. As 25% que relataram apenas estar satisfeitas podem
ser justificadas porque o profissional aplicador do peeling facial havia recomendado mais
sessões, onde a paciente interrompeu o tratamento antes de finalizá-lo. Nenhuma entrevistada
relatou estar insatisfeita com o resultado.
O peeling superficial facial foi o que mais predominou nas pesquisas entre os níveis
básicos de profundidade do peeling. Este resultado é devido ao fato de que este tipo de
peeling tem uma recuperação mais rápida se comparado aos outros níveis de peeling.
Atualmente não há uma faixa predominante dos utilizadores do peeling, sendo
apresentado na pesquisa uma faixa de dezenove a sessenta anos. Dentre as entrevistadas,
100% eram do gênero feminino, sendo que 58% são solteiras e 42% são casadas. Nenhuma
era divorciada.
O motivo mais incidente da utilização da quimioabrasão é a pigmentação
heterogênea da pele, representando 35% das reclamações. O número médio de sessões é de
duas a três sessões. E o profissional predominante da prática na técnica é o profissional
médico, representando 50% das aplicações da técnica dentre as clínicas de estética
pesquisadas.
O peeling facial, independente do grau de profundidade aplicado, é um
procedimento seguro, confiável e com bons resultados. O procedimento não faz modificações
permanentes na pele, após alguns anos, e com o menor cuidado da pele, ela perde
gradativamente a aparência e características conseguidas logo após o resurfacing. É
necessário sempre fazer a manutenção da cútis.
A pele sempre merecerá cuidados. Cuidar com a exposição solar, cicatrizes,
manchas, entre outros. A epiderme exige esforços diários. E caso haja a insatisfação da
mesma, no município de Blumenau há ótimos profissionais que estão preparados para a
aplicação do peeling facial.
50
REFERÊNCIAS
ALMEIDA DE SÁ, Edson José. Peeling de TCA. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em:
<http://www.cbmce.com.br/monografias/dr_edson_jose_almeida_de_Sa.pdf> Acesso em: 26
set. 2008.
ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA E CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA.
Diagnóstico e Tratamento da Depressão, 2001, Projeto diretrizes. Disponível em:
<http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/036.pdf>. Acesso em: 21 Mai. 2009.
BATISTELA, Mônica Antunes; CHORILLI, Marlus; LEONARDI, Gislaine Ricci.
Abordagens no estudo do envelhecimento cutâneo em diferentes etnias. Revista Brasileira de
Ciências Farmacêuticas, v.88, n.2, p.59-62, 2007.
BAUMANN, Leslie. Pele saudável: a fórmula perfeita para o seu tipo de pele, descubra o
melhor tratamento para o seu tipo de pele. Rio de janeiro: Campus, pgs. 315-316. 2007. 521p.
BEZERRA, Sarita Martins de Carvalho. O pós-operatório na cirurgia dermatológica. Anais
Brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro, v.68, n.4, p.205-7, jul./ago. 1993
CUNHA, Mônica Nóbrega. Experiência com peeling de Ácido Salicílico a 30% no tratamento
da Acne. Revista oficial da SBME, n.14, p.33-38, set. 2003. Disponível em:
<www.sbme.org.br/portal/download/revista/14/06_peeling_de_acido_Salicilico.pdf> Acesso
em: 10 set. 2008.
EFICÁCIA (Farmácia de Manipulação e Drogaria). Formulário. Balneáreo Camboriu, [200]. Documento não publicado.
FATTACCIOLI, Daniel de-Rossi. Comparación histológica entre peeling químico profundo
(fórmula de litton) y resurfacing láser CO2 ultrapulsado. Revista Dermatología Peruana,
Lima, v.15, n.1, p.30-7, ene./abr. 2005.
FATTACCIOLI, Daniel de-Rossi. Rejuvenecimiento facial integral en los tres niveles de
profundidad. Revista Dermatología Peruana, Lima, v.11, sup/.1, p.45-54, dic. 2001.
FRANCO, Talita; et al. Dermabrasão. Anais Brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro,
v.51, n. 2, p.141-63, 1976.
51
GARDONI, Benilda L. K.; et al. Avaliação Clínica e Morfológica da Ação da Hidroquinona e
do Ácido Fítico como Agentes Despigmentantes. Acta Farmaceutica Bonaerense, Buenos
Aires, v.23, n.3, p.297-303, 2004.
KALACHE, Alexandre; VERAS, Renato P.; RAMOS, Luiz Roberto. O envelhecimento da
população mundial, um desafio novo. Revista Saúde Pública, São Paulo, v.21, 200-10, fev.
1987.
LEVY, Johnny Obadía; et al. Peeling químico, variantes del método, evaluacion de
resultados. 1981. Disponível em: <http://svdcd.org.ve/revista/1981/Vol%2001/DV-1-1981peelingquimico.pdf> Acesso em: 22 mar. 2009.
MARQUET, Ana Dolores López et al. Peeling Químico Superficial con ácido tricloroacético
en acné juvenil grado I, II y III. Revista FDC, Havana, v.1, n.2, jul./dic. 2007. Disponível em:
<http://bvs.sld.cu/revistas/fdc/Vol1_02_07/fdc05207.htm> Acesso em: 10 ago. 2008.
MESKI, Ana Paula Gomes. Estudo comparativo da pele pré e pós-quimioabrasão para
tratamento de rítides da região perioral: avaliação clínica e imuno-histoquímica. Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2005. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5133/tde-19032007-093446/>. Acesso em: 02
abr. 2009.
NARDIN, P.; GUTERRES, S. S. Alfa-hidroxiácidos: aplicações cosméticas e dermatológicas.
Caderno de Farmácia, Porto Alegre, v.15, n .1, p.7-14, 1999.
NUNES, D. L. M; et al. Clear Peel + CROSS: tratamento cicatrizes de acne. Indústria
Milennium. 2006. Disponível em: <http://www.industra.com.br/industra/view_artigos.php>.
Acesso em: 30 mai. 2009.
SAMPAIO, Sebastião de Almeida Prado; RIVITTI, Evandro A. Dermatologia. 2. ed. São
Paulo: Artes Médicas, 2000. 1155 p.
SANTANA, E. N.; et al. Estudo comparativo das alterações morfológicas da pele de
humanos jovens, adultos e idosos em um estado do Nordeste do Brasil. Revista Eletrônica
de Pesquisa Médica, v.3, n.1-4, p.44-49, jan./dez. 2000. Universidade Federal do Ceará.
Disponível em: <http://www.fisfar.ufc.br/pesmed/index.php/repm/rt/printerFriendly/96/0>.
Acesso em: 23 mai. 2009.
SANT’ANNA, Paulo Afrânio; et al. A expressão de conflitos psíquicos em afecções
dermatológicas: um estudo de caso de uma paciente com vitiligo atendida com o jogo de
areia. Psicologia teoria e prática, São Paulo, v.5, n.1, p.81-96, jan./jun. 2003
52
SCATTONE, Luciane. Peeling. Disponível em:
<http://www.lucianescattone.com.br/index_arquivos/Page387.htm> Acesso em: 15 out. 2008.
TAKACS, Andréa Pires; VALDRIGHI, Virgínia; FERREIRA, Vicente José Ferreira.
Fonoaudiologia e estética: unidas a favor da beleza facial. Revista CEFAC, n.42, p.111-116,
abr. 2002. Disponível em: <http://www.cefac.br/revista/revista42/Artigo%203.pdf> Acesso
em: 28 set. 2008.
TECNOLOGIAS DA SAÚDE ONLINE. Despigmentantes: Informação e aconselhamento
para uma correcta utilização. TDTOnline Magazine, Lisboa. Disponível em:
<http://www.tdtonline.org/PDF/Farmciaartigo.pdf>. Acesso em: 30 mai. 2009.
VELASCO, Maria Valéria Robles et al. Rejuvenescimento da pele por peeling químico:
enfoque no peeling de fenol. Anais Brasileiros de Dermatologia , Rio de Janeiro, v.79, n.
1, p.91-9, jan./fev. 2004.
ZANLUCHI, Neuma. Tratamento do fotoenvelhecimento facial com estradiol e tretinoína.
Revista oficial da SBME, n.17, p.3-7, jan. 2007. Disponível em:
<http://www.sbme.org.br/portal/download/revista/17/materia01.pdf> Acesso em: 10 set.
2008.
53
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
54
Questionário para Peeling facial:
Nome: __________________________________________________
Data de nascimento: ___/___/___
Sexo:
Feminino
Estado civil:
Masculino
Casada(o)
Químioesfoliação:
Solteira(o)
Divorciada(o)
Superficial
Médio
Profundo
Produto utilizado:
Ácido glicólico
Fenol
Ácido retinóico
Ácido salicílico
Solução de Jessner
Ácido tricloroaético
Resorcina
Alfahidróxiácidos
Solução de Baker-Gordon
Outro____________________________________
Número de sessões: _________________________________________
Tipo de pele do(a) paciente: ___________________________________
Motivo(s):
Acne
Clareamento da pele
Pigmentação heterogênea
Profissional habilitado:
Médico
Preparação pré-peeling:
NÃO
Rugas
Cicatrizes
Outro_________________
Esteticista
Outro __________
SIM. O que foi utilizado?__________
O(a) paciente faz uso de algum medicamento:
NÃO
SIM (*)
(*) Qual/quais? ____________________________________________
(*) Foi suspenso próximo ao período do peeling facial? _________________
55
Surgimento de alguma complicação durante o acompanhamento?
NÃO
SIM (*)
Alterações de pigmentação (*)
Eritema prolongado (*)
Aparecimento de infecção (*)
Pequenos cistos brancos na pele (*)
Outro_______________________________________________ (*)
Devido à complicação, alguma medicação foi recomendada? (*)
NÃO
SIM. Qual?____________________________________
Há histórico do(a) paciente de aparecimento de herpes?
NÃO
SIM. Precaução_________________________________
Há histórico do(a) paciente ter predisposição a quelóide?
NÃO
SIM. Precaução_________________________________
O(a) paciente possui Diabetes Mellitus?
NÃO
SIM
Após o peeling foi recomendada alguma medicação, como analgésicos ou pomadas?
NÃO
SIM. Qual?____________________________________
Tempo de recuperação: ______________________________________
Preço do tratamento: R$______________________________________
Grau de satisfação:
Muito satisfeito(a)
Satisfeito(a)
Insatisfeito(a)
Download

UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CENTRO