XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 Caminhos de Assis – um processo de produção turística Maria do Socorro Gondim Teixeira (UFRN) [email protected] Fernanda Ester Teixeira Lima (SETUR-CE) [email protected] Resumo O setor de turismo tem passado por diversas transformações que o fazem um vetor de desenvolvimento para os estados que possuem atrativos turísticos ainda não descobertos pelo mercado. O processo de produção de um produto turístico diferencia-se dos demais por ser este produto um amálgama de outros bens e serviços. Esse artigo tem por objetivo mostrar o processo de produção de um produto turístico a partir da transformação de rotas de peregrinação cristãs a Canindé, estado do Ceará, os Caminhos de Assis. Aponta-se a política de turismo adotada neste estado, ressaltando o modelo de gestão compartilhado e o uso de rede de informações com o intuído de diversificar e interiorizar o produto turístico Ceará, ao mesmo tempo em que fomenta o desenvolvimento local sustentado. Palavras chaves: produto turístico, planejamento territorial, gestão 1. Introdução O produto turístico diferencia-se dos demais produtos por ter características próprias, tais como a intangibilidade e uma certa rigidez de oferta e o fato de que o consumidor desloca-se para obtê-lo. Compõem este produto além dos meios de hospedagem, das agências de viagem, da restauração, do entretenimento, os serviços auxiliares, os recursos naturais e culturais, as infra -estruturas e equipamentos e demais fatores que podem agregar valor. O desenvolvimento do setor turístico exige cada vez mais, uma maior adaptação dos produtos turísticos frente aos vários segmentos da demanda. O setor turístico oferece condições de fomentar o desenvolvimento local, desde que se verifiquem alguns aspectos do entorno, onde mais um produto turístico está sendo criado. A política de turismo do estado do Ceará adotou como um componente básico para desenvolver o setor turístico, a questão da territorialidade, e o modelo de gestão compartilhada entre os diversos agentes públicos e privados. Este modelo pressupõe uma organização em rede, interligada com o sistema de informações, utilizando as ferramentas da tecnologia de informação. Trata-se de um modelo de gestão em parceria que forma “uma rede saudável que integram e sustentam as forças de competição – participantes independentes com múltiplos líderes – e as forças de cooperação – unificando propósito e interligações voluntárias.”(Lipnack e Stamps, 1994). Este artigo tem por objetivo mostrar o processo de produção de um produto turístico a partir da transformação de uma manifestação endógena já existente, constituída pelas rotas de peregrinação cristãs a Canindé, denominado Caminhos de Assis, no estado do Ceará. A criação desse produto visa agregar valor turístico e dar condições objetivas aos peregrinos que se deslocam a pé ao longo de uma rota pré estabelecida. Os Caminhos de Assis apresentam-se como um produto completo, no qual se observam as diversas etapas da concepção, da construção, da operacionalização, da gestão e da comercialização. Toma-se por base o desenvolvimento local sustentável e modelo de gestão em rede envolvendo os diversos agentes que atuam no caminho, as administrações públicas, a iniciativa privada, as comunidades e a igreja católica. O trabalho divide-se em quatro partes, além da introdução. A ENEGEP 2003 ABEPRO 1 XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 segunda seção mostra as características do produto turístico e o modelo de gestão em rede, ressaltando a logística que permeia toda a criação e operacionalização do mesmo. Como terceira parte, traz-se a política de turismo no estado do Ceará e aponta-se os principais pilares dessa política. Os Caminhos de Assis são mostrados na quarta parte, incluindo toda a etapa de concepção e objetivos da criação desse produto. Nas considerações finais, aponta-se para a viabilidade das transformações do produto Caminhos de Assis, que intensificará a peregrinação, levando ao desenvolvimento local. 2. O produto turístico e o modelo de gestão O conceito do produto turístico na perspectiva do consumidor corresponde a um pacote de componentes tangíveis e intangíveis, baseados numa atividade num destino. Valls (1996, p. 198) define como componentes do produto turístico os bens, serviços auxiliares, os recursos naturais e culturais, as infra-estruturas e equipamentos, a gestão, imagem de marca e preço. Do ponto de vista do marketing esse é o produto do lado da oferta ou produto tangível. Já a definição de Lemos (2000) assemelha-se com a de produto ampliado que é o de percepção do consumidor. Esse autor faz uma distinção entre macro-produto turístico, também denominado de produto agregado, relacionado a um destino turístico – cidade, região ou pais, e micro-produto turístico, relacionado a cada um dos valores que compõem a cadeia produtiva do turismo. Assim, o macro-produto turístico se relaciona aos serviços de hospitalidade, transporte, sinalização, segurança, aos recursos naturais, valores culturais e outros que geram valor turístico. O macro-produto turístico distingue o produto principal, isto é, o destino e seus atrativos que despertam no consumidor a vontade de viajar e a expectativa de um benefício. Assim, o produto principal de Fortaleza será, por exemplo, a praia, o clima e a vida noturna. Distingue também os produtos periféricos que sempre acompanham o produto principal com funções indispensáveis como os alojamentos, os restaurantes, o aluguel de veículos a sinalização e a informação. Um terceiro tipo são os produtos complementares, que agregam valor ao produto principal tais como: as feiras, a animação cultural, o comércio em geral, as casas de show, o artesanato, entre outros. O processo de criação e de estruturação de um produto compreende as seguintes fases (Valls, 1996, 221): 1 - O conhecimento das necessidades não satisfeitas pelo mercado e suas causas, das modificações necessárias e das inovações possíveis a nível técnico e econômico. 2 - A capacidade territorial, de gestão e empresariais, a capacidade econômica, financeira e tecnológica; os recursos humanos; as condições físicas do meio natural, o consenso da população. 3 - O entorno competitivo. 4 - Os fatores críticos de sucesso: utilidades demandadas pelo mercado, atividades que se podem desenvolver, os serviços que podem oferecer, elementos fixos de infra-estrutura, elementos móveis e intangíveis. 5 - A criação do produto: trata-se da concepção e do desenvolvimento do produto, no qual são feitos a partir das potencialidades, infra-estrutura, condições de transformações para atender o público objetivo e os benefícios que serão ofertados ao dito público. A criação do produto abrange o desenho de todas as fases para que o mesmo, seja estruturado e ofertado no mercado. ENEGEP 2003 ABEPRO 2 XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 6 - A estratégia competitiva: para fazer realidade a experiência, estruturando o produto, a comercialização e a comunicação, enfocam o segmento ou nicho de mercado a que se dirigem. Esta estratégia pode ser especialização, de diferenciação ou de preços. 7 - A estruturação do produto: composto dos processos de produção que engloba todos os passos para o perfeito atendimento aos clientes, os recursos humanos com suas capacidades operativas, afetivas e motivacionais e os elementos do espaço físico onde se desenvolvem as atividades. A criação e a estruturação de produtos turísticos tem como núcleo de recursos humanos, que planejam, implantam os processos de produção, articulam os diversos fatores, selecionam os suportes físicos, divulgam e comercializam esses produtos. A este conjunto de atividades, articulado e organizado, corresponde a gestão de produtos turísticos. A gestão do produto é uma arma competitiva que organiza o destino ou produto como um negócio rentável que ao mesmo tempo deve atender a ótica do consumidor. O Quadro a seguir resume os enfoques do produtor e do consumidor. Produtos turísticos segundo a ótica do produtor e do consumidor. Ótica do Produtor Ótica do Consumidor Entorno, urbanismo, arquitetura, ambientação Produto e prestação do serviços, comodidade, localização dos elementos físicos. funcionalidade. Infra-estrutura e equipamentos – existência e Capacidade das infra-estruturas localização. equipamentos, facilidade de acesso e uso. e Funções do pessoal, especificação de tarefas e Tratamento humano e personalizado, simpatia desempenho. e presteza por parte do pessoal. Ampliação da gama de produtos ofertados. Valorização da amplitude de assessoramento. Busca da utilidade Desejo do valor de uso, de representação e de sociabilidade. Fixação de preços Relação qualidade – preço e/ou forma de pagamento. Preocupação como serviço/produto. o funcionamento do Avaliação da experiência vivida Fonte: Vall (1996). Elaborado pelas autoras. A gestão, portanto, deverá ser o instrumento catalisador e articular das duas óticas, isto é, conduzir o processo de produção para satisfazer e corresponder às expectativas dos consumidores – turistas. 3. A política estadual do turismo – Ceará A política nacional do turismo segue de perto a orientação da Organização Mundial do Turismo – OMT, no que tange ao novo padrão de desenvolvimento e de fomento do turismo, tendo este que ser realizado através de planejamento integrado e de avaliação dos atrativos turísticos, criação e manutenção de infraestrutura, para tornar viável o uso adequado dos equipamentos turísticos, bem como programa de marketing capaz de promover o destino a ser desenvolvido. OMT apud FONATUR(1992). Para o governo do estado do Ceará, o desenvolvimento do turismo deve englobar os agentes públicos e privados, dotando o estado de uma estrutura turística integrada e moderna. Dá-se, então início a uma fase de turismo planejado, cujo diferencial reside na implantação de uma estrutura técnico-organizacional voltada para uma administração estratégica e engajada na ENEGEP 2003 ABEPRO 3 XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 decisão governamental de considerar, de fato, o turismo entre as principais âncoras para a promoção do desenvolvimento econômico em todo o estado. Parte-se do ponto de vista de que o turismo é uma atividade econômica estruturadora, capaz de fomentar o desenvolvimento local. É também uma atividade de forte impacto sobre a base fixa do estado, e guarda íntima ligação com as políticas de ordenamento urbano, de recursos hídricos, de transportes e de meio ambiente. Partindo de um enfoque sistêmico, a política de turismo apresenta três pilares. A ação territorial visa ordenar o espaço físico, criando macroregiões e observando os aspectos físicos, geográficos, ambientais, sócio-econômicos e normativos da base territorial. A ação institucional inclui a promoção, o marketing, a informação e a gestão institucional do turismo. A ação comercial divide-se em comercialização e fomento do turismo. O Estado do Ceará foi dividido em seis macrorregiões turísticas, de acordo com os indicadores físico, estrutural, climático e geomorfológico de cada área estudada.. A partir dessa divisão adotou-se uma estratégia espacial contemplando os aspectos ambiental, turístico, sócio econômico, desenvolvimento urbano, transporte, infra-estrutura e gestão do solo. Como resultado, foram identificados pólos e corredores turísticos de dominância e estágios diversificados de desenvolvimento. Os Caminhos de Assis fazem parte da macroregião 2, onde se situa Fortaleza e a Região Metropolitana. Esta divisão aponta para a interiorização do desenvolvimento econômico do estado e para a diversificação e descentralização dos produtos turísticos, que deixam de ser ofertados ao longo do litoral, o turismo Sol e Mar. Aponta também para uma adaptação e oferta de novos produtos turísticos para segmentos diferenciados de demanda. Outros produtos advêm dessa mudança, o que só favorece as comunidades locais. O produto turístico Ceará, criado a partir de investimentos em cada macroregião, compete com outros produtos, sejam nacionais ou internacionais. O mercado mundial do turismo exige a criação de novos produtos, como também uma crescente adaptação destes à diversificação dos segmentos da demanda. Os nichos de demanda levam a esse movimento do setor turístico e fazem com que os novos produtos já surjam com um alto grau de competitividade. Nesse sentido, destaca-se que o modelo sistêmico adotado pelo governo do Ceará, como será visto na seção seguinte, prioriza as áreas cujos recursos naturais ainda não passaram por transformações e que sejam capazes de se tornar um produto turístico competitivo, observando os fatores sistêmicos, macroeconômicos político-institucionais, infraestruturais, entre eles, disponibilidade de energia, transportes, telecomunicações, insumos básicos e serviços tecnológicos, sociais, como a qualificação de mão de obra, e os fatores internacionais, sobretudo a tendência do mercado turístico mundial.FERRAZ e all (1995, p.312). 4. Os Caminhos de Assis – Produto turístico Os caminhos de Assis compreendem rotas de peregrinação cristã em direção a Canindé, no sertão do Ceará, centro de devoção a São Francisco de Assis. As rotas principais já existem, partindo de Fortaleza, capital do estado do Ceará, passando por Maranguape, Caridade e Canindé, cujas distâncias são de 26Km, 93Km, e 140Km respectivamente. As romarias ocorrem por motivos díspares, dos problemas cotidianos e relacionados com a saúde à necessidade de poder confiar temores e esperanças e de poder demonstrar agradecimento pela ajuda milagrosa recebidas em ocasião de infortúnio. Existe também o aspecto cultural e lúdico de caminhar para conhecer terras diferentes, costumes diversos, gente, arte e história. ENEGEP 2003 ABEPRO 4 XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 As primeiras romarias no Ceará têm origem em Canindé, quando da construção da antiga capela de São Francisco, em 1775. Os rumores do primeiro milagre atribuído ao Santo fizeram do lugar um Santuário, lugar e meta de peregrinação e como vetor de espiritualidade, o santo padroeiro – São Francisco de Assis. O produto, portando, que está sendo transformado, compõe-se, entre outros, de um roteiro turístico de cunho religioso e ao mesmo tempo ecológico e rural, percorrendo regiões de serra e dos sertões. O mercado visado para este produto é constituído pelos peregrinos regionais e nacionais e pelos componentes da ordem franciscana do país e do exterior. São pessoas pertencentes à ordem terceira constituída pelos leigos, estudiosos do fenômeno religioso de massa, pessoas religiosas que buscam a paz espiritual e o contato com a natureza, aventureiros, trilheiros e adeptos do turismo rural, universidades católicas, professores e pesquisadores. Os peregrinos são em sua maior parte do nordeste do país. Os turistas são compostos de brasileiros e estrangeiros que cultuam São Francisco: Itália, França, Alemanha, Portugal e Espanha. As vantagens competitivas apresentadas por Canindé podem ser observadas quanto à localização, pois está próximo a Fortaleza, que possui aeroporto internacional e acesso por vias pavimentadas. O percurso feito atravessa áreas de piemonte bastante verdes e áreas de semi-árido, com seu diferencial e exotismo. Em termos culturais, observam-se os rituais sagrados, o artesanato, a arquitetura, os mitos e as histórias, a organização das romarias e costumes do povo nordestino. Quanto à simbologia, tem-se o culto de São Francisco, protetor da ecologia e santo da paz. O caminho existente é antigo e se desenvolve às margens das rodovias principais, une localidades maiores, algumas diferenciadas entre si. Os caminhos internos possuem trajetos mais curtos, em leito natural, por vezes mais interessantes, facilitam a caminhada, mostram entornos específicos e desvios que permitem o acesso a monumentos ou lugares de principal interesse. A transformação das rotas existentes prevê a criação de infraestruturas que incluem as trilhas, a rodovia, os pontos de apoio, chamadas de áreas de acolhida com suas diversas hierarquias, as estações religiosas e refúgios, os chafarizes e fontes de água, os parques, os pontos de partida e de parada, as áreas urbanas entre outros. Como foi visto na segunda seção, a gestão torna-se o grande desafio a ser vencido, dado que os Caminhos de Assis é um produto heterogêneo que envolve ao mesmo tempo inúmeros micro-agentes espalhados territorialmente, diversos e diferenciados órgãos públicos – estaduais, municipais e federais e ainda a igreja católica. Outro destaque, na construção desse produto é a adequação do uso de novos modelos de gestão e de tecnologia da informação para evitar a perca das características transcendentais e referentes ao Caminho; suas dimensões devocionais, espirituais, de confiança e esperança, e ao mesmo tempo o caráter cultural e lúdico. Em complemento ao modelo de gestão, as informações são de suma importância para a operacionalização do produto. São informações internas à própria organização do caminho e servirão para planejamento, definição de estratégias, operacionalização, monitoramento e controle de qualidade. E outras dirigidas ao mercado, que, embora tenham a mesma natureza, deferem em grau de detalhamento. No que tange à comercialização do produto Caminhos de Assis, a figura 1 resume os principais agentes envolvidos bem como mostra o mercado concorrente. ENEGEP 2003 ABEPRO 5 XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 CENÁRIO COMERCIAL Destino: Canindé-CE (BR) Produto: Caminhos de Assis, cultural universal, 2º maior santuário no mundo, exotismo e natureza diferenciada (sertão, CONCORRENTES MERCADO Santiago de Compostela (Espanha) Destino tradicional. Roteiro internacional. Diversidade de serviços. Aparecida do Norte (São Paulo) Maior santuário do Brasil. Rede hoteleira infra-estruturada / organização. Círio de Nazaré (Belém) Rede hoteleira. Fátima (Portugal) Infra-estrutura e serviços. Imagem internacional. Lourdes (França) Infra-estrutura / imagem consolidada. Juazeiro do Norte (Ceará) Infra-estrutura. Roteiro religioso/romaria a São Francisco. Período: Todo o ano, especialmente nos meses de outubro a dezembro. Mercado: Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, América Latina. Venda direta às associações, conventos, irmandades, universidades. Publico: religiosos, pesquisa-dores, adeptos de São Francisco, romeiros locais. 5.Considerações finais A concepção do produto turístico Caminhos de Assis partiu da orientação da política de turismo no Estado do Ceará face as mudanças observadas no panorama turístico mundial. A necessidade de diversificar e adaptar os produtos turísticos a novos segmentos da demanda, de interiorizar a oferta turística e com isso promover o desenvolvimento local sustentado e agregar valor a áreas de baixa renda e que possuem atrativos naturais capazes de ser transformados em um produto turístico comercializável norteou a política do turismo. Seguindo o modelo de gestão em rede, a concepção do produto turístico teve por base um forte componente de territorialidade, que priorizou os condicionantes existentes na região por onde as rotas costumam passar, mantendo as características dessa região, no intuito de não inibir os romeiros contumazes, cujo número varia entre 600 mil a dois milhões de romeiros ao ano. Estes são compostos por grupos organizados sistemáticos, grupos que se organizam para pagamento de promessas, ou grupos que se formam através de um organizador, proprietários ou locador de ônibus ou caminhão. Mantendo a prática já existente, e com a agregação de valor através da criação de infra estrutura, outros romeiros, turistas brasileiros ou estrangeiros serão atraídos. A transformação das rotas existentes fará com que o produto turístico Ceará torne-se mais competitivo, já que a prática de peregrinações costuma ocorrer em outros países, o que demonstra a existência de um segmento voltado para esse tipo de produto. Os equipamentos e a infra estrutura que estão sendo implantados acompanham os romeiros ao longo de todo o percurso. Para a operacionalização dos Caminhos de Assis foi previsto um ENEGEP 2003 ABEPRO 6 XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003 forte acompanhamento logístico que permitirá ao peregrino fazer o percurso de 118Km com todo apoio por parte dos agentes que operam o caminho. Os agentes envolvidos, sejam eles público ou privado, acreditam que com a implantação e o início da operacionalização dos Caminhos de Assis, já com as devidas transformações fará com que os três municípios envolvidos sejam beneficiados, pois estarão contribuindo diretamente com a gestão e operacionalização do produto. Referências BODLENDER, J et al. (1991) - Developing in tourism destinations: polices and perspectives. Longman,.Hong Kong. BOULLÓN, R. C. (1988) - Planificación del espacio turístico. Trillas, México. CAVASSA, César R. (1994) - La modernización y administración de empresas turísticas. Trillas, México. EDGELL, D. L. (1990) - International tourism policy. Van Nostrand Reinhold, New York. FERRAZ, João C. et all. (1995) - Made in Brazil: desafios competitivos para a indústria. Campus, Rio de Janeiro. KAPLAN, Robert S., Norton, david P. (1997) - A estratégia em ação. Campus, Rio de janeiro. KOTLER, Philippe. e Hider, Donald. (1995) - Marketing Público. 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