“SANEAMENTO AMBIENTAL DO COMPLEXO DE DESTINO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO AURÁ – MUNICÍPIO DE BELÉM” Concepção e Coordenação: PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM. (1) Lopes, F.E.P (2) Sabat, E.F.A (3) Carvalho, I.S. (4) Araújo, E. C. (5) Borges, A. C. F. Elaboração: L.M. Tratamento de Resíduos LTDa. INTRODUÇÃO O presente capítulo tem como escopo, reunir as informações básicas e os dados técnicos de caracterização da área, que permitiram a elaboração deste projeto. O município de Belém está localizado na região norte do Brasil, capital do estado do Pará, possuindo uma área de 736 Km². O clima é tropical, apresenta uma parte continental de terras firmes e outra insular, com mais dez ilhas, somando mais de 65% do total de terras do município. De acordo com o IBGE (3), a estimativa da população de Belém é de 1.525.039 habitantes, cuja geração de resíduos urbanos destinados ao Aterro, é de 1.035 t/dia incluindo os resíduos domiciliares, hospitalares, feiras e mercados e parte dos entulhos. O Aterro Sanitário do Aurá está situado na periferia da cidade de Belém, à esquerda do Rio Aurá, na divisa com o município de Ananindeua, numa localidade denominada Santana do Aurá distante 13Km do centro de Belém. A área do empreendimento é de 160Ha ocupando uma área de 60Ha com o aterramento de lixo e infraestrutura. O relevo natural do terreno apresenta uma suave declividade, média de 1%, com caimento no sentido Norte para Sul, direcionado as águas superficiais para os igarapés. A geomorfologia da área e sua ocupação são discriminadas na TABELA 2.1 (ANEXO1). Na circunvizinhança, predominam vegetação autóctone, onde se encontra preservada uma grande extensão de floresta equatorial e mata ciliar composta de vegetação de igarapés. TABELA 2.2 (ANEXO 1) O clima do município de Belém é do tipo tropical úmido, com temperaturas variando entre 32,4°C na máxima de 21,9°C. O período de chuvas intensas, ocorre principalmente entre os meses de janeiro a maio, sendo a precipitação total anual oscilando em torno de 2.825mm. A umidade relativa do ar é bastante elevada durante todo o ano, oscilando entre 81% a 92%, com média anual de 87%. O total médio anual de evaporação é aproximadamente de 634mm, e o total médio anual de insolação é de 2.135 horas. Os ventos denominados oscilam entre o Norte e o Sudeste, com uma predominância para Leste, e, grande ocorrência de colunarias, principalmente à noite. A velocidade média do vento apresenta uma pequena variação que vai de 1,3 a 2,0 m/s, sendo que os valores mais altos são obtidos durante à tarde. Os estudos de caracterização hidrogeologica e geotécnica da área em questão foram realizados por Geofort Fundações. Os procedimentos e métodos adotados compreenderam o reconhecimento geológico local de superfície e método de investigação direta através de sondagem mecânica do tipo SPT – Standard Penetration Test, e trado manual, objetivando, a definição da área e seus reconhecimentos em subsuperfície, às relações litoestatigráficas e estruturais, posição do nível d’água, as estimativas de parâmetros de resistência do substrato, a avaliação da ordem de grandeza das permeabilidades e a tentativa de definição do comportamento e tendência de fluxo do lençol freático. A área em questão faz parte da umidade tectônica da Plataforma Sul-Belém, denominada Escudo Atlântico. A estatigrafia está representada por uma seqüência sedimentar cenozóide que inclui a cobertura sedimentar terciária de idade mioceno – pleistoceno, constituída pelo grupo barreiras e para formação pirabas; por sedimentos do quaternário recente; por rochas pré-caimbrianas da série gurupi e por afloramento de rochas cristalinas, a litologia local constitue-se de sendimentos do mioceno superior e do holoceno. Mioceno Superior, é representado pelo grupo de barreiras que apresenta litologia variando de argilas muito finas a leitos conglomeráticos. Predominam arenitos finos e siltitos bem estratificados de coloração variada. Associadaos a estes sedimentos ocorrem aglomerados grosseiros de areia sedimentados por óxido de ferro. O holoceno é representado por depósitos aluvionares compreendendo areias, siltes, argilas e cascalhos. A umidade de relevo dominante na região, pertence ao planalto rebaixado da Amazônia, apresentando superfícies pediplanadas em retomada de erosão desenvolvida em rochas sedimentar, em geral recoberta por depósitos inconsolidados. Os solos que ocorrem na área, pertencem às umidades latossolo amarelo distrofico e solos concrecionários lateriticos indiscriminados distroficos. A caracterização da área em questão é de formação sedimentar constituída de areia com mistura de silte e argila, em processo de concrecionamento. A área está situada próxima a margem esquerda do Rio Aurá, afluente do Rio Guamá, formando uma microbacia com drenagens de pequeno porte e pouca extensão, como os igarapés Santo Antônio, Pescada, Juvêncio Juruca e Santana. A Oeste da área, situados a 1.400 metros de distância, localizam-se os mananciais Bolonha e Água Preta que abastecem o município de Belém. Os mananciais pertencem a uma bacia hidrográfica distinta da Bacia Aurá, por um divisor de águas, de cotas altas, perfeitamente definido e coincidente com a estrada da Águas Lindas. Para a caracterização das águas subterrâneas e com o objetivo de garantir o monitoramento e manutenção da qualidade atual dos aqüíferos foram construídos sete poços tubulares de 75mm de diâmetro, localizados nos limites do terreno, nos vértices M-5, M-6, M-7, M-8, M-9 EM-10. A população de Belém tem apresentado crescimento acentuado nas últimas décadas, conforme dados censitários do IBGE – TABELA 2.3 (ANEXO 1). O estudo da projeção da população foi considerado para o período de 1996 a 2017, baseado na taxa de crescimento populacional que, de acordo com o IBGE, resultou em 2,65% a.a. Desta forma, a estimativa da população para o período citado está na TABELA 2.4 (ANEXO 1). As composições físicas do lixo gerado no município de Belém são apresentadas na TABELA 2.5 (ANEXO 1) e procedimentos de amostragem segundo a ABNT. Como se observa na tabela, o teor de matéria orgânica gira em torno de 58%, enquanto que o teor de recicláveis, incluindo: papel e papelões, plásticos, metais e vidros, é da ordem de 36%, revelando assim o alto nível de desperdícios desses materiais. Para a quantificação total do lixo domiciliar disposto até outubro de 1997, utilizou-se os dados de projeção populacional apresentados anteriormente, bem como os dados básicos de produção per capta de resíduos 0,66 hab/dia. Portanto, a quantificação total de resíduos dispostos no Aterro de Belém, de outubro de 1990 a outubro de 1997, totaliza 2.432.923 toneladas, que corresponde a um volume de ocupação de 3.070.051 m³ conforme TABELA 2.6 (ANEXO 1). A composição física do lixo velho foi obtida através de ensaios de segregação realizadas no Aterro de belém pela equipe da L.M. Tratamento de Resíduos LTDa. Nestes ensaios, quatro amostras foram retiradas de locais diferentes e ensaiadas de acordo com o metologia de segregação, que permite dividir as amostras em três componentes principais: segregado leve grando, que consiste de plásticos, trapos, couros etc; segregado pesado grando, que consiste de metais, vidros, pedras, etc; segregado pesado miúdo, que consiste de finos compostos de argila, areia, cinza, matéria orgânica crua e com algum grau de estabilização; conforme TABELA 2.7 (ANEXO 1). Em termos físicos-químicos e microbiológicos, o lixo velho apresenta-se com odor característico de matéria orgânica em estado avançado de decomposição termoquímica com fortes indícios de ter sido queimada, favorecendo o Tratamento Terciário, o qual pode ser antecipado, o utilizando o material segregado na cobertura diária e na recomposição ambiental das jazidas exauridas em torno do Aterro. Os estudos de sub-solo elaborados por BASTOS, R. G. P. e ALVES, J. G. V., mostram que os fluxos de líquidos são horizontais. Foi determinado in-situ coeficiente de permeabilidade Ok = 2,8*10-7 cm/seg, evidenciando que o sentido de caminhamento da pluma é horizontal, com tempo de percolação estimado em 70 anos para atingir o lençol freático. As características físicas, peso específico do lixo produzido em Belém, situam-se dentro dos valores médios encontrados no país, ou seja: lixo novo/ 〥=150 a 250Kg/m³, 〥= lixo venho 〥= 800 a 1.100Kg/m³. Em função dos resultados médios obtidos nos ensaios de segregação, foram determinados os seguintes valores: 〥1max = 800 a 1.000Kg/m³ para lixo em fase acetogênica 〥max = 1000 a 1.100Kg/m³ para lixo em fase metanogênica 〥max = 1.200 a 1.300Kg/m³ para lixo em fase alcalinogênica. MODELO PROPOSTO: O lixo de Belém, após a coleta, totalizando 1.035 t/dia, deverá ser levado ao local de tratamento, o sítio a ser remediado. Quanto aos resíduos domiciliares, 983 t/dia, deverão ser dispostos juntamente com os resíduos de feiras e mercados, nas células de aterramento, onde através da atividade tratados e convertidos em gases, líquidos e sólidos bioestabilizados. Os gases gerados durante o processo durante o processo de remediação, deverão ser coletados por exaustão forçada e queimados de forma contratada e segura nas estações de tratamento de gases ETE em cada célula. Quanto aos líquidos, estes deverão ser utilizados no tratamento da massa sólida através de lixiviação e, em seguida, receber tratamento terciário nas estações de tratamento de chorume, ETC,para finalmente serem lançados nas Lagoas de Controle Biológico e após monitoramento e controle da qualidade final do efluente, seguir para o Rio Aurá. Este cenário será implementado com o Sistema de Segregação que possibilitará o processo de reabertura das células e segregação dos resíduos, e a Unidade de Destino Final possibilitará a destinação final do material inerte gerado na aterro. - SISTEMAS DE TRATAMENTO CÉLULAS Célula 1 Célula 2 Célula 3 Célula 4 Célula 5 Célula 6 Célula 7 Célula 8 Célula hosp. 1 Célula hosp. 2 Célula hosp. 3 - COTAS DO COTAS DA DECLIV. TOPO (M) 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 20,00 11,00 13,00 12,50 BASE (M) 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 DA BASE (%) 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 - DEFINIÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO DE TERRA A movimentação de terra consiste nas atividades de corte e aterro, necessárias a execução das células de aterramento. O balanço de terra foi definido em função das seguintes obras : Cortes execução das bases das células C5, C6, C7, C8 e célula hospitalar. Aterros execução da cobertura final de todas as células, execução da cobertura diária de todas as células, execução das barreiras verticais e de sub-base de algumas vias. As bases das células, as barreiras verticais e os aterros previstos no Projeto, deverão ser executados de acordo com os critérios de engenharia e sob competente controle tecnológico, particularmente no que se refere ao grau de compactação, permeabilidade das bases e a estabilidade dos taludes, especificados no Projeto Executivo. - TRATAMENTOS TRATAMENTO PRIMÁRIO: Por definição, deve-se entender como tratamento primário o conjunto dos processos físicos que não alteram as características químicas e biológicas dos resíduos e de seus contaminantes. TRATAMENTO PRIMÁRIO DOS SÓLIDOS: Consiste no aterramento diário do lixo, o qual deve ser executado pelo método de rampa, com inclinação de 1:3 (vertical: horizontal), onde os resíduos, após a descarga na frente de serviço, serão compactados contra o talude, em sentido ascendente, de modo que o trator execute 3 a 5 passadas, até que todos os materiais volumosos fiquem perfeitamente adensados. Em termos gerais, a variação da densidade aparente entre 0,7 t/m³ e 1,0 t/m³ deve ser mantida como meta, ou seja, o lixo, após a compactação, deverá apresentar uma superfície homogênea e firme. Faz ainda parte do tratamento primário de sólidos, a cobertura do lixo compactado, a qual deve ser diária, e somente no topo da célula, utilizando-se uma camada de terra compactada de 20cm de espessura, devendose, no entanto, efetuar a cobertura total da rampa somente ao final de cada semana. TRATAMENTO PRIMÁRIO DOS LÍQUIDOS: Consiste na drenagem e captação dos líquidos. Para tanto, as células devem ser providas de redes de drenos horizontais. Neste caso, os drenos devem ser distribuídos nas zonas de base, meio e péde-talude, de acordo com o projeto executivo de cada célula. Os líquidos drenados devem ser conduzidos aos poços piezômetros das células e, em seguida, para as estações de tratamento de chorume, ETC. TRATAMENTO PRIMÁRIO DOS GASES: Consiste na drenagem e captação dos gases. Para tanto, as células devem ser providas de uma rede vertical de drenos, ligada a rede de drenos horizontais, de acordo com as determinações do projeto executivo. Os gases devem, ainda, ser drenados e dirigidos para um único ponto em cada célula, ou seja, para uma unidade de extração forçada e tratamento dos gases. TRATAMENTO SECUNDÁRIO Por definição, deve-se entender como tratamento secundário o conjunto dos processos biológicos dos resíduos e de seus contaminantes, tendo como agentes os microorganismos decompositores. De modo análogo, no caso de Aterro celular e remediação, quando se fala de tratamento secundário, refere-se às transformações físicas, químicas e biológicas realizadas nos resíduos sólidos, líquidos e gasosos envolvidos no processo de decomposição, tendo como agentes os microorganismos introduzidos na massa de resíduos previamente aterrada. TRATAMENTO SECUNDÁRIO DOS SÓLIDOS Consiste da remoção da carga orgânica, presente nos resíduos e sua transformação em uma matéria biogênica mais resistente às ações das espécies decompositoras. Em outras palavras, o processo reside na transformação da fração orgânica sólida em líquidos e gases através da ação de microorganismos específicos. Esse processo ocorre em acético é produzido a partir da hidrólise da fração orgânica pela ação de bactérias denominadas de acetogênicas. Em seguida, ocorre a fase metanogênica, onde o ácido acético é consumido e transformado em biogás (mistura de metano, dióxido de carbono e água), por ação de bactérias denominadas de metanogênicas. No caso específico da fração orgânica presente nos sólidos, consiste na sua transformação em matéria biogênica resistente à ação de outras espécies consumidoras. O resultado do tratamento secundário dos sólidos pode ser expresso na forma de redução do teor de sólidos voláteis ou análise da relação carbono: nitrogênio. Em termos genéricos, pode-se inferir que o lixo cru ou não digerido tem teores de sólidos voláteis da ordem de 50 a 70 %, sendo a relação carbono : nitrogênio equivalente a 30:1 a 50:1. Já o lixo tratado ou bioestabilizado tem teores de sólidos voláteis equivalentes a 8 a 10% e relação carbono: nitrogênio na faixa de 10:1 a 17:1. Outra forma de inferir a eficiência do tratamento secundário (biológico) é através da determinação do teor de matéria orgânica na composição gravimétrica dos resíduos. Considerando os valores obtidos na análise dos resíduos, a fração orgânica não digerida foi determinada em 58% do total do peso dos resíduos, em base úmida. Após a bioestabilização, este valor poderá atingir a casa dos 8 a 15%. TRATAMENTO SECUNDÁRIO DOS LÍQUIDOS Tratamento secundário dos líquidos: consistindo da remoção da carga orgânica presente nos líquidos no interior das células, expressa em termos de DQO (demanda química de oxigênio) e SV (teor de sólidos voláteis). Na verdade, o tratamento secundário dos líquidos é obtido através da ação das bactérias acetogênicas e metanogênicas, as quais transformam os líquidos em compostos bioestabilizados e mais resistentes às espécies consumidoras. Para tanto, as células serão providas de reator biológico, formando assim conjuntos que promovem estas alterações. Em termos genéricos, pode-se inferir que o chorume cru ou não digerido tem DQO da ordem de 10.000 a 100.000 mg/l. Já o chorume tratado ou bioestabilizado apresenta DQO na faixa de 500 a 5.000mg/l. TRATAMENTO SECUNDÁRIO DOS GASES consiste na instalação de queimadores provisórios (flare), na fase de ocupação da célula, evitando assim a migração descontrolada dos gases e a redução de odores. TRATAMENTO TERCIÁRIO por definição, deve-se entender como tratamento terciário o conjunto dos processos físicos e químicos que alteram as características físicas, químicas e biológicas dos resíduos e de seus contaminantes. TRATAMENTO TERCIÁRIO DOS SÓLIDOS consiste no tratamento in situ, através da lixiviação de soluções alcalinas, (alcalinogênese), caso seja necessário inertizar a massa de sólidos e paralisar a atividade microbiana específica. TRATAMENTO TERCIÁRIO DOS LÍQUIDOS consiste na desinfecção e polimento dos líquidos através de processos físico-químicos, utilizandose a tecnologia de filtração direta ascendente para tratamento e lançamento do efluente dentro dos padrões internacionais de controle ambiental. Este tratamento deverá ser realizado nos reatores físico-químicos e no filtro direto ascendente, constituintes das estações de tratamento de chorume, ETC. TRATAMENTO TERCIÁRIO DOS GASES consiste na inertização dos gases através da combustão controlada dos mesmos. Para tanto, as células serão providas de um sistema de extração forçada e tratamento térmico dos gases (exaustor+flare central). Cada célula deverá contar com uma estação de tratamento térmico de gases, ETG. - UNIDADES DE APOIO As unidades de apoio são destinadas ao controle administrativo e operacional do sistema, de acordo com as instalações a seguir. PORTARIA O prédio onde funciona a balança, na entrada do aterro, será aproveitado para portaria, devendo a balança mecânica ser desativada devido a problemas operacionais. PREDIO ADMINISTRATIVO Deverá ser necessário a construção de um prédio com área aproximada de 300 m2, o qual deverá ser localizado na via de entrada, conforme Lay-out EP-02. Será destinado às atividades de gerenciamento técnico, administrativo e fiscalização do sistema. Possuirá também WC, cozinha, refeitório e vestiário para o pessoal técnico e administrativo, devendo ser construído de acordo com os desenhos ADM-01 e ADM-02. CONTROLE E BALANÇA Será instalada uma nova balança rodoviária, do tipo eletrônica, para o controle gravimétrico dos resíduos, com capacidade de carga de 60 ton, (ver desenho anexo ao volume de peças gráficas), a ser localizada na via de entrada, próximo ao prédio administrativo. Junto à balança, será construído um pequeno prédio para controle e fiscalização da atividade, a ser construído de acordo com o desenho CB-01. MANUTENÇÃO ESCOLA AMBIENTAL deverá ser reservada uma área destinada a construção de uma escola ambiental, na qual serão ministradas aulas práticas à crianças e adolescentes da rede municipal, com o objetivo de sensibilizá-los para a questão ambiental. Será implantada também uma pequena sementeira, um viveiro de plantas que fornecerá mudas para o reflorestamento da área degradada e um minhocário. O prédio da escola ambiental, com área total de 300 m2, será construído de acordo com os desenhos EA-01 e EA-02. INFORMATIZAÇÃO DO SISTEMA Será implantado um sistema de informatização para controle geral do empreendimento, devendo ser prevista a aquisão de 10 micro-computadores tipo PC, com Softwares do sistema Microsoft e também um Hardware específico para controle gravimétrico da balança eletrônica, tipo “indicador digital com impressora”, a ser instalado no prédio de controle da balança. - UNIDADES COMPLEMENTARES ATERRO DE INERTES Os entulhos da construção civil serão aterrados no aterro de inertes, visando a recomposição ambiental da área degradada pela exploração da jazida de argila. A área do aterro de inertes constitui as áreas do pátio de máquinas e materiais, área das células hospitalares 2 e 3, e a área onde indicada “recomposição ambiental com inertes”, conforme Lay-out nº EP-02. UNIDADE DE SEGREGAÇÃO As unidades de segregação, SEG, deverá ser constituída de um sistema mecanizado, compacto e móvel, a ser instalado diretamente na célula, dotado de equipamentos para peneiramento, esteiras transportadoras, eletroimãs, etc, de modo a segregar o material bioestabilizado das células a serem reabertas e de acordo com as seguintes características granulométricas : Segregado Leve Graúdo, Segregado Pesado Graúdo e Segregado Pesado Miúdo. ATERRO HOSPITALAR O aterro hospitalar consistirá de um sistema modular de construção de células hospitalares, as quais deverão possuir base impermeabilizada com manta plástica e argila, bem como, possuir sistema de detecção de falhas da impermeabilização da base. A operação dessas células deverá utilizar o método de aterramento em rampa, porém, com cobertura diária total. DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS O sistema de drenagem de águas pluviais tem como objetivos a coleta e o esgotamento das águas de chuva, de forma a evitar a ocorrência de erosões nos taludes e no sistema viário, bem como, o aumento da quantidade de percolados por infiltrações superficiais. O sistema de drenagem superficial das células deverá ser composto por canais construídos em argila compactada. Estes canais terão a função básica de captar as águas de cada célula e encaminhá-las para escadas de gabião e deste para o sistema de galerias das vias. As galerias deverão escoar com fluidez as águas pluviais que adentrarem na área de serviço e lançá-las nas lagoas e posteriormente nos igarapés. O topo e as bermas das células deverão ter uma conformação que possibilite a divisão das águas pluviais, de forma que os canais não apresentem seções muito grandes. RESULTADOS Erradicação do trabalho infanto-juvenil na catação de lixo no aterro, com a retirada de 255 crianças e adolescentes em situação de exploração de trabalho, de defasagem escolar e fora da escola. Elas estavam sujeitas à contaminação por doenças infecto-contagiosas e intoxicação pelos gases produzidos e foram reinseridas, em 1997, à escola e absorvidas pelo Projeto Sementes do Amanhã, que objetiva prevenir a exploração do trabalho de crianças e adolescentes de 7 a 17 anos. Criação, em 2001, da Cooperativa de Trabalho dos Profissionais do Aurá (COOTPa), principal instrumento de erradicação da catação em cima do lixo, no Aurá. Capacitação de 148 catadores em cursos profissionalizantes pelo SENAI e de 40 catadores em gerenciamento do Centro de Triagem, pela Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com a Prefeitura e COOTPA. Reconhecimento nacional do Projeto Sementes do Amanhã que, em conjunto com outros, garantiu ao Prefeito de Belém, o título nacional “Prefeito Criança 1999” emitido pela Fundação ABRINQ. Único a obter nota máxima para financiamento no Estado, através do Programa “Brasil Criança Cidadã”. Destacou-se entre as 21 melhores práticas das 180 apresentadas ao prêmio Von Martius no Brasil. Menção Honrosa, na categoria Humanidade, instituído pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, através do Instituto e Fomento Sócio Cultural Brasil-Alemanha. Reconhecimento nacional e internacional do Projeto de Biorremediação, com o Prêmio Melhores Práticas da CEF, em 2001. A cada dois anos, são premiados os 10 melhores projetos de saneamento do país. Em Dubai, Emirados Árabes, distinguiu-se entre os 37 melhores projetos, sendo o único em resíduos sólidos, pela Conferência das Nações Unidas para Assentamentos Humanos- Habitat. Inserção dos catadores em programas sociais, pela Prefeitura, contribuindo para o processo de erradicação desse trabalho em cima do lixo. Dos 450 cadastrados, 9 (nove) trabalhadores estão na diretoria da COOTPa, 5 (cinco) no apoio, 20 (vinte) no Projeto Recicladores, que trabalham na seleção de material em shopping, festas, micaretas e carnaval; 20 dos 46 previstos na Coleta Seletiva; 150 dos 197 previstos na formação profissional em parceria com o SENAI e 70 serão incluídos na produção de gramínea A Cooperativa recebeu apoio financeiro do Instituto Souza Cruz , para 2002, através da aquisição de um caminhão e de uma Kombi, muito útil ao transporte dos reciclados para a comercialização, no Projeto Coleta Seletiva, sendo o Projeto Recicladores do Aurá considerado uma Tecnologia Social e distinguindo-se como o primeiro dentre os 73 projetos escolhidos pelo IEC. O ESTUDO HIDROGEOQUÍMICO DA ÁREA LOCALIZADA ENTRE O DEPÓSITO DE LIXO DE BELÉM (AURÁ) E O LAGO ÁGUA PRETA (Bahia, V. E. & Fenzl, N.) Centro de Pós-Graduação em Geologia e Geociências. Universidade Federal do Pará (UFPA). Concluiu que os resultados analíticos dos principais trançadores de chorume (PH, condutividade elétrica, alcalinidade, amônia, nitrato, cloreto, sódio, cálcio., magnésio e potássio) realizados nas amostras de águas subterrâneas, coletados nos poços de monitoramento, refletiram características ambientais dos recursos hídricos da área, não evidenciando deslocamento da pluma de contaminação na direção dos lagos. Uma das razões que possa explicar esta situação é a existência de outros poços ativos na área e principalmente a presença do igarapé Santo Antônio, que parece atuar como uma barreira natural e protetora. Diminuindo a possibilidade de os aqüíferos localizados mais o Oeste da área de estudo serem atingidos por fluxos superficiais e subterrâneos originados do Aterro Sanitário do Aurá. ANEXO 1 TABELA 2.1 - CARACTERÍSTICAS GEOMORFOLÓGICAS DA ÁREA DO ATERRO SANITÁRIO DE BELÉM Zona Centronorte Perímetro Norte Perímetro Sul Perímetro Leste Cota Cota Superio Inferior r 20 8 Desnível (m) Ocupação 12 Área desvastada exploração por 20 10 10 Infra-estrutura de apoio 8 5 3 Lagoa e mata natural 10 5 5 mata natural, ciliar e igarapé Perímetro 14 6 8 Aterro de lixo Oeste Fonte: LM - Tratamento de Resíduos - 1997 TABELA 2.2 - CARACTERÍSTICAS DA VEGETAÇÃO DA ÁREA DO ATERRO SANITÁRIO DE BELÉM ZONA Centro-norte VEGETAÇÃO ORIGINAL Floresta equatorial SITUAÇÃO ATUAL Devastada pela exploração de jazida de argila e disposição de resíduos sólidos Perímetro Leste Floresta e mata ciliar Preservada Perímetro Oeste Floresta equatorial Degradada devido ao aterramento de lixo Perímetro Norte Floresta equatorial Parcialmente preservada Perímetro Sul Mata de Igapós Parcialmente preservada Fonte: LM - Tratamento de Resíduos - 1997 TABELA 2.3 - EVOLUÇÃO POPULACIONAL DO MUNICÍPIO DE BELÉM ANO POPULAÇÃO 1970 633.374 1980 933.280 1985 1.132.761 1991 1.332.840 1996 1.485.669 Fonte: IBGE - Recenseamentos Gerais TABELA 2.4 - PROJEÇÃO POPULACIONAL - 1996 / 2017 Ano População 1996 1.485.669 1997 1.525.039 1998 1.565.452 1999 1.606.937 2000 1.649.520 2007 1.955.505 2012 2.214.609 2017 2.508.045 Fonte: LM - Tratamento de Resíduos – 1997 TABELA 2.5 - COMPOSIÇÃO DO LIXO DE BELÉM Componentes % em peso (base úmida) Matéria Orgânica 58 Papel e Papelão 14 Plásticos finos e grossos 18 Metais 2 Têxteis, couro e borracha 4 Vidro, terra e pedra 2 Madeiras 1 Outros 1 TOTAL 100,00 Fonte: LM - Tratamento de Resíduos Ltda. - 1997 OUTRAS CARACETERÍSTICAS DO LIXO DE BELÉM Umidade do lixo Umidade da matéria orgânica Resíduos secos Sólidos voláteis c/ umidade Sólidos fixos PH Fonte: LM - Tratamento de Resíduos Ltda. - 1997 63% 61% 37% 70% 45% 8,11 TABELA 2.6 - QUANTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS ATERRADOS NO LIXÃO ANO POPULAÇÃO PESO (Tonelada) Diário Anual Acumulado 856 77.040 77.040 879 320.830 397.840 902 329.230 727.100 926 337.790 1.064.890 951 347.115 1.412.005 970 354.050 1.766.055 980 357.700 2.123.755 1017 309.168 2.432.923 90 * 1.297.519 91 1.332.840 92 1.368.160 93 1.404.416 94 1.441.633 95 1.469.836 96 1.485.669 97 1.518.039 ** * A partir de OUT/90 - ** Até OUT/97 VOLUME M3 Diário Anual Acumulado 1112 100.154 100.154 1142 417.079 517.233 1172 427.999 945.232 1203 439.127 1.384.359 1236 451.249 1.835.608 1261 460.265 2.295.873 1274 465.010 2.760.883 1322 309.168 3.070.051 TABELA 2.7 - COMPOSIÇÃO DO LIXO VELHO DE BELÉM Componentes SLG : Segregado leve graúdo SPG : Segregado pesado graúdo SPM : Segregado pesado miúdo Fonte: LM - Tratamento de Resíduos – 1997 % em peso (base úmida) 5,2 36,2 58,6 FIGURA 1 – DIREÇÃO DOS FLUXOS SUPERFICIAIS NA ÁREA DO ATERRO SANITÁRIO DO AURÁ. (A) FLUXOS DE CHORUME E ÁGUAS PLUVIAIS PARA O SISTEMA HÍDRICO, E (B) FLUXOS DE CHORUME DENTRO DA ÁREA DE DEPÓSITO DE LIXO. 20/05/2000 9844000 I. Santo Ant nio 9844000 9843000 9842000 9843600 + 9843200 LEITO DE SECAGEM 9841000 ÁREA DE EXPANSÃO 9842800 + 9840000 depósito de lixo 9842400 9839000 RIO GUAMÁ 789000 790000 791000 792000 793000 9842000 790400 790800 791200 FIGURA 2 – LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE COLETA DE AMOSTRAS LÍQUIDAS. SENDO (A) PONTOS DE AMOSTRAGEM DE ÁGUAS SUPERFICIAIS E (B) PONTOS DE AMOSTRAGEM DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS. 9844200 PM1 Zn (ppm) 9844000 9844000 9843800 PA-1 9843000 9843600 + CH 9843400 9842000 PMN1 9843200 PA-2 9841000 9843000 9842800 9840000 9842600 PMN2 9839000 9842400 9842200 789000 790000 791000 792000 PMN4 PMN3 793000 790400 790600 790800 791000 791200 791400