G.7.4 - Educação Ambiental
UMA ABORDAGEM INVESTIGATIVA DO TEMA ENERGIA SOB A ÓTICA DE UMA SOCIEDADE
SUSTENTÁVEL
*Danielle Grynszpan¹, Toyoko Maria N. F. Angelo², Bruno S. L. G. Brito³, Geisa da Silva Capistrano 4, Rafael B.
Mendonça5, Bárbara de A. Silva6
1. Pesquisadora Titular do Setor de Alfabetismo Científico/LBI/IOC/FIOCRUZ/Rio de Janeiro/RJ; *[email protected],br
2. Bolsista do Setor de Alfabetismo Científico/LBI/IOC/FIOCRUZ/Rio de Janeiro/RJ; [email protected]
3. Colaborador do Setor de Alfabetismo Científico/LBI/IOC/FIOCRUZ/Rio de Janeiro/RJ; [email protected]
4. Bolsista do Setor de Alfabetismo Científico/LBI/IOC/FIOCRUZ/Rio de Janeiro/RJ; [email protected]
5. Técnico colaborador do Setor de Alfabetismo Científico/LBI/IOC/FIOCRUZ/Rio de Janeiro/RJ; [email protected]
6. Colaboradora do Setor de Alfabetismo Científico/LBI/IOC/FIOCRUZ/Rio de Janeiro/RJ; [email protected]
Palavras Chave: Energia, Sociedade Sustentável. Metodologia Investigativa
Introdução
A contextualização da educação, ao enfocar questões do
contexto socioambiental, pode contribuir para o
desenvolvimento integral do aluno. Como indicou Zancan
(2000), “criar um sistema educacional que explore a
curiosidade dos alunos e mantenha a sua motivação para
aprender através da vida”. Apresentamos um trabalho que
compõe um manual, constituído de um conjunto de
roteiros que foi desenvolvido com a participação de
professores regentes de turmas de 6º ao 9º ano da rede
pública municipal de Niterói/RJ, em colaboração com a
Fiocruz. Esta parceria entre instituições acadêmicas e as
escolas pode ajudar a integrar conteúdos transversais do
currículo, com uma ótica interdisciplinar.
Este trabalho mostra uma experiência didático-pedagógica
voltada para a Educação Básica. Com a elaboração de
roteiros ligados a metodologia investigativa do Programa
“ABC na Educação Científica - mão na massa”, buscamos
desenvolver um processo de letramento científico no
sentido de uma formação cidadã.
A experiência surgiu com o questionamento dos
estudantes sobre a crise energética do cotidiano e
prosseguiu com a sequência de perguntas-desafio
encadeadas. O objetivo era valorizar a percepção do
problema do uso da ENERGIA em sua relação com os
propósitos de uma SOCIEDADE SUSTENTÁVEL. Assim,
os alunos foram estimulados a responder qual das
lâmpadas iluminava mais: incandescente, fluorescente ou
LED? Após elaborarem suas hipóteses, foram convidados
a observar lâmpadas de mesmo fluxo luminoso, todas
equivalentes a uma incandescente de 60 W (Figura 1).
Continuamos o processo com um experimento que levou à
abordagem do conceito de watts como unidade de medida
de potência. Em seguida, convidamos a relacionar o fluxo
luminoso, de cada uma das lâmpadas, à sensação térmica
em cada uma das três situações vivenciadas, a fim de
possibilitar a comparação sobre a emissão de calor. Os
alunos foram, ainda, desafiados a refletir sobre as
vantagens e desvantagens de cada um dos três tipos de
lâmpada, no que tange ao gasto energético, à vida útil, ao
reaproveitamento do material, tipo de descarte e, inclusive,
ao custo financeiro. Por fim, provocamos a turma a sugerir
uma solução para iluminar um ambiente até mesmo sem a
utilização de fontes artificiais de energia.
Resultados e Discussão
Como foram incitados a perguntar, o resultado essencial
foi perceberem que, mais do que uma única resposta
certa, o fundamental era propor questões. A observação e
a experimentação, neste processo didático-pedagógico,
permitiram a percepção de que a lâmpada incandescente
é menos rentável que a fluorescente, pois gerava bastante
calor ao produzir luminosidade. A fluorescente aparentava
iluminar tanto quanto a LED porém, através do tato, os
alunos perceberam que a caixa esquentava mais – então,
compreenderam que ocorria perda de energia luminosa
porque ela se transformava em calor. Durante a atividade,
ainda foi possível comparar o gasto energético, a
durabilidade e o custo financeiro associados a cada um
dos três tipos de lâmpada, com base nas informações
sobre o rendimento. Complementarmente, os alunos
apuraram que, em termos de vida útil, enquanto a lâmpada
incandescente durava 1000 h, a fluorescente durava 6
vezes mais e a LED 30 vezes mais. Assim, apesar do
custo médio de compra de uma lâmpada incandescente
ser inferior às demais lâmpadas, durava muito menos e,
portanto, a rentabilidade deveria considerar a durabilidade.
Além disso, os estudantes puderam perceber que uma
garrafa PET, que seria descartada, poderia ser utilizada
para dispersar a luz natural, iluminando como se fora uma
lâmpada artificial. Está prevista, na perspectiva
investigativa, uma atividade que terá como foco a reflexão
e refração da luz (Figura 2).
Figura 1: comparando
diferentes lâmpadas segunda etapa da atividade
Figura 2: a “lâmpada natural” última etapa da atividade
Conclusões
A metodologia investigativa suscitou a comparação entre
diferentes tipos de lâmpadas e, após a sequência de
perguntas, os alunos puderam discutir acerca de soluções
para o uso sustentável de energia. O debate final
proporcionou a construção compartilhada de conhecimento
e uma discussão sobre a conservação dos recursos
naturais.
Referências Bibliográficas
ZANCAN, G.T. Educação Científica: Uma Prioridade Nacional. São
Paulo em Perspectiva, São Paulo: Perspec. v. 14, n. 3, p. 3-7, 2000.
67ª Reunião Anual da SBPC
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uma abordagem investigativa do tema energia sob a ótica