Euclides Oliveira Niquelândia Uma força-tarefa da Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor de Goiás (Procon-GO), com sede em Goiânia, realizou uma mega-operação em cinco cidades do Norte Goiano na última semana. Em quatro dias, entre a segunda-feira (3) e a quinta-feira (6), foram apreendidas cerca de quatro toneladas de produtos com o prazo de validade vencido, que abarrotaram o baú de um caminhão do organismo estadual. A equipe de 19 fiscais da capital esteve na região em cinco veículos, recolhendo gêneros alimentícios industrializados, produtos in-natura (como leite, carne e queijos), medicamentos, produtos de limpeza e vários itens inservíveis para o consumo humano em pelo menos 150 estabelecimentos de Alto Horizonte, Nova Iguaçu de Goiás, Campinorte, Uruaçu e Niquelândia. Segundo o gerente de Fiscalização, Pesquisa e Cálculo do Procon-GO, Sebastião Natal de Oliveira, a ação da Vigilância Sanitária Municipal em todas essas cidades ainda deixa muito a desejar. “Essa ação que nós fazemos é de prevenção à saúde pública. Conseguimos tirar das prateleiras de um único supermercado cinco carrinhos de produtos vencidos, que é uma quantidade imensa para um estabelecimento considerado de médio porte. Infelizmente, encontramos produtos totalmente deteriorados, vencidos no ano 2000, que se as pessoas consumissem poderiam entrar em óbito. É um desmazelo desses comerciantes com a saúde pública e com seus próprios clientes”, detalhou Sebastião. Ele concedeu uma entrevista exclusiva ao Diário do Norte na tarde de quinta-feira (6), durante a realização da operação em estabelecimentos do Setor Sevilha Parque e do Jardim Primavera. Segundo ele, as multas, no caso de irregularidades, variam de R$ 200 a R$ 3 milhões, dependendo da quantidade de itens apreendidos, do tamanho do estabelecimento e do faturamento da empresa nos últimos três meses. Sebastião informou que, após a lavratura do auto de infração, é dado ao comerciante um prazo de 10 dias para apresentação de defesa prévia. Depois, ainda de acordo com o gerente do Procon, o orgão julga os argumentos da autuação e as justificativas do proprietário do estabelecimento, para decidir se aplica ou não as sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor. Em dois dias de intensa fiscalização em Niquelândia, os fiscais visitaram 45 supermercados, mercearias e mercadinhos. Desse total, 31 foram autuados em flagrante situação de desrespeito ao consumidor, dada a grande quantidade de produtos vencidos que foi localizada. Em outros 13, foram lavrados apenas autos de apreensão de mercadorias (quando há apenas um ou dois itens fora das especificações de qualidade). Somente dois estabelecimentos visitados ficaram livres do rigoroso crivo do Procon-GO. De acordo com o gerente de fiscalização, os produtos apreendidos são inutilizados apenas nas cidades onde existam aterros sanitários apropriados, de tal modo que o Procon-GO possa emitir um documento atestando que essa providência foi tomada pelo órgão. “Nós não jogamos esses produtos em lixões para que para que as pessoas não venham usufruir desses alimentos. Eles são enterrados, inutilizados e descartados, mesmo. Se não conseguirmos fazer o descarte nas cidades da nossa rota, levamos esses alimentos para o aterros de Goiânia ou de Nerópolis”, detalhou Sebastião.