Aspectos sanitários e de saúde pública do uso da água de chuva A experiência brasileira Léo Heller Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, UFMG Questões A água de chuva tem maior ou melhor qualidade que a de outras fontes? Que qualidade? Que fontes? O uso da água de chuva reduz ou amplia os riscos à saúde da população? Comparado com qual situação? De que riscos à saúde estamos tratando? Qual é o impacto sobre a saúde de programas, como o P1MC? A água de chuva tem maior ou melhor qualidade que a de outras fontes? O mundo “ideal”. A água de chuva tem maior ou melhor qualidade que a de outras fontes? O mundo “real”. Vetores A água de chuva tem maior ou melhor qualidade que a de outras fontes? Que qualidade? Microbiológica Química Patogênicos: bactérias, vírus, protozoários, helmintos. As limitações dos indicadores. EFEITOS AGUDOS Agrotóxicos? Solventes? Metais? Perturbadores endócrinos? Trihalometanos? EFEITOS CRÔNICOS Estética A água de chuva tem maior ou melhor qualidade que a de outras fontes? Que fontes? O uso da água de chuva reduz ou amplia os riscos à saúde da população? O mundo “ideal”. Quantidade x qualidade ou Quantidade + qualidade? Classificação ambiental das infecções relacionadas com a água CATEGORIA INFECÇÃO Feco-oral (transmissão hídrica relacionada com a ingestão e a higiene) Diarreias e disenterias (amebiana, cólera, giárdia, rotavírus), febres entéricas (tifoide, paratifoide), poliomielite, hepatite A, leptospirose, ascaridíase Relacionada com a higiene Doenças infecciosas da pele, doenças infecciosas dos olhos, doenças transmitidas por pulgas (tifo e febre recorrente) Baseadas na água Penetração ativa na pele: esquistossomose Transmissão por inseto vetor Picada nas proximidades da água: doença do sono Procriam na água: filariose, malária, arboviroses (febre amarela e dengue) leishmaniose Fonte: Cairncross e Feachem, 1990 Avanços no conhecimento Esrey et al. (1991) 40 Fewtrel et al. (2005) Redução da diarréia (%) 35 30 25 20 15 10 5 0 Qualidade da água Quantidade de água Higiene Disposição de excretas Tempo para coletar água x per capita O uso da água de chuva reduz ou amplia os riscos à saúde da população? O mundo “real”. Barreiras sanitárias Desvio da primeira água. Extração da água Limpeza das calhas e da cisterna Manutenção da estrutura da cisterna Tratamento domiciliar Armazenamento domiciliar Estudo na Austrália Contaminação posterior da água de chuva - 102 casas: 974 análises da água - Barreiras sanitárias: limpeza dos tanques; desvio primeira chuva; telas nas tubulações; limpeza das telas; proteção das calhas; limpeza das calhas - Contagem média bactérias heterotróficas 10 vezes maior em famílias que usavam apenas uma ou nenhuma barreira vs. A sque usavam quatro ou mais. Fonte: Rodrigo; Leder; Sinclair (2009) Valores médios observados para os parâmetros analisados da água de chuva coletada em campo aberto e após contato com diferentes tipos de superfície (Malásia) Valores médios para a água de chuva proveniente de Parâmetro Unidade pH Campo aberto Cobertura de telha Cobertura de ferro galvanizado Amostra 1 (1º litro) Amostra 5 (5º litro) Amostra 1 (1º litro) Amostra 5 (5º litro) 5,9 6,9 6,8 6,6 6,4 Temperatura ºC 27,5 28,1 28,1 28,1 28 Condutividade mS/cm 13,7 135,2 86,5 97 50,7 Turbidez UNT 3 56 24 22 10 Sólidos totais mg/L 24 204 116 119 64 Sólidos suspensos mg/L 17 153 95 91 52 Sólidos dissolvidos mg/L 7 47 23 28 13 Coliformes termotolerantes colônias/100mL 0 13 0 4 0 Coliformes totais colônias/100mL 0 75 41 46 25 Zinco mg/L 34 49 96 343 294 Chumbo mg/L 200 102 169 235 145 Fonte: adaptado de Yaziz et. al, 1989 O uso da água de chuva reduz ou amplia os riscos à saúde da população? O mundo “real”. Nível do serviço Acesso Necessidades atendidas Efeito sobre a saúde Sem acesso (< 5 L/hab.dia) > 1.000 m ou 30 min Consumo precário; higiene não é possível. Muito alto Acesso básico (~ 20l/hab.dia) 100 - 1.000 m ou 5 - 20 min Consumo pode ser assegurado; lavagem das mãos e higiene básica da alimentação é possível; difícil garantir lavagem de roupa e banho Alto Acesso intermediário (~ 50 L/hab.dia) Torneira pública ou <100 m ou 5 min Consumo assegurado; higiene pessoal e dos alimentos básica assegurada; lavagem de roupas e banho possível Baixo Acesso ótimo (~ 100 L/hab.dia) Água abastecida continuamente e com instalações domiciliares Consumo e higiene atendendo todas as necessidades Muito baixo O que informam os estudos epidemiológicos? Caixas pretas Exposição x efeito Comparativamente. Podem medir efetividade de programas e intervenções. A pesquisa sobre a relação saneamentosaúde. A “lógica epidemiológica”. Exposição Efeito Baixa disponibilidade de água Ocorrência de doenças diarreicas em crianças Qualidade de água inadequada Parasitoses Inexistência de coleta de esgotos Mortalidade infantil Coleta de resíduos com frequência irregular Ocorrência de dengue Empoçamento frequente Tracoma Inexistência de microdrenagem Desnutrição ... ... O que informam os estudos epidemiológicos? Estudo longitudinal prospectivo Domicílios que possuíam cisternas para armazenamento de água de chuva (beneficiados pelo P1MC) x moradores de domicílios sem acesso às cisternas (não beneficiados). 201 x 197 domicílios; 949 x 816 indivíduos, acompanhados por 60 dias em 2007. Ter cisterna é fator de proteção para a ocorrência de diarreia RR= 0,27; (I.C. 95%: 0,19-0,39). Ter cisterna é fator de proteção para a duração dos episódios duração média 1,5 vezes maior nas casas não beneficiadas pelas ações do P1MC (p= 0,003). Luna et al. (2011) O estudo em Minas Gerais UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Edital MCT/CT-HIDRO/CT-SAÚDE/CNPq N º 45/2008 Seleção Pública de Propostas para Apoio a Projetos de Pesquisa Relacionados à Água e Saúde Pública Programa Um Milhão de Cisternas - P1MC: uma avaliação de suas dimensões epidemiológica, tecnológica e políticoinstitucional Objetivos Objetivo geral Avaliar o impacto da implantação de sistemas de captação de água de chuva e seu armazenamento em cisternas na saúde das crianças de famílias rurais residentes nos municípios de Berilo e Chapada do Norte, ambos pertencentes ao semiárido mineiro. Objetivos específicos caracterizar as condições demográficas e socioeconômicas das famílias que têm acesso e daquelas que não têm acesso às cisternas para armazenamento de água de chuva; avaliar o impacto da presença ou acesso às cisternas para armazenamento de água de chuva sobre a ocorrência de parasitoses intestinais em crianças com idade inferior a cinco anos; Objetivos Objetivos específicos caracterizar os grupos estudados em relação à ocorrência de diarreia nas crianças com idade inferior a cinco anos; comparar a qualidade microbiológica da água consumida por famílias rurais que possuem em suas casas os sistemas de captação de água de chuva com a qualidade da água consumida pela população que não foi beneficiada com a construção desses sistemas; comparar a qualidade microbiológica da água consumida por famílias beneficiadas ou não com as cisternas para armazenamento de água de chuva, com o padrão de potabilidade da água para consumo humano estabelecido pela Portaria 2914/11 do Ministério da Saúde; caracterizar as famílias estudadas em relação às práticas sanitárias para a manutenção da qualidade da água. Metodologia Área de estudo Médio Vale do Jequitinhonha Municípios selecionados: Berilo e Chapada do Norte Maior nº de crianças <5 anos; Zona rural; Domicílios portadores de cisternas. 664 crianças Amostra 571 casas visitadas Grupo 1 (exposto à intervenção): crianças (< 5 anos); possuíam ou utilizavam de terceiros os sistemas de captação de água de chuva e armazenamento em cisternas. (AZUL) Grupo 2 (não-exposto à intervenção): crianças (< 5 anos); sem acesso às cisternas e nem aos sistemas coletivos de abastecimento. Fontes: rio, barragem, mina e cacimba. (VERMELHO) Metodologia Acordos com as prefeituras locais e treinamento das ACS para auxílio no trabalho de campo Convênios entre UFMG e prefeituras locais Oficinas de treinamento para agentes comunitárias de saúde (ACS): * Questionários completos * kit de coleta de material fecal * Ficha de acompanhamento * GPS * Calendário seguimento de diarreia * Máquina digital Metodologia Coleta dos dados 1ª ETAPA - Questionário completo - Distribuição TF-Test (parasitológico) - Análise qualidade da água 2ª ETAPA - 1ª Ficha acompanhamento - Distribuição TF-Test (parasitológico) - Análise qualidade da água 3ª ETAPA - 2ª Ficha acompanhamento - Distribuição TF-Test (parasitológico) - Análise qualidade da água Diarreia Berilo: set/2009 Chapada: out a dez/09 Berilo e Chapada 25/abr a 11/mai/10 Berilo: 31/set a 02/out/10 Chapada: 30/nov a 05/dez/10 Qualidade microbiológica da água Metodologia Domicílios monitorados por etapa: 100 50 (grupo 1) e 50 (grupo 2) Berilo Legenda Berilo Grupo 2 Grupo 1 Coleta das amostras: local de armazenamento final da água utilizada para beber; Indicadores analisados: coliformes totais e Escherichia coli; Chapada do Norte Chapada do Norte Técnica do Substrato Definido, citado no Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 1998). Análise dos dados Metodologia Indicadores de saúde modelos para dados longitudinais - Parasitoses intestinais Desfecho 1: infecção por algum parasita ou comensal Desfecho 2: infecção por algum protozoário comensal Desfecho 3: infecção por algum protozoário patogênico Desfecho 4: infecção por Giardia Desfecho 5: infecção por algum helminto - Diarreia dias de diarreia Resultados e discussão Caracterização da amostra Condições da saúde materna e infantil Distribuição das crianças por sexo 60% 50% 48% 52% 54% 46% Crianças 47% 53% 92% vacinadas 98% amamentadas 46% amamentação exclusiva por 6 meses 40% 30% 20% 10% 0% COM CISTERNA SEM CISTERNA Feminino TOTAL Masculino Hábitos higiênicos crianças - 84 % tomam mais de um banho/dia - Lavam as mãos antes de alimentar: Com cisterna: 59% Sem cisterna: 45% 80% sem tratamento anti-parasitário Resultados e discussão Parasitoses intestinais Perdas: Chapada 3ª etapa setembro de 2011 Com cisterna Sem cisterna n % n % n % Etapa 1 292 88% 284 86% 576 87% Etapa 2 233 70% 233 70% 466 70% Etapa 3 206 62% 258 78% 464 70% Total de crianças acompanhadas 332 Crianças com exames realizados Protozoários comensais 332 Endolimax nana Entamoeba coli Iodamoeba butschlii Helmintos Protozoários patogênicos E. histolytica/dispar Giardia lamblia Total 664 Hymenolepis nana Ancilostomídeo Asacris lumbricoides Enterobius vermicularis Strongyloides stercoralis Trichuris trichiura Etapa 1 Poliparasitismo Protozoários comensais Protozoários patogênicos Helmintos Giardia Etapa 3 Com cisterna Sem cisterna Com cisterna Sem cisterna Com cisterna Sem cisterna n % n % n % n % n % n % Positivo 68 23,3 76 26,8 72 30,9 87 37,3 53 25,7 62 24,0 Negativo 224 76,7 208 73,2 161 69,1 146 62,7 153 74,3 196 76,0 Positivo 22 32,4 16 21,1 25 34,7 16 18,4 11 20,8 7 11,3 Negativo 46 67,6 60 78,9 47 65,3 71 81,6 42 79,2 55 88,7 Positivo 45 15,4 35 12,3 50 21,5 43 18,5 25 12,1 24 9,3 Negativo 247 84,6 249 87,7 183 78,5 190 81,5 181 87,9 234 90,7 Positivo 34 11,6 50 17,6 39 16,7 54 23,2 33 16,0 29 11,2 Negativo 258 88,4 234 82,4 194 83,3 179 76,8 173 84,0 229 88,8 Positivo 11 3,8 7 2,5 4 1,7 4 1,7 4 1,9 14 5,4 Negativo 281 96,2 277 97,5 229 98,3 229 98,3 202 98,1 244 94,6 Positivo 14 4,8 31 10,9 21 9,0 39 16,7 23 11,2 19 7,4 Negativo 278 95,2 253 89,1 212 91,0 194 83,3 183 88,8 239 92,6 Prevalências Infecção por paras./comen. Etapa 2 Resultados e discussão Desfecho 1: infecção por algum parasita ou comensal Intercepto Risco de infecção por algum tipo de parasita ou comensal 1,6 Tipo de abastecimento 1,4 1 p-valor Odds IC -1,732 0,167 0,000 0,18 0,13 - 0,25 0,115 0,116 0,322 1,12 0,89 - 1,41 0,481 0,135 0,000 1,62 1,24 - 2,11 0,012 0,142 0,935 1,01 0,77 - 1,34 -0,374 0,171 0,029 0,69 0,49 - 0,96 1,225sem cisterna 0,336 0,000 3,40 1,76 - 6,57 0,021 0,000 1,02 1,01 - 1,03 0,8 Etapa 2 Etapa 3 S(β) 1,2 Sem cisterna Etapa β 0,6 0,4 Frequência de banho das crianças Uma vez ao dia 0,2 Pessoa que cozinha lava as mãos antes de iniciar as atividades0 Com pequena frequência ou não Idade das crianças (meses) - Diferentes rotas de transmissão 0,004 Resultados e discussão Desfecho 2: infecção por algum protozoário comensal 1,2 Infecção por algum protozoário comensal Modelo final para o Desfecho 2 1 β S(β) p-valor Odds IC -2,451 0,204 0,000 0,09 0,06 - 0,13 -0,245 0,144 0,088 0,78 0,59 - 1,04 0,452 0,162 0,005 1,57 1,14 - 2,16 0,2 -0,274 0,194 0,158 0,76 0,52 - 1,11 Idade das crianças (meses) 0,025 0,005 0,000 1,03 1,01 - 1,04 Intercepto 0,8 Tipo de abastecimento Sem cisterna Etapa Etapa 2 Etapa 3 0,6 0,4 0 sem cisterna Desfecho 3: infecção por protozoários patogênicos - Sem cisterna: OR= 1,42; p= 0,023; IC= 1,05-1,91 3 Desfecho 4: infecção por Giardia Modelo final para o Desfecho 4 2,5 Infecção por Giardia - ALBRECHTSEN, 2002 apud AHMED et βal., 2011; et al., 2001; S(β) SIMMONS p-valor Odds IC RODRIGO; LEDER; SINCLAIR, 2009 não detectaram cistos de Giardia Intercepto -1,682 0,463 0,000 0,19 0,07 - 0,46 2 nas cisternas Tipo de abastecimento - Sem cisterna 1,5 - Sedimentação Etapa 2 0,490 0,210 0,019 1,63 1,08 - 2,46 0,555 0,225 0,014 1,74 1,12 - 2,71 1,16 0,71 - 1,89 1,70 1,16 - 2,49 - facilidade de1Etapa acesso a 16 mil L água 0,145 hábitos higiênicos 3 0,251 0,563 Ordem da gravidez - segunda ou superior - Hoque et al. (2003) e Omar, 0,194(1995): 0,006 Mahfouz0,531 e Moneim Duração da gravidez0,5 - menos de 9 meses 0,529 0,182 0,004 1,70 1,19 - 2,43 1,590 sem cisterna Higienização dos alimentos antes de consumir 0,456 0,000 4,91 2,01 - 11,99 chance de infecção Giardia e Entamoeba histolytica (para o segundo caso apenas) 0associados ao consumo da água de chuva Lavar as mãos antes de cozinhar Com pequena frequência ou não Lavados com água sem tratamento -0,569 0,241 0,018 0,57 0,35 - 0,91 Lavados/desinfetados água sanitária ou vinagre -0,164 0,265 0,537 0,85 0,50 - 1,43 De 101 a 500 reais -0,739 0,308 0,017 0,48 0,26 - 0,87 Acima de 500 reais -0,505 0,321 0,115 0,60 0,32 - 1,13 -0,116 0,056 0,039 0,89 0,80 - 0,99 Renda familiar total Nº de cômodos por casa Resultados e discussão Diarreia Com cisterna 1,7 Dias de diarreia Sem cisterna Dias de exposição Dias de diarreia Dias de exposição 1,6 nº de observações válidas 283 281 281 648 60.780 957 62.910 0 150 0 120 1,32,29 214,77 3,41 223,88 1,25,32 98,56 6,15 110,52 0 30 0 30 0 135 0 120 0 210 0 210 Percentil 75% (Q3) 0,9 3 300 4 300 Máximo 0,8 43 420 43 450 Moda Média Desvio padrão Mínimo Percentil 25% (Q1) 1,5 Incidência diarreia (dias/100 crianças) Total de dias 283 1,4 1,1 1 Mediana cisterna cisterna Grupo 1: 1,06 com dias/100 crianças; sem IC 95% 0,99-1,15 Incidência Grupo 2: 1,52 dias/100 crianças; IC 95% 1,43-1,62 Modelo final para fatores associados à ocorrência de diarreia 2,2 Intercepto Incidência diarreia 2 β S(β) p-valor Exp(β) -3,702 0,327 < 2e-16 0,02 0,01 - 0,05 0,368 0,177 0,038 1,45 1,02 - 2,05 0,468 0,205 0,023 1,60 1,07 - 2,38 0,387 0,182 0,034 1,47 1,03 - 2,10 -0,752 0,250 0,003 0,47 0,29 - 0,77 -0,610 0,286 0,033 0,54 0,31 - 0,95 -1,164 0,474 0,014 0,31 0,12 - 0,79 -0,028 0,006 0,000 0,97 0,96 - 0,98 IC Tipo de abastecimento 1,8 Sem cisterna Tempo que o pai passa1,6fora de casa De 1 a 12 1,4 meses A família recebe algum auxílio do governo 1,2 Não Renda familiar total 1 De 101 a 500 reais 0,8 Acima de 500 reais Observadas moscas na casa durante o ano Não Idade das crianças (meses) sem cisterna Resultados e discussão Qualidade microbiológica da água Coliformes totais (NMP/100mL) Coliformes totais Total de amostras analisadas: 2500 2250 2000 1750 1500 1250 1000 750 500 250 0 25% * 256 (126 com cisterna e 130 sem cisterna) 50% Mín. Máx. 75% Com cisterna 2419,6 Sem cisterna E. coli Coliformes totais * Mediana casas com cisternas: 1413,60 NMP/100mL * Mediana casas sem cisterna: 520,25 NMP/100mL 2419,6 100 E. coli (NMP/100mL) 90 80 25% 70 60 50% 50 Mín. 40 Máx. 30 75% 20 10 0 -10 Com cisterna Sem cisterna E. coli * Mediana casas com cisternas: 4,10 NMP/100mL * Mediana casas sem cisterna: 3,10 NMP/100mL Resultados e discussão Qualidade microbiológica da água Com cisterna (n= 126) Sem cisterna (n= 130) Água de chuva (n=57) n % n % n % Presença de coliformes totais 116 92% 124 95% 53 93% Presença de E. coli 87 69% 83 64% 40 70% ausência de diferença significativa para presença/ausência dos indicadores ausência de diferença significativa para concentração dos indicadores Práticas sanitárias – Grupo 1 (n= 50) Origem da água armazenada nas cisternas 2% (n= 50) 10% - Cisterna reservatório: 53% Não sabe 16% - Baldes 68% Poço artesiano Rio/córrego - Tratamento da água 86% Mina (nascente) 60% 6% 6% - Filtração + cloração 2% Caminhão-pipa Somente água de chuva Práticas sanitárias – Grupo 2 (n= 50) Como a água de beber é tratada? (Grupo 2) (n=39) - Água de rio 64% - Tratamento da água 78% 5% 3% 66% - Apenas filtração 66% - Filtração + cloração 3% 20% 3% 3% Apenas filtração Apenas cloração Filtração seguida de cloração Cloração seguida de filtração Apenas fervura Sem resposta A “lógica sanitarista” Lições provisórias do estudo P1MC mostrou promover melhorias em aspectos da saúde infantil A melhoria é “seletiva”... A água consumida em casas com cisterna tem característica bacteriológica equivalente à de casas com outras fontes e é de baixa qualidade Que fatores explicam a melhoria? Mais água para higiene? Redução da presença de alguns patogênicos? Algumas considerações finais Novas estratégias metodológicas Riscos químicos? Equidade De direitos De deveres: entre a responsabilidade pública e privada.