ESTUDO REALIZADO COM UM NOVO “ALIMENTO FERMENTADO À BASE DE TRIGO, CENTEIO, SOJA E MILHO EM PÓ” EM PACIENTES SOROPOSITIVOS NO AMBULATÓRIO DO CENTRO DE REFÊRENCIA E TREINAMENTO DST/AIDS NA CIDADE DE SÃO PAULO AUTORA DO ESTUDO NUTRICIONISTA ELIEGE DE FATIMA ALBERGHINI 2009 1 ELIEGE DE FATIMA ALBERGHINI* * Nutricionista de Ambulatório do CRT DST/AIDS. Supervisora de Estágio em Saúde Pública do Centro Universitário São Camilo. Nutricionista e Pesquisadora BrasilMed Assistência Médica e Pesquisas. ESTUDO REALIZADO COM UM NOVO “ALIMENTO FERMENTADO À BASE DE TRIGO, CENTEIO, SOJA E MILHO EM PÓ” EM PACIENTES SOROPOSITIVOS NO AMBULATÓRIO DO CENTRO DE REFÊRENCIA E TREINAMENTO DST/AIDS NA CIDADE DE SÃO PAULO São Paulo 2009 2 SUMÁRIO Introdução............................................................................................................ 03 Objetivo................................................................................................................. 06 Materiais e Métodos............................................................................................. 07 Resultado e Discussão........................................................................................ 10 Dados do Produto................................................................................................ 18 Conclusão............................................................................................................. 21 Referências........................................................................................................... 22 Anexos.................................................................................................................. 25 3 INTRODUÇÃO A identificação em 1981 da síndrome da imunodeficiência adquirida, habitualmente conhecida como AIDS, tornou-se um marco na história da humanidade. A epidemia da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e da AIDS representa fenômeno global, dinâmico e instável, cuja forma de ocorrência nas diferentes regiões do mundo depende, entre outros determinantes, do comportamento humano individual e coletivo (BRITO, et al., 2000). No Brasil desde a identificação do primeiro caso de AIDS em 1980, até junho de 2007, foram identificados cerca de 474 mil casos da doença. O país acumulou cerca de 192 mil óbitos devido à AIDS até junho de 2006, sendo as taxas de mortalidade crescentes até meados da década de 90, estabilizando em cerca de 11 mil óbitos anuais desde 1998. Após a introdução da política de acesso universal ao tratamento anti retroviral (ARV), que combina medicamentos com diferentes formas de ação, observou-se importante queda na mortalidade. A partir do ano 2000 essa taxa estabilizou em cerca de 6,4 óbitos por 100 mil habitantes, sendo esta estabilidade mais evidente em São Paulo e no Distrito Federal (Ministério da Saúde, 2008). O início do tratamento da AIDS com a terapia anti retroviral altamente ativa, na década de 1990, aumentou consideravelmente a duração e a qualidade de vida dos portadores da doença. Porém a redução da morbimortalidade por doenças infecciosas e neoplásicas oportunistas tem sido acompanhada do aumento da prevalência de outras patologias, entre elas a lipodistrofia associada ao HIV, quadro clínico composto por alterações endócrino metabólicas complexas que pode estar associado a significativo aumento de risco cardiovascular (HADIGAN, et al., 2001). Os fatores associados à maior risco de lipodistrofia, descritos na literatura, são: uso de terapia anti retroviral; duração dessa terapia; uso de inibidores de protease; sexo feminino e carga viral indetectável (GRINSPOON; CARR, 2005). 4 Mudanças no formato e tamanho corporal representam um incômodo no bem estar psicológico do portador do vírus, além de afetar a qualidade de vida evidenciando ainda mais as marcas da doença. Em adição, a lipodistrofia causa problemas nas relações pessoais e familiares, que em alguns casos pode desencadear distúrbios de relações sociais, finalmente levando ao isolamento total do paciente. Talvez, e de uma maneira mais significante, alguns pacientes param o tratamento com o uso dos anti retrovirais para evitar os devastadores efeitos adversos psicossociais da redistribuição de gordura. Os portadores do vírus da HIV e doentes de AIDS pós era da terapia anti retroviral de alta atividade podem ser acometidos por alterações morfológicas e metabólicas, que levam ao aumento dos fatores de risco para doenças cardiovasculares, devido a alterações do perfil lipídico (dislipidemia) encontrado em exames bioquímicos(LEWIS, 2000). As dislipidemias são definidas como alteração dos níveis de lipídios ou de lipoproteínas circulantes (RABELO, 2001). Os antiretrovirais, principalmente os inibidores de protease, restauram a imunidade, permitindo assim um controle mais efetivo da infecção, mas em contrapartida produzem elevações nos níveis de colesterol e triglicérides (TROIAN et al., 2005; YU et al., 2005). A Dislipidemia associada ao HIV se caracteriza por baixos níveis séricos de HDL colesterol (HDLc) e altos níveis de colesterol total (CT), LDL colesterol (LDL-c) e triglicérides (TG), com perfil, portanto aterogênico (VALENTE et al., 2006). Para um melhor acompanhamento de pacientes portadores do vírus do HIV em atendimento nutricional ambulatorial se faz necessário a avaliação nutricional, por meio da aferição de medidas antropométricas, tais como peso e estatura, para diagnosticar o estado nutricional do paciente em relação à lipodistrofia e a rápida perda de peso (DIEHL, et al., 2008) . Uma intervenção nutricional precoce pode minimizar complicações freqüentes em estágios avançados da doença. Não existem evidências de que os pacientes 5 infectados pelo HIV apresentem necessidades energéticas distintas da população sem o vírus. Entretanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que indivíduos portadores do vírus consumam 10% a mais de calorias quando apresentarem-se sem doenças oportunistas, e quando apresentarem consumir de 20 a 30% a mais de calorias. Em ocasiões em que a dieta oral é insuficiente para suprir as necessidades nutricionais, os suplementos e módulos são um recurso útil para alcançar as recomendações (PAULO, 2006). 6 OBJETIVOS Objetivo Geral Analisar os efeitos do NOVO “ALIMENTO FERMENTADO À BASE DE TRIGO, CENTEIO, SOJA E MILHO EM PÓ” em pacientes infectados pelo HIV, que fazem uso da terapia com anti retrovirais e recebem tratamento no Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS. Objetivos Específicos Verificar o aumento de peso dos indivíduos e conseqüentemente das medidas antropométricas dos mesmos; Analisar possíveis alterações que ocorram em exames bioquímicos (colesterol total, LDL, triglicérides, glicemia); Acompanhar resultados de exames das células CD4. 7 MATERIAIS E MÉTODOS Materiais Planilhas para coleta de dados (Anexo 1); Cardápio, lista de substituição e recomendações (Anexo 2); Balança mecânica da marca Welmy® com capacidade máxima de 150 kg e precisão de 100 g; Estadiômetro pertencente à balança; Adipômetro Lange Skinfold Caliper TBW ®; Fita métrica fiberglass; Produto ALIMENTO FERMENTADO À BASE DE TRIGO, CENTEIO, SOJA E MILHO EM PÓ. Métodos Participaram da coleta de dados 25 pacientes portadores do vírus HIV atendidos no ambulatório do Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS (São Paulo), em um período de 3 meses, entre Novembro de 2008 a Fevereiro de 2009. Foram excluídos os pacientes que não apresentaram alterações metabólicas e os que utilizavam medicamentos para dislipidemias, todos teriam que fazer uso de terapia antiretroviral, independente da terapia. 8 Para a avaliação da adequação dos níveis verificados, foram utilizados os valores de referência dos exames bioquímicos do laboratório da própria instituição comparados aos valores de referência da IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC, 2007). Os critérios de classificação para normalidade foram: colesterol total até 200mg/dl; ldl colesterol até 100mg/dl; triglicérides até 150 mg/dl; glicemia até 99 mg/dl. Os pacientes participantes teriam que apresentar na sua avaliação nutricional inicial perda de peso igual ou superior a 10% do seu peso habitual, com permanência dessa perda por um período acima de seis meses, e não poderiam fazer uso de outros suplementos e/ou módulos nutricionais. Todos os participantes receberam a mesma orientação nutricional (Anexo 2) para um resultado mais fidedigno e foram avaliados nutricionalmente através de consulta, na qual foram aferidas as seguintes medidas antropométricas: Peso: os pacientes foram pesados descalços, usando roupas leves, retirando objetos pesados tais como chaves, cintos, óculos, telefones celulares e quaisquer outros objetos que possam interferir no peso total (SISVAN 2004); Estatura: foi medida com o indivíduo em pé, encostado no antropômetro vertical, considerando as seguintes etapas: posiciona-se o paciente no centro do equipamento; descalço; com a cabeça livre de adereços; ereto e com os braços estendidos ao longo do corpo; com a cabeça erguida e olhando para um ponto fixo no horizonte; mantendo os calcanhares, ombros e nádegas em contato com o estadiômetro; os ossos internos dos calcanhares e a parte interna de ambos os joelhos se tocando; os pés unidos formando um ângulo de 90º com as pernas (SISVAN,2004); Índice de Massa Corporal (IMC): calculado através da aferição de peso (kg) e estatura (m), sendo o peso dividido pela altura do indivíduo ao quadrado 9 (SISVAN, 2004) e comparado aos índices preconizados pela Organização Mundial da Saúde (WHO,1998); Dobra Cutânea Triciptal (DCT): foi medida na parte posterior do braço direito, sobre o músculo triciptal, no ponto médio entre o acrômio e o olecrano, pinçando-se a pele e o tecido subcutâneo entre o polegar e o indicador, onde se aplicou o adipômetro 1 cm abaixo dos dedos que pinçavam a prega, sendo a leitura feita após 2 a 3 segundos no milímetro mais próximo (FONSECA,1999); Circunferência do Braço (CB): foi realizada com o braço relaxado ao lado do corpo, e circundada a fita no nível do ponto meso umeral (FONSECA,1999); Circunferência Muscular do Braço (CMB): obtida a partir dos valores da CB e da dobra cutânea tricipital (DCT). O resultado obtido é comparado aos valores de referência demonstrado em tabela de percentis por Frisancho; Circunferência da Cintura (CC): foi aferida, entre as costelas inferiores e as cristas ilíacas; Circunferência do Quadril (CQ): foi aferida no nível da sínfese púbica com a fita circundando o quadril na parte mais saliente entre a cintura e a coxa com o indivíduo usando roupas finas; 1. Estas medidas posteriormente foram comparadas com os valores padronizados propostos por Frisancho (FRISANCHO), 1981;1990;1993; KUCZMARSK,2000). Os exames bioquímicos (colesterol, triglicérides e glicemia) e os resultados de CD4 foram anotados e avaliados a partir da data da primeira consulta. 10 A cada mês foram cedidos 3 unidades do produto ALIMENTO FERMENTADO À BASE DE TRIGO, CENTEIO, SOJA E MILHO EM PÓ de 400g para cada paciente, orientados a consumir 2 medidas 3 vezes ao dia. O retorno ocorreu após 3 meses e foram avaliadas novamente as medidas antropométricas, os exames bioquímicos e o exame de CD4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos 25 pacientes inicialmente introduzidos na análise apenas 20 deram continuidade ao tratamento, ocorrendo o óbito de 1 paciente e a desistência outros 4 por não se adaptarem ao produto. Destes 6 eram do sexo feminino (30%) e 14 do sexo masculino (70%). Distribuição de sexo em pacientes que utilizaram o produto BIONUTRI AR-1 A análise do IMC demonstrou que 100% dos pacientes obtiveram aumento de peso, já que todos pacientes avaliados eram adultos não havendo portanto alteração na estatura. 11 O peso é um dos parâmetros mais importantes na avaliação antropométrica de pacientes portadores de HIV. A perda de peso e o tempo em que ocorreu são relevantes para classificar o percentual desta perda, definindo a intensidade e a significância, que estão diretamente ligados aos índices de morbi mortalidade (PAULO, A.Z.,2006). O gráfico abaixo demonstra que 93% dos pacientes do sexo masculino apresentaram aumento do peso, resultando também no aumento do IMC, enquanto 7% não apresentaram essas alterações. Nenhum deles teve redução desses valores. Alteração de peso e IMC dos pacientes do sexo masculino O gráfico abaixo demonstra que 100% dos pacientes do sexo feminino apresentaram ganho de peso e conseqüente aumento do IMC. 12 Alteração de peso e IMC dos pacientes do sexo feminino O gráfico abaixo demonstra que 86% dos pacientes avaliados apresentaram aumento na CB e 14% não tiveram alteração. Com relação a DCT, 50% dos pacientes não apresentaram alteração, 22% apresentaram aumento e 28% apresentaram redução. A CMB apresentou aumento em 93% dos pacientes, sendo que 7% não apresentaram alteração. Alteração das medidas de CB, DCT e CMB em pacientes do sexo masculino 13 O próximo gráfico demonstra que todos pacientes do sexo feminino apresentaram aumento da medida CB. Na DCT 50% apresentaram aumento, 17% apresentaram redução e 33% não apresentaram alteração. Com relação a CMB 100% das pacientes apresentaram aumento no resultado deste cálculo. Alteração das medidas de CB, DCT e CMB em pacientes do sexo feminino O gráfico abaixo demonstra que 79% dos pacientes do sexo masculino apresentaram aumento da CC e 21% não. Na CQ 79% dos pacientes apresentaram aumento, 7% apresentaram redução e 14% não apresentaram alteração. No RCQ houve aumento de 50% nesta relação e redução de 29%, sendo que 21% não apresentaram alterações. 14 Alteração das medidas de CC, CQ e RCQ em pacientes do sexo masculino O gráfico abaixo demonstra que 100% dos pacientes do sexo feminino analisados obtiveram aumento na circunferencia da cintura. Na CQ 66% apresentaram aumento, 17% apresentaram redução e 17% não apresentaram alteração. Na RCQ 83% dos pacientes apresentaram aumento e 17% não apresentaram alteração. A RCQ é o indicador mais freqüentemente utilizado para identificar o tipo de distribuição de gordura, sendo determinada pela seguinte equação: RCQ = circunferência da cintura / circunferência do quadril. Alteração das medidas de CC, CQ e RCQ em pacientes do sexo feminino 15 O próximo gráfico demonstra que nos pacientes do sexo masculino houve 50% de redução no índice de triglicérides, 64% de redução no índice do colesterol, 57% no índice do LDL colesterol e 36% na glicemia. Redução de Triglicérides, Colesterol Total, LDL Colesterol e Glicemia em pacientes do sexo masculino O gráfico abaixo demonstra que nos pacientes do sexo feminino houve a redução de 66% no índice de triglicérides, 66% de redução no índice de colesterol total, 66% no índice do LDL Colesterol e 50% e da glicemia 50%. 16 Redução de Triglicérides, Colesterol Total, LDL colesterol e Glicemia em pacientes do sexo feminino Os números são significantes para ambos os sexos, pois trata-se de uma população em que 100% faz o uso de medicamentos que alteram considerávelmente os exames bioquímicos e o perfil lipídico. Altos níveis de colesterol são comuns em pacientes portadores de HIV. O colesterol total em indivíduos em tratamento com antiretrovirais (TARV) tende a aumentar (YU et al. 2005; GUIMARAES et al. 2007). A hiperglicemia comum nos pacientes em uso de TARV, com prevalência de 46% a 54%, deve-se à inibição seletiva do receptor Glut4 14. Assim esses pacientes perdem a sensibilidade do maior glucotransportador presente nos músculos esqueléticos, no fígado e nos adipócitos à insulina. Essa resistência nos adipócitos causa aumento na liberação de ácidos graxos livres, enquanto no fígado determina uma menor supressão na síntese de VLDL. O resultado desse processo é um excesso de partículas de VLDL grandes, ricas em triglicerídeos que, por sua vez, geram uma cascata de eventos de troca que 17 culmina com a redução nos níveis de colesterol no HDL15. A alteração do perfil lipídico mais encontrada nos pacientes em tratamento é a hipertrigliceridemia (YU et al. 2005; GUIMARAES et al. 2007). Quando não tratada de forma correta e rápida, a resistência insulínica pode desenvolver diabetes mellitus. Dessa forma é fundamental identificar aqueles que possuem essa alteração metabólica a fim de iniciar o tratamento. (JÚNIOR et al.,2007) O gráfico abaixo demonstra que 86% dos pacientes do sexo maculino avaliados apresentaram aumento nos níveis de CD4, 7% apresentaram redução e 7% não apresentaram alteração. Alteração de concentração de células CD4 nos pacientes do sexo masculino O gráfico abaixo demonstra que 66% dos pacientes do sexo feminino avaliados apresentaram aumento nas concentrações de células CD4, 17% apresentaram redução e 17% não tiveram alteração. 18 Alteração de concentração de células CD4 nos pacientes do sexo feminino DADOS DO PRODUTO O produto ALIMENTO FERMENTADO À BASE DE TRIGO, CENTEIO, SOJA E MILHO EM PÓ apresenta densidade calórica elevada, o que auxilia a manutenção e ganho de peso dos pacientes soro positivo. Além disto, sua fórmula possui: Ômega 3: de ação antiinflamatória, antitrombótica, antiarrítmica e redutora dos lipídeos do sangue, com propriedades vasodilatadoras. Esses efeitos benéficos foram demonstrados na prevenção de doenças cardíacas e como importante elemento na redução de triglicérides, da hipertensão, do diabetes tipo 2 e da artrite reumatóide, entre outras (Fagundes, 2002). Os pacientes HIV apresentam uma tendência maior para desenvolver dislipidemias, o que gera risco de desenvolver cardiopatias devido ao uso de anti retrovirais (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2001) Fibra Alimentar: regulariza o funcionamento intestinal, o que as tornam relevantes para o bem estar das pessoas saudáveis e para o tratamento dietético de várias patologias, sendo que os pacientes deste estudo relataram 19 uma melhora significante dos episódios de diarréia e constipação (CAVALCANTI, 1989). Beta Glucana: dados acumulados indicam que a beta-glucana, fibra solúvel presente em certos alimentos, auxilia na prevenção de picos glicêmicos pós prandiais. O efeito benéfico da Beta Glucana se dá pela característica de viscosidade, que aumenta o bolo alimentar, retardando o esvaziamento gástrico e diminuindo a absorção de carboidratos no trato digestório, consequentemente reduzindo a liberação de glicose para corrente sanguínea. Com base nestes estudos recomenda-se a ingestão de fibras solúveis na terapia nutricional com o objetivo de diminuir a resposta glicêmica e a necessidade de insulina, contribuindo na prevenção das complicações do diabetes (MIRA, 2008). 20 A função desses alimentos não se limita apenas a nutrir e a manter o organismo em ação, nem se restringiria a oferecer a sensação de saciedade. A dimensão extra da qual falamos é que esses alimentos além de nutrir podem modificar o nosso metabolismo, podendo prevenir e controlar doenças. Tais alimentos são denominados alimentos funcionais e estão sendo hoje o foco das atenções no mundo científico. A expectativa é de que no próximo milênio o mercado esteja repleto desses produtos. Por ser um alimento fermentado, sua absorção é melhor, mais rápida e sofre menos alterações, como a interação entre os nutrientes. O processo de fermentação resulta em um alimento em pó com componentes biologicamente ativos e sem fatores antinutricionais. Sua formulação resulta em uma combinação de nutrientes essenciais para nossa saúde. 21 CONCLUSÃO Com esse estudo observamos que o acompanhamento, intervenção nutricional e utilização do produto BIONUTRI AR-1 possibilitou uma melhora nos quadros de alterações metabólicas dos pacientes com AIDS, já que estes não utilizavam nenhum tipo de medicamento ou módulo de fibras para o controle das alterações metabólicas. O estado nutricional desta população apresentou melhora significativa quanto ao ganho de peso, pois se tratava de uma população com déficit igual ou superior a 10% de perda de peso em relação ao peso habitual, e esse índice se mantinha constante. Foi constatado aumento na contagem de células CD4, sendo que os pacientes em estudo já utilizavam anti retrovirais independente da combinação do coquetel, desta forma pode-se dizer que ocorreu uma resposta positiva entre o produto e o estado imunológico. Concluímos que a meta principal da terapia nutricional consiste em minimizar as perdas de massa magra, massa celular corpórea e evitar deficiências nutricionais, prevenir e/ou tratar os efeitos colaterais da terapia anti retrovirais, com utilização de uma nutrição balanceada e completa, contribuindo o produto utilizado para esse resultado. 22 REFERÊNCIAS BRITO, A. 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PAULO, A.Z., Nutrição em portadores de HIV/AIDS . Série Manuais, v.1, 2006. FONSECA, et al. Como medir confiabilidade de dobras cutâneas. Rev.Bras.de Epidemiologia; 2(1/2), 1999. SAMPAIO,L.R., FIGUEIREDO, V.C., Correlação entre o índice de massa corporal e os indicadores antropométricos de distribuição de gordura corporal em adultos e idosos. Rev Nutr., 18(1):53-61, 2005 (SAMPAIO,2005). RABELO, L.M., Fatores de risco para doença aterosclerótica na adolescência. Revista Jornal de Pediatria. v. 77(supl.2), S153-S164, nov. 2001. TROIAN C.M., Prevalência de Síndrome Metabólica e Dislipidemia em Pacientes HIV positivos em Uso de Terapia Anti-retroviral. Jornal Brasileiro de Medicina. v. 89, n. 3, p.31-34, set. 2005. 24 VALENTE M.M., et al. Alterações metabólicas da síndrome lipodistrófica do HIV. Revista Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabolismo. v. 49, n. 6, p.871881.dez. 2006. YU, P.C., CALDERARO, D., CARAMELLI, B. Revista Arquivo Brasileiro de Cardiologia. v. 85, n. 5, p.39-43. out., 2005. Sociedade Brasileira de Cardilogia. III Diretrizes Brasileiras sobre dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da SBC. Arqui Bras Cardiol 2001; 77: 1-48 25 ANEXOS ANEXO 1. Avaliação Nutricional Antropométrica Altura(2): Altura: Peso Habitual: Atividade Física: Histórico Clínico e Nutricional: Exame Pressão Arterial Triglicérides Colesterol Total HDL – c LDL – c Glicemia CD4 Outros:________ ______________ Exame Pressão Arterial Triglicérides Colesterol Total HDL – c LDL – c Glicemia CD4 Outros:________ ______________ Data Peso IMC PP: Peso Ideal: Valor Data Valor Data Valor Data Valor Data Valor Data Valor Data %perda de peso Obs.: CB CMB DCT CC CQ RCQ 26 ANEXO 2. Anamnese Alimentar NOME: DATA:___/ /___ TRATAMENTO DIETÉTICO ANTERIOR? NÃO CONTA PRÓPRIA NUTRICIONISTA APETITE: REDUZIDO AUMENTADO NORMAL ALTERAÇÕES GASTRO INTESTINAIS: NÃO OBSTIPAÇÃO DIARRÉIA FLATULÊNCIA EVACUAÇÕES: DIARIA ALTERNADA FAZ USO DE LAXANTE? SIM NÃO SUP. 2 DIAS QUAL? INGESTÃO DE LÍQUIDOS: LITROS. COPOS / INGESTÃO DE LÍQUIDO DURANTE AS REFEIÇÕES: SIM NÃO QUANTO? QUAL? HÁBITO ALIMENTAR: BELISCADOR MADRUGADOR NORMAL COMEDOR COMPULSIVO QUANTAS REFEIÇÕES POR DIA? SUBSTITUI REFEIÇÕES POR LANCHE? SIM NÃO TIPO: REFEIÇÕES: LOCAL CASA QUAL REFEIÇÃO? TRABALHO 27 RESTAURANTE (TIPO): EM QUAL REFEIÇÃO SENTE MAIS APETITE? PREFERÊNCIA ALIMENTAR: INTOLERÂNCIA ALIMENTAR: ALERGIA ALIMENTAR: USA ADOÇANTE? SIM NÂO CONSOME DOCE? SIM QUAL? NÂO COM QUE FREQUÊNCIA? TIPO DE GORDURA QUE UTILIZA CONSTUMA USAR SALEIRO NA MESA? SIM NÂO MUDANÇA DE HÁBITO ALIMENTAR NOS FINAIS DE SEMANA? SIM NÂO QUAL? RECORDATÓRIO ALIMENTAR DE UM DIA: 28 ANEXO 3. Cardápio SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS – CCD CENTRO DE REFERÊNCIA E TREINAMENTO DST – AIDS EXEMPLO DE CARDÁPIO REFEIÇÃO DESJEJUM COLAÇÃO ALMOÇO LANCHE DA TARDE JANTAR CEIA ALIMENTO QUANTIDADE SUBSTITUIÇÃO leite desnatado café torradas queijo branco fruta 200 ml a gosto 02 unidades 01 fatia média 01 porção grupo 01 grupo 02 grupo 03 grupo 04 grupo 05 suco de fruta 200 ml arroz feijão carne legumes salada fruta 03 colheres das de sopa 02 colheres das de sopa 01 porção 04 colheres das de sopa à vontade 01 porção grupo 06 grupo 07 grupo 08 grupo 09 grupo 10 grupo 05 iogurte desnatado cereais fruta 200 ml 05 colheres das de sopa 01 porção grupo 01 grupo 03 grupo 05 arroz legumes carne salada fruta 03 colheres das de sopa 04 colheres das de sopa 01 porção à vontade 01 porção grupo 06 grupo 09 grupo 08 grupo 10 grupo 05 chá torradas requeijão light 200 ml 02 unidades 01 colher das de chá grupo 02 grupo 03 grupo 04 barra de cereais diet/yakult/fruta ANEXO 4. Lista de Substituição 29 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS – CCD CENTRO DE REFERÊNCIA E TREINAMENTO DST – AIDS Opções para Substituições no Cardápio Grupo 01: leite desnatado – 200 ml iogurte desnatado ou diet – 200 ml leite de soja diet – 200 ml Grupo 02: chá de ervas (verde, camomila, erva doce, etc) – 200 ml Grupo 03: pão francês – 1 unidade sem miolo biscoito salgado integral – 04 unidades pão com fibras (centeio, aveia, glúten,etc) – 01 fatia torradas – 02 unidades cereais – 1xíc (chá) barra de cereias diet – 1 unidade Grupo 04 : margarina light – 01 colher (chá) queijo branco ligth – 01 fatia média ricota - 1 fatia média cottage – 02 colheres (sopa) tofu – 01 fatias média requeijão ligth – 01 colher (sopa) geléia diet – 01 colher (sopa) blanquet de peru peito de peru Grupo 05: frutas (todas) – 01 fatia média ou 01 prato dos de sobremesa, 01 unidade média obs: quando for consumir na forma de suco, utilizar a quantidade indicada por porção. Grupo 06: 30 arroz cozido - 03 colheres (sopa) tubérculos (batata, inhame, cará, mandioca, mandioquinha) – 03 colheres (sopa) massas frescas (nhoque, rondelli, caneloni, lasanha, panquecas....) - 01 porção média massas secas – 03 colheres (sopa); milho verde e derivados – 03 colheres (sopa) farinhas e farináceos – 02 colheres (sopa) Grupo 07: leguminosas (feijão, ervilha, soja, grão de bico, lentilha) – 02 colheres (sopa) Grupo 08: carne vermelha – 01 bife médio frango sem pele – 01 pedaço médio peixe (salmão, anchova, atum, cação, cavala e sardinha) – 01 posta média/uma porção PTS (proteína texturizada de soja) – 03 colheres (sopa) Grupo 09: legumes e hortaliças – 04 colheres (sopa) Grupo 10: vegetais, tomate, pepino, rabanete, cogumelo, aspargos – à vontade ANEXO 5. Recomendações 31 SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS – CCD CENTRO DE REFERÊNCIA E TREINAMENTO DST – AIDS Recomendações Observar sempre as quantidades indicadas, respeitando as substituições por grupos; Não deixar de fazer nenhuma das refeições, procurando variar os alimentos; Comer devagar em local calmo e mastigar bem os alimentos; Procurar não ingerir líquidos durante as principais refeições; Utilizar adoçantes artificiais em substituição ao açúcar branco, mascavo, mel, melado e glicose de milho; Evitar frituras, dando preferência a pratos cozidos, grelhados no vapor ou assados; Utilizar óleo vegetal de soja, milho, canola ou girassol em pequena quantidade no preparo dos alimentos; Evite a adição de molhos prontos (maionese, molhos de salada, cremes brancos e outros); Consuma no máximo 02 gemas de ovo por semana (observe a inclusão do mesmo em preparações como bolos, pães, massas, panquecas, etc); Evitar embutidos (salsichas, mortadela, salame, copa, presunto, lingüiça, etc.); Evitar queijos gordurosos (prato, mussarela, provolone, etc), consuma somente os queijos indicados na lista; Evite alimentos industrializados, se for utilizar leia atentamente o rótulo da embalagem. Dicas: Quando for se alimentar fora de casa não deixe de obedecer a sua dieta; Modere o consumo de café, reduza ou abandone o fumo e o álcool; Utilize alimentos funcionais (terapêuticos) no seu dia a dia ( tomate, uva, cereais, peixes, algas marinhas, azeite de oliva, leites fermentados, soja e linhaça); 32 Faça uso de doces diet/light (gelatina, pudim, flan); Fruta grelhada e polvilhada com adoçante em pó e canela torna-se uma deliciosa sobremesa; Ingerir 02 litros de água por dia; Prefira alimentos em seu estado natural; Praticar atividade física; 33