ID 13 ESTADO NUTRICIONAL E PERFIL LIPÍDICO DE CRIANÇAS HIV/AIDS EM USO DE TERAPIA ANTIRETROVIRAL CABREIRA, T.P.; VIEIRA, M.C.; KIRSTEN, V.R.; ZWIRTES, R.F.; VALADÃO, M.C CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO - UNIFRA; HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA INTRODUÇÃO: Os benefícios do uso de drogas antiretrovirais (TARV) em pacientes com HIV/AIDS são acompanhados por inúmeros efeitos colaterais decorrentes destes medicamentos, entre eles várias alterações metabólicas, como aumento sérico do colesterol, triglicerídeos e glicemia. Estudos vêm mostrando que estas alterações também ocorrem em crianças tratadas com este tipo de terapia (CHING YU et al.,2005). OBJETIVO: Verificar o estado nutricional e o perfil lipídico de crianças com HIV/Aids tratadas com terapia antiretroviral, atendidas no ambulatório de Doenças Infecciosas (DI) do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) em 2007. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo de caráter transversal, em que foram avaliadas todas as crianças vivendo com HIV/Aids, em uso de TARV, atendidas no ambulatório de DI do HUSM no ano de 2007. Dados como peso e altura foram coletados através de uma balança com altímetro da marca Filizola e uma fita métrica inextensível. As crianças estavam com o mínimo de roupa possível e descalças, sendo a altura aferida em posição ereta na parede sem rodapés, com fita inelástica e auxílio do esquadro de madeira. A classificação do estado nutricional foi realizada pela relação IMC/idade (CDC, 2000). Para a avaliação do perfil lipídico, foram retirados os exames laboratoriais mais recentes no prontuário do paciente, incluindo colesterol total e frações, e triglicerídeos. Estes dados foram classificados segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2005). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Franciscano e os responsáveis assinavam o termo de consentimento livre e esclarecido autorizando a criança a participar da pesquisa. RESULTADOS: Das 49 crianças avaliadas, 45 apresentavam exames para avaliar o perfil lipídico; 35% (n=17) eram do sexo masculino e 65% (n=32) do sexo feminino, com média de idade de 7,9 anos (± 3,11). De acordo com o estado nutricional, 80% (n=36) das crianças avaliadas estavam eutróficas, 17,8% (n=8) apresentavam sobrepeso e 2,2% (n=1) obesidade. Segundo os exames laboratoriais, 36% (n=16) das crianças apresentaram níveis de colesterol sérico elevados, 16% (n=7) níveis limítrofes e 48% (n=22) níveis normais (<150mg/dl). No que se refere às frações de colesterol, 7% (n=03) e 32% (n=14) das crianças apresentaram níveis elevados e limítrofes de LDLc, respectivamente, sendo 61% (n=28) com níveis séricos normais (<100mg/dl), ao passo que 64% (n=28) apresentaram níveis de HDLc abaixo dos valores desejáveis (≥ 45mg/dl). Quanto aos triglicerídeos, 17,8% (n=8) dos avaliados apresentaram valores acima dos recomendados para crianças e adolescentes (<100mg/dl). CONCLUSÕES: Verificaram-se resultados satisfatórios quanto ao estado nutricional das crianças, visto que a maioria da amostra está eutrófica e não se obteve a presença de desnutrição. Todavia, mais da metade dos avaliados possui alguma alteração sérica de colesterol e suas frações, a qual associada aos níveis de triglicerídeos, aumenta o risco do desenvolvimento de resistência insulínica nessas crianças, bem como a suscetibilidade a desfechos metabólicos. Assim, ressalta-se a importância da realização de estudos com crianças HIV/Aids, a fim de verificar se essas alterações são realmente decorrentes do uso da TARV ou manifestações da própria infecção viral, melhorando o manejo clínico desses pacientes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: YU, Pai Ching et al. Terapia hipolipemiante em situações especiais - síndrome de imunodeficiência adquirida. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo. v. 85, supl. 5, p.58-61, out. 2005. CENTER FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. CDC growth charts: United States. n.314, dec. 2000. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. I Diretriz de Prevenção da Aterosclerose na Infância e na Adolescência. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v.85, Suplemento VI, dez. 2005.