COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL BREVE CONTEXTO SOBRE A COM. EMP. NO MUNDO No início do século XX ocorreram as primeiras ações de comunicação empresarial nos Estados Unidos. http://www.bocc.ubi.pt/pag/pessoa-sonia-comunicacao-empresarial-estrategica.pdf Em 1906, Ivy Lee decidiu deixar a profissão de lado para montar o primeiro escritório de comunicação empresarial de que se tem notícia. O objetivo de Lee: recuperar a credibilidade do empresário John D. Rockefeller, tido como uma pessoa que visava o lucro a qualquer preço. A imprensa norte-americana denunciava que os Rockfeller menosprezaram e maltrataram grevistas em uma de suas empresas, a Colorado Fuel and Iron Co. A estratégia de Lee foi trabalhar a imagem pessoal de John Rockfeller, através de ações de filantropia e benemerência, o que culminou por notabilizá-lo como “grande filantropo” perante à opinião pública. • O trabalho de Lee tornou-se um case, o primeiro de que se tem notícia. • Fim do século XIX e começo do XX: Rockefeller era visto como “imperador” do petróleo • Rockefeller passou de “patrão sanguinário” a “benfeitor da humanidade”. As ações de Lee para melhorar a imagem do empresário iam de matérias em veículos de comunicação à dispensa de guarda-costas e chegaram a incluir uma colaboração na apuração de denúncias contra ele próprio e a criação de fundações de interesse público. • Lee, para revitalizar a imagem de Rockefeller, criou a Fundação Rockefeller e deu início a um conceito que vigora até hoje: o de cidadania corporativa. • Depois disso, Lee passou por grandes empresas. Quando morreu, em 1935, gerenciava as relações públicas da Chrysler. • Entre as grandes corporações, a General Electric (GE) foi considerada a primeira empresa a pensar e implantar a comunicação empresarial. • Uma série de debates entre os executivos da empresa e intelectuais da época (anos 60) estimulava o pensamento estratégico da empresa e apenas parte do conteúdo desses debates eram divulgados. • Marilene Lopes, autora do livro sobre o assunto – 'Quem tem medo de ser notícia?' (2000) - diz que nas décadas de 60 e 70, a postura das empresas era a de “omitir da opinião pública fatos de difícil explicação”. • Aquilo que a empresa tinha como diferencial positivo, prerrogativa de competitividade e excelência era amplamente divulgado. Em contrapartida, os pontos mais nevrálgicos ou vulneráveis das organizações deveriam, criteriosamente, ser “escondidos”. • A comunicação estava longe de ser entendida como instrumento estratégico de gestão. • Este quadro perdurou por décadas em que o Brasil esteve, politicamente, sob uma cultura repressiva, de cerceamento das liberdades individuais e coletivas, no auge da ditadura militar (1964-1985). • A história política do País no período de 1964 a 1989 fazia com que as empresas, metaforicamente, seguissem uma trilha parecida com aquela dos militares no trato e na relação com a opinião pública. • O ambiente político em si favorecia que pouca satisfação fosse dada à sociedade; não havia uma cultura que contemplasse uma ideia de prestação de contas à sociedade no meio empresarial. • Pouco se discutia, por exemplo, uma ou outra restrição ao desmatamento quando o negócio era produzir. • Nos anos 70, as empresas perceberam que tinham sim contas a prestar à opinião pública. • Nos anos 80 houve um boom com a multiplicação de formatos, seguida pelo boom das áreas de responsabilidade social/marketing institucional BREVE HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL NO BRASIL • Motivada pela instalação de indústrias e das agências de publicidade vindas dos Estados Unidos, a comunicação empresarial surgiu no Brasil na década de 50, num período em que o país vivia o lema “50 anos em 5” do presidente Juscelino Kubitschek. • A primeira agência de Relações Públicas aberta no Brasil foi a AAB, de Rolim Valença. • O boom do setor ocorre no fim da década de 60. • Em 1967, a união dos profissionais da área deu origem à Aberje – Associação Brasileira dos Editores de Revistas e Jornais de Empresas. • Em 1987, a entidade passou a ser conhecida como Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. • No início da profissão, no Brasil, era muito comum que jornalistas desenvolvessem atividades na área de comunicação empresarial e continuassem atuando em jornais ou revistas que não eram ligados às empresas. • Em meados da década de 90, essa prática passou a não ser mais aceita pelos veículos de comunicação, para que isso não afetasse a reputação da publicação. • Dos anos 60 até hoje, muita coisa mudou. Entre as mudanças está a criação de uma cultura que trouxe estratégia à comunicação, em especial à comunicação com os formadores de opinião. “As empresas modernas e de visão estratégica perceberam as vantagens competitivas que poderiam obter aproveitando todas as oportunidades de ter seu nome ocupando cada vez mais espaço nos meios de comunicação. E a transparência é a forma mais eficaz de se produzir uma boa imagem e, consequentemente, ganhar mercado em uma era de competitividade voraz como a de hoje” (LOPES, 2000)