GASES: DETERMINAÇÃO DO VALOR DA CONSTANTE (R) DOS GASES Introdução A matéria pode se apresentar nos estados sólido, líquido e gasoso. A temperatura e a pressão são as variáveis responsáveis pelo estado físico da matéria. Por exemplo, à pressão de 1atm e à temperatura igual ou maior que 100 o C, a água existe sob a forma de um gás. Sob pressão de 1atm à temperatura de 0 oC a 100 oC, a água é um líquido, e finalmente um sólido (gelo) abaixo de 0 oC. O estado gasoso é o estado físico em que a matéria “não tem forma e nem volume próprios”, isto é, a forma e o volume de uma amostra gasosa são os dos reservatórios que a contém. Observações e experiências realizadas com gases revelaram uma série de regularidades em seus comportamentos. Essas regularidades passaram a ser chamadas de LEI DOS GASES, e todos os gases, dentro de determinadas faixas de pressão e temperatura, obedecem a essas leis com razoável aproximação. A equação matemática que sintetiza as diversas leis é denominada EQUAÇÃO DE ESTADO DOS GASES OU EQUAÇÃO DE CLAPEYRON: “o produto pressão x volume de um gás é diretamente proporcional à quantidade de matéria (n) do gás à temperatura absoluta” pV= nRT (01) Esta equação é utilizada para os gases ideais, cujo modelo desconhece as interações entre as moléculas dos gases, ou seja, as forças repulsivas e atrativas, que se manifestam sob pressões médias e altas. Assim podemos definir Gás Ideal : obedece pV=n RT Gás Real : obedece pV=nRT em qualquer condição de T e p. em pressões baixas e temperaturas altas. Existem equações mais elaboradas que levam em conta outros efeitos, como as interações entre as moléculas do gás, e que representam mais fielmente o comportamento dos gases reais. A mais simples delas é a equação de van der Waals (eq. 02). p RT _ (V b) sendo: a _ (V ) 2 (02) _ V o volume molar; a e b as constantes de van der Waals determinadas experimentalmente para cada gás No trabalho conduzido no laboratório, as condições de pressão atmosférica permitem que se utilize, sem receios, a equação (01) para o gás H 2 obtido a partir da reação química : 1Mg(s) + 2HCl(aq) 1MgCl2 (aq) + 1H2(g) (03) Observação: os coeficientes estequiométricos estão sublinhados. Este trabalho prático tem como objetivo determinar a constante R dos gases empregando as equações de Clapeyron e van der Waals. Materiais e Reagentes Bureta de gás de 100 mL; Cilindro de 5 L; Proveta; Béquer de 1 L; Rolha perfurada com fio de cobre fixado; Barômetro; Suporte universal, mufa e garra; Solução 1,0 mol.L-1 de HCl; Termômetro; Balança ( 0,0001 g); Fita de magnésio. 3. Procedimento Experimental Pesar uma parte da fita de magnésio limpa e seca (0,04 a 0,072 g). Enrolar a fita de magnésio no fio de cobre que se acha fixado à rolha de borracha. Na bureta de gás, colocar um volume 50 a 70 mL da solução de HCl e complete-a com água destilada. Não agitar a bureta. Introduzir a rolha contendo a fita de magnésio na bureta e verificar se esta fita está fixa. Tampar com o dedo indicador a extremidade do tubo de vidro inserido na rolha e inverter a bureta, com cuidado. Colocá-la em um béquer contendo água pura. Observar atentamente a trajetória descendente da solução de ácido clorídrico até iniciar a reação com o magnésio que é notada pelo desprendimento de bolhas de gás. Quando todo o magnésio tiver reagido, fechar novamente com o indicador a extremidade do tubo (rolha de borracha) e transferir, com cuidado, a bureta de gás para um cilindro contendo água. Igualar os níveis de água (interno - nível de água na bureta e externo - nível de água no cilindro) para que a pressão interna se torne igual à pressão atmosférica. Anotar o volume de gás medido nestas condições. Ler no barômetro a pressão atmosférica e anotar o valor. Ler a temperatura ambiente e anotar o valor. 4. Apresentação e discussão dos resultados 4.1) Os resultados experimentais devem ser anotados na Tabela 1. TABELA 1: Valores de quantidade de matéria, pressão e volume obtidos experimentalmente. Mg Hidrogênio Massa/g n / mol V/ mL G 1 p/mm Hg (p.V)/mm Hg.L (n.T)/mol.K 2 3 4 5 G = grupo; M.M Mg = 24,305 g/mol ; o número de mol do H2 é igual ao n do Mg. Patm = ........................mm de Hg; temperatura = .............................. oC 4.2) Cálculo da pressão do gás hidrogênio: subtraia do valor da pressão atmosférica a pressão exercida pelo vapor de água na temperatura da experiência, veja na Tabela 3 e anote na Tabela 1. 4.3) Utilizando os dados da Tabela 1, coloque no eixo dos y o volume de H2 e no eixo x a quantidade de matéria correspondente (n), trace a curva que melhor se ajusta aos pontos. Calcule o valor do coeficiente angular e interprete os resultados. Trace outro gráfico correlacionando o produto (p x V) em função do produto (n x T) dados da Tabela 1. Calcule o coeficiente angular. Qual o significado deste valor? 4.4) Usando as equações (01) e (02), calcule o valor de R para os gases ideais e reais e complete na tabela 2. Calcule o erro relativo (%) cometido nas duas determinações, comparando os valores de R obtidos experimentalmente com o dado na literatura. Compare os erros obtidos e analise os resultados quanto ao comportamento dos gases a pressões baixas. TABELA 2: Valores dos parâmetros do hidrogênio obtidos experimentalmente e constante universal dos gases calculados. grupo Gás ideal R/mm Hg L K-1 mol-1 % Gás Real R/mm Hg L K-1 mol-1 % 1 2 3 4 5 NOTA: % = erro relativo dos valores de R calculados Anexo A: Dados da literatura Tabela 3: Pressão de vapor da água a várias temperaturas t/ oC p/mmHg t/ oC p/mm Hg 10 19 9.2 16.5 t/ oC 25 p/ mm Hg 13 17.5 26 25.2 26.7 23.8 11.2 20 15 12.8 21 18.6 27 16 13.6 22 19.8 28 28.3 17 14.5 23 21.0 29 30.0 15.5 24 22.4 30 31.8 18 Tabela 4: Valores das constantes de van der Waals, de R e fatores de conversão Constantes de van der Constante R dos Fatores de Conversão Waals para o H2 (g) Gases 1 mm Hg = 1 Torr 1 atm = 760 mm Hg a = 0,244 atm.L2.mol-2 0,082058 L atm K-1 mol-1 1 atm = 1,01326 X 105 Pa -1 -1 8,31451 JK mol 1 cal = 4,184 J b = 0,0327 L.mol-1 1,9872 cal K-1 mol-1 1 J = 107 ergs -1 -1 62,364 L Torr K mol 1 erg = 1 dina/cm 8,3144 X 107 ergs K-1 mol-1