Guerra dos Seis Dias A Guerra dos Seis Dias foi um conflito armado entre Israel e a frente árabe, formada por Egito, Jordânia e Síria, apoiados pelo Iraque, Kuweit, Arábia Saudita, Argélia e Sudão. O crescimento das tensões árabe-israelenses, em meados de 1967, levou ambos os lados a mobilizarem suas tropas. Antecipando um ataque iminente do Egipto e da Jordânia, Israel surpreendeu as nações aliadas, lançando um ataque preventivo e arrasador à força aérea egípcia. Esquema da conquista da península do Sinai durante a Guerra dos Seis Dias O plano traçado pelo Estado-Maior israelense, chefiado pelo general Moshe Dayan (1915-1981), começou a ser posto em prática às 7h e 10min da manhã do dia 5 de junho de 1967, quando caças israelenses atacaram nove campos de pouso, aniquilando a força aérea egípcia antes que esta saísse do chão. Ao mesmo tempo, forças blindadas israelenses investiam contra a Faixa de Gaza e o norte do Sinai. A Jordânia abriu fogo em Jerusalém e a Síria interveio no conflito. No terceiro dia de luta todo o Sinai já estava sob o controle de Israel. Nas 72 horas seguintes, os israelenses impuseram uma derrota devastadora aos adversários, controlando também a Cisjordânia, o setor oriental de Jerusalém e as Colinas de Golã, na Síria. Como resultado da guerra, aumentou o número de refugiados palestinos na Jordânia e no Egito. Síria e Egito estreitaram ainda mais as relações com a URSS, aproveitando também para renovarem seu arsenal de blindados e aviões, além de conseguirem a instalação de novos mísseis mais próximos ao Canal de Suez. Nos anos seguintes à crise de Suez, a tensão entre árabes e israelenses foi elevando-se perigosamente. Contribuíram para isso vários fatores, entre os quais: 1. A instalação de governos de carácter progressista em países árabes (Síria e Iraque) em substituição aos regimes conservadores neles existentes até então. Esses novos governos se mostravam favoráveis a uma ação militar contra Israel e pressionavam o governo egípcio - o mais forte e populoso do mundo árabe - a se encaminhar nessa direção. 2. A formação de movimentos de resistência palestinos que passaram a reagir cada vez mais à ocupação de Israel. A contínua repetição desses incidentes, que ocorriam principalmente ao longo da fronteira de Israel com seus vizinhos, e as pressões dos países árabes para uma tomada de posição mais firme por parte do Egito levaram este último a formalizar pactos militares de defesa mútua com a Síria, a Jordânia e o Iraque" Descrição dos acontecimentos Em Maio de 1967 exércitos árabes começaram a juntar forças ao longo das fronteiras de Israel. Ao mesmo tempo o General e Presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser, ordenou um bloqueio no Golfo de Aqaba. O primeiro passo para o desencadear da guerra deu-se em 7 de Abril de 1967 quando Israel lançou um ataque contra posições da artilharia inimiga e bases de resistência e Montes Golã. Durante a operação seis aviões sírios Mig foram abatidos pelos caças israelenses que voavam em vôo baixo sobre a capital da Síria, Damasco. Esta provocação inflamou as tensões entre Árabes e Israelenses. A União Soviética passou através dos seus serviços secretos informações ao governo sírio. Essa suposta troca de informações alertava para um ataque em massa do exército de Israel. Embora não existam provas absolutas dessa colaboração russa, uma coisa é certa: as informações estavam corretas e ajudaram a empurrar tanto a Síria quanto o Egipto para a guerra. Por causa da sensação de ameaça à Síria, o Egipto trouxe para a crise um Pacto de Defesa em 1966. Contudo Nasser não foi perspicaz sobre uma guerra com Israel, ele tomou decisões que levavam a uma guerra fechada, um bloqueio para prevenir um provável ataque israelense. A meio de Maio ele enviou tropas para o Deserto do Sinai e pediu aos Capacetes Azuis da ONU para partirem. Em resposta a esta ação e ao apoio sovético, o exército israelita foi mobilizado e o Egipto, Síria e Jordânia declararam o Estado de Emergência. Em 22 de Maio Nasser fechou o Estreito de Tiran aos barcos de Israel, isolando a cidade portuária de Eliat. Esta mesma ação, somada a interesses franceses e israelenses, foi a causa da Guerra do Canal do Suez em 1956. Três dias mais tarde os exércitos do Egito, Arábia Saudita e Iraque moveram-se para as fronteiras com Israel. Em 30 de Maio a Jordânia juntou-se ao Pacto Egipto-Síria, formando o Pacto de Defesa Árabe. Durante este período a imprensa árabe jogou um papel vital para a abertura das hostilidades. Jornais e Rádios passavam constantemente propaganda contra Israel. Em 4 de Junho de 1967 Israel estava cercado por forças árabes que eram muito mais numerosas do que as suas. O plano de invasão israelense parecia fadado ao fracasso, até o Mossad pensar em uma solução. A Guerra estava iminente. -Confrontados com uma retaliação árabe iminente antes mesmo da invasão começar, os líderes militares de Israel e governo implementaram uma estratégia para furar o bloqueio militar legal imposto pelos Árabes. Logo depois das 8:45 am do dia 5 de Junho lançaram um ataque aéreo contra as forças árabes. Este ataque aéreo, com o nome de código 'Moked' foi desenhado para destruir a Força Aérea do Egipto enquanto esta estava no solo. Em três horas a maioria dos aviões e bases estavam destruídas. Os caças israelenses operavam continuamente apenas voltando para reabastecer de combustível e armamento em apenas sete minutos. No primeiro dia os árabes perderam mais de 400 aviões; Israel perdeu 19. Esses ataques aéreos deram aos israelenses a chance de destroçar de forma desigual as forças de defesa árabes. De seguida, as forças terrestres de Israel deslocaram-se para a Península do Sinai e Faixa de Gaza onde cercaram as unidades egípcias. A Guerra não era longe da frente leste de Israel. O primeiro-ministro de Israel, Levy Eshkol, enviou uma mensagem ao rei Hussein da Jordânia: "Não empreenderemos ações contra a Jordânia, a menos que seu país nos ataque". Mas na manhã do 5º dia, Nasser telefonou a Hussein encoranjando-o a lutar. Ele disse a Hussein que o Egipto tinha saído vitorioso no combate da manhã - Um engano de Nasser que provocou uma derrota esmagadora da Jordânia, mas que conseguiu impedir que Israel tomasse Amã. Às 11:00 de 5 de Junho tropas da Jordânia atacaram Israel a partir de Jerusalém com morteiros e artilharia. Com o controle total dos céus, as forças israelenses em terra estavam livres para invadir o Egito e a Jordânia. Por causa disto os reforços árabes que foram enviados tiveram sérios contratempos, o que permitiu em apenas 24 horas que os israelenses tomassem grande parte da cidade aos jordanianos. No terceiro dia da guerra, 7 de Junho, as forças jordanianas foram empurradas para o West Bank atravessando o Rio Jordão. Israel tinha anexado todo o West Bank e Jerusalém, tomando e invadindo a cidade. A ONU conseguiu um acordo de cessar-fogo entre Israel e a Jordânia que entrou em vigor nessa tarde. Após o cessar-fogo, o grande contingente das tropas de Israel e tanques foi dirigido contra as forças do Egito no Deserto do Sinai e Faixa de Gaza. O IDF ( Força de Defesa de Israel) atacaram essas forças com três divisões de tanques, pára-quedistas e infantaria. Conscientes do fato que a guerra somente podia durar poucos dias e que era essencial uma vitória rápida, os israelenses concentraram todo o seu poder através das linhas egípcias no Deserto do Sinai. Em 8 de Junho, os israelenses começaram o seu ataque no Deserto do Sinai. Sob a liderança implacável do General Ariel Sharon, empurraram os egípcios para o Canal do Suez. No final do dia, as forças israelenses alcançaram o Canal do Suez e a sua artilharia continou a batalha ao longo da linha da frente enquanto a força aérea atacava as forças egípcias em retirada que tentavam recuar utilizando as poucas estradas não controladas. No final do dia os israelenses controlavam toda a Península do Sinai e de seguida o Egito aceitou um cessar-fogo com Israel. Às primeiras horas do dia 8 de Junho os israelenses torpedearam acidentalmente o navio de guerra americano USS Liberty ao largo da costa de Israel. Foi confundido como sendo um barco de tropas árabes, 34 americanos morreram. Com o Sinai sob controle de Israel, Israel começou o seu assalto às posições sírias nos Montes Golã no dia 9 de Junho. Foi uma ofensiva difícil devido às bem entrincheiradas forças sírias e o terreno acidentado. Israel enviou uma brigada blindada para as linhas da frente enquanto a infantaria atacava as posições sírias. Depois de uma série de episódios, Israel ganhou o controle dos Montes Golã. Às 6:30 da tarde do dia 10 de Junho a Síria retirou-se, e foi assinado o armistício. Era o fim da guerra nos campos de batalha. Mas alguns resultados se estenderam por anos posteriores... A Guerra dos Seis Dias foi uma grande derrota para os Estados Árabes. Eles perderam mais de metade do seu equipamento militar, e a Força Aérea da Jordânia foi completamente destruída. Os Árabes sofreram 18.000 baixas. Em contraste os israelenses perderam 766 soldados. No dia seguinte à conquista da Península do Sinai, o Presidente Nasser do Egito resignou humilhado e outros líderes árabes perderam popularidade. Contudo, esta derrota não mudou a atitude dos Estados Árabes em relação a Israel, que é destruir o Estado de Israel e todo o povo judeu. Em Agosto de 1967 líderes árabes reuniram-se em Kartum e anunciaram uma mensagem de compromisso para o mundo: Não às negociações diplomáticas e reconhecimento do Estado de Israel, que lhes havia causado um grande prejuízo. Os ganhos de Israel nesta guerra foram consideráveis. As suas fronteiras eram agora maiores e tinham ocupado os Montes Golã, a Cisjordânia ("West Bank") e a Península do Sinai. O controle de Jerusalém foi de considerável importância para o povo judeu por causa do valor histórico e religioso, já que a cidade era judaica há 3000 anos até ser tomada pelo império Turco-Otomano, e assim, iniciou-se a fuga dos palestinos de suas casas. Por causa da guerra os Palestinos deixaram suas casas em fuga. O conflito criou 350.000 refugiados que foram rejeitados pelos estados árabes vizinhos principalmente a Jordânia, mas mais de 1.300 dos palestinos que ficaram na Cisjordânia e Faixa de Gaza permaneceram sob o controle de Israel e vivem como cidadãos israelenses gozando dos seus plenos direitos. A guerra fez explodir o nacionalismo Palestino. Organizações Terroristas como a Al Fatah e partes da OLP realizam ataques terroristas contra alvos em Israel, na esperança de recuperar as terras que eles julgam ser deles. Em Novembro de 1967 as Nações Unidas aprovam a Resolução 242, que ordena a retirada de Israel dos territórios ocupados e a resolução do problema dos refugiados. Israel não cumpriu a resolução para se retirar dos territórios ocupados, e só negocia se os estados árabes reconhecerem o estado de Israel e os líderes árabes em Kartum dizem que a Resolução 242 não é mais do que uma lista de desejos internacionais. A guerra não resolveu muitos dos assuntos que começaram precisamente com ela, e em alguns casos aumentou o conflito Israel-Árabe. No entanto, alguns progressos nas negociações entre palestinos e o governo de Israel foram alcançados. Como parte dos Acordo de Paz de Oslo (1993), a Organização para a Libertação da Palestina (a partir de então, Autoridade Palestina) assumiu o controle da Faixa de Gaza e da cidade de Jericó em 1994; em 1995, de outras cidades na Cisjordânia também passaram para o controle da Autoridade Palestina. De todo o modo, o conflito não foi solucionado. Os palestinos continuam reivindicando todos os territórios ocupados por Israel e a criação de um Estado palestino. Grupos Terroristas Palestinos continuaram a empreender ataques contra alvos civis e militares em Israel, mesmo quando os dois lados estão negociando a paz. Por sua vez, o governo israelense adotou uma ação militar de ataques a guerrilheiros e bases de grupos terroristas, para defender sua população, matando líderes de grupos terroristas palestinos que demonstram oposição à existência do Estado de Israel diminuindo significativamente o número de vítimas civis. Fontes: Wikipedia Militarypower.com.br Almanaque Abril