UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O FLUXO DE CAIXA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO
FINANCEIRA E EMPRESARIAL
Por: Andréa Virgínia Martins Pereira
Orientador: Sergio Majerowicz
Niterói
2007
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O FLUXO DE CAIXA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO
FINANCEIRA E EMPRESARIAL
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
Universidade
parcial
para
obtenção do grau de especialista em Finanças e
Gestão Corporativa
Por: Andréa Virgínia Martins Pereira
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, primeiramente, a meus pais e
familiares,
professores.
a
meus
amigos
e
4
DEDICATÓRIA
A meus pais e a meus familiares, que
sempre
me
apoiaram
nas
escolhas com todo amor e carinho.
minhas
5
RESUMO
O Fluxo de Caixa constitui-se em instrumento essencial para que a
empresa possa ter agilidade e segurança em suas atividades financeiras. Logo,
o Fluxo de Caixa deverá refletir com precisão a situação econômica da
empresa, em termos financeiros de futuro.
Em resumo, o Fluxo de Caixa é o instrumento que permite ao
administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os
recursos financeiros de sua empresa para determinado período.
“O Fluxo de Caixa é a espinha dorsal da empresa. Sem ele não se saberá
quando haverá recursos suficientes para sustentar as operações ou quando
haverá necessidade de financiamentos bancários. Empresas que necessitem
continuamente de empréstimos de última hora poderão se deparar com
dificuldades de encontrar bancos que as financie.” (Gitman, 1997:586).
Estudar o Fluxo de Caixa é, em última análise, procurar compreender
o processo de formação de liquidez na empresa. É identificar que atividades
estão gerando um Fluxo de Caixa positivo ou negativo e que atividades estão
eventualmente impedindo o caixa gerado de tornar-se disponível. Neste
sentido, poderíamos afirmar que a geração de liquidez é mais importante do
que a geração de lucro já que o que quebra uma empresa não é a falta de
lucro; é a falta de liquidez.
6
METODOLOGIA
A metodologia a utilizada é aplicada é baseada numa pesquisa
explicativa, descritiva e exploratória a dados bibliográficos e pesquisa na
internet, com ênfase na importância do Fluxo de Caixa como instrumento de
gestão financeira e empresarial.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - FLUXO DE CAIXA – CONCEITOS E
ABORDAGENS
10
CAPÍTULO II - ANÁLISE FINANCEIRA DO FLUXO DE CAIXA
20
CAPÍTULO III – A UTILIZAÇÃO DE INDICADORES ECONÔMICOFINANCEIROS
28
CONCLUSÃO
33
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
34
ÍNDICE
40
FOLHA DE AVALIAÇÃO
41
8
INTRODUÇÃO
O termo Fluxo de Caixa é também denominado pela expressão inglesa cash
flow, mas outras denominações são utilizadas: orçamento de caixa, fluxo de
recursos financeiros, fluxo de capitais, fluxo monetário e movimento de caixa
(Zdanowicz,2002).
A expressão Fluxo de Caixa é consagrada pelo uso e pela prática, ao
longo do tempo, porém não se deve confundir com a conta caixa do ativo
disponível da empresa. Procura-se administrar financeiramente a empresa,
através do fluxo de caixa, utilizando-se as seguintes contas: caixa, bancos e
aplicações financeiras de resgate imediato da empresa, em síntese, consiste
no fluxo do disponível (Zdanowicz,2002).
Ao caracterizar-se Fluxo de Caixa, deve-se conhecer quais são os tipos
de recursos, que normalmente, ingressam no caixa e de que forma eles são
desembolsados, pois somente através desse conhecimento pode-se realizar as
análises do fluxo destes recursos no caixa da empresa (Zdanowicz,2002).
O Fluxo de Caixa é a previsão de entradas e saídas de recursos
monetários, por um determinado período. Sendo elaborado com base em
dados levantados nas projeções econômico-financeiras atuais da empresa.
Sendo usado para obter informações, tais como: “qual a capacidade da
empresa gerar recursos para financiar suas operações? Se a empresa é
geradora de caixa, porque o dinheiro não aparece? Se a empresa não é
geradora de caixa, o que tem viabilizado suas operações? Quais as
necessidades de capital de giro da empresa? Qual a relação ótima ente o
capital de giro próprio e o de terceiros na empresa? Qual o saldo de caixa
mínimo que a empresa deve manter para fazer face as suas obrigações
financeiras? Qual a capacidade da empresa imobilizar ou distribuir dividendos
sem fragilizar a estrutura do capital de giro? A capacidade de geração de caixa
9
da empresa é compatível com suas políticas de reposição de estoques e de
financiamento de seus clientes?”.
A gestão dos recursos financeiros representa uma das principais
atividades da empresa, fazendo-se necessário um efetivo planejamento dos
montantes captados e o acompanhamento dos resultados obtidos, com o
objetivo
de
administrar
tais
operacionalização (Barbosa 2003).
recursos,
possibilitando
uma
melhor
10
CAPÍTULO I
FLUXO DE CAIXA – CONCEITOS E ABORDAGENS
Podemos definir o Fluxo de Caixa como sendo o instrumento que
relaciona o montante de entradas e saídas de recursos financeiros na empresa
em um determinado período. Conforme relata Zdanowicz (2003, p. 23): “fluxo
de caixa é o instrumento que relaciona o futuro conjunto de ingressos
e
desembolsos de recursos financeiros pela empresa em determinado período”.
O Fluxo de Caixa consiste na representação da situação financeira de
uma empresa, levando em conta todas as fontes de recursos e todas as
aplicações na atividade produtiva, bem como em investimentos.
Segundo Sá (1998, p3): “O Fluxo de Caixa apresenta-se como uma ferramenta de
aferição e interpretação de variações dos saldos do disponível da empresa.É produto final da
integração do Contas a Receber com o Contas a Pagar, de tal forma, que quando se
comparam as contas recebidas com as contas pagas tem o fluxo de caixa realizado, e quando
se comparam as contas a receber com as contas a pagar, tem-se o fluxo de caixa projetado.”
De acordo com Assaf Neto e Silva (1997, p35): “O Fluxo de Caixa é um
instrumento que relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no
âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo. A partir da elaboração do Fluxo
de Caixa é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando-se
medidas saneadoras a serem tomadas.”
Assim, com os conceitos abordados, e certo de que se vive em um
ambiente altamente competitivo, em que aplicar recursos disponíveis com a
máxima eficiência torna-se cada vez mais difícil, tem-se no Fluxo de caixa um
elenco de informações que auxiliam os gestores nesta árdua tarefa de
administrar empresas.
O Fluxo de Caixa constitui ferramenta de fundamental importância
para a boa administração e avaliação das organizações. A sua adoção
11
possibilita uma boa gestão dos recursos financeiros, evitando situações de
insolvência ou falta de liquidez que representam sérias ameaças à
continuidade das organizações.
A boa utilização da ferramenta Fluxo de Caixa também possibilita o
conhecimento do grau de independência financeira das organizações, com
base na avaliação do seu potencial para geração de recursos no futuro para
saldar seus compromissos e para pagar a remuneração dos seus
empreendedores.
Viabiliza, ainda, a avaliação da capacidade de financiamento do seu
capital de giro ou se depende de recursos externos, permitindo conhecer a
capacidade de expansão com recursos próprios, gerados a partir de suas
próprias operações a aferir o potencial efetivo das organizações para
implementar decisões de investimento, financiamento, distribuição de lucros
e/ou pagamento de dividendos.
Também gera indicadores do momento ideal para a realização de
empréstimos ou captações de recursos externos, tanto para a cobertura de
eventuais situações déficits, como para implementar decisões que dependem
de aportes adicionais, além de orientar as aplicações dos excedentes de caixa
(superávits) no mercado financeiro, possibilitando maiores ganhos para a
organização e melhor contabilização dos prazos.
1.1 – Objetivos do Fluxo de Caixa
Tem como objetivo principal, a previsão das entradas e saídas de
recursos financeiros para um determinado período, visando alertar o
administrador quanto à necessidade de captar empréstimos, ou se for o caso,
aplicar valores excedentes de caixa em aplicações que sejam mais rentáveis
para a empresa. Também fazem parte dos objetivos do Fluxo de Caixa,
conforme define Zdanowicz (2000, p. 23): “ Buscar o equilíbrio financeiro entre os
fluxos de entradas e saídas de recursos; Saldar as obrigações incorridas dentro do prazo
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estabelecido; Prever desembolsos de caixa em volumes elevados em épocas de encaixe baixo;
Proporcionar ao gestor financeiro uma visão estratégica da situação da empresa; Demonstrar
em que período a empresa precisa captar recursos ou aplica-los quando existir excedente de
caixa; Visualização do volume de vendas da empresa; Análise da situação de inadimplência
dos clientes”
Caberá ao gestor financeiro, com estas informações, analisar e tirar
conclusões de como a empresa deverá se comportar no período, ou seja, a
função principal do administrador é assegurar o controle financeiro da empresa.
Desta forma ele proporcionará o equilíbrio entre as entradas e saídas de caixa.
Para Matarazzo (1998, p 369), “muitas empresas vão à falência por não
saberem administrar seu fluxo de caixa”.
E destaca, como principais finalidades da
demonstração do Fluxo de Caixa, as seguintes:
ü Avaliar alternativas de investimentos;
ü Avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes
que são tomadas na empresa, com reflexos monetários;
ü Certificar que os excessos momentâneos de caixa estão sendo
devidamente aplicados.
Desta forma, conclui-se que a finalidade principal do fluxo de caixa é
maximizar a aplicação dos recursos próprios e de terceiros dentro da empresa,
direcionando estes recursos para as atividades mais rentáveis, com vistas a
produzir os melhores resultados para a empresa. Para que tudo isso ocorra de
forma perfeita, é de suma importância a participação de todos os setores da
empresa, fornecendo informações corretas e objetivas ao gestor financeiro.
1.2 – Planejamento do Fluxo de Caixa
É importante o planejamento do Fluxo de Caixa, porque este indicará
antecipadamente as necessidades de numerário para o cumprimento das
obrigações que a empresa costuma assumir, considerando os prazos para
13
serem saldados Colocando o administrador financeiro apto a planejar com
antecedência, os problemas de caixa que poderão surgir em razão de reduções
de receitas ou de aumentos no volume de despesas. Outro papel importante
que o Fluxo de Caixa desempenha é a possibilidade de evitar a programação
de desembolsos volumosos para o período em que os ingressos orçados sejam
baixos por questões de mercado, por exemplo. O planejamento do Fluxo de
Caixa permite ao administrador financeiro verificar se poderá realizar
aplicações a curto prazo com base na liquidez, na rentabilidade e nos prazos
de resgate Nestes termos o Fluxo de Caixa é de vital importância para a
eficácia econômica-financeira e gerencial das empresas, sejam elas micro,
médias ou grandes, a tal ponto, que muitas instituições de crédito exigem a sua
apresentação antes de concederem empréstimos a seus clientes (Zdanowicz,
2002).
A empresa, para utilizar o Fluxo de Caixa e alcançar os objetivos e as
metas
propostas,
não
deve
medir
esforços
na
sua
implantação
e
implementação, em termos empresariais. Ela deve manter um nível razoável,
não poderá ser arbitrário, porém determinado pelo administrador financeiro de
acordo com os parâmetros operacionais da empresa. Para que a empresa
obtenha resultados positivos através do Fluxo de Caixa é necessário que
observe requisitos como: buscar a maximização do lucro, possuindo certos
padrões de segurança previamente fixados; assegurar ao caixa um nível
desejado, a partir da constituição de reservas necessárias á empresa; obter
maior liquidez nas aplicações dos excedentes de caixa no mercado financeiro;
determinar o nível desejado de caixa, a partir de contas que compões o
disponível da empresa; fixar limites mínimos, mediante as experiências
adquiridas pela empresa, permitindo realizar os ajustes quando for necessário;
ainda que a empresa observe certos padrões de segurança, pode investir parte
de seus recursos disponíveis, mas nunca além do mínimo necessário para as
suas atividades operacionais (Zdanowicz, 2002).
14
1.3 – Prazo de Planejamento do Fluxo de Caixa
O período abrangido pelo planejamento do Fluxo de Caixa depende do
tamanho e ramo da atividade da empresa Em geral, quando as atividades
estão sujeitas a grandes oscilações, a tendência é para estimativas com prazos
curtos (diário, semanal ou mensal), enquanto as empresas que apresentam
volume de vendas estável, preferem projetar o Fluxo de Caixa para períodos
longos (trimestral, semestral ou anual) A finalidade do planejamento também
influi no período pelo mesmo. É importante a empresa trabalhar com um
planejamento mínimo para três meses. O Fluxo de Caixa mensal deverá,
posteriormente, transformar-se em semanal e este em diário. O modelo diário
fornecerá a posição dos recursos em função dos ingressos e desembolsos de
caixa, constituindo em poderoso instrumento de planejamento e controle
financeiro (Zdanowicz, 2002).
1.4 – Elaboração e Implantação do Fluxo de Caixa
Na elaboração do fluxo de caixa devemos partir das informações
coletadas dos diversos setores da empresa, seguindo o cronograma de
ingressos e desembolsos estabelecidos e posteriormente remetido ao
departamento financeiro da empresa.
As informações de estimativa abaixo, de acordo com os períodos de
tempo, são úteis para a elaboração do fluxo de caixa, conforme enfatiza
Zdanowicz (2000, p. 131): previsão de vendas, levando em conta as proporções de
vendas a vista e a prazo; projeção das compras e as condições de pagamento oferecidos pelos
fornecedores; levantamento das cobranças efetivas com os créditos a receber de clientes;
estabelecimento do período de abrangência do fluxo de caixa, de acordo com as necessidades,
tamanho, organização e ramo de atividade; previsão dos ingressos e desembolsos de caixa
para o período estabelecido”.
Com estes dados o setor financeiro deverá estar atualizado no que diz
respeito às mudanças que possam ocorrer no mercado, aliado a um amplo
conhecimento da situação econômica do país e do mundo.
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A implantação do fluxo de caixa está ligada diretamente a apropriação
dos valores fornecidos e coletados pelos diversos setores da empresa. Mas
antes da implantação do fluxo de caixa, é preciso seguir alguns requisitos de
Zdanowicz, como:
ü Apoio total da cúpula diretiva da empresa;
ü Estabelecimento claro dos níveis de responsabilidade de casa área da
empresa;
ü Integração total de todos os setores da empresa ao sistema do fluxo de
caixa;
ü Definição dos responsáveis pela entrega, dentro do prazo estabelecido
dos formulários;
ü Treinamento do pessoal envolvido na implantação do fluxo de caixa;
ü Comprometimento dos responsáveis de cada área.
Após os requisitos básicos estarem todos efetuados, o gestor financeiro
deverá implantar o fluxo de caixa, que consiste basicamente em estruturar as
estimativas de cada unidade monetária em dois grandes itens: o planejamento
do ingresso e o planejamento do reembolso, ou seja, como ocorrerão estes
ingressos e reembolsos, qual o período de maior entrada no caixa, ou em que
período a empresa terá escassez de ingressos.
Desta forma, os ingressos e desembolsos poderão ser subdivididos em
fluxo operacional, que é composto por itens, que estão ligados diretamente à
atividade real da empresa Os principais tipos de ingressos operacionais são as
vendas à vista, recebimentos, descontos, cauções e cobranças das duplicatas
de vendas a prazo efetuadas pela empresa. Quanto aos desembolsos
operacionais, estão relacionados com a compra de matéria-prima, à vista e a
prazo, salários e ordenados, custos indiretos de fabricação, despesas
administrativas, despesas com vendas, despesas financeiras e despesas
tributárias; e fluxo extra-operacional, que compreende os ingressos e os
desembolsos de itens que não estão ligados à atividade principal da empresa,
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tais como: imobilizações, vendas de itens do ativo permanente, receitas
financeiras, aluguéis recebidos ou pagos, amortizações de empréstimos ou
financiamentos, pagamentos de contraprestações. Dois destes itens merecem
maior destaque: as amortizações que compreendem os pagamentos de
empréstimos de longo prazo, geralmente concedidos com garantia de bens dos
sócios ou da empresa; a fim de facilitar a projeção destes desembolsos,
recomenda-se uma planilha de acompanhamento para cada contrato assinado
pela empresa com as instituições financeiras, bem como a projeção das
parcelas com os seus respectivos valores e as datas de vencimento. Quanto a
projeção das imobilizações, deve ser elaborada pela administração da
empresa. Como se tratam de aplicações, é preciso ter precaução, a fim de não
se deslocar e congelar recursos que poderiam ser usados no capital de giro da
empresa.
É preciso salientar que as informações, até este estágio apresentadas,
devem refletir a posição do fluxo de caixa da empresa em cada período.
Empresas que apresentam situação de desequilíbrio financeiro devem se
reestruturar, planejando para cada período o pagamento de uma parcela que
porventura esteja em atraso. Desta forma, estará recuperando uma posição de
liquidez normal. Uma situação de atrasos de pagamentos compromete
seriamente o sucesso do fluxo de caixa.
1.5 – Fatores que Afetam o Fluxo de Caixa
O Fluxo de Caixa de uma empresa é afetado por uma série de fatores,
que podem ser internos ou externos. O administrador financeiro deve estar
atento, acompanhando a evolução observada no fluxo de caixa, para tomar
medidas corretivas em tempo hábil, de forma a minimizar o impacto nas contas
da empresa. Conforme define Guerreiro (1996, p 74): “ Fatores internos: expansão
descontrolada das vendas, aumentando o volume de compras e os custos operacionais;
aumento no prazo de vendas, como forma de aumentar seu grau de competitividade ou
aumentar a participação no mercado; compras em volumes incomparáveis coma projeções de
vendas; ciclos de produção longos e incompatíveis com o prazo médio concedido pelos
fornecedores; giros de estoque lento, significando o aumento de produtos obsoletos ou de
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difícil venda, imobilizando recursos da empresa no estoque; aumento do nível de
inadimplência. Atores Externos: diminuição das vendas, causadas por retração do mercado;
aumento da concorrência, devido À entrada de novos concorrentes no mercado; aumento nas
alíquotas de impostos; aumento geral do nível de inadimplência, causado por fatores como por
exemplo, o aumento das taxas de juros.”.
1.6 – Fluxo de Caixa como Ferramenta de Planejamento
Em todos os segmentos empresariais o planejamento é fundamental
Não importa a área de atuação ou setor da empresa. Não é diferente quando
se planeja o fluxo de caixa.
De acordo com Zdanowicz (2000, p. 24): “ Os erros e os problemas
decorrentes da utilização do planejamento são, provavelmente maiores que os resultantes das
estimativas realizadas previamente pela empresa em seu plano geral de operações”.
Uma
das tarefas mais importantes do administrador financeiro é planejar. Se não for
realizado um planejamento prévio das atividades, o gestor financeiro corre o
risco de ser pego de surpresa, colocando a empresa em sérias dificuldades e
até mesmo levando-a á falência A vida da empresa na pode ser uma aventura
expondo-a
aos
acontecimentos
futuro
incertos,
sem
um
mínimo
de
planejamento e de controle financeiro.
É papel do administrador financeiro verificar e analisar se o que foi
planejado está sendo realizado. Desta forma, se o que foi estimado não estiver
de acordo, caberá ao mesmo rever as metas e os objetivos traçado, a fim de
que a empresa acompanhe as mudanças que porventura ocorram. Um
planejamento cuidadoso promove uma melhor utilização dos recursos
financeiros, prevendo não só um eventual déficit, como também um possível
superávit.
18
1.7 – Fluxo de Caixa como Ferramenta de Controle das
Operações
As operações financeiras que normalmente influenciam a projeção do
fluxo de caixa classificam-se de várias formas, de acordo com a ótica com que
se pretende analisa-las, podemos descrever as mais comuns:
Quanto às características:
ü Operações
bancárias
comuns:
descontos
de
duplicatas,
cobranças de títulos e adiantamento de duplicatas;
ü Operações bancárias especiais: financiamentos das vendas a
prazo, empréstimos com penhor mercantil;
ü Operações de financiamento: captação de recursos ao longo
prazo, que são realizadas em instituições financeiras de fomento
e no mercado de capitais.
Essas operações resultam das entradas de capital e constituem-se em
débitos da empresa São registrados como empréstimos ou financiamentos
passivos Nas empresas em que há saídas de capital e formação de créditos,
registram-se como operações ativas
O fluxo de caixa auxiliará o gestor financeiro a controlar todas as
operações financeiras que existem em uma empresa Com o fluxo de caixa em
mãos o administrados financeiro poderá, por exemplo, observar se o volume de
compras está compatível com o volume de vendas.
Poderá ainda detectar os períodos em que existe a oscilação da vendas,
analisando as causas e buscando alternativas capazes de fazer com que o
reflexo disto seja o menos possível para a empresa.
19
CAPÍTULO II
ANÁLISE FINANCEIRA DO FLUXO DE CAIXA
Através da elaboração do Fluxo de Caixa, o administrador financeiro
procura conciliar a manutenção da liquidez e do capital de giro da empresa,
para que esta possa honrar com as obrigações assumidas perante terceiros na
data do vencimento, bem como a maximização dos lucros sobre os
investimentos realizados pelos acionistas.
As estimativas de ingressos e reembolsos, através do Fluxo de Caixa
baseiam-se nas projeções de vendas e compras da empresa Por sua vez, os
planos de vendas deverão estar condicionados aos recursos disponíveis de
caixa e aos lucros desejados. Assim sendo, temos um sistema mutuamente
determinado. Somente pode-se projetar o Fluxo de Caixa e os lucros, a partir
de uma estimativa de vendas, de produção e de despesas operacionais da
empresa.
Nestes termos, não se pode fazer um orçamento de vendas final, a não
ser depois de termos testado o efeito das vendas orçadas sobre o Fluxo de
Caixa e os lucros projetados para o período.
2.1 – Tipos de Fluxos de Caixa
Segundo Rosa e Silva (2003, p. 2): “a finalidade do fluxo de caixa realizado é
mostrar como se comportaram as entradas e saídas de recursos financeiros da empresa. O
estudo cuidadoso do fluxo de caixa realizado, além de propiciar análise de tendência, serve de
base para o planejamento do fluxo projetado. Outro aspecto que deve ser considerado é a
comparabilidade que existe entre os fluxos de caixa realizado e o projetado. Isto possibilita
identificar os motivos das variações ocorridas, se ocorreram por falha de projeção ou por falha
de gestão”.
Denomina-se Fluxo de Caixa Realizado de uma empresa, o conjunto de
ingressos e de desembolsos de recursos financeiros realizados pela empresa
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em determinado momento ou período entende-se por conjuntos de ingressos:
vendas à vista, recebimentos de vendas a prazo, aumento de capital social,
vendas de itens imobilizados, receitas de aluguéis, empréstimos e resgates de
aplicações no mercado financeiro, e por conjunto de desembolso de caixa:
financiar o ciclo operacional da empresa, amortizar os empréstimos ou
financiamentos captados pela empresa e investir em itens do ativo permanente
ou aplicar no mercado financeiro O relatório Fluxo de Caixa realizado permite
ao administrados visualizar como foram obtidos os recursos de caixa e onde
eles foram aplicados.
Exemplo de Fluxo de Caixa Realizado:
Entradas (recebimentos)
Receitas Recebidas------------------------------------------ R$ 950.000
Financiamentos Obtidos-------------------------------------R$ 450.000
Soma--------------------------------------------------------------R$ 1.400.000
Saídas (pagamentos)
Despesas Pagas-----------------------------------------------(R$ 800.000)
Aquisição de Imobilizado-------------------------------------(R$ 420.000)
Soma---------------------------------------------------------------(R$ 1.220.000)
Saldo---------------------------------------------------------------R$ 180.000
O Fluxo de Caixa realizado pode ser apresentado de duas maneiras,
pelo método direto e pelo método indireto, como modelo abaixo de Herval
Moura e Kelly Marques (Rosa e Silva, 2000):
Fluxo de Caixa - Método Direto
Entradas e Saídas de Caixa e Equivalentes de caixa
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais
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Venda de mercadoria e serviços (+)
Pagamento de Fornecedores (-)
Salários e encargos sociais dos empregados (-)
Dividendos recebidos (+)
Impostos e outras despesas legais (-)
Recebimentos de seguros (+)
Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)
Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento
Venda de imobilizado (+)
Aquisição de imobilizado (-)
Aquisição de outras empresas (-)
Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento
Empréstimos líquidos tomados (+)
Pagamentos de leasing (-)
Emissão de ações (+)
Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-)
Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa - início do ano
Caixa e equivalentes de caixa - final do ano
Fluxo de Caixa - Método Indireto
Entradas e Saídas de Caixa e Equivalentes de caixa
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais
Lucro liquido
Depreciação e amortização (+)
Provisão para devedores duvidosos (+)
Aumento/diminuição em fornecedores (+/-)
Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-)
Aumento/diminuição em contas a receber (+/-)
Aumento/diminuição em estoques (+/-)
Caixa líquido das atividades operacionais (+/-)
Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento
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Venda de imobilizado (+)
Aquisição de imobilizado (-)
Aquisição de outras empresas (-)
Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento
Empréstimos líquidos tomados (+)
Pagamentos de leasing (-)
Emissão de ações (+)
Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-)
Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa - início do ano
Caixa e equivalentes de caixa - final do ano
De acordo com o Statement of Cash Flows (SFAS) nº 95 (FASB –
Financial Accounting Standard Board, 1997), as empresas podem escolher
entre apresentar o Fluxo de Caixa pelo método direto ou indireto, mas são
incentivadas a usar o direto.
O método indireto é aquele no qual os recursos, provenientes das
atividades operacionais, são demonstradas com base no lucro líquido, ajustado
pelos itens considerados nas contas de resultados e que não afetam o caixa da
empresa.
O método direto é aquele em que são demonstrados os recebimentos e
pagamentos, provenientes das atividades operacionais da empresa, em vez do
lucro líquido ajustado.
De acordo com Rosa e Silva (2003, p 3), “o objetivo principal do fluxo de caixa
projetado é informar como se comportará o fluxo de entradas e saídas de recursos financeiros
em determinado período, podendo ser projetado a curto ou longo prazo. É bom lembrar que as
informações de que a empresa dispões para elaborar o fluxo de caixa projetado a curto prazo
diferem daquelas que estão disponíveis quando projeta a longo prazo. Normalmente quando se
projeta a curto prazo, as principais operações que vão provocar entradas e saídas de dinheiro
já foram realizadas e a empresa trabalha com relativo grau de certeza dos recebimentos e
pagamentos dentro do período. No entanto, quando se projeta a longo prazo, o que se conhece
são apenas projeções das operações de ingressos e/ou desembolsos de recursos financeiros,
ficando o fluxo de caixa projetado a longo prazo exposto a eventos estranhos ao conhecimento
primário por parte da empresa, podendo comprometer as previsões consideradas.”.
23
O Fluxo de Caixa Projetado mede as necessidades futuras de recursos,
a capacidade de pagamento pontual dos compromissos assumidos, bem como
a disponibilidade para investimentos. A sua construção consiste em, a partir de
um saldo disponível, projetar os ingressos e desembolsos para um
determinado período.
Sem um Fluxo de Caixa projetado a empresa não sabe antecipadamente
quando precisará de um financiamento, e normalmente sai “desesperada”
procurando recursos quando seu caixa “estoura”, fazendo assim, operações
com altas taxas de juros como: cheque especial, desconto de duplicatas, entre
outras, ou quando saberá ainda quando irá ocorrer a sobra de recursos onde
poderá aplicar no mercado financeiro, ganhando juros, reduzindo o custo do
capital de terceiros emprestado. Esses motivos normalmente são responsáveis
pelos insucessos financeiros das empresas, por isso a importância do
planejamento do Fluxo de Caixa, porque irá indicar antecipadamente as
necessidades de numerários para o atendimento dos compromissos que a
empresa costuma assumir, considerando os prazos para seres saldados. Com
isso, o administrador estará apto a planejar com devida antecedência, os
problemas de caixa que poderão surgir em conseqüência de reduções cíclicas
das receitas ou o aumento no volume de pagamentos. Também desempenha
outro papel importante, por exemplo, permite ao administrador financeiro
verificar se poderá realizar aplicações a curto prazo com base na liquidez, na
rentabilidade e nos prazos de resgate.
O período abrangido pelo planejamento de Fluxo de Caixa projetado
depende do tamanho e ramos de atividade da empresa. EM geral, quando as
atividades estão sujeitas a grandes oscilações, a tendência para estimativas
com prazos curtos (diários, semanais ou mensais), enquanto as empresas que
apresentam o volume estável, preferem projetar para um período mais longo
(mensal, trimestral ou semestral).
Exemplo de Fluxo de Caixa Projetado:
24
Fluxo de Caixa Projetado para o mês de Julho
Data: 01/07/2007
Saldo disponível em 30/06/2007
R$ 10.000,00
Entradas previstas
R$
Desembolsos previstos
R$ (3.000,00)
Saldo final em 01/07/2007
R$ 12.000,00
Data: 02/07/2007
R$ 12.000,00
Saldo disponível em 01/07/2007
R$
Entradas previstas
R$ (15.000,00)
Desembolsos previstos
R$ (2.000,00)
5.000,00
1.000,00
Saldo final em 0207/2007
Recomenda-se que se faça um acompanhamento entre o fluxo de caixa
projetado e o realizado, informando periodicamente aos responsáveis pela
elaboração do fluxo, o valor realizado e quando falta pra realizar. Mensalmente,
os planos deverão ser revistos e atualizados, ou em períodos mais curtos se
for necessário
Duas são as alternativas de procedimento no levantamento de dados:
pela contabilidade ou por controle paralelo. Ideal seria um controle próprio do
realizado, o qual permite a apuração imediata das informações e dá mais
flexibilidade ao sistema.
As fontes de informações são o movimento interno de caixa e extracaixa e o movimento bancário da empresa. Os acompanhamentos de ingressos
e desembolsos do fluxo de caixa devem estar comprovados por documentos
desta forma estar-se-á garantindo a legitimidade das operações de caixa Este
procedimento irá permitir que se faça um controle de todas as operações
realizadas pela empresa num determinado período.
O Fluxo de Caixa é um grande aliado do administrador financeiro
tornando-se ferramenta indispensável na tomada de decisões, para tanto é
25
necessário que o administrador financeiro busque alternativas para fazer com
que as decisões tomadas sejam as mais corretas possíveis.
2.2 – Análise de Dados
O Fluxo de Caixa é de fundamental importância para as empresas, pois
constitui peça indispensável de sinalização para os rumos financeiros de uma
organização.
Evitar falta de recursos e conseqüente crise de liquidez nas empresas
ou, através do seu conhecimento, de forma antecipada, minimizar seus efeitos,
representa uma das principais funções do fluxo de caixa.
Através de uma adequada gestão de caixa podemos reduzir
substancialmente a necessidade de capital de giro, proporcionando maiores
lucros em função, principalmente, da redução das despesas financeiras. Daí a
importância da revisão e análise criteriosa do fluxo de caixa, pois só assim a
empresa poderá aferir os resultados efeitos.
De nada adianta efetuar projeções de fluxo de caixa se o mesmo não
for utilizado como ferramenta básica no processo decisório.
A projeção das necessidades futuras, indicará escassez ou excesso de
recursos em determinado período e a avaliação desses resultados, permitirá
que a empresas tome as providências em tempo hábil e reprojete seu fluxo de
caixa em função das novas situações.
Análise Horizontal
A análise horizontal fornece a medida de crescimento dos itens do
fluxo de caixa. Permite que se tenha conhecimento da evolução de cada item
do fluxo de caixa dentro de uma série histórico.
26
Por ocasião da análise horizontal, deve-se ficar atento às variações
percentuais elevadas ,mas que seu valor absoluto não seja representativo, ou o
contrário quando uma variação percentual reduzida pode ter embutido um valor
absoluto considerável. Daí a importância da análise, conjugada com a análise
vertical para real compreensão da situação analisada.
Segundo Hugo (1999, p. 132) “A análise horizontal é determinada pela tendência
dos valores absolutos ou relativos das diversas grandezas monetárias, apurando-se o
percentual de crescimento ou declínio de valores de uma mesma conta ou grupo de contas,
entre duas datas ou períodos considerados”
Ou seja, a análise vertical compara a
evolução dos valores de uma mesma conta em períodos diferentes, desta
forma permite verificar as diferentes variações incorridas nos períodos.
A fórmula para a análise vertical do fluxo de caixa está indicada a
seguir:
Análise Horizontal =
VALOR DO ÍTEM EM UM PERÍODO
ESPECÍFICO DA SÉRIE
_________________________________
VALOR DO ITEM NO ANO BASE
Análise Vertical
Esse tipo de análise representa importante ferramenta de interpretação
da estrutura de fluxo de caixa. Através desta análise é possível identificar itens
no fluxo de caixa cuja participação é bastante representativa, tornando-se,
assim, alvo de uma análise mais profunda.
Define Dante (1994, p. 251): “análise vertical baseia-se em valores percentuais
das demonstrações financeiras. Para isso calcula-se o percentual de cada conta em relação a
27
um valor base”.
Conclui-se que a análise vertical compara as diversas contas de
uma demonstração financeira, com uma respectiva conta.
O caixa líquido das atividades operacionais é a base a ser considerada
para a análise vertical do fluxo de caixa, pois representa o montante que a
empresa gerou de caixa internamente, tornando-se assim, ponto de referência
para o cálculo dos percentuais de participação dos demais itens do fluxo de
caixa.
No caso do fluxo de caixa é de suma importância calcular-se em relação
ao total de ingressos incorridos no período, uma vez que estes, os ingressos, é
que determinam o potencial da capacidade de pagamento, conhecendo os
possíveis problemas que ocorrem no dia-a-dia da empresa, em algumas
situações comprometendo o cumprimento das obrigações assumidas.
A fórmula para análise vertical do fluxo de caixa está indicada a seguir:
Análise Vertical =
VALOR DO ÍTEM
________________________________X 100
VALOR DO CAIXA LÍQUIDO
DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
Deve-se observar também a tendência dessa participação ao longo de
dois ou mais período.
28
CAPÍTULO II
UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES ECONÔMICOFINANCEIROS
A análise econômico-financeira deve ser vista por uma visão qualitativa
e quantitativa, conhecendo as diversas possibilidades e as modalidades pelas
quais as inversões se transformam em recursos financeiros indispensáveis ao
processo operacional da organização.
Assim sendo, se aconselha verificar tanto os bens e os direitos como as
obrigações para que em função das composições existentes tenha-se a idéia
de melhor administrar o fluxo de caixa dentro dos parâmetros de maio
eficiência, isto é, liquidez e rentabilidade.
Quanto maior for o disponível, a liquidez será melhor e maior será a
capacidade da empresa em pagar as suas despesas. Entretanto, deve-se
considerar o grau de liquidez que pode afetar o processo operacional, caso
seja deficiente de recursos, e atrapalhar a rentabilidade da organização.
É normal que as empresas usarem capitais de terceiros para dar
continuidade ao seu processo operacional, isto é, via compras a prazo, ou via
empréstimos para suprir as deficiências de caixa. Tanto as compras a prazo,
como os empréstimos só são conseguidos através do pagamento de uma
determinada remuneração conhecida por juros. Existe também a necessidade
de firmar os prazos para pagamentos, o quanto será pago e analisar quanto
será o valor do empréstimo, quando acrescido dos encargos financeiros
correspondentes.
Segundo Zdanowicz (2000), o principal objetivo de uma empresa deve
ser a maximização do lucro ou minimização de custos, decorrentes dos
recursos aplicados na sua atividade operacional. O planejamento dos lucros
29
necessita ser feito, de acordo com o contexto da análise crítica dos pontos
fortes e fracos da empresa, dos riscos e das possibilidades existentes no
mercado em que a mesma atua, da mesma maneira que as expectativas dos
proprietários ou acionistas, dos empregados, fornecedores, etc.
Uma análise de indicadores financeiros através do fluxo de caixa tem por
objetivo criar relações entre os dados econômico-financeiros da empresa, para
levantar os pontos de estrangulamento que podem ocasionar desequilíbrios a
curto ou longo prazo. Para isso usam-se dados internos e externos à empresa.
No âmbito interno, todos os dados utilizados são provenientes,
basicamente, dos registros contábeis, isto é, das demonstrações financeiras,
em especial do balanço patrimonial e do demonstrativo de resultado do
exercício.
No âmbito externo, as informações são conseguidas de empresas do
mesmo segmento, nos concorrentes e nas entidades de classe. É através da
comparação de resultados auferidos com os padrões internos pré-fixados ou
com os resultados conseguidos fora da empresa, que se poderá verificar a
evolução ou retrocesso acontecido.
Zdanowicz (2000) diz que a análise de indicadores econômicofinanceiros se destina a:
ü Criar relações entre os dados econômico-financeiros da empresa;
ü Estabelecer os pontos de estrangulamento e de desequilíbrio da
empresa;
ü Analisar os dados internos e externos à empresa;
ü Verificar a evolução ou retrocesso da empresa.
A análise de indicadores econômico-financeiros pode ser feita de
diversas maneiras diferentes. As mais usuais, segundo Zdanowicz (2000), são:
30
ü Por índices;
ü Por tendência;
ü Por ponto de equilíbrio.
A série de indicadores econômico-financeiros, em conjunto com o Fluxo
de Caixa, poderão calcular a liquidez e a rentabilidade da empresa. De
qualquer forma, os índices podem sofrer desatualização, quando não existe
uma revisão periódica por parte do gerente financeiro, dos indicadores fixados
e a sua comparação com os que estão estabelecidos pela média setorial ou da
economia.
Os índices econômico-financeiros podem ser subdividos em:
Indicadores não operacionais, que refletem a posição da empresa em
determinado momento. São formados a partir dos dados do balanço patrimonial
e mantém restrita ligação com o Fluxo de Caixa da empresa.
A análise de indicadores de balanço patrimonial é a decomposição deste
nas partes que o formam, com o objetivo de melhorar a interpretação dos seus
componentes, verificando o planejamento e o controle financeiro do Fluxo de
caixa.
Os indicadores operacionais são os que refletem o dinamismo da
empresa, decorrentes de suas atividades econômicas, durante determinado
período. A demonstração de resultado do exercício é a fonte principal de dados
para o calculo dos principais indicadores econômicos.
Com relação aos indicadores globais, também denominados de
atividades, são constituídos a partir dos dados do demonstrativo de resultado
do exercício, dos inventários e do balanço patrimonial. São importantes pois
permitem ao gerente financeiro fazer com segurança a avaliação dos
31
investimentos aplicados, principalmente de curto prazo, que irão refletir no fluxo
de caixa da empresa.
Estes tipos de análises podem ser realizados sob diversos modos,
porém sob o ângulo da Administração financeira a análise é feita
principalmente, por dois aspectos diferentes:
ü Análise dos indicadores pelo aspecto financeiro;
ü Análise dos indicadores pelo aspecto econômico.
Desse modo, a análise de indicadores financeiros ressalta a liquidez,
enquanto a análise do ponto de vista econômico é realizada em relação à
aplicação e ao rendimento do capital investido na empresa.
A análise de liquidez tem como intuito a medição da capacidade da
empresa em pagar os seus compromissos na data de vencimento. Esta medida
é fornecida através de índices ou de indicadores de liquidez. Os índices são
dados pelas relações que se podem criar entre determinadas contas do ativo,
do passivo e do patrimônio líquido da empresa.
32
Conclusão
A utilização de ferramentas gerenciais, como Fluxo de Caixa é
necessária para se obter uma boa gestão financeira. Tal ferramenta gerencial
tem a finalidade de direcionar as ações dos coordenadores e gerentes
financeiros, proporcionado uma visão futura dos recursos financeiros da
empresa na busca pelo equilíbrio de contas, a partir da visualização de
períodos determinados e de um planejamento. Proporcionando facilidades,
como o controle de desembolsos de caixa, investimentos, análise dos melhores
períodos para pagamento e da programação de prazos para venda.
O Fluxo de Caixa pode ser utilizado por qualquer empresa, sendo este
diferenciado apenas pelas características peculiares existentes (prazos de
recebimento e pagamento, operações, etc), tornando possível a verificação das
disponibilidades e a ordenação da movimentação financeira, independente do
porte ou da área de atuação da empresa, propiciando, dessa forma, a
reordenação em tempo hábil de deficiências na geração de caixa, assim, como
a análise posterior de possíveis distorções ocorridas entre o que fora previsto e
o que foi efetivamente realizado, evitando que esses problemas voltem a
ocorrer. Com a implementação do Fluxo de Caixa, como uma das ferramentas
gerenciais para operacionalização da gestão financeira, será possível obter
informações imprescindíveis para a tomada de decisões e resultados
satisfatórios a curto e longo prazo para fins de investimento do ativo
permanente. Porém, a simples formalização dessa ferramenta não será
suficiente para a resolução de problemas normalmente enfrentados, sendo de
inteira
responsabilidade
do
administrador
financeiro
a
elaboração
e
implementação de medidas para que a empresa alcance as metas
estabelecidas.
A implantação do Fluxo de Caixa consiste em apropriar os valores
fornecidos pelas várias áreas da empresa, segundo regime de caixa, em
33
conformidade com os períodos que efetivamente deverão ocorrer os ingressos
e desembolsos de caixa (Zdanowicz,2002).
O principal aspecto é a apropriação dos valores, em conformidade com
os períodos que irão ocorrer efetivamente recebimentos e pagamentos de
caixa pela empresa. A implantação do Fluxo de Caixa consiste em estruturar as
estimativas de cada unidade monetária em dois grandes itens: o planejamento
dos ingressos e o planejamento dos desembolsos, que poderão ser
subdivididos em fluxo operacional e fluxo extra-operacional. O fluxo operacional
compõe-se de itens estritamente decorrentes da atividade fim da empresa. As
principais modalidades de ingressos operacionais são as vendas à vista,
recebimentos, descontos, cauções e cobranças de duplicatas de vendas a
prazo realizadas pela empresa. O extra-operacional compreende os ingressos
e os desembolsos de itens não relacionados a atividade principal da empresa,
como,
imobilizações, vendas de itens do ativo permanente, receitas
financeiras, aluguéis recebidos ou pagos, amortizações de empréstimos ou de
financiamentos, pagamentos de leasing (Zdanowicz,2002).
Através do Fluxo de Caixa procura-se analisar o deslocamento dos
recursos financeiros da empresa, ou seja, partindo do disponível (caixa, bancos
e aplicações no mercado financeiro), pode-se verificar os caminhos percorridos
por uma unidade monetária na empresa e, sobretudo, de operações que
aumentam ou diminuem o nível de caixa da empresa.
O Fluxo de Caixa constitui-se em um instrumento prático, de uso
operacional e
estratégico
do
administrador financeiro.
Porém,
outros
instrumentos podem ser úteis em sua elaboração, como o Demonstrativo de
Origens e Aplicações de Recursos e o quadro de Fontes e Usos de Recursos.
Considerando-o sob enfoques da Administração, Contabilidade e Economia, o
instrumento pode apresentar características comuns, mas aspectos distintos,
quanto à sua forma de elaboração, análise e interpretação.
34
Toda a alternativa de investimento deve ser analisada, em sua
viabilidade econômico-financeira através de um Fluxo de Caixa descontado,
considerando-se os futuros ingressos e desembolsos de recursos. Entretanto, a
viabilidade de cada proposta de investimento, as empresas processam a partir
de dois subsistemas distintos, o de caixa (liquidez) e o de resultado econômico
(rentabilidade), cujos valores poderão harmonizar-se, pois as diferenças que
ocorrerão entre o saldo do fluxo de caixa e o lucro ou prejuízo do período
projetado (Zdanowicz,2002).
É importante planejar corretamente o Fluxo de caixa de seu negócio. Ele
opera desde a compra de estoques até o recebimento do dinheiro decorrente
da venda de seus produtos a prazo. A análise do Fluxo de Caixa basicamente
mostrará a relação entre a despesa decorrente do cumprimento das obrigações
e a receita obtida pela venda dos produtos. A combinação de entrada e saída
de dinheiro pode resultar em saldo positivo ou negativo. O planejamento dos
ingressos de caixa é o ponto mais complexo do Fluxo de Caixa, pois depende
do período de retorno dos valores em cobrança. Quanto aos desembolsos sua
estimativa é facilitada pelo fato do número de credores, via regra, não ser tão
expressivo quanto o de clientes e porque os compromissos têm normalmente
prazo certo para vencimento.
O Fluxo de Caixa, ao ser projetado, tem como objetivo fundamental
levantar todas as necessidades da empresa, para que possa cumprir com seus
compromissos financeiros na data marcada e alcançar resultados positivos,
considerando os desembolsos realizados em item do ativo. Administrando o
nível desejado de caixa, pode-se verificar previamente as possíveis
necessidades da empresa, bem como dimensionar o capital de giro, tendo em
vista suas entradas e saídas.
A projeção mensal do fluxo de caixa ajuda a identificar e eliminar déficits
e mesmo superávits.
35
Não tem a rigor uma forma fixa para elaborar um Fluxo de Caixa.
Existem várias maneiras, cada qual apresentando as informações com o nível
de detalhamento desejado pelo seu colaborador. Entretanto a preocupação
central do planejamento financeiro é acompanhar e avaliar as disponibilidades
do caixa, incluindo os investimentos de curto prazo, de tal maneira que a
empresa disponha dos recursos necessários, nas devidas épocas para saldar
suas obrigações. Devendo haver a máxima integração operacional das
diferentes áreas da empresa: produção, vendas, administração e finanças
passando pelas seções de compras, crédito, cobrança e expedição. O Fluxo de
caixa está relacionado com a análise de crédito, uma vez que o negócio básico
de uma instituição financeira é financiar atividades lícitas, saudáveis e
produtivas, ou seja, conceder crédito, emprestar recursos e por um prazo
convencionado receber os recursos de volta, acrescidos de sua remuneração.
Dentro deste contexto de contínuo fluxo de fundos entre a instituição financeira
e seus clientes nas pontas ativas e passivas, é um instrumento de análise de
primordial utilidade, principalmente quanto a capacidade dos administradores
da empresa de bem gerenciar os recursos tomados por empréstimo (Schriked,
2000).
É parte fundamental numa análise de crédito efetuada pelo banco, um
atento exame do Fluxo de Caixa do tomador de empréstimos, porque dele
decorre, a capacidade da empresa saldar os empréstimos nos prazos
convencionados. Como as empresas tomadoras de crédito, em suma são
administradas por pessoas, é a qualidade desta gerência, que se deseja
analisar através do Fluxo de Caixa. Uma administração lúcida, e que tenha
revelado prudência na condução, crescimento e financiamento dos negócios da
empresa no passado, oferece embasamento para que credores comerciais e
bancários continuem a aceitar o risco de financiar aquele empreendimento no
futuro. O Fluxo de Caixa das ferramentas mais valiosas de análise para
concessão de crédito, principalmente quando envolvem projetos a longo prazo.
Entretanto, mesmo a curto prazo, dependendo do histórico da empresa e da
conjuntura mais visível do presente, esta ferramenta também é importante para
36
conferir a capacidade da empresa em liquidar seus empréstimos nos devidos
prazos (Schrickel, 2000).
O Fluxo de caixa já se tornou uma eficiente ferramenta na tomada de
decisões, auxiliando o administrador financeiro no controle das operações da
empresa. Todo sistema operacional de uma empresa possui implicações
econômico-financeiras, pois obriga a empresa a planejar e controlar as suas
atividades. Decisões que devem ser tomadas são analisadas em decorrência
das posições de caixa atual e projetada, o que é essencial.
Cabe
ao
administrador
financeiro
controlar
o
nível
de
caixa,
possibilitando que a empresa cumpra seus compromissos em dia. Quando a
empresa estiver operando com déficit, é função do administrador financeiro
buscar alternativas de financiamento com taxas sustentáveis, possibilitando o
equilíbrio do caixa. Fica evidente, então, que a função do administrador
financeiro não é a de tesoureiro, mas é a administração dos recursos
financeiros de forma eficaz e eficiente.
Conclui-se que a determinação do nível de caixa poderá representar a
diferença entre o sucesso e o fracasso da empresa. Acrescenta-se que as
ferramentas obtidas a partir da informática têm facilitado bastante o
planejamento e o controle do fluxo de caixa da empresa nos dias de hoje.
Atualmente, fala-se muito em qualidade de produtos e serviços, na
realidade, qualidade deve estar presente em todos os setores da empresa. Em
termos
de
fluxo
de
caixa,
depende
de
várias
atividades,
setores,
departamentos, diretorias, etc, pois elas irão compor para o todo. Se não
houver qualidade total em todas as áreas, pouco adiantará termos um apurado
sistema de planejamento e controle de fluxo de caixa.
O Fluxo de Caixa é uma ferramenta que auxilia o administrador
financeiro na tomada de decisões, pois reflete e prevê o que ocorrerá com as
37
finanças da empresa em um determinado período. Instrumento muito usado
nas empresas, devido ao seu fácil entendimento e também por conter
informações exatas de sua situação financeira, o Fluxo de Caixa permite ao
administrador financeiro detectar variações que possam ocorrer na capacidade
de pagamento de seus compromissos. Na implantação do Fluxo de Caixa, o
administrador financeiro deverá levar em consideração a capacidade da
empresa e qual o período que se pretende abranger. Informações precisas e
exatas contribuirão para o sucesso do funcionamento do Fluxo de Caixa. O
Fluxo de Caixa é uma fonte a mais de informação que vem ajudar os analistas
financeiros a sustentarem suas análises. É um instrumento útil ao processo de
tomada de decisões, ou seja, através de prévias análises econômicofinanceiras e primordiais, obtém-se as condições necessárias para definir as
decisões corretas.
38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de Caixa: Uma decisão de
Planejamento e Controle. São Paulo: Sagra 8° Edição. 2000
BARBOSA, Leonardo Costa. Fluxo de Caixa, Essencial na Gestão na Gestão
Financeira, 2003
ROSS, Stephen A, WESTERFIELD, Randolph W, JAFFE, Jeffrey F,
Adnistração Dinanceira Corporate Finance – Tradução: Samvicente, Antonio
Zorato – São Paulo Editora Atlas 2002
GITMANN, Lawrence J, Princípios de Administração Financeira 7 Editora São
Paulo: Harbra, 1997
BARBOSA, Leonardo Costa, Fluxo de Caixa, Essencial na Gestão Financeira,
2003
39
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
Fluxo de Caixa - Conceitos e Abordagens
10
1.1 – Objetivos do Fluxo de Caixa
11
1.2 – Planejamento do Fluxo de Caixa
12
1.3 – Prazo de Planejamento do Fluxo de Caixa
14
1.4 – Elaboração e Implantação do Fluxo de Caixa
14
1.5 – Fatores que Afetam o Fluxo de caixa
16
1.6 – Fluxo de Caixa como Ferramenta de Planejamento
17
1.7 – Fluxo de caixa como Ferramenta de Controle das Operações
18
CAPÌTULO II
Análise Financeira do Fluxo de Caixa
19
2.1 – Tipos de Fluxo de Caixa
19
2.2 – Análise de Dados
24
CAPÍTULO III
Utilização dos Indicadores Econômico-Financeiros
28
CONCLUSÃO
33
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
38
ÍNDICE
39
40
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes - Instituto A Vez do
Mestre
Título da Monografia: O Fluxo de Caixa como Instrumento de Gestão
Financeira e Empresarial
Autor: Andréa Virgínia Martins Pereira
Data da Entrega: 04/08/2007
Avaliado por: Sergio Majerowicz
Conceito:
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