UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O FLUXO DE CAIXA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO FINANCEIRA E EMPRESARIAL Por: Andréa Virgínia Martins Pereira Orientador: Sergio Majerowicz Niterói 2007 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O FLUXO DE CAIXA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO FINANCEIRA E EMPRESARIAL Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa Por: Andréa Virgínia Martins Pereira 3 AGRADECIMENTOS A Deus, primeiramente, a meus pais e familiares, professores. a meus amigos e 4 DEDICATÓRIA A meus pais e a meus familiares, que sempre me apoiaram nas escolhas com todo amor e carinho. minhas 5 RESUMO O Fluxo de Caixa constitui-se em instrumento essencial para que a empresa possa ter agilidade e segurança em suas atividades financeiras. Logo, o Fluxo de Caixa deverá refletir com precisão a situação econômica da empresa, em termos financeiros de futuro. Em resumo, o Fluxo de Caixa é o instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para determinado período. “O Fluxo de Caixa é a espinha dorsal da empresa. Sem ele não se saberá quando haverá recursos suficientes para sustentar as operações ou quando haverá necessidade de financiamentos bancários. Empresas que necessitem continuamente de empréstimos de última hora poderão se deparar com dificuldades de encontrar bancos que as financie.” (Gitman, 1997:586). Estudar o Fluxo de Caixa é, em última análise, procurar compreender o processo de formação de liquidez na empresa. É identificar que atividades estão gerando um Fluxo de Caixa positivo ou negativo e que atividades estão eventualmente impedindo o caixa gerado de tornar-se disponível. Neste sentido, poderíamos afirmar que a geração de liquidez é mais importante do que a geração de lucro já que o que quebra uma empresa não é a falta de lucro; é a falta de liquidez. 6 METODOLOGIA A metodologia a utilizada é aplicada é baseada numa pesquisa explicativa, descritiva e exploratória a dados bibliográficos e pesquisa na internet, com ênfase na importância do Fluxo de Caixa como instrumento de gestão financeira e empresarial. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - FLUXO DE CAIXA – CONCEITOS E ABORDAGENS 10 CAPÍTULO II - ANÁLISE FINANCEIRA DO FLUXO DE CAIXA 20 CAPÍTULO III – A UTILIZAÇÃO DE INDICADORES ECONÔMICOFINANCEIROS 28 CONCLUSÃO 33 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34 ÍNDICE 40 FOLHA DE AVALIAÇÃO 41 8 INTRODUÇÃO O termo Fluxo de Caixa é também denominado pela expressão inglesa cash flow, mas outras denominações são utilizadas: orçamento de caixa, fluxo de recursos financeiros, fluxo de capitais, fluxo monetário e movimento de caixa (Zdanowicz,2002). A expressão Fluxo de Caixa é consagrada pelo uso e pela prática, ao longo do tempo, porém não se deve confundir com a conta caixa do ativo disponível da empresa. Procura-se administrar financeiramente a empresa, através do fluxo de caixa, utilizando-se as seguintes contas: caixa, bancos e aplicações financeiras de resgate imediato da empresa, em síntese, consiste no fluxo do disponível (Zdanowicz,2002). Ao caracterizar-se Fluxo de Caixa, deve-se conhecer quais são os tipos de recursos, que normalmente, ingressam no caixa e de que forma eles são desembolsados, pois somente através desse conhecimento pode-se realizar as análises do fluxo destes recursos no caixa da empresa (Zdanowicz,2002). O Fluxo de Caixa é a previsão de entradas e saídas de recursos monetários, por um determinado período. Sendo elaborado com base em dados levantados nas projeções econômico-financeiras atuais da empresa. Sendo usado para obter informações, tais como: “qual a capacidade da empresa gerar recursos para financiar suas operações? Se a empresa é geradora de caixa, porque o dinheiro não aparece? Se a empresa não é geradora de caixa, o que tem viabilizado suas operações? Quais as necessidades de capital de giro da empresa? Qual a relação ótima ente o capital de giro próprio e o de terceiros na empresa? Qual o saldo de caixa mínimo que a empresa deve manter para fazer face as suas obrigações financeiras? Qual a capacidade da empresa imobilizar ou distribuir dividendos sem fragilizar a estrutura do capital de giro? A capacidade de geração de caixa 9 da empresa é compatível com suas políticas de reposição de estoques e de financiamento de seus clientes?”. A gestão dos recursos financeiros representa uma das principais atividades da empresa, fazendo-se necessário um efetivo planejamento dos montantes captados e o acompanhamento dos resultados obtidos, com o objetivo de administrar tais operacionalização (Barbosa 2003). recursos, possibilitando uma melhor 10 CAPÍTULO I FLUXO DE CAIXA – CONCEITOS E ABORDAGENS Podemos definir o Fluxo de Caixa como sendo o instrumento que relaciona o montante de entradas e saídas de recursos financeiros na empresa em um determinado período. Conforme relata Zdanowicz (2003, p. 23): “fluxo de caixa é o instrumento que relaciona o futuro conjunto de ingressos e desembolsos de recursos financeiros pela empresa em determinado período”. O Fluxo de Caixa consiste na representação da situação financeira de uma empresa, levando em conta todas as fontes de recursos e todas as aplicações na atividade produtiva, bem como em investimentos. Segundo Sá (1998, p3): “O Fluxo de Caixa apresenta-se como uma ferramenta de aferição e interpretação de variações dos saldos do disponível da empresa.É produto final da integração do Contas a Receber com o Contas a Pagar, de tal forma, que quando se comparam as contas recebidas com as contas pagas tem o fluxo de caixa realizado, e quando se comparam as contas a receber com as contas a pagar, tem-se o fluxo de caixa projetado.” De acordo com Assaf Neto e Silva (1997, p35): “O Fluxo de Caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de uma empresa em determinado intervalo de tempo. A partir da elaboração do Fluxo de Caixa é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando-se medidas saneadoras a serem tomadas.” Assim, com os conceitos abordados, e certo de que se vive em um ambiente altamente competitivo, em que aplicar recursos disponíveis com a máxima eficiência torna-se cada vez mais difícil, tem-se no Fluxo de caixa um elenco de informações que auxiliam os gestores nesta árdua tarefa de administrar empresas. O Fluxo de Caixa constitui ferramenta de fundamental importância para a boa administração e avaliação das organizações. A sua adoção 11 possibilita uma boa gestão dos recursos financeiros, evitando situações de insolvência ou falta de liquidez que representam sérias ameaças à continuidade das organizações. A boa utilização da ferramenta Fluxo de Caixa também possibilita o conhecimento do grau de independência financeira das organizações, com base na avaliação do seu potencial para geração de recursos no futuro para saldar seus compromissos e para pagar a remuneração dos seus empreendedores. Viabiliza, ainda, a avaliação da capacidade de financiamento do seu capital de giro ou se depende de recursos externos, permitindo conhecer a capacidade de expansão com recursos próprios, gerados a partir de suas próprias operações a aferir o potencial efetivo das organizações para implementar decisões de investimento, financiamento, distribuição de lucros e/ou pagamento de dividendos. Também gera indicadores do momento ideal para a realização de empréstimos ou captações de recursos externos, tanto para a cobertura de eventuais situações déficits, como para implementar decisões que dependem de aportes adicionais, além de orientar as aplicações dos excedentes de caixa (superávits) no mercado financeiro, possibilitando maiores ganhos para a organização e melhor contabilização dos prazos. 1.1 – Objetivos do Fluxo de Caixa Tem como objetivo principal, a previsão das entradas e saídas de recursos financeiros para um determinado período, visando alertar o administrador quanto à necessidade de captar empréstimos, ou se for o caso, aplicar valores excedentes de caixa em aplicações que sejam mais rentáveis para a empresa. Também fazem parte dos objetivos do Fluxo de Caixa, conforme define Zdanowicz (2000, p. 23): “ Buscar o equilíbrio financeiro entre os fluxos de entradas e saídas de recursos; Saldar as obrigações incorridas dentro do prazo 12 estabelecido; Prever desembolsos de caixa em volumes elevados em épocas de encaixe baixo; Proporcionar ao gestor financeiro uma visão estratégica da situação da empresa; Demonstrar em que período a empresa precisa captar recursos ou aplica-los quando existir excedente de caixa; Visualização do volume de vendas da empresa; Análise da situação de inadimplência dos clientes” Caberá ao gestor financeiro, com estas informações, analisar e tirar conclusões de como a empresa deverá se comportar no período, ou seja, a função principal do administrador é assegurar o controle financeiro da empresa. Desta forma ele proporcionará o equilíbrio entre as entradas e saídas de caixa. Para Matarazzo (1998, p 369), “muitas empresas vão à falência por não saberem administrar seu fluxo de caixa”. E destaca, como principais finalidades da demonstração do Fluxo de Caixa, as seguintes: ü Avaliar alternativas de investimentos; ü Avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa, com reflexos monetários; ü Certificar que os excessos momentâneos de caixa estão sendo devidamente aplicados. Desta forma, conclui-se que a finalidade principal do fluxo de caixa é maximizar a aplicação dos recursos próprios e de terceiros dentro da empresa, direcionando estes recursos para as atividades mais rentáveis, com vistas a produzir os melhores resultados para a empresa. Para que tudo isso ocorra de forma perfeita, é de suma importância a participação de todos os setores da empresa, fornecendo informações corretas e objetivas ao gestor financeiro. 1.2 – Planejamento do Fluxo de Caixa É importante o planejamento do Fluxo de Caixa, porque este indicará antecipadamente as necessidades de numerário para o cumprimento das obrigações que a empresa costuma assumir, considerando os prazos para 13 serem saldados Colocando o administrador financeiro apto a planejar com antecedência, os problemas de caixa que poderão surgir em razão de reduções de receitas ou de aumentos no volume de despesas. Outro papel importante que o Fluxo de Caixa desempenha é a possibilidade de evitar a programação de desembolsos volumosos para o período em que os ingressos orçados sejam baixos por questões de mercado, por exemplo. O planejamento do Fluxo de Caixa permite ao administrador financeiro verificar se poderá realizar aplicações a curto prazo com base na liquidez, na rentabilidade e nos prazos de resgate Nestes termos o Fluxo de Caixa é de vital importância para a eficácia econômica-financeira e gerencial das empresas, sejam elas micro, médias ou grandes, a tal ponto, que muitas instituições de crédito exigem a sua apresentação antes de concederem empréstimos a seus clientes (Zdanowicz, 2002). A empresa, para utilizar o Fluxo de Caixa e alcançar os objetivos e as metas propostas, não deve medir esforços na sua implantação e implementação, em termos empresariais. Ela deve manter um nível razoável, não poderá ser arbitrário, porém determinado pelo administrador financeiro de acordo com os parâmetros operacionais da empresa. Para que a empresa obtenha resultados positivos através do Fluxo de Caixa é necessário que observe requisitos como: buscar a maximização do lucro, possuindo certos padrões de segurança previamente fixados; assegurar ao caixa um nível desejado, a partir da constituição de reservas necessárias á empresa; obter maior liquidez nas aplicações dos excedentes de caixa no mercado financeiro; determinar o nível desejado de caixa, a partir de contas que compões o disponível da empresa; fixar limites mínimos, mediante as experiências adquiridas pela empresa, permitindo realizar os ajustes quando for necessário; ainda que a empresa observe certos padrões de segurança, pode investir parte de seus recursos disponíveis, mas nunca além do mínimo necessário para as suas atividades operacionais (Zdanowicz, 2002). 14 1.3 – Prazo de Planejamento do Fluxo de Caixa O período abrangido pelo planejamento do Fluxo de Caixa depende do tamanho e ramo da atividade da empresa Em geral, quando as atividades estão sujeitas a grandes oscilações, a tendência é para estimativas com prazos curtos (diário, semanal ou mensal), enquanto as empresas que apresentam volume de vendas estável, preferem projetar o Fluxo de Caixa para períodos longos (trimestral, semestral ou anual) A finalidade do planejamento também influi no período pelo mesmo. É importante a empresa trabalhar com um planejamento mínimo para três meses. O Fluxo de Caixa mensal deverá, posteriormente, transformar-se em semanal e este em diário. O modelo diário fornecerá a posição dos recursos em função dos ingressos e desembolsos de caixa, constituindo em poderoso instrumento de planejamento e controle financeiro (Zdanowicz, 2002). 1.4 – Elaboração e Implantação do Fluxo de Caixa Na elaboração do fluxo de caixa devemos partir das informações coletadas dos diversos setores da empresa, seguindo o cronograma de ingressos e desembolsos estabelecidos e posteriormente remetido ao departamento financeiro da empresa. As informações de estimativa abaixo, de acordo com os períodos de tempo, são úteis para a elaboração do fluxo de caixa, conforme enfatiza Zdanowicz (2000, p. 131): previsão de vendas, levando em conta as proporções de vendas a vista e a prazo; projeção das compras e as condições de pagamento oferecidos pelos fornecedores; levantamento das cobranças efetivas com os créditos a receber de clientes; estabelecimento do período de abrangência do fluxo de caixa, de acordo com as necessidades, tamanho, organização e ramo de atividade; previsão dos ingressos e desembolsos de caixa para o período estabelecido”. Com estes dados o setor financeiro deverá estar atualizado no que diz respeito às mudanças que possam ocorrer no mercado, aliado a um amplo conhecimento da situação econômica do país e do mundo. 15 A implantação do fluxo de caixa está ligada diretamente a apropriação dos valores fornecidos e coletados pelos diversos setores da empresa. Mas antes da implantação do fluxo de caixa, é preciso seguir alguns requisitos de Zdanowicz, como: ü Apoio total da cúpula diretiva da empresa; ü Estabelecimento claro dos níveis de responsabilidade de casa área da empresa; ü Integração total de todos os setores da empresa ao sistema do fluxo de caixa; ü Definição dos responsáveis pela entrega, dentro do prazo estabelecido dos formulários; ü Treinamento do pessoal envolvido na implantação do fluxo de caixa; ü Comprometimento dos responsáveis de cada área. Após os requisitos básicos estarem todos efetuados, o gestor financeiro deverá implantar o fluxo de caixa, que consiste basicamente em estruturar as estimativas de cada unidade monetária em dois grandes itens: o planejamento do ingresso e o planejamento do reembolso, ou seja, como ocorrerão estes ingressos e reembolsos, qual o período de maior entrada no caixa, ou em que período a empresa terá escassez de ingressos. Desta forma, os ingressos e desembolsos poderão ser subdivididos em fluxo operacional, que é composto por itens, que estão ligados diretamente à atividade real da empresa Os principais tipos de ingressos operacionais são as vendas à vista, recebimentos, descontos, cauções e cobranças das duplicatas de vendas a prazo efetuadas pela empresa. Quanto aos desembolsos operacionais, estão relacionados com a compra de matéria-prima, à vista e a prazo, salários e ordenados, custos indiretos de fabricação, despesas administrativas, despesas com vendas, despesas financeiras e despesas tributárias; e fluxo extra-operacional, que compreende os ingressos e os desembolsos de itens que não estão ligados à atividade principal da empresa, 16 tais como: imobilizações, vendas de itens do ativo permanente, receitas financeiras, aluguéis recebidos ou pagos, amortizações de empréstimos ou financiamentos, pagamentos de contraprestações. Dois destes itens merecem maior destaque: as amortizações que compreendem os pagamentos de empréstimos de longo prazo, geralmente concedidos com garantia de bens dos sócios ou da empresa; a fim de facilitar a projeção destes desembolsos, recomenda-se uma planilha de acompanhamento para cada contrato assinado pela empresa com as instituições financeiras, bem como a projeção das parcelas com os seus respectivos valores e as datas de vencimento. Quanto a projeção das imobilizações, deve ser elaborada pela administração da empresa. Como se tratam de aplicações, é preciso ter precaução, a fim de não se deslocar e congelar recursos que poderiam ser usados no capital de giro da empresa. É preciso salientar que as informações, até este estágio apresentadas, devem refletir a posição do fluxo de caixa da empresa em cada período. Empresas que apresentam situação de desequilíbrio financeiro devem se reestruturar, planejando para cada período o pagamento de uma parcela que porventura esteja em atraso. Desta forma, estará recuperando uma posição de liquidez normal. Uma situação de atrasos de pagamentos compromete seriamente o sucesso do fluxo de caixa. 1.5 – Fatores que Afetam o Fluxo de Caixa O Fluxo de Caixa de uma empresa é afetado por uma série de fatores, que podem ser internos ou externos. O administrador financeiro deve estar atento, acompanhando a evolução observada no fluxo de caixa, para tomar medidas corretivas em tempo hábil, de forma a minimizar o impacto nas contas da empresa. Conforme define Guerreiro (1996, p 74): “ Fatores internos: expansão descontrolada das vendas, aumentando o volume de compras e os custos operacionais; aumento no prazo de vendas, como forma de aumentar seu grau de competitividade ou aumentar a participação no mercado; compras em volumes incomparáveis coma projeções de vendas; ciclos de produção longos e incompatíveis com o prazo médio concedido pelos fornecedores; giros de estoque lento, significando o aumento de produtos obsoletos ou de 17 difícil venda, imobilizando recursos da empresa no estoque; aumento do nível de inadimplência. Atores Externos: diminuição das vendas, causadas por retração do mercado; aumento da concorrência, devido À entrada de novos concorrentes no mercado; aumento nas alíquotas de impostos; aumento geral do nível de inadimplência, causado por fatores como por exemplo, o aumento das taxas de juros.”. 1.6 – Fluxo de Caixa como Ferramenta de Planejamento Em todos os segmentos empresariais o planejamento é fundamental Não importa a área de atuação ou setor da empresa. Não é diferente quando se planeja o fluxo de caixa. De acordo com Zdanowicz (2000, p. 24): “ Os erros e os problemas decorrentes da utilização do planejamento são, provavelmente maiores que os resultantes das estimativas realizadas previamente pela empresa em seu plano geral de operações”. Uma das tarefas mais importantes do administrador financeiro é planejar. Se não for realizado um planejamento prévio das atividades, o gestor financeiro corre o risco de ser pego de surpresa, colocando a empresa em sérias dificuldades e até mesmo levando-a á falência A vida da empresa na pode ser uma aventura expondo-a aos acontecimentos futuro incertos, sem um mínimo de planejamento e de controle financeiro. É papel do administrador financeiro verificar e analisar se o que foi planejado está sendo realizado. Desta forma, se o que foi estimado não estiver de acordo, caberá ao mesmo rever as metas e os objetivos traçado, a fim de que a empresa acompanhe as mudanças que porventura ocorram. Um planejamento cuidadoso promove uma melhor utilização dos recursos financeiros, prevendo não só um eventual déficit, como também um possível superávit. 18 1.7 – Fluxo de Caixa como Ferramenta de Controle das Operações As operações financeiras que normalmente influenciam a projeção do fluxo de caixa classificam-se de várias formas, de acordo com a ótica com que se pretende analisa-las, podemos descrever as mais comuns: Quanto às características: ü Operações bancárias comuns: descontos de duplicatas, cobranças de títulos e adiantamento de duplicatas; ü Operações bancárias especiais: financiamentos das vendas a prazo, empréstimos com penhor mercantil; ü Operações de financiamento: captação de recursos ao longo prazo, que são realizadas em instituições financeiras de fomento e no mercado de capitais. Essas operações resultam das entradas de capital e constituem-se em débitos da empresa São registrados como empréstimos ou financiamentos passivos Nas empresas em que há saídas de capital e formação de créditos, registram-se como operações ativas O fluxo de caixa auxiliará o gestor financeiro a controlar todas as operações financeiras que existem em uma empresa Com o fluxo de caixa em mãos o administrados financeiro poderá, por exemplo, observar se o volume de compras está compatível com o volume de vendas. Poderá ainda detectar os períodos em que existe a oscilação da vendas, analisando as causas e buscando alternativas capazes de fazer com que o reflexo disto seja o menos possível para a empresa. 19 CAPÍTULO II ANÁLISE FINANCEIRA DO FLUXO DE CAIXA Através da elaboração do Fluxo de Caixa, o administrador financeiro procura conciliar a manutenção da liquidez e do capital de giro da empresa, para que esta possa honrar com as obrigações assumidas perante terceiros na data do vencimento, bem como a maximização dos lucros sobre os investimentos realizados pelos acionistas. As estimativas de ingressos e reembolsos, através do Fluxo de Caixa baseiam-se nas projeções de vendas e compras da empresa Por sua vez, os planos de vendas deverão estar condicionados aos recursos disponíveis de caixa e aos lucros desejados. Assim sendo, temos um sistema mutuamente determinado. Somente pode-se projetar o Fluxo de Caixa e os lucros, a partir de uma estimativa de vendas, de produção e de despesas operacionais da empresa. Nestes termos, não se pode fazer um orçamento de vendas final, a não ser depois de termos testado o efeito das vendas orçadas sobre o Fluxo de Caixa e os lucros projetados para o período. 2.1 – Tipos de Fluxos de Caixa Segundo Rosa e Silva (2003, p. 2): “a finalidade do fluxo de caixa realizado é mostrar como se comportaram as entradas e saídas de recursos financeiros da empresa. O estudo cuidadoso do fluxo de caixa realizado, além de propiciar análise de tendência, serve de base para o planejamento do fluxo projetado. Outro aspecto que deve ser considerado é a comparabilidade que existe entre os fluxos de caixa realizado e o projetado. Isto possibilita identificar os motivos das variações ocorridas, se ocorreram por falha de projeção ou por falha de gestão”. Denomina-se Fluxo de Caixa Realizado de uma empresa, o conjunto de ingressos e de desembolsos de recursos financeiros realizados pela empresa 20 em determinado momento ou período entende-se por conjuntos de ingressos: vendas à vista, recebimentos de vendas a prazo, aumento de capital social, vendas de itens imobilizados, receitas de aluguéis, empréstimos e resgates de aplicações no mercado financeiro, e por conjunto de desembolso de caixa: financiar o ciclo operacional da empresa, amortizar os empréstimos ou financiamentos captados pela empresa e investir em itens do ativo permanente ou aplicar no mercado financeiro O relatório Fluxo de Caixa realizado permite ao administrados visualizar como foram obtidos os recursos de caixa e onde eles foram aplicados. Exemplo de Fluxo de Caixa Realizado: Entradas (recebimentos) Receitas Recebidas------------------------------------------ R$ 950.000 Financiamentos Obtidos-------------------------------------R$ 450.000 Soma--------------------------------------------------------------R$ 1.400.000 Saídas (pagamentos) Despesas Pagas-----------------------------------------------(R$ 800.000) Aquisição de Imobilizado-------------------------------------(R$ 420.000) Soma---------------------------------------------------------------(R$ 1.220.000) Saldo---------------------------------------------------------------R$ 180.000 O Fluxo de Caixa realizado pode ser apresentado de duas maneiras, pelo método direto e pelo método indireto, como modelo abaixo de Herval Moura e Kelly Marques (Rosa e Silva, 2000): Fluxo de Caixa - Método Direto Entradas e Saídas de Caixa e Equivalentes de caixa Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais 21 Venda de mercadoria e serviços (+) Pagamento de Fornecedores (-) Salários e encargos sociais dos empregados (-) Dividendos recebidos (+) Impostos e outras despesas legais (-) Recebimentos de seguros (+) Caixa líquido das atividades operacionais (+/-) Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento Venda de imobilizado (+) Aquisição de imobilizado (-) Aquisição de outras empresas (-) Caixa líquido das atividades de investimento (+/-) Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento Empréstimos líquidos tomados (+) Pagamentos de leasing (-) Emissão de ações (+) Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-) Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa - início do ano Caixa e equivalentes de caixa - final do ano Fluxo de Caixa - Método Indireto Entradas e Saídas de Caixa e Equivalentes de caixa Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais Lucro liquido Depreciação e amortização (+) Provisão para devedores duvidosos (+) Aumento/diminuição em fornecedores (+/-) Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-) Aumento/diminuição em contas a receber (+/-) Aumento/diminuição em estoques (+/-) Caixa líquido das atividades operacionais (+/-) Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento 22 Venda de imobilizado (+) Aquisição de imobilizado (-) Aquisição de outras empresas (-) Caixa líquido das atividades de investimento (+/-) Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento Empréstimos líquidos tomados (+) Pagamentos de leasing (-) Emissão de ações (+) Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-) Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa - início do ano Caixa e equivalentes de caixa - final do ano De acordo com o Statement of Cash Flows (SFAS) nº 95 (FASB – Financial Accounting Standard Board, 1997), as empresas podem escolher entre apresentar o Fluxo de Caixa pelo método direto ou indireto, mas são incentivadas a usar o direto. O método indireto é aquele no qual os recursos, provenientes das atividades operacionais, são demonstradas com base no lucro líquido, ajustado pelos itens considerados nas contas de resultados e que não afetam o caixa da empresa. O método direto é aquele em que são demonstrados os recebimentos e pagamentos, provenientes das atividades operacionais da empresa, em vez do lucro líquido ajustado. De acordo com Rosa e Silva (2003, p 3), “o objetivo principal do fluxo de caixa projetado é informar como se comportará o fluxo de entradas e saídas de recursos financeiros em determinado período, podendo ser projetado a curto ou longo prazo. É bom lembrar que as informações de que a empresa dispões para elaborar o fluxo de caixa projetado a curto prazo diferem daquelas que estão disponíveis quando projeta a longo prazo. Normalmente quando se projeta a curto prazo, as principais operações que vão provocar entradas e saídas de dinheiro já foram realizadas e a empresa trabalha com relativo grau de certeza dos recebimentos e pagamentos dentro do período. No entanto, quando se projeta a longo prazo, o que se conhece são apenas projeções das operações de ingressos e/ou desembolsos de recursos financeiros, ficando o fluxo de caixa projetado a longo prazo exposto a eventos estranhos ao conhecimento primário por parte da empresa, podendo comprometer as previsões consideradas.”. 23 O Fluxo de Caixa Projetado mede as necessidades futuras de recursos, a capacidade de pagamento pontual dos compromissos assumidos, bem como a disponibilidade para investimentos. A sua construção consiste em, a partir de um saldo disponível, projetar os ingressos e desembolsos para um determinado período. Sem um Fluxo de Caixa projetado a empresa não sabe antecipadamente quando precisará de um financiamento, e normalmente sai “desesperada” procurando recursos quando seu caixa “estoura”, fazendo assim, operações com altas taxas de juros como: cheque especial, desconto de duplicatas, entre outras, ou quando saberá ainda quando irá ocorrer a sobra de recursos onde poderá aplicar no mercado financeiro, ganhando juros, reduzindo o custo do capital de terceiros emprestado. Esses motivos normalmente são responsáveis pelos insucessos financeiros das empresas, por isso a importância do planejamento do Fluxo de Caixa, porque irá indicar antecipadamente as necessidades de numerários para o atendimento dos compromissos que a empresa costuma assumir, considerando os prazos para seres saldados. Com isso, o administrador estará apto a planejar com devida antecedência, os problemas de caixa que poderão surgir em conseqüência de reduções cíclicas das receitas ou o aumento no volume de pagamentos. Também desempenha outro papel importante, por exemplo, permite ao administrador financeiro verificar se poderá realizar aplicações a curto prazo com base na liquidez, na rentabilidade e nos prazos de resgate. O período abrangido pelo planejamento de Fluxo de Caixa projetado depende do tamanho e ramos de atividade da empresa. EM geral, quando as atividades estão sujeitas a grandes oscilações, a tendência para estimativas com prazos curtos (diários, semanais ou mensais), enquanto as empresas que apresentam o volume estável, preferem projetar para um período mais longo (mensal, trimestral ou semestral). Exemplo de Fluxo de Caixa Projetado: 24 Fluxo de Caixa Projetado para o mês de Julho Data: 01/07/2007 Saldo disponível em 30/06/2007 R$ 10.000,00 Entradas previstas R$ Desembolsos previstos R$ (3.000,00) Saldo final em 01/07/2007 R$ 12.000,00 Data: 02/07/2007 R$ 12.000,00 Saldo disponível em 01/07/2007 R$ Entradas previstas R$ (15.000,00) Desembolsos previstos R$ (2.000,00) 5.000,00 1.000,00 Saldo final em 0207/2007 Recomenda-se que se faça um acompanhamento entre o fluxo de caixa projetado e o realizado, informando periodicamente aos responsáveis pela elaboração do fluxo, o valor realizado e quando falta pra realizar. Mensalmente, os planos deverão ser revistos e atualizados, ou em períodos mais curtos se for necessário Duas são as alternativas de procedimento no levantamento de dados: pela contabilidade ou por controle paralelo. Ideal seria um controle próprio do realizado, o qual permite a apuração imediata das informações e dá mais flexibilidade ao sistema. As fontes de informações são o movimento interno de caixa e extracaixa e o movimento bancário da empresa. Os acompanhamentos de ingressos e desembolsos do fluxo de caixa devem estar comprovados por documentos desta forma estar-se-á garantindo a legitimidade das operações de caixa Este procedimento irá permitir que se faça um controle de todas as operações realizadas pela empresa num determinado período. O Fluxo de Caixa é um grande aliado do administrador financeiro tornando-se ferramenta indispensável na tomada de decisões, para tanto é 25 necessário que o administrador financeiro busque alternativas para fazer com que as decisões tomadas sejam as mais corretas possíveis. 2.2 – Análise de Dados O Fluxo de Caixa é de fundamental importância para as empresas, pois constitui peça indispensável de sinalização para os rumos financeiros de uma organização. Evitar falta de recursos e conseqüente crise de liquidez nas empresas ou, através do seu conhecimento, de forma antecipada, minimizar seus efeitos, representa uma das principais funções do fluxo de caixa. Através de uma adequada gestão de caixa podemos reduzir substancialmente a necessidade de capital de giro, proporcionando maiores lucros em função, principalmente, da redução das despesas financeiras. Daí a importância da revisão e análise criteriosa do fluxo de caixa, pois só assim a empresa poderá aferir os resultados efeitos. De nada adianta efetuar projeções de fluxo de caixa se o mesmo não for utilizado como ferramenta básica no processo decisório. A projeção das necessidades futuras, indicará escassez ou excesso de recursos em determinado período e a avaliação desses resultados, permitirá que a empresas tome as providências em tempo hábil e reprojete seu fluxo de caixa em função das novas situações. Análise Horizontal A análise horizontal fornece a medida de crescimento dos itens do fluxo de caixa. Permite que se tenha conhecimento da evolução de cada item do fluxo de caixa dentro de uma série histórico. 26 Por ocasião da análise horizontal, deve-se ficar atento às variações percentuais elevadas ,mas que seu valor absoluto não seja representativo, ou o contrário quando uma variação percentual reduzida pode ter embutido um valor absoluto considerável. Daí a importância da análise, conjugada com a análise vertical para real compreensão da situação analisada. Segundo Hugo (1999, p. 132) “A análise horizontal é determinada pela tendência dos valores absolutos ou relativos das diversas grandezas monetárias, apurando-se o percentual de crescimento ou declínio de valores de uma mesma conta ou grupo de contas, entre duas datas ou períodos considerados” Ou seja, a análise vertical compara a evolução dos valores de uma mesma conta em períodos diferentes, desta forma permite verificar as diferentes variações incorridas nos períodos. A fórmula para a análise vertical do fluxo de caixa está indicada a seguir: Análise Horizontal = VALOR DO ÍTEM EM UM PERÍODO ESPECÍFICO DA SÉRIE _________________________________ VALOR DO ITEM NO ANO BASE Análise Vertical Esse tipo de análise representa importante ferramenta de interpretação da estrutura de fluxo de caixa. Através desta análise é possível identificar itens no fluxo de caixa cuja participação é bastante representativa, tornando-se, assim, alvo de uma análise mais profunda. Define Dante (1994, p. 251): “análise vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras. Para isso calcula-se o percentual de cada conta em relação a 27 um valor base”. Conclui-se que a análise vertical compara as diversas contas de uma demonstração financeira, com uma respectiva conta. O caixa líquido das atividades operacionais é a base a ser considerada para a análise vertical do fluxo de caixa, pois representa o montante que a empresa gerou de caixa internamente, tornando-se assim, ponto de referência para o cálculo dos percentuais de participação dos demais itens do fluxo de caixa. No caso do fluxo de caixa é de suma importância calcular-se em relação ao total de ingressos incorridos no período, uma vez que estes, os ingressos, é que determinam o potencial da capacidade de pagamento, conhecendo os possíveis problemas que ocorrem no dia-a-dia da empresa, em algumas situações comprometendo o cumprimento das obrigações assumidas. A fórmula para análise vertical do fluxo de caixa está indicada a seguir: Análise Vertical = VALOR DO ÍTEM ________________________________X 100 VALOR DO CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Deve-se observar também a tendência dessa participação ao longo de dois ou mais período. 28 CAPÍTULO II UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES ECONÔMICOFINANCEIROS A análise econômico-financeira deve ser vista por uma visão qualitativa e quantitativa, conhecendo as diversas possibilidades e as modalidades pelas quais as inversões se transformam em recursos financeiros indispensáveis ao processo operacional da organização. Assim sendo, se aconselha verificar tanto os bens e os direitos como as obrigações para que em função das composições existentes tenha-se a idéia de melhor administrar o fluxo de caixa dentro dos parâmetros de maio eficiência, isto é, liquidez e rentabilidade. Quanto maior for o disponível, a liquidez será melhor e maior será a capacidade da empresa em pagar as suas despesas. Entretanto, deve-se considerar o grau de liquidez que pode afetar o processo operacional, caso seja deficiente de recursos, e atrapalhar a rentabilidade da organização. É normal que as empresas usarem capitais de terceiros para dar continuidade ao seu processo operacional, isto é, via compras a prazo, ou via empréstimos para suprir as deficiências de caixa. Tanto as compras a prazo, como os empréstimos só são conseguidos através do pagamento de uma determinada remuneração conhecida por juros. Existe também a necessidade de firmar os prazos para pagamentos, o quanto será pago e analisar quanto será o valor do empréstimo, quando acrescido dos encargos financeiros correspondentes. Segundo Zdanowicz (2000), o principal objetivo de uma empresa deve ser a maximização do lucro ou minimização de custos, decorrentes dos recursos aplicados na sua atividade operacional. O planejamento dos lucros 29 necessita ser feito, de acordo com o contexto da análise crítica dos pontos fortes e fracos da empresa, dos riscos e das possibilidades existentes no mercado em que a mesma atua, da mesma maneira que as expectativas dos proprietários ou acionistas, dos empregados, fornecedores, etc. Uma análise de indicadores financeiros através do fluxo de caixa tem por objetivo criar relações entre os dados econômico-financeiros da empresa, para levantar os pontos de estrangulamento que podem ocasionar desequilíbrios a curto ou longo prazo. Para isso usam-se dados internos e externos à empresa. No âmbito interno, todos os dados utilizados são provenientes, basicamente, dos registros contábeis, isto é, das demonstrações financeiras, em especial do balanço patrimonial e do demonstrativo de resultado do exercício. No âmbito externo, as informações são conseguidas de empresas do mesmo segmento, nos concorrentes e nas entidades de classe. É através da comparação de resultados auferidos com os padrões internos pré-fixados ou com os resultados conseguidos fora da empresa, que se poderá verificar a evolução ou retrocesso acontecido. Zdanowicz (2000) diz que a análise de indicadores econômicofinanceiros se destina a: ü Criar relações entre os dados econômico-financeiros da empresa; ü Estabelecer os pontos de estrangulamento e de desequilíbrio da empresa; ü Analisar os dados internos e externos à empresa; ü Verificar a evolução ou retrocesso da empresa. A análise de indicadores econômico-financeiros pode ser feita de diversas maneiras diferentes. As mais usuais, segundo Zdanowicz (2000), são: 30 ü Por índices; ü Por tendência; ü Por ponto de equilíbrio. A série de indicadores econômico-financeiros, em conjunto com o Fluxo de Caixa, poderão calcular a liquidez e a rentabilidade da empresa. De qualquer forma, os índices podem sofrer desatualização, quando não existe uma revisão periódica por parte do gerente financeiro, dos indicadores fixados e a sua comparação com os que estão estabelecidos pela média setorial ou da economia. Os índices econômico-financeiros podem ser subdividos em: Indicadores não operacionais, que refletem a posição da empresa em determinado momento. São formados a partir dos dados do balanço patrimonial e mantém restrita ligação com o Fluxo de Caixa da empresa. A análise de indicadores de balanço patrimonial é a decomposição deste nas partes que o formam, com o objetivo de melhorar a interpretação dos seus componentes, verificando o planejamento e o controle financeiro do Fluxo de caixa. Os indicadores operacionais são os que refletem o dinamismo da empresa, decorrentes de suas atividades econômicas, durante determinado período. A demonstração de resultado do exercício é a fonte principal de dados para o calculo dos principais indicadores econômicos. Com relação aos indicadores globais, também denominados de atividades, são constituídos a partir dos dados do demonstrativo de resultado do exercício, dos inventários e do balanço patrimonial. São importantes pois permitem ao gerente financeiro fazer com segurança a avaliação dos 31 investimentos aplicados, principalmente de curto prazo, que irão refletir no fluxo de caixa da empresa. Estes tipos de análises podem ser realizados sob diversos modos, porém sob o ângulo da Administração financeira a análise é feita principalmente, por dois aspectos diferentes: ü Análise dos indicadores pelo aspecto financeiro; ü Análise dos indicadores pelo aspecto econômico. Desse modo, a análise de indicadores financeiros ressalta a liquidez, enquanto a análise do ponto de vista econômico é realizada em relação à aplicação e ao rendimento do capital investido na empresa. A análise de liquidez tem como intuito a medição da capacidade da empresa em pagar os seus compromissos na data de vencimento. Esta medida é fornecida através de índices ou de indicadores de liquidez. Os índices são dados pelas relações que se podem criar entre determinadas contas do ativo, do passivo e do patrimônio líquido da empresa. 32 Conclusão A utilização de ferramentas gerenciais, como Fluxo de Caixa é necessária para se obter uma boa gestão financeira. Tal ferramenta gerencial tem a finalidade de direcionar as ações dos coordenadores e gerentes financeiros, proporcionado uma visão futura dos recursos financeiros da empresa na busca pelo equilíbrio de contas, a partir da visualização de períodos determinados e de um planejamento. Proporcionando facilidades, como o controle de desembolsos de caixa, investimentos, análise dos melhores períodos para pagamento e da programação de prazos para venda. O Fluxo de Caixa pode ser utilizado por qualquer empresa, sendo este diferenciado apenas pelas características peculiares existentes (prazos de recebimento e pagamento, operações, etc), tornando possível a verificação das disponibilidades e a ordenação da movimentação financeira, independente do porte ou da área de atuação da empresa, propiciando, dessa forma, a reordenação em tempo hábil de deficiências na geração de caixa, assim, como a análise posterior de possíveis distorções ocorridas entre o que fora previsto e o que foi efetivamente realizado, evitando que esses problemas voltem a ocorrer. Com a implementação do Fluxo de Caixa, como uma das ferramentas gerenciais para operacionalização da gestão financeira, será possível obter informações imprescindíveis para a tomada de decisões e resultados satisfatórios a curto e longo prazo para fins de investimento do ativo permanente. Porém, a simples formalização dessa ferramenta não será suficiente para a resolução de problemas normalmente enfrentados, sendo de inteira responsabilidade do administrador financeiro a elaboração e implementação de medidas para que a empresa alcance as metas estabelecidas. A implantação do Fluxo de Caixa consiste em apropriar os valores fornecidos pelas várias áreas da empresa, segundo regime de caixa, em 33 conformidade com os períodos que efetivamente deverão ocorrer os ingressos e desembolsos de caixa (Zdanowicz,2002). O principal aspecto é a apropriação dos valores, em conformidade com os períodos que irão ocorrer efetivamente recebimentos e pagamentos de caixa pela empresa. A implantação do Fluxo de Caixa consiste em estruturar as estimativas de cada unidade monetária em dois grandes itens: o planejamento dos ingressos e o planejamento dos desembolsos, que poderão ser subdivididos em fluxo operacional e fluxo extra-operacional. O fluxo operacional compõe-se de itens estritamente decorrentes da atividade fim da empresa. As principais modalidades de ingressos operacionais são as vendas à vista, recebimentos, descontos, cauções e cobranças de duplicatas de vendas a prazo realizadas pela empresa. O extra-operacional compreende os ingressos e os desembolsos de itens não relacionados a atividade principal da empresa, como, imobilizações, vendas de itens do ativo permanente, receitas financeiras, aluguéis recebidos ou pagos, amortizações de empréstimos ou de financiamentos, pagamentos de leasing (Zdanowicz,2002). Através do Fluxo de Caixa procura-se analisar o deslocamento dos recursos financeiros da empresa, ou seja, partindo do disponível (caixa, bancos e aplicações no mercado financeiro), pode-se verificar os caminhos percorridos por uma unidade monetária na empresa e, sobretudo, de operações que aumentam ou diminuem o nível de caixa da empresa. O Fluxo de Caixa constitui-se em um instrumento prático, de uso operacional e estratégico do administrador financeiro. Porém, outros instrumentos podem ser úteis em sua elaboração, como o Demonstrativo de Origens e Aplicações de Recursos e o quadro de Fontes e Usos de Recursos. Considerando-o sob enfoques da Administração, Contabilidade e Economia, o instrumento pode apresentar características comuns, mas aspectos distintos, quanto à sua forma de elaboração, análise e interpretação. 34 Toda a alternativa de investimento deve ser analisada, em sua viabilidade econômico-financeira através de um Fluxo de Caixa descontado, considerando-se os futuros ingressos e desembolsos de recursos. Entretanto, a viabilidade de cada proposta de investimento, as empresas processam a partir de dois subsistemas distintos, o de caixa (liquidez) e o de resultado econômico (rentabilidade), cujos valores poderão harmonizar-se, pois as diferenças que ocorrerão entre o saldo do fluxo de caixa e o lucro ou prejuízo do período projetado (Zdanowicz,2002). É importante planejar corretamente o Fluxo de caixa de seu negócio. Ele opera desde a compra de estoques até o recebimento do dinheiro decorrente da venda de seus produtos a prazo. A análise do Fluxo de Caixa basicamente mostrará a relação entre a despesa decorrente do cumprimento das obrigações e a receita obtida pela venda dos produtos. A combinação de entrada e saída de dinheiro pode resultar em saldo positivo ou negativo. O planejamento dos ingressos de caixa é o ponto mais complexo do Fluxo de Caixa, pois depende do período de retorno dos valores em cobrança. Quanto aos desembolsos sua estimativa é facilitada pelo fato do número de credores, via regra, não ser tão expressivo quanto o de clientes e porque os compromissos têm normalmente prazo certo para vencimento. O Fluxo de Caixa, ao ser projetado, tem como objetivo fundamental levantar todas as necessidades da empresa, para que possa cumprir com seus compromissos financeiros na data marcada e alcançar resultados positivos, considerando os desembolsos realizados em item do ativo. Administrando o nível desejado de caixa, pode-se verificar previamente as possíveis necessidades da empresa, bem como dimensionar o capital de giro, tendo em vista suas entradas e saídas. A projeção mensal do fluxo de caixa ajuda a identificar e eliminar déficits e mesmo superávits. 35 Não tem a rigor uma forma fixa para elaborar um Fluxo de Caixa. Existem várias maneiras, cada qual apresentando as informações com o nível de detalhamento desejado pelo seu colaborador. Entretanto a preocupação central do planejamento financeiro é acompanhar e avaliar as disponibilidades do caixa, incluindo os investimentos de curto prazo, de tal maneira que a empresa disponha dos recursos necessários, nas devidas épocas para saldar suas obrigações. Devendo haver a máxima integração operacional das diferentes áreas da empresa: produção, vendas, administração e finanças passando pelas seções de compras, crédito, cobrança e expedição. O Fluxo de caixa está relacionado com a análise de crédito, uma vez que o negócio básico de uma instituição financeira é financiar atividades lícitas, saudáveis e produtivas, ou seja, conceder crédito, emprestar recursos e por um prazo convencionado receber os recursos de volta, acrescidos de sua remuneração. Dentro deste contexto de contínuo fluxo de fundos entre a instituição financeira e seus clientes nas pontas ativas e passivas, é um instrumento de análise de primordial utilidade, principalmente quanto a capacidade dos administradores da empresa de bem gerenciar os recursos tomados por empréstimo (Schriked, 2000). É parte fundamental numa análise de crédito efetuada pelo banco, um atento exame do Fluxo de Caixa do tomador de empréstimos, porque dele decorre, a capacidade da empresa saldar os empréstimos nos prazos convencionados. Como as empresas tomadoras de crédito, em suma são administradas por pessoas, é a qualidade desta gerência, que se deseja analisar através do Fluxo de Caixa. Uma administração lúcida, e que tenha revelado prudência na condução, crescimento e financiamento dos negócios da empresa no passado, oferece embasamento para que credores comerciais e bancários continuem a aceitar o risco de financiar aquele empreendimento no futuro. O Fluxo de Caixa das ferramentas mais valiosas de análise para concessão de crédito, principalmente quando envolvem projetos a longo prazo. Entretanto, mesmo a curto prazo, dependendo do histórico da empresa e da conjuntura mais visível do presente, esta ferramenta também é importante para 36 conferir a capacidade da empresa em liquidar seus empréstimos nos devidos prazos (Schrickel, 2000). O Fluxo de caixa já se tornou uma eficiente ferramenta na tomada de decisões, auxiliando o administrador financeiro no controle das operações da empresa. Todo sistema operacional de uma empresa possui implicações econômico-financeiras, pois obriga a empresa a planejar e controlar as suas atividades. Decisões que devem ser tomadas são analisadas em decorrência das posições de caixa atual e projetada, o que é essencial. Cabe ao administrador financeiro controlar o nível de caixa, possibilitando que a empresa cumpra seus compromissos em dia. Quando a empresa estiver operando com déficit, é função do administrador financeiro buscar alternativas de financiamento com taxas sustentáveis, possibilitando o equilíbrio do caixa. Fica evidente, então, que a função do administrador financeiro não é a de tesoureiro, mas é a administração dos recursos financeiros de forma eficaz e eficiente. Conclui-se que a determinação do nível de caixa poderá representar a diferença entre o sucesso e o fracasso da empresa. Acrescenta-se que as ferramentas obtidas a partir da informática têm facilitado bastante o planejamento e o controle do fluxo de caixa da empresa nos dias de hoje. Atualmente, fala-se muito em qualidade de produtos e serviços, na realidade, qualidade deve estar presente em todos os setores da empresa. Em termos de fluxo de caixa, depende de várias atividades, setores, departamentos, diretorias, etc, pois elas irão compor para o todo. Se não houver qualidade total em todas as áreas, pouco adiantará termos um apurado sistema de planejamento e controle de fluxo de caixa. O Fluxo de Caixa é uma ferramenta que auxilia o administrador financeiro na tomada de decisões, pois reflete e prevê o que ocorrerá com as 37 finanças da empresa em um determinado período. Instrumento muito usado nas empresas, devido ao seu fácil entendimento e também por conter informações exatas de sua situação financeira, o Fluxo de Caixa permite ao administrador financeiro detectar variações que possam ocorrer na capacidade de pagamento de seus compromissos. Na implantação do Fluxo de Caixa, o administrador financeiro deverá levar em consideração a capacidade da empresa e qual o período que se pretende abranger. Informações precisas e exatas contribuirão para o sucesso do funcionamento do Fluxo de Caixa. O Fluxo de Caixa é uma fonte a mais de informação que vem ajudar os analistas financeiros a sustentarem suas análises. É um instrumento útil ao processo de tomada de decisões, ou seja, através de prévias análises econômicofinanceiras e primordiais, obtém-se as condições necessárias para definir as decisões corretas. 38 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de Caixa: Uma decisão de Planejamento e Controle. São Paulo: Sagra 8° Edição. 2000 BARBOSA, Leonardo Costa. Fluxo de Caixa, Essencial na Gestão na Gestão Financeira, 2003 ROSS, Stephen A, WESTERFIELD, Randolph W, JAFFE, Jeffrey F, Adnistração Dinanceira Corporate Finance – Tradução: Samvicente, Antonio Zorato – São Paulo Editora Atlas 2002 GITMANN, Lawrence J, Princípios de Administração Financeira 7 Editora São Paulo: Harbra, 1997 BARBOSA, Leonardo Costa, Fluxo de Caixa, Essencial na Gestão Financeira, 2003 39 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I Fluxo de Caixa - Conceitos e Abordagens 10 1.1 – Objetivos do Fluxo de Caixa 11 1.2 – Planejamento do Fluxo de Caixa 12 1.3 – Prazo de Planejamento do Fluxo de Caixa 14 1.4 – Elaboração e Implantação do Fluxo de Caixa 14 1.5 – Fatores que Afetam o Fluxo de caixa 16 1.6 – Fluxo de Caixa como Ferramenta de Planejamento 17 1.7 – Fluxo de caixa como Ferramenta de Controle das Operações 18 CAPÌTULO II Análise Financeira do Fluxo de Caixa 19 2.1 – Tipos de Fluxo de Caixa 19 2.2 – Análise de Dados 24 CAPÍTULO III Utilização dos Indicadores Econômico-Financeiros 28 CONCLUSÃO 33 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38 ÍNDICE 39 40 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes - Instituto A Vez do Mestre Título da Monografia: O Fluxo de Caixa como Instrumento de Gestão Financeira e Empresarial Autor: Andréa Virgínia Martins Pereira Data da Entrega: 04/08/2007 Avaliado por: Sergio Majerowicz Conceito: