DESENVOLVIMENTO DE UM EQUIPAMENTO DE TERMO ANÁLISE PARA MEDIR O GRAU DE MODIFICAÇÃO DE LIGAS DE ALUMÍNIO EUTÉTICAS FUNDIDAS Prof. Dr. Mário Wolfart Junior1 Prof. Dr. Diego Rodolfo Simões de Lima1 Prof. Me. Tomaz Fantin de Souza1 Tarcila Pedrozo Benemann1 Vinicius Peccin Beppler1 RESUMO As ligas de alumínio são cada vez mais utilizadas na indústria mundial bem como na indústria nacional, tendo em vista que trata-se de um material com boas propriedades mecânicas e aplicabilidade em diversos processos da indústria automobilística e aeroespacial, entre outras. Um dos processos de melhoria das ligas de Al-Si eutético para determinadas aplicações, é a modificação microestrutural da liga por meio de um agente modificador, neste caso o estrôncio (Sr). O principal objetivo deste projeto de pesquisa é desenvolver um equipamento o qual efetuará uma termo-análise, capaz de mostrar o grau de modificação de ligas de alumínio-silício. A tecnologia que é utilizada para medir o grau de modificação não existe no Brasil, somente existe em países desenvolvidos na Europa e EUA. A utilização deste equipamento possibilitará a redução do tempo de produção na fundição e uma economia de energia de até 12,5% e proporcionará uma produção de ligas de alumínio com níveis de qualidade superior às ligas de alumínio atuais. O projeto se resumiu na construção de um equipamento com a utilização de um controlador de temperatura, um termopar, um computador e um sistema supervisório, o qual é responsável por salvar os dados de tempo temperatura em uma planilha eletrônica. Através da utilização da composição química da liga de alumínio-silício original e do percentual do elemento químico estrôncio (Sr) adicionado no alumínio fundido, é possível através do termo-analisador medir o grau de modificação da liga, ou seja, determinar o quanto a microestrutura da liga foi modificada em função da quantidade de estrôncio adicionado. Os ensaios realizados com 50 ppm de estrôncio (Sr) apresentaram uma temperatura eutética média de 559,5°C contra 558,62°C da temperatura calculada, o que nos apresenta um grau de modificação médio de 4,1. Os resultados apresentados mostram que o equipamento é capaz de medir o grau de modificação, e que os resultados obtidos são similares aos encontrados na literatura. Palavras chave: alumínio, termo-analisador, modificação, estrôncio, eutético. 1Filiação Institucional: Instituto Federal Catarinense – Câmpus Luzerna III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 1 INTRODUÇÃO O alumínio é um dos materiais mais econômicos e atrativos para uma vasta gama de aplicações nas indústrias automobilística, aeronáutica, naval, médica, entre outras. Suas principais características de fundição são:- baixa viscosidade, o que facilita o preenchimento de seções finas; baixa temperatura de fusão, possibilitando o emprego de moldes metálicos; elevado coeficiente de transferência de calor, possibilitando a realização de ciclos de fundição curtos. O silício é considerado um dos principais candidatos a elemento de liga para fundição de alumínio por aumentar a fluidez da liga, reduzir a temperatura de fusão e diminuir a contração durante a solidificação, além de apresentar baixa densidade, o que é uma grande vantagem na redução do peso total do componente fundido. As ligas de alumínio-silício apesar de apresentarem vantagens como, por exemplo, uma elevada resistência à corrosão, são muito frágeis devido a sua microestrutura grosseira em função da presença do Si. Um tratamento conhecido por "modificação" melhora as características desta microestrutura, conferindo uma melhor resistência mecânica e uma boa ductilidade. A modificação pode ser explicada conforme duas teorias: teoria da restrição à nucleação e teoria do crescimento restrito. A primeira afirma que o elemento químico modificador neutraliza os núcleos heterogêneos do Fe (ferro) e da liga AIP (fosfeto de alumínio), através de um super-resfriamento, ocasionado pela redução do coeficiente de difusão de Si. A segunda, explica o processo de modificação devido à presença de átomos de impurezas na fundição o que promove a restrição do crescimento de silício. A modificação com Sr, melhora as propriedades da liga como, por exemplo, a resistência mecânica, além de possuir um custo médio, fácil estocagem, menor reatividade com refratários, não produção de gases (fumo) e um bom desvanecimento, tendo como desvantagem o fato de favorecer a solubilidade do hidrogênio e a formação de porosidades. A liga A269 foi utilizada neste projeto, por ser utilizada em blocos de motores de automóveis e motocicletas, pistões e bielas, dentre outros equipamentos. Esta é uma liga eutética, com aproximadamente 11,9% de silício (Si), o suficiente para ser considerada eutética. A microestrutura desta liga apresenta o silício em forma de lâminas ou plaquetas aciculares, que é uma das características originais da liga pura. A morfologia do silício pode então prejudicar as propriedades mecânicas / metalúrgicas dos componentes com ela III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 fabricados. Sendo assim, é de grande importância a mudança da morfologia desta microestrutura almejando assim uma melhora nas propriedades. O objetivo do desenvolvimento do termoanalisador, é efetuar a análise da modificação causada pelo estrôncio na liga, uma vez que ele baixa a temperatura eutética, obtida durante a solidificação do material. A temperatura eutética teórica da liga A269 não modificada é de aproximadamente 563,7°C, com a adição do estrôncio (Sr), esta temperatura tende a diminuir. Na microestrutura, a influência do estrôncio (Sr) também é visível, uma vez que a estrutura em forma de plaquetas aciculares original da liga transforma-se em uma estrutura globular, em forma de ilhas. A modificação é realizada por meio da adição de Sr metálico ou na forma da ante liga Al – Sr, normalmente da ordem de 0,005% até 0,02% de Sr em peso. Este agente modificador inibe a nucleação de grãos eutéticos o que resulta em uma diminuição da nucleação da fase eutética do silício o que coincide com a teoria da restrição a nucleação. A termo-análise é uma das técnicas utilizadas para avaliar a qualidade do material fundido. Por este método, valores importantes são extraídos a partir de uma curva de resfriamento, para posteriormente serem relacionados com as características e índices de qualidade da liga como, por exemplo, o tamanho do grão, a morfologia do silício e a microestrutura eutética [2]. Nas indústrias de fundição de metal é importantíssimo o controle sobre os parâmetros de produção, de modo que a termo análise auxiliada por computador é largamente utilizada para a avaliação de parâmetros de processos e materiais. Uma das mais importantes qualidades que podem ser observadas com a técnica da termo análise é a temperatura eutética da liga, que consiste basicamente em uma temperatura que permanece constante durante a solidificação do material e é a mais baixa possível levando em consideração o ponto de fusão de cada material da liga separadamente. Dessa forma todos os seus constituintes se solidificam simultaneamente a partir do líquido [7]. Vários estudos apontam que existe uma relação entre a queda da temperatura eutética com a modificação das ligas, de forma que se adicionarmos um agente modificante como, por exemplo, Sr (estrôncio) a temperatura eutética sofrerá uma queda proporcional a porcentagem de Sr adicionado, ou seja, quanto maior a quantidade de Sr adicionado, maior será a queda de temperatura. Na literatura é possível encontrar diversas equações que podem ser utilizadas para o cálculo desta temperatura para uma liga Al-Si. O presente trabalho tem como objetivo desenvolver um equipamento capaz de realizar a termo-análise direcionada ao estudo do grau de modificação do Alumínio -Silício. III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2.1 Adaptação do forno e verificação da temperatura do forno O IFC – Câmpus Luzerna possui quatro fornos convencionais (figura 1a) para tratamento térmico.O forno selecionado para adaptação sofreu algumas modificações, tais como, retirada da porta frontal para facilitar a utilização como forno poço, para que o processo se tornasse mais ágil, e sem obstáculos nos momentos mais críticos, como a retirada do cadinho com alumínio fundido do forno. Outra adaptação foi a inversão da posição original (figura 1b), uma vez que possuía porta voltada para frente. A figura 1a e 1b mostra o forno convencional e forno poço respectivamente. Figura 1: a) forno convencional b) forno poço. Fonte: Elaborado pelos autores com dados experimentais Devido às modificações no forno, foi necessário o acompanhamento das temperaturas relativas ao forno e ao metal líquido, pois o termopar de controle de temperatura do forno situava-se no fundo forno, gerando assim uma grande diferença entre a temperatura ajustada no forno e a temperatura da liga fundida. A tabela 1 mostra as diferenças de temperatura encontradas nas diversas temperaturas escolhidas em função da temperatura de adição do estrôncio que é de 750°C. Tabela 1: Diferença entre a temperatura do forno e da liga III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 1 2 3 Temperatura setada no forno (°C) 840 850 860 Temperatura do metal líquido (°C) 735 750 770 Fonte: Elaborado pelos autores com dados experimentais Como a temperatura de trabalho necessária para adicionar estrôncio é de 750 °C, o forno foi configurado para atingir o patamar de 850 °C, conforme a tabela 1. 2.2 Construção do equipamento de termo-análise A etapa de aquisição e tratamentos dos dados do equipamento foi desenvolvido e montado conforme descrição abaixo: - O termopar tipo K (que fica imerso no metal líquido) conectado a um controlador de temperatura, que atua como uma placa de aquisição de dados, ou seja, transforma os sinais analógicos em sinais digitais. Estes dados são então enviados para o computador via protocolo de comunicação modbus em uma rede RS485. Através de um sistema supervisório Elipse Scada (versão DEMO), os dados então são lidos e exibidos em uma tela em forma de gráfico tempo x temperatura, sendo posteriormente salvos em uma planilha eletrônica. Através dos gráficos gerados foi possível observar a curva de resfriamento da liga até sua completa solidificação. 2.4 Cálculo da Temperatura Eutética A equação utilizada para calcular a temperatura de fusão do Al-Si foi desenvolvida por Modolfo e Gruzleski [1] com base em dados obtidos através da literatura e dos experimentos dos autores. 3,4 Cu+1,34 Fe+6,3 Mg+1218,9 Sr – 32965 Sr 2 – 4,293 Sb+ 186,3 Sb2 – 495,5 Sb2 2 T Al Si =660.452 – (6,11 Si+0,057 Si )(12,6/Si) – ¿ III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 (1) A equação é baseada na composição química da liga, apresentada na tabela 2, sendo uma análise realizada na Sulina de Metais (SUMESA) e outra no IFC – Câmpus Luzerna, e foi inserida em uma planilha eletrônica para facilitar os cálculos, já que as variáveis só precisavam ser substituídas, e para confrontar a teoria com a prática foram feitos ensaios com a liga não modificada. Tabela 2: Composição química da liga de alumínio 269 não modificada. Composição da liga A269 (%) Elementos Si Cu Fe Mg Sr Sb SUMESA 11,92 1,24 0,355 0,99 0,0001 0,025 IFC 11,93 1,28 0,381 0,89 <0,0001 <0,002 Fonte: Elaborado pelos autores com dados experimentais 2.5 Temperatura teórica x temperatura eutética da liga A comparação entre a temperatura eutética teórica e a temperatura eutética prática foi necessária tendo em vista que a equação escolhida considera os elementos químicos da liga de alumínio não modificada e que esta forneça na prática uma temperatura bem próxima da temperatura eutética real (prática). Para efetuar a verificação foi utilizado um cadinho de grafite para fundir a liga na temperatura de 750 °C (definida no item 2.2) e então vazado em um cadinho de aço inoxidável e então um termopar tipo k foi inserido no metal ainda líquido. A curva de resfriamento da liga foi então monitorada. Para este ensaio foram realizados três testes e os dados de resfriamento (tempo e temperatura) coletados. 2.6 Termo-Análise A termo-análise é uma etapa fundamental do projeto, pois devem ser tomados cuidados especiais desde o momento da alimentação do forno, até a coleta de temperatura. Os ensaios foram realizados utilizando em média 300 g de alumínio que era colocado em um cadinho de grafite juntamente com a quantidade de 50 ppm de Sr para fundir. III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 O metal fundido era vazado em um cadinho de aço inoxidável, onde o termopar tipo K conectado ao controlador era inserido no metal líquido, em seguida o controlador enviava os dados de temperatura de resfriamento para o computador onde o supervisório plotava uma curva tempo-temperatura para visualização e as informações em seguida eram salvas em uma planilha eletrônica (Excel). Estes dados posteriormente eram utilizados para plotar um gráfico em uma nova planilha eletrônica, onde eram inseridos também os dados da temperatura eutética da liga pura e o cálculo do grau de modificação que consiste basicamente na diferença entre a temperatura eutética da liga pura e a temperatura eutética da liga modificada. 2.7 Metalografia x Grau de modificação A análise microestrutural do material nos permitiu verificar se a microestrutura em forma de plaquetas aciculares foram modificadas por uma microestrutura em forma globular em ilhas e então compará-las com o grau de modificação calculado. As amostras foram preparadas conforme procedimentos padrão de preparação metalográfica e em seguida foram analisadas em um microscópio metalúrgico. A seleção da região analisada sempre foi a mesma para todos as amostras. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Cálculo da Temperatura eutética. Como foi visto, a temperatura eutética do alumínio pode ser calculada através de uma equação (1), que engloba os percentuais de determinados elementos de liga presentes no material e a temperatura de fusão do alumínio puro 660,452 °C. Com esses valores é possível calcular a temperatura que permanece constante por um tempo maior durante o seu resfriamento, sendo esta denominada temperatura eutética [1]. III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 Com base no que foi apresentado na tabela 2 (análise feita pela empresa SUMESA), a equação (1), apresentou como resultado a temperatura de 563,7°C. Os ensaios realizados confirmaram a validade da equação (1), uma vez que sem a adição de nenhum elemento modificador, o resultado do ensaio foi muito próximo da temperatura calculada de 563.7°C, como podemos observar no gráfico da figura 2. Nesta pode ser observado que a temperatura eutética coletada foi de 563,9°C para a liga sem estrôncio. Para a liga com adição de 50 ppm de estrôncio o valor encontrada através da equação (1) foi de 558,62 °C, similar aos valores observados nas figuras 4, 5 e 6. Desta forma, podemos considerar que a equação (1), pode ser utilizada para qualquer outra liga de Al-Si-Cu eutética [1], levando em consideração que o resultado é similar aos obtidos nos ensaios para obtenção da temperatura eutética sem e com adição de estrôncio. 3.2 Curvas de resfriamento e Termo-análise . As figuras 3 a 6 mostram as curvas de resfriamento para a liga A269 sem modificação e com modificação com 50 ppm, onde podemos observar na região demarcada pela elipse, o ponto então que a curva se mantém constante em uma determinada temperatura, ou seja, a primeira depressão da curva, esta temperatura é considerada a temperatura eutética da liga. De posse dos gráficos referentes aos ensaios realizados, podemos observar na figura 3 a curva de resfriamento da liga sem modificação e discutida no item anterior. Na figura 4 podemos observar a curva de resfriamento para o ensaio 1 com a adição e 50 ppm, onde na região demarcada com elípse é onde temos o primeiro patamar com temperatura constande, indicando assim a temperatura eutética de 559,9°C. Na figura 5 podemos observar a curva de resfriamento para o ensaio 2, também com a adição de 50ppm, onde na região demarcada com elipse é onde temos o primeiro patamar com temperatura constante, indicando assim a temperatura eutética de 558,9°C. Na figura 6 podemos observar a curva de resfriamento para o ensaio 3, também com a adição de 50ppm, onde na região demarcada com elipse é onde temos o primeiro patamar com temperatura constante, indicando assim a temperatura eutética de 559,9°C As figura 4 a 6 mostram um depressão para as 3 curvas de 3,8°C , 4,8°C e 3,8°C (modificadas com 50 ppm) em relação a temperatura calculada, conforme comentado na literatura [3] [4]. Esta depressão nada mais é que ∆T, que é chamado de grau de modificação. III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 A figura 6 mostra as curvas da liga não modificada com a liga modificada do ensaio 1, mostrando o ∆T das ligas. Segundo Furlan [5], o grau de modificação para estes patamares de adição de 50 ppm de estrôncio deve ficar entre 3 e 6. Levando-se em conta que o nosso sistema de medição possui muitos ruídos, o que pode prejudicar ou tornar as medições imprecisas, os resultados obtidos com este trabalho são satisfatórios. Com estes valores de grau de modificação podemos afirmar que o equipamento de termo-analise pode ser utilizado para medir o grau de modificação de ligas de alumíniosilício. Figura 2: Curvas sobrepostas da amostra não modificada e da amostra modificada Fonte: Elaborado pelos autores com dados experimentais Figura 3: Gráfico da temperatura da liga não modificada III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 Fonte: Elaborado pelos autores com dados experimentais Figura 4: Gráfico da temperatura da liga modificada – Ensaio 01 Fonte: Elaborado pelos autores com dados experimentais Figura 5: Gráfico da temperatura da liga modificada – Ensaio 02 III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 Fonte: Elaborado pelos autores com dados experimentais Figura 6: Gráfico da temperatura da liga modificada – Ensaio 03 Fonte: Elaborado pelos autores com dados experimentais 3.3 Metalografia x grau de modificação III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 As figuras 7 a 9 mostram as micrografias referentes a liga de Alumínio-silício A269 sem modificação e das 3 amostras modificadas com 50ppm de estrôncio, respectivamente. Figura 7 – Microestrutura da liga sem adição de estrôncio. Fonte: Elaborado pelos autores com dados experimentais Figura 8 – Microestrutura da liga com adição de 50ppm de Sr ensaio 1. Fonte: Elaborado pelos autores com dados experimentais Figura 9 – Microestrutura da liga com adição de 50ppm de Sr ensaio 2. III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 Fonte: Elaborado pelos autores com dados experimentais Figura 10 – Microestrutura da liga com adição de 50ppm de Sr ensaio 3. Fonte: Elaborado pelos autores com dados experimentais Na figura 7 pode ser observada a microestrutura da amostra a qual não foi modifica com estrôncio, a qual apresenta uma matriz de alumínio com silício eutético em forma de plaquetas aciculares. Já na figura 8 pode ser observada uma microestrutura composta de alumínio na matriz juntamente com ilhas de silício eutético na forma fibrosa e uma pequena parte em forma acicular, o que nos mostra uma modificação parcial desta amostra. Nas figura 9 e 10 podem ser observadas microestruturas composta de alumínio na matriz juntamente com ilhas de silício eutético na forma fibrosa e uma grande parte na forma acicular, o que nos mostra também uma modificação parcial desta amostra. III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 De qualquer forma, se fizermos uma comparação das micrografias das amostras modificadas com 50 ppm de estrôncio com a amostra não modificada, pode ser verificado uma diferença na forma do silício eutético, onde este demonstra uma tendência a tornar-se completamente fibrosa. Estas micrografias nos permitem afirmar que a adição de 50 ppm ainda não foi suficiente para modificar completamente as amostra. Ao comparar o grau de modificação medido através das curvas das figuras 4 a 6 com as microestruturas das figuras 8 a 10 pode-se afirmar que para os parâmetros de processo juntamente com a quantidade de 50 ppm de Sr não foram o suficiente para modificar completamente a microestrutura da liga, bem como o valor médio de 4,1 do grau de modificação ainda não representa uma modificação completa da microestrutura do silicio eutético acicular para fibrosa. CONCLUSÃO A equação (1) permite prever a temperatura eutética para ligas Al-Si-Cu sem e com adição de Sr. A adição de 50 ppm de Sr modificou parcialmente a liga A269 transformando a estrutura em plaquetas aciculares em ilhas de silício eutético parcialmente fibroso. O equipamento de termo análise se mostrou eficiente para medir o grau de modificação após a modificação com Sr. O grau de modificação com 50 ppm chegou a 4,2 e representa a modificação parcial da liga A269 AGRADECIMENTOS À PROEX/PROPI pela concessão de bolsas de pesquisa e extensão, ao Instituto Federal Catarinense Câmpus Luzerna pela estrutura e à empresa SUMESA pelo apoio prestado através da doação das ligas de alumínio e conhecimentos técnicos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014 [1] Djurdjevic B. Mile, ET AL.; ‘Thermal Description of Hypoeutetic Al-Si-Cu Alloys Using Silicon Equivalency’, Vojnotehcicki Glasnik / Military Technical Courier, 2012, vol. LX, pag. 158. [2 ] Malekan, M., Dayani, D., e Mir, A.; “Thermal Analysis Study on the simultaneous grain refinement and modification of 380.3 aluminum alloy”, Therm Anal Calorim, 2014, vol. 15. [3] Zhang, Y. ET al.; “Cluster-assisted nucleation of silicon phase in hypoeutetic Al-Si alloy with further inoculation”, Acta Materialia, 2014, vol. 70. [4 ] Shabestari, S. G. e Ghodrat, S.; “Assessment of modification and formation of intermetallic compounds in aluminum alloy using thermal analysis”, Materials Science and Engineering A, 2007, vol. 467. [5 ] Furlan, Tarita Shiraishi, Influência do teor de estrôncio na modificação da liga A356 / São Paulo, 2008. Dissertação – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. [6 ] Prabhu, N.K.; Hegde, S. Modification of eutetic silicon in Al-Si Alloys, Departament of Metallurgical & Materials Engineering, Surathkal, India 2008. [ 7] ALVES, Líria. Mistura eutética. , 2013. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/quimica/mistura-eutetica.htm>. Acesso em: 25 ago. 2014. III SECITEC: Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável – 2, 3 e 4 de setembro de 2014