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R E V I S T A
ÓRGÃO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE LIVRARIAS
NESTA EDIÇÃO
O mercado prepara-se para
o Livro de Baixo Preço, as
livrarias participam e
cada um, de fato, fará
seu papel
MARÇO DE 2012 – ANO 12 – EDIÇÃO 47
O COMÉRCIO DOS LIVROS DIDÁTICOS
NÃO SÓ UMA QUESTÃO LEGAL, MAS DE BOM SENSO,
DEVE NORTEAR AS VENDAS DE LIVROS DIDÁTICOS
ENTREVISTA
Felipe Lindoso
fala para a Revista ANL sobre o mercado
livreiro e as expectativas deste segmento
para os próximos cinco anos
Associação Nacional de Livrarias | Endereço: Rua Marquês de Itu, 408 cj. 72 e 73, CEP 01223-000 – São Paulo, SP
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EDITORIAL
ÍNDICE
Em nossa primeira edição de 2012, debatemos temas de grande relevância
para o nosso segmento e, principalmente, para o livreiro. Entrevistamos um dos
principais especialista sobre as políticas públicas brasileiras a favor ou “não” do
livro, Felipe Lindoso, que fala de forma realista sobre a cadeia do livro e o papel da
livraria no segmento cultural brasileiro.
Em nossa matéria de capa tocamos em um dos pontos mais nevrálgicos no relacionamento entre as editoras e as livrarias brasileiras: a venda do livro didático.
Sabemos que uma das questões mais polêmicas é a venda direta entre editora e escolas, praticamente extinguindo os livreiros deste mercado, ano após ano. Por outro
lado, há redes de livrarias altamente organizadas que mantêm parcerias sólidas com
as escolas e, dessa maneira, conseguem barrar esta via direta de vendas, que desrespeita a cadeia lógica do livro e da educação em nosso país. Abrimos o debate,
ouvimos livreiros de várias localidades brasileiras e, ainda, Arnaldo Oliveira Junior,
Assessor Jurídico da ANL.
Com a chegada do Livro de Baixo Preço, o setor alimenta grande expectativa
na efetivação desse novo produto ao mercado. Tudo indica que no Projeto cada
um de fato fará o seu papel: os escritores e editoras produzem os livros; os distribuidores, livreiros e vendedores porta a porta levam este livro até o leitor, através
de bibliotecas e de livrarias físicas. Mas, o que pensam os livreiros e o que o Governo
fala a respeito? Vale conferir e destacar que até o fechamento desta edição as compras ainda não haviam começado.
Brindamos com a Livraria Dom Oscar, que se renova para comemorar 20 anos
na bela capital Rio Branco (AC). Soraia Batista Rodrigues nos fala, na seção Livraria
Modelo, sobre o sucesso e as dificuldades com relação à distribuição de livros no
Brasil, principalmente no Norte brasileiro.
A Revista ANL, entre outras matéria de igual relevância, fala da aquisição da
sede própria da ANL e também presta uma homenagem à mulher livreira brasileira,
que mostra sua garra em duas histórias de sucesso.
Não poderíamos finalizar este editorial sem agradecer o apoio recebido de
todos os associados em nosso primeiro ano de gestão. Fazemos isso com um sentimento de termos conseguido manter nosso principal propósito em defesa da
classe livreira. Mostramos que estamos atentos a todos os problemas que afligem
o mercado livreiro, principalmente as pequenas e médias livrarias.
Obrigado, esperando contar com a participação de todos para este nosso segundo ano de mandato.
Bem-vindo
Diretoria ANL
4
EDITORIAL
REUNIÃO DE DIRETORIA
5
ENTREVISTA
Felipe Lindoso fala sobre a cadeia do livro
e o papel da livraria no segmento
cultural brasileiro.
8
LIVRO DE BAIXO PREÇO
O mercado prepara-se para
o Livro de Baixo Preço
11
LIVRARIA MODELO
Midas, há mais de 30 anos
na linda cidade de Joinville
13
ATITUDES SUSTENTÁVEIS
Fundação Itaú Social
14
CURTAS & BOAS
Acontece no Setor
17
MATÉRIA DE CAPA
LIVROS DIDÁTICOS – o que deve nortear as
vendas de livros didáticos?
22
CONFRATERNIZAÇÃO
Jantar ANL
24
LIVREIROS INDEPENDENTES
Uma homenagem as Livreiras brasileiras
26
CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
ANL realiza o 1º Encontro de
Livrarias do Sul de Minas
30
FEIRAS
Um giro pelos eventos no Brasil
33
ENTIDADES DO SETOR
AEL lança 4ª edição do Roteiro das Livrarias
do Centro Histórico do Rio de Janeiro.
LIVROS QUE FALAM SOBRE LIVROS & AFINS
34
A Arte da Ficção
Estante
EDIÇÃO 47 • REVISTA ANL • 3
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EXPEDIENTE
NOVOS ASSOCIADOS
El Elion
Rua TV Timbo, 1314
66085-654 Belém /PA
Tel.: (91) 3254-8859
E-mail: [email protected]
Pé da Letra Editora
Rua Francisco Silva Coelho 34
05339-060 São Paulo /SP
Tel.: (11) 3687-7198
E-mail: [email protected]
Blog: misse.blog.terra.com.br
DIRETORIA E CONSELHO FISCAL DA ANL - BIÊNIO 2011/2013
CALENDÁRIO DE DATAS COMEMORATIVAS
13
13
21
25
Abril
Dia Comemoração
06 Páscoa
18 Dia de Monteiro Lobato
Dia Nacional do Livro Infantil
19 Dia do Índio
21 Tiradentes
22 Dia do Planeta Terra
23 Dia Mundial do Livro
28 Dia da Educação
Dia das Mães Segundo Domingo do mês
Dia da Abolição da Escravatura
Dia da Língua Nacional
Dia da África
Junho
Dia Comemoração
05 Dia Mundial do Meio Ambiente
Dia da Ecologia
10 Dia da Língua Portuguesa
12 Dia dos Namorados
Maio
Dia Comemoração
01 Dia Mundial do Trabalho
17 15 12 10 28 18 16 13
MAIO
JUNHO
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
PRESTIGIE SUA REVISTA ANL
Você pode participar do Fale Conosco por diversos meios:
Por carta: Sede da Associação Nacional de Livrarias (ANL)
Rua Marquês de Itu, 408 - cjs 71,72,73 - CEP 01223-000 - São Paulo SP - A/C Francini (secretária)
Por telefone: (11) 3337-5419 - Por e-mail: [email protected]
Agradecemos aos associados que respoderam aos questionarios desta edição:
Carlos Cesar Trausula, diretor da Livraria Toque de Letras – Itatiba/SP; Daniela Ruiz, diretora da Ramblas Livraria – Lençóis Paulista/SP; Ednilson Xavier, diretor da Livraria Cortez
– São Paulo/SP; Felipe Teixeira, assessor de imprensa da Livraria Martins Fontes – São
Paulo/SP; Fernando Mario Franco, diretor da Arco-Íris Livraria – Juiz de Fora/MG; Gustavo
Simões Schmitt, Coord. da Rede de Livrarias Vozes/Brasil; Hélio Ricardo Macedo Faustino,
diretor da Livraria O Mundo de Sofia – São Luís/MA; Marcos Pedri, diretor da Livrarias
Curitiba/PR; Mileide Flores, diretora da Livraria Feira do Livro – Fortaleza /CE; Milena Piraccini
Duchiade, diretora Livraria Leonardo da Vinci – Rio de Janeiro/RJ; Rafael Seibel, coordenador de marketing da Livraria da Vila – São Paulo/SP; Thais Helena Syllos Colus, Alternativa Cultural – Uberaba/MG; Vera Lucia Moraes, diretora da Livraria Nobel Espaço Novo
Mundo – Guarulhos/SP; Vitor Tavares, diretor da Livraria Loyola – São Paulo/SP
4 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 47
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REVISTA ANL – ÓRGÃO OFICIAL – MARÇO DE 2012 –ANO XII – EDIÇÃO 47
PERIODICIDADE
Trimestral
DIRETOR RESPONSÁVEL
Augusto Mariotto Kater
CALENDÁRIO DE REUNIÕES DE DIRETORIA
ABRIL
PRESIDENTE – Francisco Ednilson Xavier Gomes – Livraria Cortez - SP
1º VICE-PRESIDENTE – Augusto Mariotto Kater – Casa Cultural Saber Ler Livraria - SP
2º VICE-PRESIDENTE – Arcangelo Zorzi Neto – Livraria Maneco - RS
1º SECRETÁRIO GERAL – João Batista Sobrinho – Livraria Pedagógica - SP
2º SECRETÁRIO GERAL – Benjamim de Magalhães C. de Moraes –Livraria da Travessa - RJ
1º TESOUREIRO – Vitor Tavares da Silva Filho – Livraria Loyola - SP
2º TESOUREIRO – Mauro Lopes de Azevedo – Livraria RT - SP
DIRETORA ADJUNTA – Milena Piraccini Duchiade – Livraria Leonardo da Vinci - RJ
DIRETORA ADJUNTA – Maria do Socorro Sampaio Flores – Livraria Feira do Livro - CE
DIRETORA ADJUNTA – Magda Krauss de O. Freitas – Livraria Galeria Saber e Ler - SP
DIRETOR ADJUNTO – Edmar Benjamim Manoel – Livraria Paulus - SP
DIRETOR ADJUNTO – Teobaldo Heideman – Vozes - RJ
DIRETOR ADJUNTO – Daniel Mayer – Livraria Livros & Livros - SC
DIRETOR ADJUNTO – João Nunes da Silva – Livraria Adeptus - MT
DIRETOR ADJUNTO – Marcos Teles Cardoso de Carvalho – Livraria Leitura - MG
CONSELHO FISCAL – Claudio Amadio – Livraria Cidade do Livro - SP
CONSELHO FISCAL – Bernardo Gurbanov – Livraria Letraviva - SP
CONSELHO FISCAL – Renato Francisco Corrêa – Livraria Paulinas - SP
SUPLENTES – Maxwell Xavier Gomes – Livraria Potylivros - PE
SUPLENTES – Marylene Baracchini – Livraria Paraler - SP
SUPLENTES – Primo Luiz Maldonado – Livraria Multicamp - BA
CONSELHO EDITORIAL
Augusto M. Kater; Ednilson Xavier; Vitor Tavares; Francini Ramalho;
e Arcangelo Zorzi Neto
PRODUÇÃO EDITORIAL
MGA Comunicações – (11) 2991-2934
www.mgacomunica.com.br – [email protected]
EDITORA
Marilu G. do Amaral (Mtb 14.830)
REVISOR
Agnaldo Alves – [email protected]
EDITORAÇÃO
Studius Artes Gráficas – studius.com.br
PAPEL
Esta revista foi impressa em Papel offet chambril 120 gr produzido pela
empresa INTERNACIONAL PAPER.
CTP, IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Gráfica Santuário
TIRAGEM
5 mil exemplares
CIRCULAÇÃO
Nacional
SECRETARIA DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE
Francini Ramalho
........................................................................................................
SEDE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE LIVRARIAS
Rua Marquês de Itu, 408 – cjs. 72 e 73 - CEP.: 01223-000 São Paulo SP
Tel.: (11) 3337-5419 E-mail: [email protected]
CARTAS AO LEITOR
[email protected]
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ENTREVISTA
UM POSICIONAMENTO REALISTA SOBRE A
CADEIA DO LIVRO E O PAPEL DA LIVRARIA
NO SEGMENTO CULTURAL BRASILEIRO
ANL – Na apresentação de sua coluna semanal “O X da questão”, no portal Publishnews, você chama a atenção sobre as
peculiaridades e dificuldades da vida editorial em um país de dimensões continentais como o nosso, com poucas bibliotecas
e com uma rede de livrarias muito precária.
A que se deve a precariedade das redes de
livrarias?
Felipe Lindoso – Como tudo que se
refere ao mundo dos livros, essa precariedade tem a ver com a educação. Até os
anos 1960, a aquisição de livros escolares
era feita diretamente nas livrarias. Os programas públicos de aquisição de livros escolares eram municipais, ou através das
“Caixas Escolares”. Depois que foram instituídos os programas federais, as compras
começaram a ser centralizadas, e essa importante fonte de recursos não passa mais
pelas livrarias.
Por outro lado, o sistema escolar brasileiro dá muito pouca ênfase à leitura literária, ou de ficção. Em mercados como
o francês, por exemplo, o uso de literatura nas salas de aula é muito maior, e
isso fortaleceu não apenas as livrarias,
como também levou ao desenvolvimento
de produtos focados para o público escolar, os “Livres de Poche”.
Aqui no Brasil, finalmente, as editoras, além de vender diretamente para o
poder público, passaram a vender diretamente para as escolas particulares, muitas
das quais têm um CNPJ só para suas “livrarias” internas.
Assim, o fato de as livrarias estarem
completamente ausentes do processo
educacional prejudica fortemente e dificulta o estabelecimento de uma rede nacional de livrarias.
ANL – Como o senhor avalia este primeiro
ano do Governo Dilma Rousseff e particularmente o Ministério da Cultura, com relação ao incentivo à
leitura e ao livro em nosso país?
Preço, em suas vertentes. A primeira, que
estimula a criação e uma nova faixa de
produtos, os livros com preço de capa até
R$ 10,00. Na medida em que as bibliotecas adquirem esses livros, as editoras
serão induzidas a criar produtos para
essa faixa. O segundo aspecto é a busca
pela ampliação da rede de distribuição, ao
fazer que as bibliotecas adquiram os livros em pontos de vendas próximos às
suas sedes. E, em terceiro lugar, a recolocação no mercado de livros anteriorFoto: José Gabriel Lindoso
Jornalista, tradutor,
editor e consultor
de políticas públicas para
o livro e leitura, Felipe
Lindoso fala para a Revista
ANL sobre o mercado
livreiro e as expectativas
deste segmento para os
próximos cinco anos
Felipe Lindoso – A atual
administração está dando
grandes avanços na questão
do livro e da leitura. Já tínhamos o Plano Nacional do
Livro e Leitura desde o governo anterior, e esse foi um
grande passo. E agora os planos atuais da Biblioteca Nacional (BN), com o Galeno
Amorim, avançam significativamente em várias áreas.
Para citar alguns exemplos: a
eliminação das “listas” de
compras pré-fabricadas, que
não deixavam às bibliotecas
públicas nenhuma autonomia na escolha de seus acervos; a institucionalização e
ampliação do programa de
bolsas de estímulo à tradução e, principalmente, o Programa do Livro de Baixo
Filipe Lindoso, formado em Antropologia Social pela Universidade Mayor de San
Marcos, em Lima, Peru, com mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro, foi sócio da Editora Marco Zero, diretor da Câmara Brasileira do Livro e
consultor do CERLALC – Centro Regional para o Livro na América Latina e Caribe, órgão
da Unesco. Publicou, em 2004, O Brasil pode ser um país de leitores? Política para a cultura,
política para o livro, pela Summus Editorial. É colunista do Portal Publishnews.com.br e
mantém o blog O Xis do Problema (www.oxisdoproblema.com.br)
EDIÇÃO 47 • REVISTA ANL • 5
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ENTREVISTA
mente publicados e que já tinham esgotado sua “vida útil” nos canais tradicionais.
Mas não se deve subestimar os imensos problemas que ainda não foram enfrentados. As questões de logística, para
as quais os Correios devem ser convocados para uma participação maior e à altura da importância como agente de
integração nacional. Não é admissível que
o PAC – a encomenda mais barata dos
correios – custe R$ 24,00 por quilo precisamente para os estados mais distantes e
leve um mês para chegar ao destino.
Entretanto, os serviços da Biblioteca
Nacional ainda são muito precários. O
ISBN não funciona a contento, e isso dificulta a formação de um catálogo nacional de livros publicados, multiplicando
os custos para toda a cadeia varejista; a
BN também ainda não participa, e muito
menos lidera, dos esforços para catalogação cooperativa, que facilitam a vida das
bibliotecas com menos recursos. A ação
de digitalização do acervo da BN avança,
mas os demais componentes da ação tecnológica estão muito defasados.
O Sistema Nacional de Bibliotecas é,
em grande medida, uma ficção. A BN
não consegue exercer seu papel normatizador, fornecer capacitação e assistência
técnica às bibliotecas estaduais e municipais, e inexiste qualquer sistema de empréstimos interbibliotecas.
Os programas de incentivo à leitura
não são avaliados e sistematizados, e
ficam na base do “gosto” ou “não gosto”
de determinadas ações. Quem gosta de
contação de história detesta quem trabalha na sala de aula e vice-versa, e não há
avaliações sistemáticas dos resultados
das iniciativas.
Finalmente, existe o desafio de implementar o Fundo Nacional do Livro e
Leitura, que havia sido acordado com os
editores quando da desoneração fiscal, e
que até hoje não foi instituído, tanto pelo
corpo mole dos editores quanto pela incapacidade dos órgãos governamentais
de equacionar o modo correto de captar
esses recursos, tão importantes para o
próprio mercado, já que servirão para
programas de bibliotecas e de incentivo
à leitura.
De qualquer forma, o primeiro ano
da administração é de muita arruma6 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 47
ção. Esperamos que este ano os programas deslanchem e possam ser avaliados
e aperfeiçoados.
ANL – Com relação à cadeia criativa do
livro, quais os maiores erros que os editores
e livreiros ainda cometem?
Felipe Lindoso – Para mim, o principal erro que os livreiros cometem é
ficar atrás da porta esperando o cliente
entrar; e quando o cliente entra, a falta de
capacitação de vendedores e a insuficiência dos serviços prestados pela livraria
são impressionantes. As histórias de sucesso de livrarias sempre se referem a livreiros que buscam criar uma clientela,
não ficam passivamente esperando o
cliente chegar, e investem em capacitação
e em serviços.
Esses dois pontos serão cruciais
para a livraria do futuro. A concorrência com a compra facilitada pela Internet só pode ser combatida com um alto
nível de capacitação e uma excelência
nos serviços: atendimento, encomendas, busca de livros para os clientes,
etc. As livrarias têm que encontrar os
modos (e cada uma é um caso diferente) de fazer que o folhear de livros se
converta em compra. Recentemente li
sobre um levantamento feito na Inglaterra, mostrando que 60% das pessoas
que entravam nas livrarias compravam
um livro. A questão, portanto, é fazer as
pessoas entrarem nas livrarias. Como
os pontos de venda de muito tráfego são
os mais caros, isso depende em grande
medida de as livrarias se tornarem centros de referência cultural na comunidade onde estão instaladas, para criar
uma clientela que naturalmente se dirija a elas em busca de cultura e também de lazer.
O investimento em infraestrutura
tecnológica também é importante. Os livreiros devem se preparar para atender
sua clientela também na área do livro
eletrônico, inclusive desenvolvendo operações casadas com os livros físicos, presença dos autores, etc. E devem aprender
a trabalhar cooperativamente. Experiências como o BookSense, agora transformado em IndieBound, iniciativa da
ABA – American Booksellers Association (http://www.indiebound.org/) e a
dos Groupements Libraires franceses
(http://www.librairie-paca.com/Association-Libraires-du-Sud) devem ser estudadas e adaptadas para nossa realidade.
Nos dois casos, são modos que as livrarias independentes acharam para atuar
de forma cooperada em algumas áreas,
que variam desde ações comuns de marketing, comércio eletrônico, compras coletivas, etc. Cada caso é um caso.
Já as editoras enfrentam um conjunto bem diferente de problemas,
dos quais o mais destacado é o do livro
eletrônico. O grande entrave para a
expansão do livro eletrônico aqui é, evidentemente, a falta de e-readers mais
acessíveis. Mas tanto o governo federal
quanto as universidades particulares estão
tomando medidas para encaminhar essa
questão, com tablets para professores e
alunos. Uma universidade como a Estácio de Sá, no Rio, por exemplo, entrega
para cada aluno um conjunto de publicações eletrônicas personalizadas, com material de várias editoras, licenciado e
legalizado, acabando com as infames
“pastas” xerocadas.
O livro eletrônico crescerá também
com o programa de desoneração e incentivo que vem sendo implementado
desde o ano passado. O livro eletrônico,
entretanto, não é o “fim” do livro de
papel, que continua existindo bem saudável. Mas a área de ficção será bem
afetada pelas novas formas de ler. Livros como as coleções femininas, tipo
“Sabrina”, já estão com vendas muito
significativas no formato eletrônico, e
isso vai crescer.
No mais, é o constante processo de
concentração das editoras, combinado
sempre com um alto índice de natalidade e mortalidade das editoras pequenas e médias, que são importante fator
para a maior bibliodiversidade. As editoras pequenas e de nicho tendem a publicar mais autores novos, ou polêmicos,
que depois são absorvidos pelas maiores.
Nada de novo no front.
ANL – A ANL defende e tem cobrado uma
política mais dura, por parte do governo,
com relação à desenfreada política predatória na cadeia do livro, adotada pelas
grandes editoras do país. O senhor vê a pos-
Revista ANL 47_Layout 1 5/22/12 3:11 PM Page 7
sibilidade delas reverterem esta situação,
sem uma direta interferência governamental? Por quê?
Felipe Lindoso – Não. O chamado
“mercado”, deixado por si só, é extremamente concentrador e destrutivo das
pequenas empresas. A importância da
diversidade bibliográfica, garantida
pelo grande número de pequenas editoras, deve ser fomentado. Isso significa
criar condições para que a concorrência
– estamos falando aqui essencialmente
da política de grandes descontos para
os best-sellers, aplicada pelas grandes
editoras junto às cadeias de livrarias –
seja mais aberta e não dependa exclusivamente da força bruta dos grandes
grupos. E isso exige ações de políticas
públicas. O mercado não se autorregula
em nenhuma circunstância, e muito
menos em um setor que tem essa importância estratégica para a educação e o desenvolvimento social que é o da edição e
comercialização de livros.
ANL – A Lei do Preço Único seria uma opção?
Por quê?
Felipe Lindoso – A Lei do Preço
Único (ou de limitação dos descontos) é
uma opção de política pública. Ajuda efetivamente as livrarias independentes.
Mas não é uma panaceia, como sempre
tenho dito. O preço fixo francês, por
exemplo, ajudou a manutenção das pequenas livrarias, mas ajudou também a
FNAC a se capitalizar mais rapidamente,
aplicando seu modelo de loja de conteúdo e de aparelhos eletrônicos. Assim,
o preço único deve ser acompanhado de
outras medidas – descentralização de
compras, verbas diretas para as bibliotecas – e também pela atuação firme dos livreiros para se atualizarem e aprenderem
a concorrer com mais eficiência.
ANL – Como o senhor avalia a implantação
de lei equivalente em outros países? Se
possível, comente avanços ou retrocessos.
Felipe Lindoso – O preço único
ajudou as livrarias independentes francesas e alemãs a sobreviver. Outro dia
publiquei um post no meu blog informando o quanto o escritor John Le
Carré lamentava ter apoiado o fim do
Net Price Agreement (http://oxisdo-
problema.com.br/?p=559), que era o
preço fixo inglês. Dizia ele: “Em um só
golpe a indústria editorial britânica se
entregou nas mãos dos marqueteiros de
massa – e um golpe mortal nos já ameaçados livreiros independentes”.
Mesmo nos Estados Unidos, o paraíso do liberalismo do mercado, as editoras começaram a reagir de modo
curioso quando a Amazon impôs pesados descontos para o consumidor final
dos livros eletrônicos, na prática retirando dos editores o controle do preço
do produto. Quando a Apple lançou o
iPad, as principais editoras adotaram o
chamado “sistema de agenciamento”,
que é nada menos que uma restrição aos
descontos indiscriminados dados pelos
varejistas. Ou seja, um arremedo de
preço fixo. John Sargent, CEO da Macmillan, publicou artigo deixando claro
que as editoras pretendiam recuperar o
controle da escala de preços, diferenciando os preços de lançamento, de paperbacks e dos livros eletrônicos. Ou
seja, as editoras começam a perceber
também que esses descontos indiscriminados podem lhes ser prejudiciais. Mas
muita água ainda vai correr debaixo
dessa ponte. A Comissão Europeia, que
já tentou liquidar o preço fixo na França
e na Alemanha (e foi bloqueada por
esses países), abriu investigação para ver
se o sistema de agenciamento não configurava ação “antimercado” das editoras, e fez isso a pedido da Amazon e
visando a Apple. A briga está ficando de
cachorro grande.
ANL – Como o livreiro deve se comportar
diante da sua cada vez menor participação no mercado dos grandes lançamentos editoriais?
Felipe Lindoso – As livrarias independentes não conseguem competir com
eficácia com as redes quando se trata de
oferecer descontos, porque as editoras não
lhes dão condições para isso. Mas a concorrência não deve se restringir ao preço:
serviços, atendimento, fidelização, ligação
com a comunidade, são também modos
de concorrer. Mas, evidentemente, a concorrência com os descontos é uma parada
muito indigesta para as livrarias independentes. Ainda assim, poderiam propor
promoções de vendas combinadas para
clientes fidelizados que diminuíssem o
impacto dos descontos para um único título, por exemplo.
ANL – Como o senhor analisa o Programa
do Livro de Baixo Preço apresentado pelo
governo já no final de 2011? Quais seus
pontos positivos e frágeis?
Felipe Lindoso – Já mencionei alguns aspectos do Programa do Livro de
Baixo Preço (PLP). Acho que os dois
efeitos mais significativos do PLP podem
ser os seguintes: a) criação de uma nova
faixa de preço de produtos, atraente para
as camadas da população mais diretamente mobilizáveis em função do fator
preço; b) criação de um novo ciclo de
vida para títulos importantes que já haviam esgotado seu potencial de venda
com os preços de lançamento. O PLP é
uma aposta muito interessante. A continuidade e o sucesso dependerão dos
recursos destinados às bibliotecas públicas para aquisição desses livros; do
envolvimento das editoras no lançamento de produtos nessa faixa de preço;
da resolução de alguns problemas cruciais de logística que interferem na operação; e também da adesão dos varejistas
ao programa, chamando a atenção de
seus clientes para esses produtos.
ANL – Quais suas perspectivas em relação
à participação da livraria independente na
cadeia do livro para os próximos cinco anos?
Felipe Lindoso – Se as livrarias que
não se renovarem em termos de marketing, comunicação, atualização tecnológica, relações com os consumidores e
não estiverem extremamente atentas às
oportunidades locais, certamente vão
fechar. As livrarias que conseguirem se
transformar em “butiques”, seja por sua
inserção em determinados ambientes
comunitários, seja por sua especialização em segmentos específicos, essas poderão prosperar.
É importante notar, entretanto, que
o conjunto da indústria e do comércio de
livros passa por uma grande turbulência,
que já está afetando todo mundo e vai
afetar ainda mais. Quem souber transformar esse limoeiro em uma fábrica de limonadas sobreviverá. ■
EDIÇÃO 47 • REVISTA ANL • 7
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LIVRO DE BAIXO PREÇO
Durante a 21ª Convenção Nacional
de Livrarias de 2011, Galeno Amorim,
Presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), acompanhado por Fabiano
Piúba e Tuchaua Rodrigues, discorreu
sobre o Programa do Livro de Baixo
Preço, cujo principal objetivo é democratizar a leitura no país, levando o livro
para os quatro cantos do território nacional, com a pretensão de estimular toda a
cadeia – escritores, editores, livreiros e
distribuidores atacadistas –, porém revelando que outros canais de vendas de livro
serão abertos, como os correios.
Respondendo às diversas questões,
Galeno deixou claro que o Livro de Baixo
Preço não é uma ação para solucionar
questões privadas, por exemplo, livros de
fundo de catálogo, e sim uma ampla ação
junto ao consumidor final, o leitor e, por
consequência, beneficiar a todos os participantes da cadeia do livro, agregando
outras áreas para uma maior disponibilização do livro em todo o país.
Galeno garantiu que os pontos de
vendas locais serão beneficiados, podendo
atingir uma área circular de até 50 quilômetros, incluindo aí as vendas para as Bibliotecas, privilegiando sempre a Livraria
física. Os autores locais e independentes
também serão privilegiados.
Galeno lembrou que o Vale-Cultura,
que tinha a previsão de votação no Congresso no segundo semestre de 2011 para
implantação em 2012, trará ao setor cultural um montante de R$ 7 bilhões por ano.
O segmento do livro precisa estar preparado
para participar deste novo mercado, e o
Livro de Baixo Preço a R$ 10,00 será uma
grande opção. Serão 36 milhões de trabalhadores beneficiados com o Vale. (Veja no
final desta matéria um breve pingue-pongue exclusivo como o diretor da FBN para
esta edição da Revista ANL.)
Reforçando a apresentação do Presidente da Fundação Biblioteca Nacional,
Fabiano dos Santos Piúba, à época à
frente da Diretoria de Livro, Leitura e Li8 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 47
Foto: Divulgação
O MERCADO PREPARA-SE PARA
O LIVRO DE BAIXO PREÇO
teratura da Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, reforçou que o principal objetivo do
Programa é fazer com que o livro chegue
mais barato para o consumidor final, ampliando a leitura no país. “O Brasil tem
livros demais e temos leitores de menos,
precisamos equilibrar a balança”, destacou o diretor, que complementou dizendo que a venda do Livro de Baixo
Preço não poderá ficar restrito à venda
às bibliotecas, apostando sobretudo no
Vale-Cultura para atingir o leitor. Nesse
caminho, o papel da Livrarias é fomentar
as editoras e autores locais.
Como está o Projeto
Bibliotecas rurais, municipais e comunitárias que se cadastram ao projeto
pelo Sistema Nacional de Bibliotecas recebem um cartão-livro com créditos que vão
de R$ 300,00 a R$ 15 mil para a compra
dos livros que elas próprias escolhem. Pela
primeira vez as livrarias poderão realizar
estas vendas. O resgate de livros fora de
catálogos e as livrarias regionais merecerão destaque e atenção, divulgaram os executivos da FBN, na ocasião.
Tudo indica que no Programa do
Livro de Baixo Preço, cada um de fato
fará o seu papel: os escritores e editoras
produzem os livros; os distribuidores
fazem a ponte entre editores e os pontos
de venda; livreiros e outros pontos de
venda abastecem as bibliotecas.
As bibliotecas contempladas no edital do Programa de Atualização e Ampliação de Acervos das Bibliotecas de
Acesso Público, do Sistema Nacional de
Bibliotecas Públicas tiveram até o dia
30/03/2012 para fazer a escolha dos livros
de sua preferência entre os mais de 10 mil
inscritos no Cadastro Nacional de Livros
de Baixo Preço.
A comercialização dos títulos populares, dentro da cadeia do livro, deverá
seguir as mesmas bases vigentes no comércio atual, assim como seus descontos
e a opção de consignação ou não. Neste
momento, o livro digital e audiolivro não
farão parte do Projeto.
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O que esperam os livreiros
brasileiros do Programa
Na primeira quinzena de fevereiro
deste ano, perguntamos aos associados da
ANL como avaliavam, até aquele momento, o Programa do Livro de Baixo
Preço. Seguem algumas opiniões.
“O processo como um todo está em andamento, ainda em
fase da seleção dos títulos pelas bibliotecas. Porém, estamos bastante animados com a organização do projeto,
esperamos um excelente resultado.” (Marcos Pedri – Diretor da Livrarias Curitibas – PR)
“Esse é um projeto muito bom, que parece estar no caminho certo. Temos certeza de que ainda é necessário avançar muito a respeito da comunicação e execução do projeto
com mais excelência. Esse ano faltou planejamento e os
prazos foram muito curtos para desenvolvermos um melhor trabalho. A falta de estrutura para a visitação das bibliotecas e a falta de informações mais precisas do projeto
comprometeram nossa atuação com mais eficácia.” (Pe.
José Uilson Júnior – Diretor das Livrarias Santuário São
Paulo/capital e interior)
“Se a venda for canalizada, via livraria, será um ótimo
projeto.” (Carlos Cesar Trausula - Diretor da Livraria Toque
de Letras – Itatiba / SP)
“Muito bom, mas no início será difícil a implantação, por
vários motivos: um deles é a falta de livrarias nos rincões
e até mesmo em algumas pequenas e médias cidades do
país; somos carentes de bons canais de venda de livros no
Brasil.” (Vitor Tavares – Diretor da Livraria Loyola São
Paulo – SP)
“Temos boas perspectivas para o Livro de Baixo Preço.
Somente a prática poderá mostrar os efeitos dessa ação.
Mas uma iniciativa da Biblioteca Nacional para levar
mais livros às bibliotecas e, consequentemente, incentivar a leitura em nosso país só poderia ter o nosso apoio.
Temos que acreditar nesse projeto.” (Felipe Teixeira – Assessor de imprensa da Livraria Martins Fontes – São
Paulo/SP)
”Importante para uma melhoria do acervo das bibliotecas
e, consequentemente, do ensino como um todo.”
(Vera Lucia Moraes – Diretora da Livraria Nobel Espaço
Novo Mundo – Guarulhos/SP)
“É um projeto importante no sentido de colocar as pequenas livrarias com a mesma chance que as grandes. Em
muitos lugares desse nosso Brasil, as pequenas são as úni-
cas livrarias disponíveis.” (Gustavo Simões Schmitt –
Coord. de 18 livrarias Rede de Livrarias/Brasil)
“Excelente a concepção. Acreditamos que deveria ter sido
mais planejado. Há editoras que inscreveram livros com
a ortografia antiga, outras inscreveram livros de ponta
de estoque. Quero ver como vai ser vender 1 livro de cada
(no caso deR$ 4.000,00 serão 400 livros) para várias bibliotecas e comprando de vários fornecedores. Há editoras que não querem dar desconto para livrarias, pois
imaginavam que iriam vender direto, imagino eu. Acho
que deveria ter havido um chamamento (será que
houve?) para livreiros, distribuidores, editores e bibliotecários discutirem melhor todo o processo. Há livrarias
que se inscreveram mas nada sabem, há bibliotecários
que não sabem o que fazer e há editoras também confusas, e com esse desencontro já houve duas prorrogações. Após a conclusão de todo o processo gostaria de
ser perguntado novamente.” (Fernando Mario Franco –
Diretor da Arco-Íris Livraria -Juiz de Fora/MG)
“Como livreira que sou, tenho duas considerações a fazer:
1) O projeto com foco na cadeia produtiva é bom, inclui um
elo que até então era esquecido pelo governo como estratégico para manutenção de leitores, as pequenas e médias
livrarias que se fixam em locais menos nobres. Neste sentido, é ímpar a importância do programa. Pequenas livrarias de bairro, como a minha, e do interior se veem em
condições reais de negociação quando a orientação é para
que sejam escolhidas livrarias mais próximas da biblioteca.
Percebe-se que empresas não livreiras foram desclassificadas no projeto, o que qualifica a fiscalização sobre as inscrições. 2) Na segunda analiso que não é no setor produtivo
que está o problema social da leitura no país. E é neste sentido social que acredito que tenha de ser gasto o dinheiro
público, e faltou espaço da dinamização do acervo no projeto, a mediação não foi contemplada. O que faz do projeto
mais um de amparo ao mercado em detrimento ao social.
Feito isto, acredito que o projeto para o setor das pequenas
e médias livrarias traz possibilidade de se manterem vivas
no mercado que, associado ao edital Procultura, fecha o
elo das possibilidades. Aumento de vendas e de ser um
espaço cultural visto pela população que o cerca. São projetos que devem ser acompanhados pela ANL de forma
mais próxima, não podemos relaxar. São projetos complementares que fazem da livraria o espaço de encontros,
de comércio, de formação, de criação de leitores e leituras.
Somos também mediadores, basta nos colocarmos
assim.” (Mileide Flores – Diretora da Livraria Feira do Livro
- Fortaleza /CE)
“Projeto fruto de intervenções da nossa entidade junto
ao poder público. Ao longo dos últimos anos temos acompanhado e cobrado ações efetivas em prol do mercado livreiro. Parabenizamos a FBN pela iniciativa e ficamos na
expectativa da efetiva implantação do edital. Se de fato,
for colocado em prática, ajudará e muito as pequenas e
médias livrarias, principalmente aquelas localizadas nos
interiores do país.” (Ednilson Xavier – Diretor da Livraria
Cortez - São Paulo /SP)
“Aplaudo a iniciativa. Muitos dos que se cadastraram
como pontos de venda não são livreiros estabelecidos, mas
simples escritórios. Veremos como vai se desenrolar o projeto.” (Milena Piraccini Duchiade – Diretora da Livraria
Leonardo da Vinci - Rio de Janeiro/RJ)
“Nossa loja, graças à assessoria da ANL, conseguiu se cadastrar no Projeto, porém ainda falta muita informação.
Somos uma das poucas que conseguiram no Maranhão.
Apesar de o preço do livro ser muito baixo e ser também
fator impeditivo para aquisição de outros títulos de extrema necessidade para qualquer biblioteca de qualidade. O Programa Livro de Baixo Preço é um avanço e
uma iniciativa que deve ser ampliada e melhorada. No
Maranhão, por exemplo, a maioria dos municípios não
possuem biblioteca, e aquelas existentes funcionam
em péssimas condições, com acervos pequenos e desatualizados. Espero fazer muitas vendas e inundar nosso
estado de livros.” (Hélio Ricardo Macedo Faustino – Diretor da Livraria O Mundo de Sofia - São Luís/MA)
“Ainda não sou cadastrada, porém percebi que há certa dificuldade neste cadastro, como sugestão: vocês poderiam
colocar na revista como fazemos isto da maneira mais rápida e explicando este projeto mais detalhadamente. A meu
ver, todo projeto de incentivo à leitura é bem-vindo. Eu participo e tento na medida do possível patrocinar ações aqui
na cidade para as pessoas se familiarizarem com a leitura,
pois acredito que isto ocorre quando se torna um hábito.”
(Daniela Ruiz – Diretora da Ramblas Livraria, Papelaria e
Presentes - Lençóis Paulista/SP)
“Ainda não somos cadastrados, mas vemos o projeto
como de grande importância para o aumento do número
de leitores de uma forma geral, porém, enxergamos que
ainda não há um volume de títulos, um catálogo que justifique trabalhar com este projeto e seus requisitos.”
(Rafael Seibel – Coordenador de marketing da Livraria da
Vila – São Paulo/SP)
“O período do edital foi péssimo para nós, em final de ano
e com vendas escolares, épocas difíceis para sairmos às visitas. Não fui procurada pela biblioteca de Uberaba e Uberlândia, aqui em Minas Gerais, que estariam na minha
cobertura: as duas bibliotecas não apareceram na listagem
da FBN e nos informaram apenas que não foram contempladas. O que é de estranhar, pois duas das maiores cidades
do Estado de Minas.” (Thais Helena Syllos Colus – Alternativa Cultural - Uberaba/MG)
EDIÇÃO 47 • REVISTA ANL • 9
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LIVRO DE BAIXO PREÇO
Revista ANL — Qual será o principal impacto do Livro de Baixo Preço na cadeia do
livro e da leitura, em nosso país?
Revista ANL — Temos alguma referência
deste tipo de iniciativa em outros países?
Qual o diferencial?
Galeno Amorim — Ao descentralizar as compras, a Fundação Biblioteca Nacional vai estimular todos os elos da cadeia
produtiva do livro e, sobretudo, livreiros e
distribuidores, que historicamente sempre
defenderam e, de certo modo, mantinham
a expectativa de que o Ministério da Cultura os incluíssem em seus programas de
aquisição de livros. Aliás, esta tem sido uma
pauta sempre presente nas Convenções da
ANL de que tenho participado nos últimos
doze anos. No futuro Programa do Livro
Popular, que estamos preparando, e desde
já, com o Programa de Ampliação e Atualização de Acervos das Bibliotecas de
Acesso Público, que acabamos de criar no
Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas,
isso já é uma realidade. E estamos convencidos de que o mercado livreiro está pronto
para tanto. Queremos levar as pessoas a ler
e a entrar numa livraria. Dos 95 milhões de
leitores existentes no país, só 36 milhões
compram livros. A classe C, que concentra
o maior número de leitores, vai pouco às livrarias: só um em cada quatro leitores dessa
classe compra livro. Essas políticas vão ajudar a multiplicar a quantidade de pequenas
livrarias, sobretudo nas cidades do interior
do Brasil, e isso será um ganho extraordinário, inclusive para ampliar a oferta de livros baratos e, ainda, como consequência,
o aumento das tiragens, o que deverá provocar novas reduções de preço no futuro.
Em termos mais imediatos, temos
visto que um único pedido de uma biblioteca – e estamos atendendo 2.500 delas –
equivale, no caso de uma pequena livraria
independente, a mais de uma semana de
seu faturamento normal. A retomada do
contato entre o livreiro local e a biblioteca
também deverá produzir um círculo virtuoso de compreensão das necessidades de
leitura dos seus usuários. Isso é muito positivo, tanto para o livreiro, que busca identificar o público consumidor para qualificar
o seu atendimento, quanto para as bibliotecas, que encontram a possibilidade de
oferecer obras adequadas aos anseios de leitura de seus usuários.
Galeno Amorim — Em todas as pesquisas feitas, inclusive com ajuda de organismos internacionais como o Cerlalc/
Unesco (Centro Regional de Fomento ao
Livro na América Latina e no Caribe), não
encontramos nada parecido.
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Revista ANL — Qual a importância do trabalho em conjunto com a ANL na divulgação do Programa?
Galeno Amorim — O apoio da ANL
é fundamental para mobilização de seus associados e de outras livrarias que se valem
das suas orientações ao mercado. O principal pilar dessa política é criar condições que
facilitem o acesso das classes populares ao
livro e à leitura. Desde o início da sua construção, temos procurado deixar claro, para
todos os envolvidos, que construir essa política junto com as entidades do mercado é
fundamental para sua solidez. Tanto na elaboração quanto nas apresentações e, sobretudo, na mobilização das livrarias, a ANL
tem sido bastante presente e abraçou verdadeiramente essa causa.
Revista ANL — O cadastramento das livrarias foi satisfatório?
Galeno Amorim — Todas as metas
foram plenamente atingidas. No caso
das livrarias, a meta para o primeiro
ano era ter 500 pontos de vendas. No
dia 31 de dezembro, data do encerramento das inscrições, havia 690 livrarias
habilitadas. Com o tempo, queremos ter
mais livrarias cadastradas e operantes,
pois acreditamos que a expansão dos níveis de leitura no país passa, necessariamente, pela existência de um maior
número de livrarias. Pouco adianta se escola, bibliotecas e outros agentes mediadores estimularem a prática da leitura e,
depois, esses leitores não conseguirem
encontrar, próximo de si, livrarias onde
possam iniciar a formação de suas próprias bibliotecas pessoais. Afinal, precisamos respeitar e criar políticas para
atender aqueles que querem ter seu próprio livro.
Revista ANL — Como
será a continuidade
do projeto? O cadastramento acontecerá
anualmente?
Galeno Amorim — O cadastramento de livrarias é
permanente e, por
isso, aproveito para
fazer uma verdadeira
convocação a todos os livreiros que ainda
não se cadastraram. Que entrem no Portal
do Livro FBN (http://www.bn.br/PLBN/) e
se inscrevam. É importante que todos tenham claro que o simples fato de estar cadastrada não garante a participação de uma
livraria em um edital, uma vez que cada
edital terá regras próprias, sobre as quais o
livreiro deverá expressar sua concordância
caso deseje participar. E é fundamental que
as livrarias já cadastradas procurem manter
seus dados sempre atualizados, permitindo,
assim, que possamos avisá-los sobre novos
editais e outras novidades. Muitas virão
neste e nos próximos anos. Com esses cadastros – de livrarias e de bibliotecas – também será possível traçar novas políticas e
também um bom panorama da cobertura
que as livrarias dão ao mercado, permitindo, desse modo, enxergar outros locais
que ainda não são atendidos.
Revista ANL — Quem não participou deste
primeiro momento terá nova oportunidade?
Galeno Amorim — Cada nova ação
da Fundação Biblioteca Nacional que envolva livrarias representará sempre uma
nova oportunidade. Já foi publicado um
segundo edital e será aberto novo prazo
para a habilitação de livrarias. Aquelas que
estiverem cadastradas serão avisadas por
e-mail para dizer se querem participar.
Cabe reforçar a necessidade de manter o email sempre atualizado.
Revista ANL — O que mais acrescentar?
Galeno Amorim — Essas ações começam a preparar o mercado livreiro para o
programa do governo federal para popularizar o acesso ao livro. Temos que levar os livros e as livrarias onde o povo está! ■
Foto: Divulgação
ENTREVISTA COM GALENO AMORIM, PRESIDENTE DA FBN
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LIVRARIA MODELO
LIVRARIA DOM OSCAR SE
RENOVA PARA BRINDAR 20 ANOS
Foto: Divulgação
Revista ANL – Qual o principal diferencial
da Livraria Dom Oscar?
Soraia – Por ser uma livraria católica, nosso diferencial está em trabalhar
com livros na área de ciências humanas.
Temos um acervo voltado para a formação das lideranças católicas, evangelização e catequese, e também livros que
ajudam a desenvolver a espiritualidade.
Revista ANL – Quais as dificuldades iniciais em montar uma Livraria fora dos
grandes centros?
Soraia – Entrar em contato com os
fornecedores, conseguir uma transportadora eficaz e com preço acessível. E
também a distância nos impossibilitava
fornecer de forma imediata o material
para o cliente.
Revista ANL – Quais as ações desenvolvidas pela Dom Oscar para atrair seus clientes e leitores?
Soraia – A Livraria sempre esteve
presente nos eventos culturais da cidade
e nas quermesses das paróquias. Desenvolvemos um atendimento personalizado
para fidelizar o cliente, priorizando suas
necessidades para supri-las e agindo sempre com honestidade e ética.
Revista ANL – No Norte do país, como em
grande parte do Brasil, os Cafés mais sofisticados já chegaram às livrarias?
Soraia – Sim. Temos algumas livrarias que possuem seus cafés. É um atrativo a mais para o consumidor. Nossa
livraria não possui esse serviço, pois
temos um espaço relativamente pequeno,
o que inviabiliza disponibilizar esse ambiente para o cliente.
Revista ANL – Vocês atuam com e-commerce
ou pretendem investir neste segmento?
Quando?
Soraia – Atualmente não operamos
no segmento de e-commerce, mas estamos
Soraia Batista Rodrigues à frente da Livraria Dom Oscar, localizada na capital
Rio Branco.
Em entrevista à seção Livraria Modelo,
Soraia Batista Rodrigues nos revela um pouco mais
sobre a Dom Oscar, localizada na bela capital Rio
Branco (AC), que em maio próximo comemora 20
anos. Ela nos fala sobre as dificuldades com relação à
distribuição de livros no Brasil, principalmente, no
Norte brasileiro.
nos preparando para atuar neste segmento. Não temos uma data exata, mas
desejamos investir o quanto antes, pois
percebemos que o consumidor contemporâneo em muitas situações prefere visitar diversas livrarias virtuais no conforto
da sua casa.
Revista ANL – Quanto representa a venda
de livros do total das vendas?
Soraia – A venda do livro representa
65% do faturamento das vendas; o restante
é com a venda de artigos religiosos como
CDs, imagens, blusas, terços, etc.
Revista ANL – Como se tornar uma Livraria Modelo, uma referência como a
Dom Oscar?
Soraia – A partir do nosso compromisso com o cliente, trabalhando de
forma ética e transparente, promovendo
relações que transformam nossa vida e a
dos clientes. Vivemos em uma sociedade
individualista, em que os seres humanos
não se conhecem mais e têm medo do seu
semelhante. No nosso ambiente de trabalho acolhemos o cliente como um amigo,
lhe chamamos pelo nome e cultivamos
laços de amizade.
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LIVRARIA MODELO
Revista ANL – Quais as novidades da Dom
Oscar para 2012?
Soraia – Em maio próximo comemoraremos 20 anos. Não podemos deixar de festejar essa data, pois a Livraria
Dom Oscar Romero desenvolve seu
papel social e cultural nesta cidade. Com
o nosso trabalho influenciamos e ajudamos as pessoas a serem melhores, pois
cada leitura, cada contato com o livro
promove uma descoberta de si, do outro
e do mudo.
Desenvolveremos eventos culturais direcionados para as crianças,
queremos implantar o Clube do Pequeno Leitor, pois acreditamos que teremos leitores no futuro se estimularmos
o contato e o interesse da criança pelo
livro. Vamos promover fóruns filosóficos, uma vez que temos um amplo
acervo de filosofia. Queremos que a livraria continue desenvolvendo sua função social de proporcionar cultura à
nossa sociedade.
Revista ANL – A senhora cadastrou sua livraria para o Programa do Livro de Baixo
Preço ?
Soraia – Sim, nos cadastramos como
ponto de venda na Fundação Biblioteca
Nacional e estamos muito entusiasmados
com esse programa. Esperamos que ele
possibilite a compra do livro por parte
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mais baixo com certeza esse
livro chegará às mãos do leitor com um preço mais acessível, o que possibilitará a
aquisição do livro.
Assim como nossa presidente, também sou uma
amante do livro e faço aqui
o uso de suas palavras para
também expressar meus
sentimentos e os de muitos
brasileiros que se alegram
pela possibilidade de ir a
uma livraria e comprar um livro para
si, para um amigo ou para um filho:
“Como amante do livro, posso assegurar que é uma experiência única poder
ter o livro para ler em casa” (Dilma
Rousseff).
Sabemos que uma das metas do
projeto é aumentar o acervo das bibliotecas públicas espalhadas pelo nosso
Brasil. Essa iniciativa é um grande progresso cultural, pois uma vez que as Bibliotecas possuam um acervo quantitativo
e de qualidade literária, também teremos muitos brasileiros que já são leitores
e os que se constituirão em leitores que
visitarão as Bibliotecas e poderão se
“abastecer” de cultura por meio dos livros disponibilizados. ■
Foto: Divulgação
Soraia – Por estarmos distantes dos
grandes centros de distribuição sofremos
com a demora na entrega e com a falta de
uma parceria eficaz. A pequena livraria
não é tão valorizada quanto as grandes
redes do varejo. As editoras estão mais
preocupadas em “fazer negócios” com o
governo e diante disso nos deparamos
com uma concorrência desleal, pois elas
investem em venda direta ao consumidor
com os mesmos descontos oferecidos aos
livreiros, e às vezes até maiores. Se faz necessário trabalhar de forma conjunta, valorizando o papel de cada setor: editoras,
distribuidoras e livrarias, para que trabalhar com o livro seja produtivo para todos
os setores.
A Livraria Dom Oscar surgiu em
1992, a partir da necessidade de atender catequistas, catequizandos e líderes de pastorais, com o objetivo de formar essas pessoas
para que sejam atuantes em suas comunidades. No início, ela funcionava apenas como
um ponto de distribuição de livros para catequese, formação pastoral, materiais para
campanha, CDs e folhetos para a missa. Aos
poucos se percebeu a necessidade de aumentar o espaço físico, de “emancipá-la” e de diversificar os materiais fornecidos à sociedade. Com isso, ampliou o acervo bibliográfico e começou
a investir também em artigos religiosos.
Fundada pelo antigo bispo da Diocese de Rio Branco, Dom Moacyr Grechi, paróquia se fortalecia, as comunidades cresciam e se fazia necessário formar esse povo para inseri-los de forma
eficaz na sociedade.
A maior dificuldade do início foi fazer contato com os fornecedores e conseguir uma transportadora. As novidades demoravam muito para chegar. Quando um livro era lançado, só chegava à Livraria seis meses depois. A comunicação entre os distribuidores era precária e não
havia muita responsabilidade no transporte.
A expansão dos horizontes da Dom Oscar teve início quando começaram as visitas à Bienal
do Livro de São Paulo. Conhecendo novas editoras, perceberam a possibilidade de trabalhar
com uma variedade de livros em diversos segmentos, não só religiosos.
Foto: Divulgação
Revista ANL – Como vocês veem a questão
da distribuição do livro no Brasil, principalmente com relação às livrarias localizadas
no Norte brasileiro?
Espaço infantil da Dom Oscar.
daquelas pessoas que ainda não frequentam nossas livrarias porque não possuem poder aquisitivo, e que também
aumente o acervo de nossas Bibliotecas
para que mais pessoas possam ter contato
com o universo maravilhoso do conhecimento, e assim, por meio da leitura, sua
vida seja transformada e, consequentemente, a sociedade.
Revista ANL – Como a senhora avalia este
Programa?
Soraia – É um projeto que com certeza possibilitará um maior acesso à educação e à cultura por parte da população.
Esperamos que esse projeto aumente o
interesse das pessoas pela leitura, pois
com a produção do material a um custo
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ATITUDES SUSTENTÁVEIS
INCENTIVO À LEITURA
Para estimular os adultos a lerem
para as crianças, a Fundação Itaú Social,
por meio do programa Itaú Criança, firmou uma parceria com 125 secretarias
municipais de Educação do país. Serão
distribuídos mais de 2,2 milhões de livros
para 3.272 escolas e centros de educação
infantil. Só na capital paulista, o acordo
beneficiou toda a rede municipal infantil,
composta por 1.962 escolas, somando 1,8
milhão de títulos.
Além das parcerias, em 2011 a Fundação Itaú Social realizou uma campanha nacional de incentivo à leitura, com
a distribuição gratuita de um milhão da
Coleção Itaú de Livros Infantis, composta
por três livros voltados para crianças e
um folheto com dicas de leitura. Os livros
disponibilizados foram: Chapeuzinho
Amarelo, Adivinha Quanto eu Te Amo e
A Festa no Céu.
Os colaboradores do banco também
contribuíram com a causa, escolhendo
bibliotecas de escolas públicas, ONGs e
comunidades de
todo o país para
realizar uma atividade de leitura.
Ao todo foram
disponibilizadas
quatro mil Bibliotecas Itaú Criança
às organizações
onde ocorreram
estas ações. Cada
biblioteca é composta por 100 títulos cuidadosamente selecionados e voltados para o público
infantojuvenil e adulto.
Sobre o Itaú Criança - O programa
foi criado em 2005 para mobilizar colaboradores, clientes, parceiros, pais,
educadores e comunidades em favor
de causas sociais, para isso e conta com a
estrutura e a capilaridade do banco. A
causa social escolhida é o envolvimento
da sociedade com a garantia dos direitos
da criança e do adolescente.
Uma das frentes de atuação do programa prevê o incentivo à leitura, como
uma contribuição para a qualidade da educação. Para isso, o Itaú convida seus públicos de relacionamento a contribuírem com
a causa por meio de um gesto concreto –
ler para uma criança pequena. Em outra
frente, o Itaú Criança incentiva os funcionários do banco a fazer doações ou destinar parte do Imposto de Renda aos Fundos
Municipais da Criança e do Adolescente.
http://www.fundacaoitausocial.org.br ■
S
O
R
Hierofania - o teatro segundo Antunes Filho
V
LI E
Encontros com Ariane Mnouchkine
R
B
SO
O corpo poético - Jacques Lecoq
laboratório de Jerzy Grotowski
OS DOS O teatro
O teatro da morte - Tadeusz Kantor
MÉTO
DOS DES
G RAN AD O R E S
E NCE N
DO O
TEATR IAL
MUND
Estas e outras publicações você encontra
nas unidades do SESC e no portal
www.sescsp.org.br/loja
acesse o site pelo celular
com este QR Code
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CURTAS & BOAS
Proler comemora 20 anos
O Programa Nacional de Incentivo à Leitura – Proler, vinculado à Fundação Biblioteca Nacional (FBN), em 2012 completa 20 anos de trabalhos importantes na área
de mediação da leitura. Para celebrar a efeméride, o Proler está iniciando o projeto Cidadania e Leitura, que será desenvolvido por 20 comitês no Maranhão, Bahia, Minas
Gerais e Rio Grande do Sul. Ao todo, serão formados 400 mediadores para desenvolver
ações de promoção da leitura em bibliotecas comunitárias ao longo deste ano.
Ainda como parte da celebração dos 20 anos do Proler, a Casa da Leitura da FBN,
no Rio de Janeiro, prepara uma série de eventos para 2012. A agenda prevê ações culturais para todas as idades, como cursos, palestras, visitas, contação de histórias e os projetos Contando Poesia, Lendo Clarice e Terças Culturais. As atividades tiveram início
em março.
Informações: Programa Nacional de Incentivo à Leitura – Proler • Fundação
Biblioteca Nacional – FBN; http://www.bn.br/proler/index.htm; Sede nacional do Proler
– Casa da Leitura; Endereço: Rua Pereira da Silva, 86. Laranjeiras, CEP: 22221-140 – Rio de Janeiro – RJ; Telefone: (21) 2557-7437
Fax: (21) 2556-6730; e-mail: [email protected] • Coordenação Nacional do Proler – Rosane Clemente – Interina; • Protocolo e secretaria
– Diane Comber, Angélica Sousa, Maria Lopes e Sandra Bandeira; • Comitês e Convênios – Ana Fanfa e Rosane Santos; • Pesquisa
em Comunicação – Francisco Orban e Ângela Montez; • Cursos da Casa da Leitura – Vera Lúcia Castro; • Bibliotecas e Centro de
Referência e Documentação em Leitura – CRDL – Giselda Aronovich e Vera Lúcia Castro; • Atendimento às escolas e agendamento
de visita às bibliotecas da Casa da Leitura – Maria Luíza Bastos.
Mudança nas Diretorias do
Livro e Leitura
Maria Antonieta
Cunha assume a Diretoria do Livro, Leitura
e Literatura, órgão
responsável pelas políticas públicas do Ministério da Cultura
para esta área e que, a
partir de agora, passa a fazer parte da estrutura da
Fundação Biblioteca Nacional. Professora da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ela já foi secretária de Cultura de
Belo Horizonte e presidente da Fundação Cultural
de Belo Horizonte. Considerada uma das mais conceituadas especialistas em leitura do país, com excelente trânsito nas áreas da educação e da cultura,
ela estava à frente do Plano Nacional do Livro e
Leitura (PNLL).
Maria Antonieta Cunha assume com o compromisso de dar prosseguimento às ações desenvolvidas
pela Diretoria e também criar novos projetos e programas, no âmbito do MinC, nos quatro eixos do
PNLL. Fabiano Piúba, que ocupava a função, vai trabalhar no Cerlalc/Unesco (Centro Regional de Fomento ao Livro na América Latina e no Caribe), que
tem como presidente do seu Conselho outro brasileiro, Galeno Amorim, atual presidente da Fundação
Biblioteca Nacional.
14 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 47
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Circuito de Feiras 2012
dade de imprensa e de expressão, bem
como o direito à informação.
Segundo a presidente do Snel, Sônia
Machado Jardim, a decisão de criar a Anel
para agir no STF é uma alternativa à espera – que pode ser longa – da tramitação
no Congresso do Projeto de Lei 393/2011,
que altera o artigo 20. (por PublishNews)
Já estão abertas as inscrições para o Calendário 2012 do Circuito de Feiras. Preencha
os dados na ficha de inscrição e envie para o
e-mail: [email protected].
O Circuito Nacional de Feiras de Livros é um calendário das feiras de livros
realizadas anualmente no País. São eventos
para promover o livro, a literatura e a leitura
organizados por governos estaduais, prefeituras, entidades de editores e livreiros,
ONGs, empresas, escolas e outros parceiros. O calendário das feiras é sistematizado
pela Fundação Biblioteca Nacional, por
meio de sua Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, em parceria com a
Câmara Brasileira do Livro (CBL).
Pesquisa do Setor
Anel é criada para combater
"Lei das biografias"
Na nova
edição do jornal do Sindicato Nacional
dos Editores de
Livros (Snel),
a entidade informa que criou a Associação Nacional dos
Editores de Livros (Anel), para ingressar
com uma ação direta de inconstitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal
(STF) contra o artigo 20 do Código Civil
brasileiro, também chamado de “Lei das
biografias”. Segundo a entidade, um sindicato não pode tomar esse tipo de medida
jurídica, mas a uma associação é permitido.
O artigo 20 estabelece, entre outras aspectos, que publicações sobre uma pessoa
podem ser proibidas se não estiverem autorizadas por ela ou por seus herdeiros.
Para o Snel, o artigo permite uma espécie
de censura privada sobre a história de pessoas públicas que fazem parte da história
do país, e é inconstitucional, na medida em
que a Constituição de 1988 garante a liber-
ANL seu QR Code. Trata-se de mais
uma ferramenta facilitadora, para que
todos possam acessar informações, números de mercado e notícias em geral
disponibilizadas no Portal da Associação
(www.anl.org.br).
Para saber mais: Cada vez mais presente em ações de marketing, os QR
Codes ainda se parecem mais com um
enigma do que com um meio de transmitir rapidamente informações a dispositivos móveis. Mas o que é, afinal, um QR
Code? É um código de barras em 2D que
pode ser escaneado pela maioria dos aparelhos celulares que têm câmera fotográfica. Esse código, após a decodificação,
passa a ser um trecho de texto, um link
que irá redirecionar o acesso ao conteúdo
publicado em algum site. (Fonte: jornalista Ronaldo Prass - www.G1.com).
ANL também passa a disponibilizar novas mídias sociais: Twitter:
twitter.com/anl_livrarias e Facebook:
http://www.facebook.
com/anl.livrarias
O II Seminário Retratos da Leitura no
Brasil foi realizado no final do mês de
março e apresentou os resultados da terceira edição da pesquisa sobre o comportamento leitor (quando a Revista ANL 47
já entrava em gráfica).
Maior e mais completo estudo dedicado a conhecer o perfil do leitor brasileiro, encomendado ao IBOPE Inteligência
pelo Instituto Pró-Livro, teve sua apresentação na cidade de Brasília. O IPL –
Instituto Pró-Livro divulgou os resultados da terceira edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil,
considerada o mais aprofundado estudo do mercado dedicado a conhecer o perfil do leitor brasileiro.
Dentre os aspectos levantados
pela pesquisa Retrato da Leitura no
Brasil, o seminário apresentou as
percepções da leitura no imaginário
coletivo, os perfis do leitor e do não
leitor de livros e as preferências e motivações dos leitores, o que inclui os
livros digitais e os canais e as formas
Rua Conselheiro Ramalho, 928 - Bela Vista
de acesso ao livro, com destaque para
São Paulo - SP - Cep: 01325-000
as bibliotecas públicas. Para saber
Tel: (11) 3289-0811 - Fax: (11) 3251-3756
mais: www.prolivro.org.br.
www.cataventobr.com.br
ANL disponibiliza seu
QR Code, Facebook e
Twitter
A ANL já disponibiliza para
seus associados e leitores da Revista
[email protected]
‘‘Educai as crianças e não será preciso
punir os homens’’ (Pitágoras)
EDIÇÃO 47 • REVISTA ANL • 15
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CURTAS & BOAS
Pequenas e Médias Livrarias sofrem com a concentração de mercado e a nossa
bibliodiversidade é comprometida.
Em carta publicada no caderno
“Prosa & Verso”, do jornal O Globo, em
dezembro de 2011, o presidente da ANL,
Ednilson Xavier, falou sobre os livreiros
independentes, que ficaram de fora das
vendas da edição especial de Guimarães
Rosa, “Os Caminhos do Sertão de Guimarães Rosa”, uma caixa que inclui uma
edição especial de Grande: Sertão Veredas, as notas do escritor (com o título de
“A boiada”) e um volume de fortuna crítica, enfim, uma preciosidade proibida.
“Temos acompanhado nos últimos
meses uma ampla discussão sobre o livro
popular, debate este articulado pela FBN
(Fundação Biblioteca Nacional) com a intenção de implantar políticas públicas voltadas para o mercado editorial e livreiro,
visando modificar os sofridos índices de
leitura de nosso país.
Essa discussão representa grande avanço
na democratização do acesso ao livro e, consequentemente, na ampliação do público leitor em nosso país. Louvamos a iniciativa e
reconhecemos que, se aplicadas de forma
coerente, tais políticas beneficiarão não somente os novos leitores, mas também as fragilizadas livrarias independentes.
Oxalá seja essa a aguardada oportunidade para assistirmos à disseminação de
novos pontos de vendas de livros nas pequenas e médias cidades brasileiras.
Este pode ser um oxigênio renovado
para um mercado que hoje se encontra totalmente sufocado
pela concentração
que favorece grandes grupos editoriais e grandes redes
de livrarias...”
Quer saber mais:
ww.anl.com.br.
Livrarias vão receber recursos para realizar programação cultural
ANL anuncia compra da Sede Própria
A ANL comprou o espaço no qual já está localizada desde
2000, na cidade de São Paulo/SP — Rua Marques de Itu, 408, 7º
andar, cjs. 72/73, Vila Buarque. A apresentação oficial aconteceu
em noite de grande festa no Jantar de Confraternização de 2011.
“Ter uma sede própria consolida ainda mais a independência da
ANL e valoriza a Entidade junto a seus associados. Uma grande
conquista que começou a ser desenhada com a colaboração das
gestões anteriores”, disse Ednilson Xavier, presidente da ANL. ■
16 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 47
e R$ 36 mil, dependendo do porte da livraria – serão destinados
ao desenvolvimento e/ou manutenção de programação cultural,
voltada à promoção do livro, leitura e literatura, pelo período
mínimo de 12 meses. Desse modo, as livrarias fizeram propostas
para contação de histórias, oficinas de produção textual, entre
outras atividades culturais de promoção do livro, leitura ou literatura. As instituições selecionadas deverão, obrigatoriamente,
investir no mínimo 20% de contrapartida sobre o valor total do
projeto em recursos financeiros e/ou bens e serviços.
Os critérios de seleção dos projetos consideraram o impacto cultural e social da proposta, dando ênfase a atividades
de mediação e formação leitora, que contemplem a bibliodiversidade e tenham interface com outras linguagens artísticas, bem
como promoção a acessibilidade de pessoas com deficiência.
“Em nome da classe livreira, não podemos deixar de reconhecer o esforço da Diretoria de Livro, Leitura e Literatura SAI
/ Ministério da Cultura e do ex-presidente e hoje diretor da
ANL, Vitor Tavares, e demais membros de nossa diretoria, em
prol dessa categoria. É uma demonstração de como cidadãos
ativos e Estado efetivo podem melhorar a sociedade em que vivemos. Obrigado”, ressaltou o presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), Ednilson Xavier. ■
Foto: Divulgação
Saiu, em janeiro último, o resultado do Edital
Procultura de Programação Cultural
para Livrarias, no âmbito da Diretoria de Livro, Leitura e Literatura do MinC/Secretaria de Articulação Institucional.
A relação dos habilitados foi publicada no Diário Oficial da
União, disponível no site da ANL (www.anl.org.br). A próxima
etapa será a abertura os processos individualizados de cada projeto dos proponentes, solicitando o pagamento destes.
No final de 2010, o Ministério da Cultura (MinC) lançou o
edital inédito (antiga reivindicação da ANL) no valor de R$ 3 milhões, para que as instituições desenvolvam atividades culturais
– e as pequenas e médias livrarias brasileiras também foram contempladas nos editais ProCultura. É a primeira vez que o MinC
lança um edital específico para o setor. Participaram do Edital
Procultura para Programação Cultural de Livrarias: livrarias de
pequeno porte, com faturamento mensal de até R$ 60 mil, ou de
médio porte, com faturamento mensal entre R$ 60 mil e R$ 90
mil, que apresentam pelo menos 50% do espaço físico reservado
e composto por livros e similares. Os recursos – entre R$ 26 mil
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MATÉRIA DE CAPA
NÃO SÓ UMA QUESTÃO LEGAL, MAS DE BOM
SENSO, DEVE NORTEAR AS VENDAS DE
LIVROS DIDÁTICOS
“Volta às aulas! Momento tão esperado por professores, pais, alunos, livreiros e editores, traz
consigo uma angústia que já vem perdurando ao longo dos anos: a venda direta pelas e nas
escolas. A questão não se resume apenas às vendas nas escolas, mas é agravada quando nestas
vendas os preços praticados chegam, em muitos casos, a ser inferiores ao próprio custo por
parte dos livreiros.” (Arnaldo Oliveira Junior)
Nesta primeira edição de 2012, a
Revista ANL traz como tema central a
venda de livros didáticos. Avaliamos o
comportamento desse mercado e o real
papel da Livraria como canal de vendas
neste segmento. Levantamos, ainda, a
seguinte questão junto aos livreiros:
“As editoras de livros didáticos valorizam a livraria como canal de vendas em
época escolar?”
Mostrou-se, então, uma relação muito
delicada entre os livreiros e as editoras
de didáticos. Uma das questões mais polêmicas é a venda direta entre editora e
escolas, praticamente extinguindo os livreiros deste mercado, ano após ano. Por
outro lado, existem redes de livrarias alta-
mente organizadas que mantêm parcerias
sólidas com as escolas e, assim, conseguem barrar esta via direta de vendas, que
desrespeita a cadeia lógica do livro e da
educação em nosso país.
Ouvimos também Arnaldo Oliveira
Junior, Assessor Jurídico da ANL, que é
categórico: “A questão da venda dos livros
didáticos não se resume apenas às vendas
nas escolas, mas é agravada quando nestas vendas os preços praticados chegam,
em muitos casos, a ser inferiores ao próprio custo por parte dos livreiros. Este na
verdade tem sido o ponto de entrave na
relação da cadeia binômia: venda/distribuição. Os livreiros, que são revendedores
de livros durante todo o ano, defendem o
direito de vender os livros em condições
normais de comércio, visto que já têm o estoque adquirido das próprias editoras,
além de sua programação anual. De outro
lado, os editores se sentem à vontade para
comercializarem diretamente, nos períodos escolares, sem a intermediação dos livreiros. E neste contexto todos se veem
repletos de razão”, alerta Arnaldo
O especialista analisou o tema de
acordo com os princípios e normas no
Direito brasileiro (veja artigo), mas nos
traz também à lembrança o escritor e
editor Monteiro Lobato, quando dizia
que “um País se faz com homens e livros”. “Feliz a afirmativa, visto que não
existe qualquer sustentabilidade e crescimento sem conhecimento. E este, por
sua vez, tem o livro como maior poder
de influência e formação à margem dos
séculos. Ainda aplicável, ainda que em
formatos diversos, impresso ou digital,
o livro continua e continuará sendo a
base de gerações e nações. Doutra sorte,
quando se fala em aquisição de livro, logo
a associação é de que livro é na livraria,
ainda que em livraria virtual, como remédio é na farmácia, pizza é na pizzaria
e assim por diante”, reforça complementando: “O comércio de livro transcende a
ideia tão somente capitalista. Livro é cultura, é informação, é conhecimento. A
maioria dos livreiros, embora necessitem
do lucro para a sobrevivência, tem uma
história de amor com este mercado específico. Não fosse sua importância, o livro
não seria imune de impostos, previsto na
principal fonte normativa do país.”
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MATÉRIA DE CAPA
Venda de Livros nas Escolas: Quem tem o Direito de Vender?
Arnaldo Oliveira Junior*
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu art. 150, VI, d.
Embora a Constituição trate de outros temas fundamentais, como direito à liberdade, à educação, à cultura, à saúde, ao transporte, ao meio ambiente, entre outros, o
livro mereceu destaque especial, sem qualificar qual destes seja mais importante, mas é o único imune de imposto. Ainda que não seja este um privilégio apenas do
Brasil, visto que a importância do assunto é universal.
Não bastasse a previsão e cuidado constitucional com o livro, a mesma Carta ainda prevê uma proteção econômica ao comércio em seu art. 170. Vejamos:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da
justiça social [...]
E ainda:
Art. 173 [...]
§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
Fica claro que o trabalho humano é considerado e valorizado no texto citado e, com isso, merece respeito e estímulo tanto o trabalho do editor, como do livreiro, tamanho o
resultado e o efeito que ambos podem produzir na sociedade. Porém, outro aspecto relevante da Carta Maior está em seu art. 174, § 4º, quando fala da repressão ao abuso
do poder econômico. Vejamos que, no que se refere ao trabalho humano digno, tem-se que o editor dita sua produção ao disponibilizar suas mercadorias, por outro lado, o
livreiro disponibiliza sua mão de obra e estrutura com fins dar sequência a esta tarefa de levar o conhecimento iniciado pelo editor. Ocorre que, dentro dos trâmites normais,
a editora, ao fornecer o livro à livraria, em nada agride ou ofende o livreiro, ou mesmo ainda o consumidor, tão pouco o mercado como todo. Assim, como o livreiro, ao
comercializar o livro, apenas presta-se ao seu propósito maior de transferência de bens e conhecimento, em nada interferindo ou prejudicando qualquer parte do mercado.
No entanto, observe que se a editora passa a vender seus produtos diretamente aos alunos, professores e escola, com preços abaixo do custo dos livreiros, ou seja, vende
ao público-alvo ao mesmo preço ou mais barato que às livrarias, diga-se de passagem, estes são clientes-alvo do livreiro. Assim, fica evidenciado o abuso do poder econômico e concorrência desleal. Visto que a iniciativa das editoras que procedem desta maneira impede a livre concorrência entre os livreiros, isto não é facilitar o acesso
à cultura, ou mesmo difundir o livro, é simplesmente excluir o livreiro da fatia do mercado que sempre lhe pertenceu.
Os concorrentes das editoras não são as livrarias, e sim as demais editoras do mercado. Trata-se de um atentado não só à Constituição que valora o trabalho digno e
humano e que veda a concorrência desleal, está também na contramão da conhecida Lei n. 8.884/94, Lei Antitruste, que inicia declarando:
Art. 1º Esta lei dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de iniciativa, livre
concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico.
Parágrafo único. A coletividade é a titular dos bens jurídicos protegidos por esta lei.
Ora, acabar com os livreiros é garantia constitucional? Acaso está o livreiro cometendo ato ilícito em vender livros em seus estabelecimentos? Já não é salutar a concorrência
entre os próprios livreiros?
Notemos que não se pode apoiar tais abusos sob a ótica de preços baixos. Se assim fosse, deveríamos pedir ao produtor agrícola para entregar suas colheitas em nossas
casas a preços módicos; que as fábricas de veículos vendessem diretamente ao consumidor, repassando as margens e lucros das concessionárias; que os frigoríficos,
assim que abatessem os animais de corte, fossem diretamente nas casas dos consumidores entregar a cada um sua cota ou fatia de carne, ao mesmo preço que vende
aos supermercados e açougues.
Ora, não é assim que a economia funciona, antes, pelo contrário. A indústria automobilística, recentemente na história do Brasil, ao sentir a queda nas vendas da sua
produção através de seus concessionários, buscou articulação de medidas de salvaguarda. Neste caso, após pressão junto ao Governo, o resultado foi a restrição aos
produtos importados, com aumento do IPI.
As editoras não podem ser impedidas de vender suas mercadorias, mas por deterem a produção, utilizam-se de suas vantagens para domínio de mercado, sem contudo respeitar
o direito de preservação da empresa livreira. Direito este visto na aqui na Lei de Antitruste, mas que possui fator determinador na Lei de Falência n. 11.101/05, cuja proteção e
esforços são para a preservação da empresa. Se querem vender direto ao público, que o façam nas mesmas condições do mercado, permitindo às livrarias a livre concorrência.
Assim, ao invés de se oporem na disputa pelo mercado, livreiros e editores devem se unir, para fortalecimento do mercado e salvaguardar pontos de revenda de cultura,
presente em todos os países desenvolvidos. E, com isso, cada um no seu papel na sociedade, a escola e professores dedicados à formação, os alunos e pais focados no
aprendizado, o editor produzindo e divulgando suas obras e os livreiros e distribuidores fazendo os livros chegarem às mãos do público.
Um espetáculo, um sonho, uma possível realidade!
* Dr. Arnaldo Oliveira Junior
Assessor Jurídico da ANL, sócio do escritório AOJ Sociedade de Advogados, Assessor Jurídico da Secretaria de Estado de Casa Civil e Relações Institucionais em Minas
Gerais, pós-graduado em Processo Civil pela Universidade Gama Filho e Mestrando em Direito pela Faculdade de Direito da UFMG.
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A representatividade da venda dos didáticos no
faturamento das livrarias
1958, a Livraria Feira do Livro, localizada
em Fortaleza/CE, foi uma livraria didática durante 38 anos. “Na origem, livraria
com livros com foco em ciências políticas
e atualmente, de 2003 para cá, volta um
pouco ao passado, acrescentando outros
acervos nas áreas das humanidades, literatura adulta, infantil e juvenil e serviços
(assessoria em montagem de acervos para
bibliotecas, por
exemplo). Entramos com
livro didático
como forma de
m anut e n ç ã o
da livraria, já
que naquele
período o livro
didático apareceu forte e de
oportunidade
numa época em que as livrarias eram vistas como pontos de encontros da intelectualidade, o que para a década de 1960
era perigoso. A saída se deu pelo mesmo
motivo de manutenção da possibilidade de
sobrevivência da empresa, por a fase áurea
do didático ter passado, tendo a escola tomado o lugar da livraria: a relação ‘negocial’ entre editora e escola passou a ser
mais atrativa para a editora”, descreve a
diretora Mileide Flores.
Para Vitor Tavares, diretor da Livrarias Loyola e da ANL, é notório que, a
cada ano que passa, as vendas são menores em exemplares vendidos. “Temos
concorrência da
internet, vendas
diretas pelo editora e distribuidor aos colégios e
consumidor
final, colégio revendendo sistemas de ensino
diretamente aos
pais, em alguns
casos professores
adquirindo lotes de livros em condições
comerciais iguais ou melhores que as
fornecidas às livrarias pelas editoras e
EDIÇÃO 47 • REVISTA ANL • 19
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Para algumas das livrarias entrevistadas, a venda de didáticos pode chegar
a representar 50% do faturamento anual
das vendas, como exemplificaram a Toque
de Letras em Itatiba/SP e a Arco-Íris, em
Juiz de Fora (MG), devido, principalmente, ao trabalho que desenvolvem diretamente com as escolas, ao longo do
ano, em suas regiões. Para redes maiores
– como a Livrarias Curitiba/PR e em
outros estados, a Livraria da Vila/SP e
a Vozes em várias localidades brasileiras – não chega a este patamar, mas
são representativas. “Todos os anos fazemos boas negociações com as editoras e
colégios e atendemos o público de nossas
lojas com agilidade e rapidez, pois conseguimos ter os produtos em estoque”, destaca o diretor Marcos Pedri.
Para a Livraria da Vila, a venda de livros didáticos é bastante expressiva, muito
em função de parcerias de longa data com
os principais colégios da cidade de São
Paulo. “Esses colégios e, por consequência,
os pais de alunos nos enxergam como uma
referência no fornecimento deste material.
A parceria com colégios abrange diversas
outras iniciativas ao longo do ano, como o
incremento das bibliotecas para uso de seus
alunos”, reforça Rafael Seibel, coordenador
de marketing.
Atenção redobrada e mais profissionais para a venda do didático é o que enfatiza Felipe Teixeira, assessor de
imprensa da Livraria Martins Fontes em
São Paulo. “O livro didático tem uma
série de particularidades. Todos os anos,
grande parte das edições é
atualizada ou sofre algum
tipo de alteração. E nem
sempre as escolas tomam
conhecimento dessas mudanças, o que pode gerar
certa confusão no momento da venda. Muitos
consumidores reclamam
também dos preços dos livros e a livraria precisa ter
muitos funcionários disponíveis apenas para fazer
orçamentos. É necessário
atenção redobrada e muita paciência,
mas o saldo é positivo, por isso continuamos a trabalhar com livros didáticos, basicamente por encomenda.”
No estado do Maranhão, a relação é
muito difícil, como nos conta Hélio Ricardo
Macedo Faustino, diretor da Livraria O
Mundo de Sofia, muito atuante em seu estado: “Vender livros didáticos ainda é importante sim, pois divulga a loja e abre
espaço para o cliente adquirir outros livros
durante o ano, mas somos uma das poucas
livrarias, em nossa região, que ainda vende
didáticos. Atualmente somos discriminados
pelos distribuidores locais, que fazem de
tudo para acabar com a venda de livros
nas livrarias, pois aqui, ao contrário de
outros estados, a maior parte das vendas
é feita nas próprias editoras. Temos, também, um problema sério com a falta de
paradidáticos, o que nos causa bastante
transtornos e, para finalizar, temos a questão de venda de livros nas escolas, que não
emitem nota fiscal nem pagam imposto.”
Para Vera Lucia Moraes Novo, diretora da Livraria Nobel Guarulhos/SP, este
foi o primeiro ano de ‘volta às aulas’ e,
portanto, sem grande experiência com o
volume de trabalho que ocorre neste tipo
de evento. “Entendemos que é muito importante para a Livraria, pois traz um público novo para que faça compras destes
materiais e outros de maior valor agregado,
resultando num aumento da receita e divulgação da loja”, acrescenta.
Embora não tendo o livro didático
como vocação, desde sua fundação em
Revista ANL 47_Layout 1 5/22/12 3:11 PM Page 20
distribuidores. Mesmo assim, para aquelas
livrarias que ainda trabalham com livros
didáticos, se bem planejada, administrada
e organizada, a venda do livro escolar ajuda
no faturamento e na manutenção da livraria aberta durante os demais meses do ano.”
Gustavo Simões Schmitt, coordenador da Rede Vozes de Livrarias, diz que
este comércio é importante para alguns
pontos de venda, mas também vê com ressalvas este segmento. “No caso da Livraria
Vozes, temos a chance de vender outras coisas que não seja apenas o livro didático. O
que vem atrapalhando o didático ser viável
é que as editoras, cada vez, mais estão diminuindo as condições que temos e assim
forçando o livreiro a deixar de trabalhar, e
o principal objetivo das editoras fazer o trabalho diretamente nas escolas.”
A valorização da livraria
como canal de vendas
em época escolar
São várias as questões apresentadas
pelos livreiros que demonstram a sua insatisfação com relação à valorização da
livraria como canal de venda de didáticos, principalmente em época escolar.
Sem dúvida, isso fica mais evidente
quando falamos com as pequenas e médias livrarias. Entre as demandas apresentadas, destacam-se a questão da venda
direta nas escolas por parte das principais
editoras de didáticos do país.
Mesmo para as livrarias, cujo faturamento dos didáticos chega a representar
50% das vendas, a relação é muito delicada. “Poucas editoras são parceiras. Há algumas que estão vendendo ou consignando
para escolas com descontos acima do que
oferecem às livrarias”, revela Fernando
Mario Franco, da Arco-Íris.
Para Schmitt, da Vozes, com uma
política de fazer o trabalho diretamente
com as escolas, estas editoras estão aos
poucos eliminando o livreiro no processo
de venda. “Hoje as editoras didáticas estão
com grandes equipes de venda nas escolas,
e em alguns casos vendem o livro para o
aluno a um preço bem menor que o que
pratica em sua tabela de preço”, expõe.
“As editoras valorizam a divulgação
nas escolas, pois é de lá que a adoção deste
ou daquele livro vai partir. Uma vez adotado, os pais terão que comprar o livro e,
assim, não há razões para negociar descontos e prazos melhores com os pontos de
venda. As editoras mantêm essas condições dentro de um limite mínimo aceitável
para se trabalhar os didáticos, comercialmente falando.”, complementa Felipe, da
Martins Fontes.
Disponibilizar de um
bom acervo e uma boa
logística é importante
Para a Livraria Curitiba, que vendeu
em 2011 cerca de 74 mil livros didáticos
em suas lojas
do Grupo e há
49 anos trabalha
com este segmento, há uma
valorização pelas
editoras. “Elas
conhecem nosso
trabalho e sabem
da importância
de ter um grande
parceiro, do benefício de atender o público com o produto
em estoque e de atender mais de 200 colégios com suas listas escolares completas e
da facilidade oferecida aos pais”, exemplifica Pedri.
Seibel, da Livraria da Vila, também
aposta nesta valorização, mas com ressalvas com relação à logística. Para ele, as
editoras valorizam as livrarias como canal
de venda destes produtos, mas não há um
grande planejamento delas em relação ao
fornecimento dos livros. O aumento da
demanda é substancial em relação a títulos de catálogo lançados durante o ano, o
que acarreta num maior prazo de entrega
ou mesmo falta de produtos nos estoques
das editoras. “A questão logística e a dificuldade de recebimento dos produtos é o
principal dificultador no trabalho com livros didáticos, uma vez que os prazos estipulados pelas escolas são bastante curtos e,
em alguns casos, não são atendidos pelas
editoras. A livraria, como intermediadora
e distribuidora, acaba ficando em uma situação delicada com os clientes.”
Cautelosa e recém-chegada ao segmento, Vera, da Nobel de Guarulhos, acredita que seja necessário um trabalho de
parceria maior entre as editoras e as livrarias, a fim de que se tenha uma logística de
entrega dos livros em tempo mais curto e
que atenda de maneira mais eficiente a necessidade do cliente (neste caso, os pais que
ficam com prazo reduzido para apresentar
os livros às escolas). Outro aspecto também ressaltado por ela é o desconto proporcionado, que varia entre as editoras e
diminui muito a margem da loja.
Descontos diferenciados
Segundo Mileide Flores – do Ceará,
a livraria hoje passou a ser um estorvo
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Foto: Divulgação
MATÉRIA DE CAPA
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para a editora didática. “São vários os
exemplos que nos permitem afirmar isto.
O exemplo mais claro é o desconto dado
aos colégios maior que o das livrarias; a
escola recebe consignado com prazo a
pagar a perder de vista, enquanto a livraria compra, com direito a devolução
da forma mais esdrúxula possível: ela se
dá quando o período escolar já passou.
Como a escola aprendeu que este filão é
vantajoso, hoje substitui o livro por
apostilas elaboradas pelo próprio colégio, tablets e por sistemas de ensino”, enfatiza a empresária.
Para Ednilson Xavier, presidente da
ANL, as editoras preferem vender diretamente nas escolas ou diretamente aos
professores, concedendo descontos que a
pequena e média livraria não conseguem
estender aos seus clientes. Não oferecem
flexibilidade para as pequenas e médias
livrarias nas condições comerciais.
Segundo Milena Piraccini Duchiade,
diretora da AEL-RJ (Associação Estadual de Livrarias do Rio de Janeiro) e da
ANL, a prática de venda direta nas esco-
las permanece existindo, por parte das
editoras, através de vários subterfúgios:
presença de ‘representantes’ dos editores,
eventualmente até mesmo professores,
que se prestam a um papel que não seria
o deles.
“Do ponto de vista do incentivo à leitura, é uma pena privar os pais e alunos
da oportunidade de contato com uma livraria, onde poderiam ter o prazer de
descobrir um livro que lhes agrade, sem
fins meramente escolares. Do ponto de
vista das livrarias, significa privá-las de
um importante capital de giro. Os anos
passam, os grandes editores de livros didáticos reduzem sistematicamente os descontos aos livreiros (muitos só concedem
27% sobre o preço de capa), os prazos
para pagamento muitas vezes não ultrapassam 30 ou 45 dias, as dificuldades
para troca dos exemplares de edições antigas são muitas, ou seja, não me parece
que estes editores valorizem o papel das
livrarias”, reforça.
Hélio Ricardo, do Mundo de Sofia,
não vê nenhum gesto por parte das edi-
toras de didáticos que sinalizem para a
valorização da livrarias como canal de
vendas de didáticos. ”Sinto uma distância
enorme entre os distribuidores que representam as editoras nos estados e as livrarias. Aqui em São Luís/MA não somos
valorizados como parceiros” diz ele, fechando sua participação.
O que vimos, então, independentemente de uma preocupação legal por
parte do livreiro com relação ao formato da venda de livros didáticos, é a
busca, acima de tudo, de bom senso que
deve nortear as vendas de livros didáticos. “Infelizmente, as editoras de livros
didáticos não valorizam e nem contribuem a meu ver com a venda nas livrarias,
pois muitas preferem conceder descontos
maiores às escolas para as compras diretas
e acabam penalizando as livrarias com
um desconto inferior, ou seja, fica mais
complicado para nós livreiros trazermos
os clientes para dentro das livrarias”,
complementa Daniele Ruiz, da Ramblas
Livraria, localizada na cidade de Lençóis
Paulista, interior de São Paulo. ■
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CONFRATERNIZAÇÃO
JANTAR DE CONFRATERNIZAÇÃO
ANL 2011
Em Jantar de Confraternização, ANL anuncia
compra da sede própria.
Foto: Elisangela Borges
Brindado com muito sucesso,
aconteceu na noite do dia 1º de dezembro de 2011 o Jantar de Confraternização
da Associação Nacional de Livrarias
(ANL). Com a abertura do vice-presidente Augusto Kater, o evento contou
com a presença de amigos e companheiros livreiros, editores, distribuidores, presidentes de entidades do Setor Livreiro e
imprensa. Compareceram: Karine Pansa,
presidente da CBL; Diego Drumond e
Lima, presidente da ABDL; Fábio Arruda
Mortara, presidente da Abigraf; Rubens
Mandeli Neri, representante da Abeu; e
Ísis Valéria Gomes, presidente do Conselho Diretor da FNLIJ.
Em seu discurso, Ednilson Xavier,
presidente da ANL, comunicou a todos a
compra da sede da Associação, na qual já
está localizada desde 2000, na cidade de
São Paulo. “Ter uma sede própria consolida ainda mais a independência da ANL e valoriza a Entidade junto a seus associados. Uma grande conquista que começou a ser desenhada com a colaboração das gestões anteriores. Parabéns a todos.
Durante a cerimônia foram homenageadas a Editora e a Distribuidora destaques de 2011, que receberam o título de Parceira das Livrarias 2011. A escolha
da Editora Companhia das Letras e da Distribuidora
Loyola, respectivamente, foi feita através de uma enquete junto a nossos associados. No ano de 2011, a Diretoria da ANL homenageou também a Livraria Casa
Cultural Saber e Ler, localizada na cidade de Campinas, interior de São Paulo, por seu trabalho diferenciado, criativo e dinâmico, um exemplo a seguir
seguido. Na sinopse da 21ª Convenção Nacional de Livrarias disponível no site da ANL (www.anl.org.br), o
leitor poderá conhecer detalhadamente o trabalho desenvolvido por esta Livraria. Vale a pena conferir.
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Destaque 2011
Livraria
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O que é uma boa Livraria?
A Livraria passou a ter outra proposta e ser um ponto de encontro...
As pessoas querem estar em um lugar gostoso...
A Livraria é um espaço de convívio...
A Livraria hoje tem papel de Centro Cultural, ponto de encontro, polo
cultural...radiações de ideias...
O público se interessa por novidades...
“Gosto de entrar numa livraria e achar... achar livros que ainda não
conhecia...” (anônimo)
Foto: Elisangela Borges
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As empresas mais votadas pelos associados ANL “Destaque
2011”.
Foram avaliados os seguintes critérios:
Ética e transparência nas relações comerciais.
Flexibilidade nas negociações.
Excelência no atendimento ao livreiro.
Cumprimento dos prazos.
Parcerias e ações diferenciadas às livrarias.
Recebeu a premiação da ANL, representando a Editora Companhia das Letras, o diretor comercial Marcelo Levy.
Foto: Elisangela Borges
Foto: Elisangela Borges
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•
•
•
Foto: Elisangela Borges
O diretor José Garcia, representando a Distribuidora Loyola,
recebe a homenagem.
Ednilson Xavier, em sua apresentação: “Fazendo um rápido balanço
deste ano que se finda, a ANL buscou focar suas ações no fortalecimento do seguimento livreiro e ações pontuais. Merece destaque especial os cursos para a profissionalização do setor. Outro diferencial
foi uma maior adesão de participantes fora de nosso quadro de associados em todo o Brasil. Esta realidade solidifica ainda mais a abrangência e atuação da associação.” Veja a íntegra do discurso no
www.anl.org.br
O Editor e Livreiro José Xavier Cortez homenageia Sra. Magda
Krauss, da Livraria Casa Cultural Saber e Ler.
EDIÇÃO 47 • REVISTA ANL • 23
Revista ANL 47_Layout 1 5/22/12 3:12 PM Page 24
LIVREIROS INDEPENDENTES
LIVREIRAS INDEPENDENTES
MOSTRAM SUA FORÇA
Nestes 32 anos, as diretorias da ANL sempre tiveram como
principal meta fortalecer não apenas a Associação, mas principalmente o Livreiro, a razão principal de nossa existência. “Fortalecemos ainda mais esta convicção em nossa atual diretoria, que entra
em seu segundo ano de gestão, com objetivos diretos para as Livrarias Independentes, que representam 90% do total de pontos de
venda existentes em nosso país, constituídas por pequenas e médias
empresas”, reafirma Ednilson Xavier, presidente da ANL.
“São estas livrarias que traduzem maior democratização do
acesso ao livro e ao conhecimento e maior bibliodiversidade. As
pequenas e médias livrarias não estão atreladas apenas ao mercado de produção e compra, já que é nelas que se retrata a realidade do comércio multifacetado que representam. Comércio este
que, para ser eficiente em seus múltiplos aspectos, precisa conciliar imperativos comerciais com exigências culturais, imperativos
estes não presenciados, tão intensamente, em outra cadeia produtiva”, reforçou o presidente em sua fala durante o jantar de confraternização da associação, em dezembro de 2011.
Por este motivo, e ainda mais por comemoramos neste mês de março o dia
Internacional da Mulher, convidamos a todos para conhecerem e, ao mesmo
tempo, dar os parabéns a duas empresárias de sucesso que mostram com sua
garra e profissionalismo a força do livreiro independente em nosso país.
Com estes exemplos de força e garra, homenageamos
a todas nossas companheiras de profissão.
VIRANDO A MESA
24 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 47
Segundo dados da empresária, Lençóis Paulista possui um
dos maiores acervos de livros do Estado de São Paulo. São aproximadamente 90 mil títulos adultos e infantis na Biblioteca Municipal Orígenes Lessa, o que representa mais de um livro por
habitante. A população da cidade é estimada em 70 mil pessoas.
Foto: Divulgação
A Livraria Ramblas, localizada em Lençóis Paulista, interior
de São Paulo, foi inaugurada em 14 de março de 2000 e estava
prestes a ser fechada, quando foi reinaugurada sob o novo comando de Daniela Ruiz, em 1º de dezembro de 2010. Hoje, a loja
dispõe de mais de três mil títulos, nos gêneros de ficção, não ficção,
infantil, infantojuvenil, religião, esportes, dicionários e autoajuda.
“Acredito que consegui, junto com minha família, recuperar o
prestígio e tradição da Ramblas. A minha carreira de empresária
aconteceu por acaso, quando entrei na Ramblas (que é a única livraria da cidade) para comprar um livro para o meu filho e descobri
que a livraria estava à venda. Tive um estalo e pensei: “Como a cidade
conhecida como a ‘cidade do livro’ iria perder sua única livraria?”
Comecei a pensar na hipótese de comprar a livraria. Com o apoio
do meu marido, resolvi encarar este desafio”, recorda a empresária.
Desde que assumiu a livraria, Daniela trabalha focada em inovação: mudanças no ambiente, castelo encantado para leitura das crianças, Café Ramblas, que oferece o famoso Café Nespresso, atendimento
personalizado, promoções com sorteios de livros, feiras e patrocínios,
parceria em projetos desenvolvidos em escolas públicas e particulares
para o incentivo à leitura, dentre outras ações junto à comunidade.
Nesse primeiro ano sob o comando de Daniela, o faturamento da loja triplicou: “Embora seja só o início de um trabalho
de ‘formiguinha’, foi um bom resultado, que me estimula a buscar
ainda mais”, finaliza
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BRINDAMOS AOS 30 ANOS DE
SUCESSO DA LIVRARIA VEREDAS
sitário, que passou a ter livros a tempo e a hora. Hoje podemos
afirmar que a Veredas é reconhecida em toda a região como polo
irradiador de cultura, pois a maior parte dos eventos culturais
têm a sua chancela.”
Foto: Divulgação
Em maio de 1981, ao procurar um livro para presentear uma
amiga que aniversariava, com muita dificuldade Solange Wheihabe encontrava um único exemplar do livro Henfil na China.
Nesse momento teve a ideia de abrir uma livraria em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. “Associei-me a duas amigas e montamos a Livraria Veredas, que funcionava no subsolo do Teatro
Gacemss. Iniciamos com a ideia de que não seria um espaço só
para venda de livros. Assim oferecíamos pôsteres, cartões artesanais, discos (vinil) independentes, etc. Começamos também trazendo autores, promovendo lançamento de livros e encantando
as crianças com visitas à livraria”, relembra Solange.
Ao longo do tempo perceberam a necessidade de aumentar
o espaço, e em 2003 mudaram para o Pontual Shopping, onde
abriram uma bela livraria que tem também a Diadorim Cafeteria, com a oferta de CDs e DVDs. No local são feitas palestras,
noites de autógrafos, reuniões, cafés literários e filosóficos, contação de histórias, eventos culturais com poesia e música, entre
outras atividades.
Em 2005, a Veredas ganha nova loja no Sider Shopping, na
mesma cidade. “Vale ressaltar o atendimento ao público univer-
Mostrando mais uma vez seu pioneirismo, a Global Editora apresenta o
DICIONÁRIO
ILUSTRADO DE
LIBRAS
LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
de FLÁVIA BRANDÃO
Desenvolvido especialmente com o objetivo de contribuir para o
conhecimento dos significados dos sinais que compõem a LIBRAS e
orientar a execução dos movimentos que são a base dessa língua gestual.
O conteúdo deste dicionário foi elaborado para promover um fácil
aprendizado, de forma prática e direta. Por isso, nele, fotografias,
ilustrações e textos explicativos são recursos amplamente utilizados.
www.globaleditora.com.br
i lib
i dd 1
3/20/12 4 33 PM
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CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
CURSOS DE FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO
DE LIVREIROS DA ANL AGORA
PODERÁ SER EXPANDIDO EM
TODO O TERRITÓRIO NACIONAL
Grade 2012 — Cursos de Formação e
Capacitação de Livreiros da ANL em São
Paulo/SP — na sede da Associação
ABRIL DE 2012
Dia: 10 de abril (terça-feira)
Palestrante: Eduardo Infante
Tema: E-commerce – como implantar e
aumentar as vendas na Internet
O objetivo deste curso é orientar, de
maneira prática, os gestores de livrarias
a implantar essa ferramenta de venda
tão importante nos dias de hoje. Para as
empresas que já estão atuando nesse
mercado, o curso oferece informações valiosas, visando otimizar todo o processo
de e-commerce, além das ferramentas de
marketing voltadas para a publicidade.
Veja como integrar, de maneira eficiente,
todos os sistemas já existentes ao sistema
de e-commerce. Não basta ter uma loja virtual funcional e um bom acervo à venda.
A propaganda é “a alma do negócio”.
Como utilizar a publicidade online de maneira eficiente, visando um aumento significativo das vendas. Saiba como utilizar,
racionalmente, os serviços do Google Adwords (propaganda online no Google),
outros sites de busca (Yahoo, Bing, etc.) e
sites de comparação de preços (Buscapé e
Jacotei). Descubra também como, quando
e onde investir em banners e como utilizar
a força das redes sociais (Facebook, Twitter, Orkut, etc.). Saiba, ainda, como devem
ser redigidas e desenvolvidas as peças publicitárias e os anúncios no Google. Conheça a força do email marketing (envio
de propaganda, via email) e como realizálo de maneira ética e lucrativa. Dirigido
aos gestores e responsáveis pelo e-commerce de livrarias de todos os portes. Duração de 8 horas.
26 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 47
MAIO DE 2012
Dia: 08 de maio (terça-feira)
Palestrante: Eduardo Infante
Tema: Redes sociais para livrarias – como
utilizar de maneira eficiente e lucrativa
Com o crescimento das redes sociais em
todo o Brasil, saber comunicar bem e utilizar as ferramentas certas nesse novo
universo passou a ser vital para as livrarias. Descubra como multiplicar os contatos, promover eventos, publicações e
fidelizar seus clientes. Conheça exemplos
de sucesso no mundo do livro e fora
dele. Veja o que é feito de certo e de errado pelo mercado. Quais as vantagens
comparativas entre as redes sociais mais
utilizadas. Dirigido aos gestores e responsáveis por marketing e e-commerce de
livrarias de todos os portes. Duração de
4 horas.
Dia: 15 de maio (terça-feira)
Palestrante: Cyrille Schneider
Tema: Contratação, reciclagem e aprimoramento do quadro de funcionários
Se o bom atendimento é a chave para
o sucesso de uma livraria, é de bons
funcionários que a empresa precisa.
Conheça o perfil ideal para a contratação, saiba quando demitir, incentivar
e promover seus funcionários. Veja
como dar o melhor treinamento, manter o entusiasmo e a produtividade de
seus colaboradores. A motivação é
sempre a melhor solução. Descubra
como a correta administração do
pessoal pode trazer um aumento
significativo nos resultados da sua livraria. Curso voltado para gestores,
gerentes e responsáveis pelo RH de
livrarias de todos os portes. Duração
de 4 horas.
Dia: 22 de maio (terça-feira)
Palestrante: Marilu Garcia do Amaral
Tema: Comunicação Empresarial –
Como lidar e se comunicar com os diversos públicos de sua Livraria
O principal objetivo deste curso é levar aos
participantes alguns dos principais conceitos/princípios básicos e éticos no relacionamento entre a livraria e seus públicos:
funcionários, fornecedores, editoras, leitores, comunidade local e imprensa. Aprenda
a utilizar ferramentas como sites, blogs, encontros, treinamentos, palestras motivacionais (no caso dos funcionários) e releases
informativos para a imprensa. O que de
fato poderá se transformar em notícia de
interesse geral, como tornar-se referência
de informação e como fazer chegar esta informação a quem interessa. Saiba como
preparar-se para as entrevistas, entre outras
técnicas básicas. Aprenda a identificar, dentro de seu meio de atuação, seu público,
como atraí-lo e fidelizá-lo. No caso da imprensa: como preparar o material informativo, como se comportar na hora da
entrevista, avaliar uma assessoria de imprensa para possível contratação. Cases de
sucesso. Curso voltado aos gestores e responsáveis pelo marketing de livrarias de
todos os portes. Duração de 4 horas.
JUNHO DE 2012
Dia: 5 de junho (terça-feira)
Palestrante: Augusto Kater
Tema: Liderança para o varejo de livrarias
De nada adianta contar com uma boa estrutura física, acervo, divulgação e preços,
se as equipes responsáveis pelo sucesso ou
Revista ANL 47_Layout 1 5/22/12 3:12 PM Page 27
fracasso não são bem direcionadas. Criar e
manter uma boa equipe, motivada e capaz
das realizações desejadas, é tarefa dos líderes, que precisam ter consciência de sua importância e de seu papel na empresa.
Aprenda neste curso a lidar com funcionários “difíceis”, a motivar equipes, fazer com
que todos “remem na mesma direção” e,
principalmente, aprenda a ser visto como
um líder, uma pessoa que seja o alicerce das
conquistas de todos. Descubra a importância dos bons líderes nos resultados das livrarias. Dirigido aos gestores e funcionários em
cargos de liderança de livrarias de todos os
portes. Duração de 4 horas.
Dia: 19 de junho (terça-feira)
Palestrante: Vitor Tavares
Tema: Compras: como definir e comprar
o melhor acervo
Um dos mais importantes “segredos” do
mercado livreiro é saber comprar bem. Só
vende bem que trabalha bem suas compras
e, por este motivo, este curso visa auxiliar
aos responsáveis pelas compras a escolher,
criteriosamente, o acervo a ser adquirido.
Saiba como negociar com os fornecedores,
quando comprar e quando consignar e,
neste caso, como administrar as consignações de maneira eficiente. Voltado aos profissionais de compras e gestores de livrarias
de todos os portes. Duração de 4 horas.
SETEMBRO DE 2012
Dia: 12 de setembro (terça-feira)
Palestrante: Juliana Frasson
Tema: As vitrines nas livrarias – vitrinismo prático
Como em qualquer tipo de comércio, as
vitrines das livrarias são um fator importante que contribuem diretamente para
o aumento de vendas, tanto por incrementar a venda dos produtos expostos,
quanto por atrair um número maior de
potenciais clientes para o interior da loja.
Veja neste curso, de maneira prática,
como montar e praticar a criatividade
nas vitrines. Descubra como preparar vitrines para datas especiais, para o dia a
dia e conheça também as tendências nas
livrarias do Brasil e de outros países.
Curso voltado aos profissionais responsáveis pelas vitrines. Duração de 4 horas.
Dia: 25 de setembro (terça-feira)
Palestrante: Ednei Procópio
Tema: Como trabalhar com o livro digital
O livro digital já é uma realidade em
todo o mundo e será cada vez mais presente na vida dos brasileiros nos próximos anos. Esta realidade trará, sem
dúvida, novos desafios gerenciais para as
livrarias, que deverão encontrar formas
viáveis de trabalhar dentro do novo cenário do mercado livreiro. Conheça as
diferentes formas de trabalhar de maneira lucrativa com o livro digital, integrando esse novo produto ao mix
tradicional das livrarias. Curso voltado
aos gestores de livrarias de todos os portes. Duração de 4 horas.
OUTUBRO DE 2012
Dia: 9 de outubro (terça-feira)
Palestrante: Eduardo Infante
Tema: Marketing para pequenas e médias livrarias – como divulgar, reforçar a
marca e conquistar mercado
Com um mercado cada vez mais competitivo e dominado por grandes redes, os
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CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
pequenos e médios livreiros também precisam saber como criar uma marca forte,
que passe aos seus clientes e mesmo aos
consumidores que tenham apenas ouvido
falar da livraria, uma percepção de valor
diferenciada, algo que a torne “especial”.
A criação e a manutenção de marcas é um
dos mais importantes fatores de sucesso
para qualquer tipo de empresa, inclusive
livrarias. Veja neste curso como definir diferenciais, escolher as melhores formas de
divulgação, reforçar a marca e fidelizar
seus clientes. Dirigido aos gestores e responsáveis pelo marketing de pequenas e
médias livrarias. Duração de 4 horas.
Dia: 23 de outubro (terça-feira)
Palestrante: Marcelo Conti
Tema: Lei Rouanet – Lei Federal de Incentivo à Cultura – como editoras e livrarias podem se beneficiar
Este curso visa proporcionar ao participante entendimento sobre a Lei Federal
de Incentivo à Cultura, capacidade para
formatar o Projeto Cultural e posteriormente prestar contas de seu resultado. O
conteúdo deste curso aborda a legislação
em vigor; mercado e benefícios para os
patrocinadores; as ferramentas básicas
para a elaboração de um projeto; o cadastramento do proponente; os aspectos
legais de um Projeto Cultural; adminis-
tração do Projeto Cultural; o preenchimento dos formulários; documentação
necessária; prestação de contas. Aborda
o tema de forma teórica e prática, com o
preenchimento dos formulários. Dirigido aos gestores de livrarias e editoras
de todos os portes. Duração de 8 horas.
NOVEMBRO DE 2012
Dia: 6 de novembro (terça-feira)
Palestrante: Eduardo Infante
Tema: Técnicas de atendimento ao
cliente em livrarias
O bom atendimento ao cliente é um dos
fatores críticos para o sucesso de qualquer
livraria. A experiência de compra deve ser
agradável e, para que este objetivo seja
atingido, uma série de fatores devem ser
observados, criteriosamente. Aprenda a
surpreender seus clientes de maneira positiva e descubra quais os efeitos que, a
curto e longo prazo, podem ser atingidos
em conversão de vendas e fidelização. Dirigido aos responsáveis pelo atendimento
e marketing de livrarias de todos os portes. Duração de 4 horas.
Dia: 13 de novembro (terça-feira)
Palestrante: Marcelo Conti
Tema: ProAc – Lei Estadual de Incentivo
à Cultura – como editoras e livrarias
podem se beneficiar
Os benefícios que as Leis de Incentivo à
Cultura proporcionam para patrocinadores e patrocinados são imensos. Conheça a Lei Estadual de Incentivo à
Cultura do Estado de São Paulo e saiba
como se beneficiar. Aprenda a formatar
um Projeto Cultural e, posteriormente,
prestar contas de seu resultado. Este
curso aborda o conceito da legislação em
vigor, as ferramentas básicas para a elaboração de um projeto, o preenchimento
dos formulários, noções da utilização
dos incentivos para o ProAc e a prestação de contas. Dirigido aos gestores de
livrarias e editoras de todos os portes.
Duração de 8 horas.
Onde: Sede da Associação Nacional de
Livrarias (ANL)
Rua Marquês de Itu, 408 - 7º andar –
cjs. 72 e 73, Vila Buarque, São Paulo/SP
Obs.: A ANL também levará seus cursos
para várias localidades brasileiras, em
parcerias com Entidades Locais, Feiras
e Bienais do Livro. Para verificar e/ou solicitar apresentações em sua região e
desenvolver este Projeto em parceria
com a ANL, entrar em contato.
Informações: (11) 3337-5419 ou por
e-mail: [email protected]
PROGRAMAÇÃO
Dia: 30/04 (segunda-feira)
Abertura Oficial
Horário: 9h30
Apresentação do Projeto: Ednilson Xavier –
Presidente da Associação Nacional de
Livrarias (ANL)
Horário: 10 horas
Tema 1: E-commerce - como implantar e
aumentar as vendas na Internet
O objetivo deste curso é orientar, de maneira prática, os gestores de livrarias a implantar essa ferramenta de venda tão
importante nos dias de hoje. Para as empresas que já estão atuando nesse mercado, o
28 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 47
curso oferece informações valiosas, visando
otimizar todo o processo de e-commerce,
além das ferramentas de marketing voltadas para a publicidade. Veja como integrar
todos os sistemas já existentes ao sistema
de e-commerce. Dirigido aos gestores e responsáveis pelo e-commerce de livrarias de
todos os portes.
Palestrante: Eduardo Infante
Horário: 14h30
Tema 2: As vitrines nas livrarias – vitrinismo prático
Como em qualquer tipo de comércio, as
vitrines das livrarias são um fator importante que contribuem diretamente para o
Foto: Divulgação
1º ENCONTRO DE LIVRARIAS DO SUL DE MINAS
30 DE ABRIL E 1º DE MAIO DE 2012
aumento de vendas, tanto por incrementar a venda dos produtos expostos, quanto
por atrair um número maior de potenciais
clientes para o interior da loja. Veja neste
cursocomo montar e praticar a criatividade nas vitrines. Descubra como prepa-
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rar vitrines para datas especiais, para o dia
a dia e conheça, também as tendências nas
livrarias do Brasil e de outros países.
Curso voltado aos profissionais responsáveis pelas vitrines.
Palestrante: Juliana Frasson
Dia: 1°/05 (terça-feira)
Horário: 9h00
Tema 1: Liderança para o varejo de livrarias
De nada adianta contar com uma boa estrutura física, acervo, divulgação e preços, se as
equipes responsáveis pelo sucesso ou fracasso
não são bem direcionadas. Criar e manter
uma boa equipe, motivada e capaz das realizações desejadas é tarefa dos líderes, que precisam ter consciência de sua importância e de
seu papel na empresa. Aprenda a lidar com
funcionários “difíceis”, a motivar equipes, fazer
com que todos “remem na mesma direção” e,
principalmente, aprenda a ser visto como um
líder, uma pessoa que seja o alicerce das conquistas de todos. Descubra a importância dos
bons líderes nos resultados das livrarias. Diri-
gido aos gestores e funcionários em cargos de
liderança de livrarias de todos os portes.
Palestrante: Augusto Kater
Horário: 13h30
Tema 2: Compras: como definir e comprar o melhor acervo
Um dos mais importantes “segredos” do
mercado livreiro é saber comprar bem. Só
vende bem que trabalha bem suas compras e, por este motivo, este curso visa auxiliar aos responsáveis pelas compras a
escolher, criteriosamente, o acervo a ser
adquirido. Saiba como negociar com os
fornecedores, quando comprar e quando
consignar e, neste caso, como administrar
as consignações de maneira eficiente. Voltado aos profissionais de compras e gestores de livrarias de todos os portes.
Palestrante: Vitor Tavares
Horário: 16h00
Tema 3: Como buscar patrocínios para
projetos culturais das livrarias e edição
de livros
Este curso pretende mostrar para editores
e livreiros como é possível obter benefícios
das leis de incentivo à cultura. Veja como
apresentar os projetos de incentivo e captar recursos no mercado. Conheça a Lei
Rouanet e outros programas oficiais que
se adequam ao mercado editorial e livreiro. Além do incentivo a produção editorial, descubra como captar recursos para
a realização de eventos culturais na sua livraria. Dirigido aos gestores de livrarias e
editoras de todos os portes.
Palestrante: Marcelo Conti
Quando: 30 de abril e 1º de maio
de 2012
Onde: 7ª Feira do Livro de Poços de Caldas – Espaço Hora da Prosa
Espaço Cultural da Urca – Praça Getúlio Vargas, s/n - Centro – Poços de Caldas (MG)
Inscrições: fone – (35) 3697-1551
e-mail – [email protected]
http://www.feiradolivropocosdecaldas.com.br/site/ ■
Revista ANL 47_Layout 1 5/22/12 3:12 PM Page 30
FEIRAS
9ª Feira do Livro de Joinville
A Feira, que acontece de 12 a 22 de
abril, no Expocentro Edmundo Doubrawa, em Joinville/SC, tem o livro como
protagonista e envolve uma rica diversidade de manifestações culturais em torno
da literatura, como o objetivo promover a
circulação do livro, do conhecimento da
leitura entre a população de Joinville em
geral, criando um espaço para aproximação de autores e leitores, além de estimular
a produção literária, intelectual e editorial
de Joinville e região.
A Feira será realizada no Expocentro
Edmundo Doubrawa, Espaço Alfredo Salfer e Teatro Juarez Machado, onde na sua
8ª edição, em 2011, contou com a circulação de mais de 45 mil visitantes ao longo
dos 10 dias de feira, tendo como destaque
seminários sobre políticas de incentivo à
leitura, além das palestras e debates com
nomes de peso da literatura como Leonardo Boff, André Trigueiro e Jairo Bower.
Para esta nova edição, Martinho da
Vila, Ana Maria Machado, Eliane Giardini e Sérgio Rodrigues são alguns dos
nomes já confirmados na programação
da Feira. O público-alvo são educadores,
alunos de todas as idades, universitários,
jornalistas culturais, escritores, agentes
culturais, expositores, famílias, empresários, turistas, comunidade em geral e
principalmente os ainda não leitores. As
atividades da feira serão gratuitas e abertas a toda a comunidade.
Flipoços 2012 e a 7ª Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas
Acontece em Poços de Caldas, sul de
Minas Gerais, de 28 de abril a 6 de maio,
a Flipoços 2012, uma extensa, eclética
programação literária que será destinada
a todas as faixas etárias. Em torno de 80
30 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 47
convidados já confirmados farão parte
desta festa literária. A organizadora do
evento procurou diversificar a programação para que um maior número de
pessoas possa participar das atividades,
buscando uma acessibilidade máxima das
pessoas nesta oportunidade de contato direto com os autores e os livros.
As atividades acontecerão em todo
Complexo da Urca, como nas edições anteriores. Entretanto, o público terá um novo
espaço criado somente para os pequenos,
intitulado “Flipocinhos”, na Praça do
Museu. Paralelamente, ocorre a 7ª edição
da Feira do Livro, que vai contar com mais
de 90 expositores e com entrada franca.
A ANL, uma das entidades apoiadoras do evento, realiza nos dias 30 de abril
e 1º de maio, o 1º ENCONTRO DE LIVRARIAS DO SUL DE MINAS. Mais
informações sobre as inscrições na seção
Capacitação Profissional desta edição da
Revista ANL ou pelo site www.anl.org.br
1ª Bienal Brasil do Livro e da
Leitura
Com uma iniciativa
do Poder Público em
parceria com a sociedade,
acontece entre os dias 14
e 23 de abril de 2012, na
Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a 1ª
Bienal Brasil do Livro e
da Leitura. Segundo Luis Fernando Emediato, integrante do conselho consultivo e
coordenador literário do evento, a Bienal
quer ser um espaço para o comércio de livros, mas também para o debate.
A Bienal irá promover lançamento
de livros, seminários internacionais, debates, palestras, encontros, oficinas, exibição de filmes que fazem o cruzamento
entre cinema e literatura, exposições, homenagens, grandes shows, apresentações
teatrais e realização de programas como o
Incentivo ao Professor, dentre outras iniciativas que visam despertar o gosto pela
leitura em crianças, jovens e adultos.
Durante todo o período da Bienal,
no Café Literário, serão exibidos, em três
horários diferentes, vídeos com autores
brasileiros entrevistados pelo programa
Impressões do Brasil, série de 30 capítulos produzida em Brasília, sobre ideias,
livros e autores. Passarão pela telinha os
escritores Lêdo Ivo, Thiago de Mello,
Carlos Heitor Cony, João Gilberto Noll,
Fernando Morais, Ferreira Gullar, Ruy
Castro, Lourenço Mutarelli, Lourenço
Cazarré, Reynaldo Jardim, Lygia Bojunga, Milton Hatoum, Ignácio de Loyola
Brandão, Luiz Ruffato, Martha Medeiros,
Affonso Romano de Sant’Anna, Luís Fernando Veríssimo, Alice Ruiz, Marçal
Aquino, Lya Luft, Cristóvam Buarque,
Letícia Wierzchowski, Márcio Souza,
Cristóvão Tezza, Nelida Piñon, João
Ubaldo Ribeiro, Lira Neto, Lygia Fagundes Telles, Zuenir Ventura e Ziraldo.
1ª Bienal do Livro do Amazonas
A 1ª Bienal do Livro do Amazonas
acontecerá entre os dias 27 de abril e 7 de
maio, no Centro de Convenções Estúdio 5,
em Manaus. O evento reunirá autores nacionais e internacionais em um pavilhão de
6 mil m². Para os organizadores, que têm o
apoio da Secretaria Estadual de Cultura para
a realização do evento, é muito importante
expandir o projeto da Bienal do Livro do Rio
de Janeiro pelo Brasil, como já acontece em
Minas Gerais, para incentivar cada vez mais
a leitura e o amor pelo mundo dos livros.
Esta 1ª Bienal do Livro Amazonas irá distribuir R$ 1.000.000 em vale-livro para estudantes da rede pública.
Sucesso de público e crítica no Rio e em
Minas, uma das principais atrações da
Bienal chega ao Amazonas de nome novo:
Tacacá Literário, que buscará aproximar
Manaus de grandes autores, jornalistas e
personalidades em bate-papos informais,
em que a pauta são temas como bibliografia,
literatura brasileira, poesia e muito mais. E
mais outros eventos: a Floresta dos Livros;
o Livro Encenado; e o Território Livre.
* Esta seção é realizada com o apoio
das organizadoras e assessorias de imprensa dos eventos.
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FEIRAS
1° Salão do Livro de Suzano
Acontece o 1° Salão Internacional do
Livro de Suzano, de 13 a 22 de abril de
2012, no Parque Municipal Max Feffer, Suzano (SP), em uma área de 10 mil metros
quadrados. O local contará com 61 estandes e a participação de cerca de 400 editoras. O evento conta com o apoio da
Associação Nacional de Livrarias (ANL),
promoção e realização da cidade de Suzano
e organização da Spoladore Eventos.
Pela primeira vez em sua história,
Suzano sediará um grande evento literário.
Iniciativa da Secretaria de Educação, o
Salão do Livro está integrado ao programa
Semeando Livros, Colhendo Histórias. A
proposta incluiu a distribuição de 53 mil
livros para os alunos da rede, realização de
oficinas de contação de histórias a fim de
estimular a leitura, a imaginação e a produção literária infantil e a ampliação dos
títulos disponíveis para consulta dos professores na biblioteca do Complexo Educacional Mirambava.
O Salão do Livro tem com patrono
Paulo Freire e homenageada a escritora
negra Carolina Maria de Jesus. Seu objetivo também é contribuir para a execução
de políticas públicas de incentivo à leitura,
formação de novos leitores e democratização do acesso às publicações.
A expectativa é que mais de 200 mil
pessoas visitem o Salão, que pretende incorporar-se ao Circuito Nacional de Feira
de Livros e tornar-se referência no País. O
Salão será realizado de segunda a sextafeira, das 9h às 22h e nos finais de semana,
das 10h às 22h. A entrada é gratuita.
32 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 47
Circuito de Feiras*
Agenda Nacional
Agenda Internacional
9ª Feira de Livros de Joinville/SC
De 12 a 22 de abril de 2012.
Nos expocentros: Edmundo Dobrawa / Alfredo
Salfer e Teatro Juarez Machado
Telefone: (47) 3422-1133
E-mail: [email protected]
Site: www.institutofeiradolivro.com.br
25ª Feira do Livro de Bogotá - Colômbia
De 18 de abril a 1º de maio de 2012.
Informações: (11) 3069-1300 ou
por e-mail: [email protected] ou
[email protected]
1ª Bienal Brasil do Livro e Leitura
De 14 a 23 de abril de 2012.
Esplanada dos Ministérios – Brasília /DF
Informações: (11) 3333-7878 ou (61) 3321-9922
1ª Bienal do Livro do Amazonas
De 27 de abril a 7 de maio de 2012.
Centro de Convenções Estúdio 5 – Manaus.
Site: www.fagga.com.br
Telefone: (11) 3044-441
7ª Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas Flipoços
De 28 de abril a 6 de maio de 2012.
Telefone: (35) 3697-1551
Site: www.feiradolivropocosdecaldas.com.br
3º Congresso Internacional CBL do Livro Digital
10 e 11 de maio de 2012
Telefone: (11) 3069-1300
Site: www.cbl.org.br
E-mail: [email protected]
3ª Edição da Bienal de Minas – Café Literário
De 18 a 27 de maio de 2012
Local: Expominas Belo Horizonte/MG
Telefone: (31) 3223-4500
E-mail: [email protected]
Site: www.bienaldolivrodeminas.com.br
22ª Bienal Internacional do Livro de São
Paulo
De 9 a 19 de agosto de 2012 – Anhembi
Informações: (11) 3060-4888
E-mail: [email protected]
Site: www.bienaldolivrosp.com.br
Salão do Livro de Paris – França
De 16 a 19 de março de 2012.
Site: www.salondulivreparis.com
38ª Feira do Livro de Buenos Aires –
Argentina
De 19 de abril a 7 de maio de 2012. La Rural – Predio Ferial de Buenos Aires
Site: www.el-libro.org.br
Feira do Livro de Londres – Earls Counts
De 16 a 18 de abril de 2012.
Site: www.londonbookfair.co.uk
Feira do Livro de Frankfurt – Alemanha
De 10 a 14 de outubro de 2012.
Informações: 49 (0) 69 2102-0
E-mail: [email protected]
Site: http://www.buchmesse.de/en/fbf/
Feira Internacional do Livro de Guadalajara –
México
De 24 de novembro a 2 de dezembro de 2012.
http://www.fil.com.mx/
* As informações sobre os eventos são de
responsabilidade de seus organizadores
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ENTIDADES DO SETOR
ROTEIRO DAS LIVRARIAS DO CENTRO
HISTÓRICO DO RIO DE JANEIRO
da região. Desde a Nacional e o Real Gabinete Português de Leitura, às bibliotecas da ABI, ABL, Funarte e Maison de France. O
Roteiro das Livrarias comprova que o Centro carioca é a região
de maior bibliodiversidade do Brasil. Dezenas de livrarias e bibliotecas com diversas segmentações em uma área que pode ser
percorrida a pé. ■
studius.com.br
A Associação Estadual de Livrarias (AEL) lançou, em fevereiro de 2012, no Espaço Elizeu Visconti da Biblioteca Nacional,
no Rio de Janeiro/RJ, a 4ª edição do Roteiro das Livrarias do Centro Histórico do Rio de Janeiro.
Para esta nova edição foram impressos 100 mil exemplares,
que serão distribuidos nas livrarias do Centro. O Roteiro mostra
as mudanças no comércio de livros no Rio, num momento em
que o futuro do mercado é questionado diante das tecnologias
como o livro digital e internet.
Mas, comparada à ultima edição, em 2009, ainda não houve
muitas alterações no mercado carioca. O número de livrarias até
aumentou, foi para 53, sete a mais que na edição anterior. Livrarias fecharam, como a Renovar, na área jurídica, ou abriram,
como a pequena Antonio Gramsci, especializada em comunicação e marxismo. A Martins Fontes trocou o Centro pelo Leblon.
Tem a nota trágica da Casa dos Concursos, que desapareceu
em um dos prédios que desabadou no Centro. E a nota triste do
fechamento da Livraria Camões, decretado pelo governo português. Ambas participam da nova edição.
Uma novidade no Roteiro das Livrarias do Centro Histórico
do Rio de Janeiro é a lista com as 25 bibliotecas mais importantes
Sua llivraria não pode
d ficar
fi
sem o best seller de
Pedro Siqueira
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LIVROS QUE FALAM SOBRE LIVROS & AFINS
A ARTE DA FICÇÃO
Em 1884, quando o escritor Henry James (1843-1916), então vivendo em Londres, escreveu o ensaio
A Arte da Ficção, a crítica se dividia em duas correntes. A maior era a dos que acreditavam que a arte
tinha uma finalidade moral, espécie de prestadora de serviços públicos. A outra, na linha romântica, defendia a “arte pela arte”, autossuficiente em relação à realidade. Henry James fundou a terceira via. Para
ele, a arte necessariamente tem implicações morais, mas sua execução é essencialmente livre. Não há tema
que não possa ser abordado, não há abordagem que seja mais ou menos recomendável.
Título: A Arte da Ficção
Autor: Henry James
Tradução: Daniel Piza
Páginas: 132
Preço Sugerido: R$ 29,90
Editora: Novo Século
Essa liberdade que James advogou, como defensor da tradição romanesca do século XIX (a qual reinventou em suas próprias obras, como Retrato de uma Senhora e A Volta do Parafuso), é sua grande herança
crítica. Ele forjou a consciência da prosa de ficção para o século XX. Os ensaios deste livro mostram a
grandeza dessa consciência, também ilustrando-a com ensaios sobre escritores caros ao autor – os franceses Guy de Maupassant e Émile Zola – hoje barateados pela crítica. James é um parafuso que não para
de dar voltas na sensibilidade moderna. (por Daniel Piza).
ESTANTE
Título: Eu Queria um Livro
Organização: Leandro Müller
Páginas: 148
Preço Sugerido: R$28,90
Editora: Agir
Ao receber o convite para escrever o prefácio de Eu queria um livro,
Rubem Fonseca abriu uma exceção à
sua regra de jamais escrever orelhas e
prefácios. Organizado pelo jornalista
Leandro Müller, a obra tornou-se especial para o autor por
ser inteiramente escrita por 17 profissionais que trabalham
como livreiros e decidiram compartilhar suas paixões literárias. Eu queria um livro apresenta textos sobre o dia a
dia em uma livraria e contos baseados em contos de escritores renomados como Edgar Allan Poe, Lygia Bojunga e
Guy de Maupassant.
“Borges disse que para ele a ideia de paraíso era uma biblioteca. A minha ideia de paraíso é uma livraria”, afirma Rubem.
“O motivo é muito simples. Quando era muito jovem, 10, 11
anos, eu já gostava muito de ler e, felizmente, lia com uma
enorme velocidade. Descobri que podia entrar em uma livraria,
pegar o exemplar de algum livro que me interessasse e ficar uma
meia hora segurando-o com muito cuidado enquanto o lia.”
COLABORE COM A REVISTA ANL
Envie sua sugestão, crítica ou elogio para
[email protected]
34 • REVISTA ANL • EDIÇÃO 47
Título: Carta sobre o Comércio do Livro
Autor: Denis Diderot
Tradução: Bruno Feitler
Páginas: 142
Preço Sugerido: R$ 19,00
Editora: Casa da Palavra
Carta sobre o comércio do livro, de
Denis Diderot, é um memorial escrito
em 1763, no qual o pensador iluminista trata de diversos aspectos do mercado editorial. O autor se mostra um precursor ao defender a
liberdade de imprensa e discutir o direito autoral — o que permanece atual hoje em dia, quando estão sendo estudadas novas
formas de garanti-lo. O documento foi encomendado a Diderot
pela Comunidade dos Livreiros Parisienses, que vendiam e
também editavam os livros da época, e que desejavam assegurar
perante o rei a eterna exclusividade de publicação sobre as obras
que adquiriam.
O escritor, embora fosse inimigo das corporações e dos monopólios e já tivesse passado por diversos problemas com seus
editores, aceitou a tarefa por acreditar que apenas defendendo os
interesses dos livreiros poderia melhorar as condições de vida
dos autores. O prefácio é assinado pelo historiador francês Roger
Chartier, diretor de estudos na École de Hautes Études en Sciences Sociales de Paris e um dos maiores especialistas mundiais da
história do livro e da leitura. Ele revela como Diderot usou o objetivo inicial de sua Carta para declarar que é do autor a posse
inicial do livro (o que lhe dava o direito, portanto, de vendê-lo a
quem quisesse) e para condenar a censura prévia então existente
na França. ■
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Business Model Generation Inovação em Modelos de Negócios
Autor: Alexander Osterwalder e Yves Pig
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Administração Moderna
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