Relatório de Projeções 2012 Gestão 2011 0 Equidade para a Infância América Latina / Relatório de gestão / Dezembro 2011 Equidade para a Infância América Latina Apresentação do espaço Equipe Diretor do projeto: Alberto Minujin Coordenação regional: Valeria LLobet Equipe técnica na América Latina: Verónica Bagnoli Fernández María Consuelo Gaitán Clavijo Catarina Vilanova Miranda de Oliveira Apoio em projetos: Camilo Guáqueta Camila Help Cecilia Litichever Aliança estratégica na América Latina: Fundação e Instituto Arcor Brasil Aliança estratégica nos EEUU: Fortham University Equidade para a Infância América Latina é uma iniciativa da New School University e da Fundação e Instituto ARCOR Brasil, que busca gerar espaços para a reflexão, o intercâmbio de experiências, a articulação de atores e a promoção de ações de incidência que ampliem o conhecimento sobre os problemas que afetam a infância na América Latina. Equidade para a Infância considera que a pobreza e a desigualdade são os maiores desafios que enfrenta a região, causando um grande impacto na capacidade de sobrevivência individual e no desenvolvimento social da infância. A falta de garantia dos direitos e as problemáticas que afetam as crianças e adolescentes dos setores vulneráveis revelam a estreita relação entre a desigualdade e a pobreza no que se refere às questões de saúde, má nutrição, fracasso escolar, transtornos de comportamento e violência, deficiências, etc. Não obstante, coincidimos com inúmeros autores que destacam que a pobreza econômica não é suficiente para explicar esses efeitos, e que entre a pobreza econômica e suas conseqüências operam mecanismos intermediários que interagem com e potencializam o impacto das carências materiais. É por isso que Equidade para a Infância América Latina busca abordar esses temas a partir da perspectiva dos direitos, apontando para seu potencial democratizador, levando em consideração as complexas desigualdades sociais e adotando o princípio de justiça como horizonte ético para a redução das situações de vulnerabilidade. Parceiro local na Argentina: Fundação SES Conselho Assessor: Michael Cohen Alberto Croce Santos Lio Vanina Triverio Visão Constituir-se em um foro de debates e intercâmbios de referência para a temática da infância a nível regional, que amplie as possibilidades de ações de advocacy pelos direitos das crianças e adolescentes por parte das organizações e instituições nos diferentes países. Missão Equidade para a Infância América Latina tem como missão unir forças e criar sinergias para garantir os direitos das crianças em um contexto de transformação e de desenvolvimento econômico e social. A pobreza infantil e a desigualdade são os maiores desafios que enfrenta a região, causando um grande impacto na capacidade de sobrevivência individual e no desenvolvimento social. Equidade para a Infância América Latina aborda estes temas a partir da perspectiva dos direitos, buscando contribuir para a redução das situações de vulnerabilidade. A ação conjunta de Equity for Children e Equidade para a Infância América Latina amplia as possibilidades de alcance de nossa missão. 1 Equidade para a Infância América Latina / Relatório de gestão / Dezembro 2011 Enfoque de abordaje Objetivos A idéia dos direitos das crianças e adolescentes tem em si mesma uma potencia democratizadora, na medida em que pode orientar-se ao questionamento e visibilização das relações sociais e das concepções de infância que dificultam a realização de tais direitos. Mas também contém o risco do tecnocratismo, o qual supõe centrar-se somente em verificar se são transformadas ou não certas leis, e se são incluídas ou não fórmulas adequadas no desenho de determinados programas. Deste modo, a história dos 22 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) é a das tentativas, bem sucedidas ou não, de encontrar os modos efetivos de institucionalização de tais direitos, e as formas de transformação cultural dos processos sociais legitimados que dificultam aos sujeitos o exercício de seus direitos. A identificação de crianças e adolescentes como sujeitos de direitos e a extensão dos direitos humanos à infância (como grupo específico que antes era catalogado apenas como titular indireto desses direitos através de seus pais), implicam considerar as dificuldades para a garantia desta ampliação. Do nosso ponto de vista, a maneira de consolidar o potencial político do enfoque de direitos é vinculando-o como as desigualdades sociais. Isto é, partimos da consideração de que os obstáculos para que as crianças e adolescentes latinoamericanos/as gozem plenamente dos seus direitos, têm sua origem na multiplicidade de desigualdades em que se expressa a vida social na região. Neste sentido, queremos avançar em direção a uma idéia de equidade como horizonte ético que considere as distintas dimensões da injustiça: aquelas vinculadas às relações sociais que constroem não apenas diferenças de poder, mas também de acesso ao respeito e à proteção, tais como as desigualdades de gênero, de geração e étnicas; e aquelas econômicas e materiais que se expressam em desigualdades em termos da riqueza, da renda, da integração ou fragmentação territorial nos bairros protegidos e empobrecidos. Além disso, contemplando sua historicidade e dinamismo, visibilize aquelas desigualdades que são transitórias e aquelas que são persistentes e têm a capacidade reproduzirem-se a si mesmas. Desta forma, em vez de definir operativamente o que entendemos como Equidade, esperamos abordar esta perspectiva a partir de sua potencialidade para instalar um horizonte ético em que o princípio de justiça social permita visibilizar aquelas situações nas quais as pessoas não são consideradas igualmente valiosas e suas vozes não têm a mesma possibilidade de serem escutadas. Sinergias Dada a definição de ativismo proposta no âmbito do projeto, o desenvolvimento de atividades se orienta a fortalecer a vinculação interinstitucional com atoreschave na América Latina, com o fim de maximizar as possibilidades de incidência regional. Busca-se gerar ações de retroalimentação e potencialização dos espaços de conhecimento, pesquisa, formação e sensibilização, apostando à revalorização dos contextos de prática profissional e institucional como âmbitos privilegiados para a transformação -intrínseca e social-. • Desenvolver e promover iniciativas que impulsionem a igualdade de oportunidades para crianças e jovens. • Promover o intercâmbio e o fortalecimento de redes entre os distintos atores relevantes nas temáticas relacionadas à infância na região latinoamericana. • Prover ferramentas de conhecimento e aprendizagem a estudantes, graduados, professores e investigadores em temas relacionados à pobreza infantil, aos direitos e às desigualdades sociais no contexto de desenvolvimento da infância na América Latina. Linhas de Ação: Ações de advocacy e incidência Promoção e formação de redes regionais para a análise, divulgação e socialização de conhecimentos e experiências desenvolvidas em torno das problemáticas e a ações pelos direitos da infância e adolescência. Instalação de temáticas e perspectivas de abordagem sobre a infância nos âmbitos acadêmicos, profissionais e governamentais. Difusão: Publicação de conteúdos em espanhol, inglês e português nas páginas: www.equidadparalainfancia.org, www.equityforchildren.org e www.equidadeparaainfancia.org Publicação e análise de estudos, relatórios e experiências nos canais de difusão institucionais e nas redes sociais e acadêmicas. Organização de debates e reflexões sobre temáticas específicas a partir da articulação entre especialistas e instituições de diversos países da região. 2 Equidade para a Infância América Latina / Relatório de gestão / Dezembro 2011 Gestão 2011 Neste momento de fechamento de um novo ano de trabalho, consideramos haver cumprido satisfatoriamente as principais metas propostas ao principio de 2011 em relação à continuidade dos projetos e fortalecimento da proposta institucional. Em matéria de alianças com organizações-chave para o desenvolvimento de projetos conjuntos de incidência, destacam-se os resultados do Colóquio: Políticas de Segurança e Direitos Humanos: Enfocando a primeira infância, infância e adolescência, realizado em São Paulo durante o mês de setembro, a partir do qual surgiu a possibilidade de inclusão de Equidade para a Infância e do Instituto Arcor Brasil como membros da Rede Nacional Primeira Infância (RNPI). Além disso, o desenvolvimento desta atividade fortaleceu as As ações desenvolvidas por Equidade relações com o CIESPI e, a partir da organização conjunta do evento, para a Infância durante 2011 se caracterizaram por uma série de consolidou-se a aliança com a organização AVANTE - Educação e propostas norteadas a partir de três Mobilização Social, instituição que atualmente está a cargo da pilares fundamentas: coordenação da secretaria executiva da RNPI. Conteúdo Análise e posicionamento de temas a partir de uma perspectiva de direitos, que aborda as problemáticas que afetam a infância como conseqüências de múltiples desigualdades. Alianças Consolidação de articulações institucionais mediante acordos específicos com organizações e especialistas na região para o desenvolvimento de projetos conjuntos, intercâmbio de informações e potencialização de resultados que enriqueçam as práticas e ações dos diversos setores comprometidos com a garantia dos direitos da infância. Incidência Fortalecimento de uma proposta de caráter regional, com o fim de criar espaços de diálogo, debate e reflexão, para atender o que identificamos como uma necessidade de conhecimento pertinente para atender às problemáticas que afetam as crianças e adolescentes latino-americanos/as. Outra das metas alcançadas foi a de dar continuidade ao Projeto de Conectividade de Pós-graduações, Redes e Especialistas em Direitos e Políticas Públicas para a Infância, com o objetivo de impulsionar esta proposta como um espaço de intercâmbio acadêmico e analisar o conteúdo curricular dos cursos de pós-graduação em infância, direitos e políticas públicas na região. Nesse contexto, deu-se início à proposta de um grupo de trabalho em infância, pobreza e desigualdades que está conformado por especialistas de instituições civis e acadêmicas em quatro países da região: a iniciativa do Cone Sul para a Promoção da Saúde e dos Direitos da Criança (FLACSO-Argentina); o Observatório sobre Infância (Universidade Nacional da Colômbia); a Universidade Católica do Chile; e o Centro Interdisciplinar de Infância e Pobreza (Universidade da República do Uruguai). Em meados de 2011, este GT iniciou um processo de articulação com o propósito de realizar uma análise crítica das desigualdades que afetam a infância e a adolescência na América Latina, a partir de pesquisas que ofereçam elementos de reflexão e linhas de ação conjuntas para fortalecer as políticas dirigidas à infância e à adolescência. Finalmente, podemos ressaltar o fortalecimento do impacto da plataforma web no que se refere à quantidade e qualidade de usuários e assinantes que recebem e utilizam o conteúdo publicado em www.equidadparalainfancia.org e www.equidadeparaainfancia.org. Neste sentido, uma média de nove mil leitores acessou mensalmente os boletins e demais publicações produzidas pela equipe de Equidade para a Infância América Latina. Entre eles, Universidades e agências multilaterais utilizaram o material disponibilizado como insumo de programas de formação e difundiram os boletins e documentos em suas páginas web institucionais. Além disso, diversas ONGs, pesquisadores/as e profissionais incluíram nossas páginas web como portais de referência para a pesquisa sobre temáticas relacionadas aos direitos da infância, e, de igual modo, difundiram conteúdos específicos como informações e entrevistas com especialistas. 3 Equidade para a Infância América Latina / Relatório de gestão / Dezembro 2011 Produção e divulgação de conteúdo A plataforma online de Equidade para a Infância propõe ser um canal de informação e intercâmbio para aqueles que estudam e trabalham em âmbitos relacionados à infância, com o fim de articular a pesquisa, a política e a prática em função das diferentes temáticas, países e tipos de instituições que produzem conhecimento técnico e acadêmico na região. Seu objetivo principal é oferecer uma base de publicações atualizadas e úteis para a análise, pesquisa e ação, a partir de uma seleção de materiais conformada por artigos acadêmicos, produções de organizações da sociedade civil, relatórios oficiais, análises de políticas e legislações nacionais e internacionais. Classificação do conteúdo publicado Temáticas / Tipo de conteúdo Novos materiais publicados Total de publicações Direito à educação 14 31 Direito à saúde 20 34 Macroeconomia e tendências globais 6 19 Monitoramento 25 44 Pobreza infantil e iniqüidade 21 42 Políticas sociais e Orçamento público 23 44 Proteção especial 42 62 Entrevistas 17 24 Durante 2011, intensificou-se a dinâmica de busca, seleção e produção de conteúdos online, o que permitiu a atualização permanente da base de informação. Neste sentido, houve um notável aumento na quantidade de conteúdos em todas as categorias temáticas que disponibiliza a base de publicações de Equidade para a Infância. Dentre o material publicado a partir de diversos tipos de documentos, abordaram-se temáticas como: a infância em situação de rua, a formação universitária em matéria de direitos e políticas para a infância, a desigualdade e a pobreza infantil, a primeira infância, os desafios das políticas sociais dirigidas a crianças e adolescentes, a relação entre o meio ambiente e a infância, os desafios das políticas de segurança pública em sua relação com a infância e as múltiplas formas de violência contra crianças, adolescentes e jovens, e, finalmente, algumas experiências de políticas educativas. Continuou-se desenvolvendo os documentos one pager, a sistematização de boas práticas e a realização de entrevistas com especialistas de diversos países da região; incorporando conteúdos e experiências de países como Peru, Bolívia e Uruguai (que tinham um pequeno número de publicações relevadas), Brasil (em relação ao qual se propõe uma estratégia de maior fortalecimento quanto à seleção dos conteúdos), Colômbia, México e Argentina (como países de referência na produção de publicações e pesquisas sobre temáticas de infância), bem como experiências regionais que envolvem a análise comparada das realidades dos diversos países. A realização de entrevistas com especialistas vem tendo um papel protagônico, já que abre novas possibilidades de diálogo e permite visibilizar perspectivas próprias sobre problemáticas e modos de abordagem nos diferentes países. Em relação à cobertura temática regional, um objetivo para este ano era alcançar posicionamento na zona andina, avançando satisfatoriamente no Peru e na Colômbia (duplicação de conteúdos) e estabelecendo redes e relações com atores-chave na Bolívia. Faz-se necessário avançar na publicação de conteúdos da Venezuela e Equador. 4 Equidade para a Infância América Latina / Relatório de gestão / Dezembro 2011 Conteúdo por país País ou região País ou região Argentina 18 76 Bolívia 3 3 Brasil 30 48 Canadá 1 1 Chile 2 10 Colômbia 7 15 Equador 2 5 Espanha 3 5 Estados Unidos 1 6 Genebra 0 1 Haiti 1 2 Inglaterra 0 1 México 7 13 Panamá 1 1 Paraguai 2 2 Peru 2 4 Costa Rica 3 6 Uruguai 1 7 Venezuela 1 2 Vários países de América Latina e do Caribe 5 81 90 289 País ou região Totais O Caribe e a América Central continuam sendo regiões em que é preciso intensificar a busca e o posicionamento temático. Além disso, faz-se necessário conseguir integrar o Paraguai à base de publicações do Cone Sul. Paralelamente à dinâmica de publicação de informações, manteve-se a freqüência de difusão e envio de boletins temáticos à base de assinantes, os quais manifestaram seu interesse de receber atualizações das informações disponibilizadas na plataforma web de Equidade para a Infância. Durante o ano, realizou-se uma sistemática atualização das bases de assinantes, motorizando novos convites para conhecer e fazer parte da plataforma virtual de Equidade para a Infância, tanto entre pessoas de língua espanhola, como entre o público brasileiro, a partir das versões em espanhol e português da base de publicações. De igual modo, sistematizou-se a publicação de conteúdos nos perfis de Equidade para a Infância nas redes sociais, ampliando as possibilidades através das quais os usuários do conteúdo podem acessar as informações. Isso foi concretizado a partir de ferramentas de comunicação que permitem a referência imediata dos materiais publicados nas páginas web de Equidade para a Infância (www.equidadparalainfancia.org, www.equidadeparaainfancia.org e www.equityforchildren.org), nos perfis e nas páginas do Facebook, Linkedin e Twitter. Impacto do conteúdo publicado em relação aos usuários. Tipo de usuários Pessoas de referência nas universidades e pesquisadores/a s Membros de ONGs Tipo de usuários Tipo de usuários - Difusão dos documentos produzidos por Equidade - Uso de material em programas virtuais de formação - Referência à página web como fonte de pesquisa 52% - Uso da página web como espaço de referência - Difusão de informações e entrevistas 29% Profissionais e técnicos - Difusão dos documentos produzidos por Equidade - Difusão de informações e entrevistas 13% Representantes de governo e agências multilaterais - Difusão dos documentos produzidos por Equidade - Uso de materiais para a formação em espaços virtuais 6% 9545 pessoas recebem mensalmente o conteúdo de Equidad/Equidade através dos distintos canais da plataforma online 5 Equidade para a Infância América Latina / Relatório de gestão / Dezembro 2011 A organização do Colóquio: Políticas de Segurança e Direitos Humanos: Enfocando a primeira infância, infância e adolescência teve como objetivo promover um espaço de debate e reflexão, a partir da identificação de um tema de relevância na região, a violência -em suas diversas manifestações-: criminalidade, violência institucional e de gênero, maus-tratos, conflito armado-, abordada a partir das políticas de segurança pública e atendendo à necessidade de promoção e proteção dos direitos das crianças e adolescentes, sejam elas vítimas ou agentes da violência. A presença de especialistas na temática pertencentes a distintas áreas de atuação profissional (academia, setor público e organizações da sociedade civil) somada à participação de um público assistente altamente comprometido com a questão em debate nos seus diferentes espaços de trabalho, garantiu o sucesso da proposta. Deste modo, o desenvolvimento do encontro propiciou um rico intercâmbio de experiências sobre situações, problemáticas e intervenções oriundas de diversos âmbitos e realizadas por diferentes atores. As exposições evidenciaram o conjunto de violências que continuam sendo cometidas contra crianças e adolescentes na América Latina, apesar dos avanços institucionais, dos programas de proteção dos governos e das articulações da sociedade civil. Por outro lado, remarcaram a necessidade de um maior intercâmbio de conhecimentos entre os países da América Latina para a produção conjunta de conhecimentos e a troca de experiências bem sucedidas que possam contribuir para a expansão e melhoria das iniciativas locais. A comprometida participação da Fundação Arcor e do Instituto Arcor Brasil, da Rede Nacional Primeira Infância (RNPI-Brasil), do Instituto C&A, do Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância - CIESPI e da Rede Andi, demonstraram o nível de interesse obtido pela proposta. Além disso, as contribuições dos representantes governamentais, acadêmicos e das organizações da sociedade civil, a presença de profissionais e técnicos da área da infância e adolescência provenientes de diversos estados brasileiros, e a difusão de informações sobre a atividade, anunciam um caminho fértil para continuar desenvolvendo ações de incidência em torno destas temáticas. 6 Equidade para a Infância América Latina / Relatório de gestão / Dezembro 2011 Alianças De maneira coerente com a missão de gerar sinergias que contribuam para o conhecimento e a ação de fortalecer o compromisso e tornar possível a garantia os direitos da infância na região, um dos principais focos da dinâmica de trabalho de Equidade para a Infância América Latina consiste em consolidar alianças com organizações e atores de referência a nível regional com vistas a desenvolver projetos conjuntos, servir de plataforma para a difusão e intercâmbio de informações e gerar espaços de construção de conhecimento coletivo. Neste contexto, o plano de trabalho de 2011 esteve centrado em motorizar o trabalho conjunto nas seguintes linhas: i) ações para o posicionamento institucional e temático; ii) intercambio de publicações de interesse; iii) projetos em consórcio, buscando o desenvolvimento conjunto de recursos. Cada um desses eixos de ação esteve dirigido ao fortalecimento de relações com instituições e pessoas que desde o princípio acompanharam nosso trabalho e perspectiva, bem como ao desenvolvimento de novas alianças com atores que compartilham nossos objetivos e que têm uma importante trajetória de trabalho em seus países e âmbitos de ação. Algumas das organizações com as quais fortalecemos vínculos e avançamos em estabelecer acordos foram: Fundação e Instituto Arcor: Depois de três anos de trabalho em conjunto com a equipe da Fundação Arcor Argentina, durante 2011 esta aliança se consolidou. As publicações de Equidade nas temáticas da primeira infância, pobreza e desigualdade, violência e segurança pública, e educação, foram nutridas pela experiência dos projetos desenvolvidos pela Fundação. Iniciaram-se uma serie de contatos com organizações chilenas, a partir de ações iniciadas pela Fundação neste país; a equipe de Equidade participou de uma jornada sobre educação organizada pela Fundação Arcor, em ações da Revista EnCursiva, e desenvolveu-se de maneira conjunta a primeira atividade pública de Equidade no Brasil, a qual incluiu a participação do Instituto Arcor Brasil. Esta última experiência foi de fundamental importância para fortalecer as relações com a equipe do Instituto Arcor no Brasil, e seus satisfatórios resultados mostram a evolução do compromisso e a confiança depositada em Equidade por ambas as iniciativas do Grupo Arcor.. Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância (CIESPI): o fortalecimento da relação com o CIESPI foi notório durante 2011. Depois de se estabelecer um acordo para o intercâmbio de conteúdos e de visibilidade, avançou-se na concretização de uma aliança institucional que se aprofundou ao ponto de esta instituição tornar-se nossa sócia no Brasil. Seu apoio na divulgação do Colóquio sobre políticas de segurança e direitos da infância, bem como sua participação no debate desenvolvido, confirmam o interesse comum em continuar aprofundando nesta aliança. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD – escritório regional) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF – escritório regional): Ambas as agências das Nações Unidas apoiaram durante dois anos consecutivos o Projeto de Conectividade de Pós-graduações e Especialistas em Direitos e Políticas Públicas para a Infância, cujo objetivo é desenvolver uma análise sobre a formação de especialistas na área, impulsionar uma plataforma para o melhoramento da educação neste nível e fortalecer, no contexto regional, o intercâmbio de conhecimentos e as ações de incidência em favor dos direitos das crianças e adolescentes no âmbito das políticas dirigidas a este grupo social. Rede Nacional Primeira Infância, RNPI (Brasil): A partir da organização do Colóquio: Políticas de Segurança e Direitos Humanos: Enfocando a primeira infância, infância e adolescência, desenvolvido em São Paulo durante o mês de setembro, e do trabalho conjunto com a Avante, sede da secretaria executiva da RNPI, Equidade para a Infância e o Instituto Arcor Brasil ingressam à 7 Equidade para a Infância América Latina / Relatório de gestão / Dezembro 2011 Rede Nacional Primeira Infância. Esta adesão implica a possibilidade de fortalecer as sinergias com outras organizações brasileiras e participar de processos de formulação e ações de incidência a favor dos direitos primeira infância no Brasil. Rede de Mestrados em Direitos da Infância – RMI (Save the Children): Também se mantém uma articulação com esta rede a partir da conformação da rede de pósgraduações e especialistas. Num principio, a partir da Universidade do Externado da Colômbia e posteriormente também com a participação da Universidade Politécnica Salesiana do Equador. A dinâmica de relacionamento inclui entrevistas, intercâmbio de conteúdo e visibilidade institucional. Fundação Centro Internacional de Educação e Desenvolvimento Humano, CINDE (Colômbia): A partir de sua inclusão como centro de referência da rede de pósgraduações e especialistas em infância, iniciou-se com CINDE um intercâmbio de informações e de atividades que se manteve durante este ano. Outras três instituições mexicanas participaram desde o início da rede pós-graduações: FLACSO-México, a partir do Mestrado em Direitos Humanos e Democracia; o Instituto de Pesquisas Jurídicas da UNAM, e o Movimento Interamericano dos Direitos da Criança. Além disso, durante 2011 estas se envolveram com u comitê organizador do V Congresso Mundial sobre Infância San Juan 2012, do qual Equidade para a Infância forma parte. Iniciativa do Cone Sul para a Promoção da Saúde e dos Direitos da Criança. FLACSO- Argentina: O intercâmbio com esta iniciativa foi desenvolvido a partir das coincidências programáticas e de enfoque com a RED Child Rights Education for Professionals (CREDPRO), desenvolvida a partir da Universidade de Virginia, Canadá, e com as aproximações e o componente de gênero e infância do Mestrado em Gênero, Sociedade e Políticas, da FLACSOArgentina. Equidade para a infância foi convidada para participar em reuniões da rede CRED-PRO e atualmente a iniciativa é outra das instancias que conforma o GT em Infância, pobreza e desigualdades. Observatório sobre Infância – Universidade Nacional da Colômbia, OBSI: Iniciado durante este ano, o intercâmbio com o OBSI foi frutífero no que se refere ao intercâmbio de publicações e à visibilidade institucional. O OBSI participou e contribuiu com o Colóquio desenvolvido em São Paulo a partir da sua experiência e perspectiva singular sobre os impactos da violência estrutural na vulneração dos direitos da infância colombiana. Além disso, participam comprometidamente na proposta de conformação de um Grupo de Trabalho sobre infância, pobreza e desigualdades, proposto por Equidade para a Infância a organizações acadêmicas em quatro países da região. Centro Interdisciplinar de Infância e Pobreza (CIIP) da Universidade da República do Uruguai (UDELAR): é outro dos centros convocados para a conformação do GT sobre infância, pobreza e desigualdades, em função de sua perspectiva integral sobre o tema e da proposta acadêmica que a sustenta. Durante 2011, iniciou-se a aproximação com sua equipe de trabalho e concretizou-se o intercâmbio de conteúdos e abordagens teóricas tanto no marco da construção do GT, como para enriquecer a base de publicações das páginas web com entrevistas e documentos acadêmicos. Algumas das organizações brasileiras com as quais se iniciou uma aproximação e que tiveram uma participação importante no colóquio sobre segurança e direitos da infância foram: o Observatório de Favelas, do Rio de Janeiro, Childhood Brasil, Rede Andi e Instituto C&A. Dentre outras organizações da região com as quais se estabeleceram acordos de intercâmbio e de difusão de conteúdo, estão: a iniciativa Investimento na Infância (Peru), o Projeto Niños del Milenio (Peru) e a Rede de Informação sobre os Direitos da Criança – CRIN, Child Rights Information Network. 8 Equidad para la Infancia América Latina / informe de gestión / Diciembre 2011 Projeto de conectividade de pós-graduações em direitos e políticas para a infância - II Etapa: Dinamização da rede de especialistas Em meados de 2010 iniciou-se o Projeto de conectividade de pósgraduações em direitos e políticas públicas para a infância, que contou com o apoio dos escritórios regionais do PNUD e do UNICEF. A proposta teve como objetivo inicial oferecer uma análise sobre o ensino e a produção do conhecimento em matéria de infância e adolescência na região, e articular os processos de formação que se desenvolvem neste campo. A primeira fase do projeto incluiu um relevamento da oferta de formação e capacitação que se estendeu a 20 países latino-americanos, o qual encontrou mais de 50 pós-graduações com seminários, dissertações e teses ou linhas pesquisa a partir das quais se aborda a infância como campo de conhecimento. A aproximação inicial à oferta de formação evidenciou a dispersão de recursos e a débil sistematização da informação, razão pela qual um dos propósitos do projeto foi a criação de uma plataforma online de informação e intercâmbio que reunisse a oferta existente em um mapa dos programas de formação e oferecesse um conjunto de ferramentas para possibilitar o trabalho conjunto e a articulação de pesquisadores/as, estudantes e docentes. Durante 2011, avançou-se no desenvolvimento e promoveu-se o lançamento da plataforma online do projeto, estabelecendo-se três âmbitos de ação caracterizados pelas funcionalidades e dimensões da plataforma: 1. O mapa da oferta de formação: O mapa interativo é um sistema de informação que apresenta a oferta de pós-graduações, redes e grupos que trabalham o tema da infância na América Latina, sobre os quais se apresenta uma informação geral e os contatos correspondentes, facilitando a comunicação direta entre os usuários e os programas. Link: www.posgradosinfancia.org. 2. A comunidade: Como parte dos objetivos do projeto, desenvolve-se um espaço de intercâmbio virtual, que oferece uma série de ferramentas de conectividade desenhadas para impulsionar a conformação de diversos grupos de trabalho e discussão. Este componente facilita o intercâmbio e a análise conjunta de produções acadêmicas e insumos técnicos (trabalhos e avanços de pesquisa, teses, monografias e relatórios), através da publicação de documentos e conteúdos multimídia, e da possibilidade de desenvolver atividades conjuntas como videoconferências e enquetes. Página web: http://comunidad.posgradosinfancia.org 3. A Rede de especialistas em direitos e políticas para a infância: A primeira reunião de especialistas acadêmicos/as e de organizações civis regionais para debater sobre a situação da formação de pós-graduação em direitos e políticas para infância, foi realizada no final de 2010 na Cidade do Panamá. Dentre as inquietações que deram origem à iniciativa da articulação, destacam-se aspectos como: A necessidade de visibilizar as problemáticas da infância na região. A possibilidade de construir uma agenda regional de debate e reflexão sobre temas prioritários mas invisibilizados. A necessidade de incidir no desenvolvimento de políticas públicas que efetivamente melhorem a qualidade de vida de crianças e adolescentes. A partir destas questões iniciais, durante 2011 ressaltou-se a pertinência de impulsionar e consolidar a rede com vistas a dar continuidade às expectativas compartilhadas. Neste sentido, foram desenvolvidas uma série de atividades dirigidas a: -Dinamizar a participação de especialistas e pessoas de referência na plataforma online da rede; -Aprofundar a análise sobre o conteúdo curricular da oferta de formação; - Organizar encontros para o intercâmbio e debate de perspectivas sobre conteúdos necessários nos programas de formação e pesquisa. Neste sentido, realizaram-se contatos e aproximações com os programas relevados, dinâmica esta que teve como resultado a atualização da oferta de formação, o aprofundamento da análise sobre as características do conteúdo curricular dos programas e a motivação dos representantes de mais de 20 propostas formativas que manifestaram interesse em participar ativamente da rede. 9 Equidad para la Infancia América Latina / informe de gestión / Diciembre 2011 Ações de advocacy e criação de espaços de incidência O acesso à informação técnica e acadêmica é imprescindível para enriquecer os processos de desenvolvimento de políticas públicas e para melhorar a formação de quem trabalha com e para crianças e adolescentes. Além disso, levando-se em consideração as tensões que surgem entre uma realidade caracterizada por contextos de profunda desigualdade e o compromisso de garantia dos direitos da infância, a criação de espaços de reflexão surge como um caminho possível para impulsionar ações de incidência política e intervenções dirigidas à melhoria das condições de vida das crianças e adolescentes latino-americanos/as. Neste sentido, a proposta de Equidade para a Infância busca desenvolver articulações entre pessoas e instituições de diferentes âmbitos como fim de posicionar temáticas, discussões e boas práticas a partir do intercâmbio com instituições, especialistas e tomadores de decisão. Durante 2011, continuou-se avançando no projeto de Conectividade de pós-graduações e especialistas em direitos e políticas para a infância. Depois do lançamento da plataforma www.posgradosinfancia.org, iniciaram-se contatos com os representantes dos programas de formação e pesquisa relevados em 2010, com o fim de aprofundar na análise do currículo dos cursos e motorizar a participação da comunidade acadêmica em torno de temas teóricos e conjunturais. Foram contatados mais de 70 espaços acadêmicos e obteve-se o compromisso de participação de especialistas de mais de 20 programas. Outro espaço de reflexão que se começou a conformar no marco da Rede de especialistas foi o grupo de trabalho (GT) sobre Infância, pobreza e desigualdades, no qual participam especialistas de instituições em quatro países da região: Equidade para a Infância; a Iniciativa do Cone Sul para a Promoção da Saúde e dos Direitos da Criança (FLACSO-Argentina); o Observatório sobre Infância (Universidade Nacional da Colômbia); a Universidade Católica do Chile e o Centro Interdisciplinar de Infância e Pobreza (Universidade da República do Uruguai). Em meados de 2011, este GT iniciou um processo de articulação, com o propósito de realizar uma análise crítica sobre as desigualdades que afetam a infância e a adolescência e sobre os modelos de intervenção das políticas públicas, com o fim de contribuir para dar respostas aos desafios sociais latino-americanos e mundiais e para abordar a partir de uma mirada científica o conceito de pobreza infantil, entendido num contexto amplo de exclusão social. No marco de conformação do GT em pobreza e desigualdades, participou-se da reunião regional da Iniciativa do Cone Sul par ao Direito à saúde, realizado na Colômbia. Esta participação permitiu apresentar a iniciativa e a perspectiva de Equidade para a Infância a representantes de ministérios e técnicos, assim como a dirigentes de OSCs de toda a América Latina interessados na promoção da saúde e do desenvolvimento de crianças e adolescentes. Neste marco, iniciaram-se conversações com a Universidade de Victoria -Canadá- e com a Universidade de Miami. Colóquio Políticas de Segurança e Direitos Humanos: Enfocando a primeira infância, infância e adolescência. No Brasil, mais da metade das vítimas da violência sexual pensou na possibilidade de suicídio, de acordo com uma pesquisa do Programa Na Mão Certa. Na Colômbia, o conflito armado afeta de múltiplas formas a vida de crianças e adolescentes. No México, o contexto de militarização e de guerra contra o narcotráfico vulnera a integridade da infância e da juventude. Em toda região, o tema da infância em situação de rua requer dar maior visibilidade às complexas tensões que caracterizam esta problemática e, no âmbito das políticas públicas, ações que superem a internação compulsiva como única estratégia de intervenção. De forma geral, a criminalização da pobreza continua obstaculizando o desenvolvimento de intervenções que combatam as múltiplas formas de violência contra crianças e adolescentes. Estas foram algumas das temáticas discutidas no encontro impulsionado por Equidade para a Infância, organizado em conjunto com a Rede Nacional Primeira Infância, o Instituto e a Fundação Arcor e o Instituto C&A, o qual teve o apoio do CIESPI e da Rede Andi. Este encontro reuniu representantes governamentais, acadêmicos/as e especialistas do setor da responsabilidade social que trabalham com e para a infância. A multiplicidade de atores participantes e seu compromisso demonstraram a necessidade de seguir refletindo e trabalhando na reflexão sobre das situações de violência contra a infância e as políticas públicas em matéria de segurança. Em 2011 consolidou-se a participação de Equidade para a Infância no V Congresso Mundial pelos Direitos da Infância e da Adolescência – San Juan, Argentina 2012, a partir da inserção de Alberto Minujin, Diretor de Equidade para a Infância, como membro de seu comitê acadêmico. No marco das atividades preparatórias do encontro, realizaram-se apresentações em Nova York e no México. A reunião no México contou com a participação de membros da Rede de pós-graduações e especialistas, que propuseram desenvolver novas reuniões prévias ao Congresso, com vistas a contribuir com as temáticas propostas. 10 Equidad para la Infancia América Latina / informe de gestión / Diciembre 2011 Durante 2011 Equity for Children (iniciativa da New School University a partir da qual surge a plataforma latino-americana de Equidade para a Infância) começou a desenvolver uma série de propostas de publicações e eventos dirigidos à análise crítica e à reflexão sobre a medição e os impactos da pobreza na qualidade de vida de crianças e adolescentes em diversos países do mundo. Além disso, avançou-se na construção de alianças que continuarão a ser consolidadas para o desenvolvimento de novos objetivos em 2012. Algumas das experiências desenvolvidas terão continuidade durante o próximo ano. Dentre elas se encontram:: Relatório sobre Pobreza infantil na Ásia oriental e no Pacífico (EAP). No princípio deste ano, Alberto Minujin, Diretor de Equidade para a Infância e Equity for Children, junto com uma equipe de pesquisadores/as começaram a desenvolver uma análise sobre os efeitos da pobreza em crianças no leste da Ásia e no Pacífico (EAP). A análise e as recomendações resultantes desta pesquisa foram publicadas recentemente pelo UNICEF num artigo intitulado: Child Poverty in East Asia and the Pacific: Deprivations and Disparities A Study of Seven Countries. Apesar do crescimento econômico acelerado naquela região, milhões de crianças ainda sofrem graves privações. Neste sentido, o relatório propõe estratégias para aliviar a pobreza a partir de princípios comuns: a redução da pobreza e das desigualdades devem ser prioridades, sendo que as soluções devem começar pelas crianças. As estratégias variam segundo o país e dependem das diferentes situações econômicas, políticas e institucionais. Presentación y Seminario “Young Lives” Equity for Children (The New School), a Equipe Young Lives da Universidade de Oxford, junto com a City University of New York, e a Rutgers University organizam um seminário para apresentar os descobrimentos e dados do Projeto Young Lives sobre pobreza infantil, resultados de uma pesquisa longitudinal cujo desenvolvimento durou mais de 15 anos. Young Lives é um estudo internacional único sobre pobreza infantil, que segue a vida de 12000 crianças em quatro países (Etiópia, Índia -Andhra Pradesh-, Peru e Vietnam) por mais de 15 anos. A razão deste tempo é que o mesmo é o que foi estabelecido pela ONU para medir o progresso em relação ao cumprimento das Metas de Desenvolvimento do Milênio. Young Lives oferece uma rica informação sobre as circunstancias sociais e materiais das crianças através do tempo, que crescem em contextos rurais e urbanos, em áreas de extrema pobreza ou em pobreza moderada, em famílias numerosas ou como migrantes, bem como em uma variedade de circunstancias. Dois grupos de crianças são observados em cada país: 2000 crianças que nasceram entre 2001-02 e 1000 crianças que nasceram entre 1994-95. O estudo abrange 15 anos das vidas destas crianças, percorrendo idades que vão da primeira infância à juventude, examinando como se transformam suas vidas neste período. Deste modo, Young Lives é um estudo internacional único sobre pobreza infantil que acompanha as transformações nas vidas de mais de 12000 crianças. O encontro será realizado nos dias 7 e 8 de fevereiro de 2012. O primeiro dia terá como sede o Graduate Center da City University of New York, onde se apresentarão os resultados do estudo e se conformarão grupos de discussão em torno dos resultados. No segundo dia, o encontro será realizado na New School University, através de um seminário para agentes sobre desenvolvimento de políticas de promoção de equidade e combate à pobreza, organizado por Equity for Children e pelo Graduate Program em International Affairs. Aliança com a Rutgers University Equity for Children e a equipe do Departamento de Estudos sobre Infância da Rutgers University iniciarão uma colaboração acadêmica a partir do mês de janeiro de 2012. Esta aliança prevê o trabalho conjunto em pesquisas acadêmicas e o intercâmbio de estudantes para desenvolver ações que visem ampliar a conhecimento sobre os direitos da infância e promover a igualdade. Além disso, propõe a co-organização de eventos como o segundo Seminário “Young Lives”. 11 Equidad para la Infancia América Latina / informe de gestión / Diciembre 2011 Projeções 2012 Através das primeiras linhas de ação propostas para 2012, espera-se avançar no objetivo de disponibilizar a plataforma de Equidade para a Infância como foro de referência para o debate e a reflexão sobre as formas de pensar e intervir sobre as problemáticas que afetam a infância na região. Desta maneira, espera-se continuar o caminho de criação e de fortalecimento de espaços de articulação das iniciativas dos distintos países da região, com o fim posicionar temáticas e perspectivas de abordagem, promover discussões e intercâmbios, e incidir nas políticas e intervenções que promovam a melhoria da qualidade de vida das crianças e adolescentes latino-americanos/as. Produção e divulgação de conteúdo O trabalho de posicionamento temático a partir da produção de documentos e análises de conteúdo continuará buscando problematizar as perspectivas clássicas e técnicas a respeito da infância, considerando diversas temáticas a partir de uma abordagem transversal das desigualdades. Desta forma, serão enfocados contextos como o das migrações, as relações entre territorialidade e direitos da infância; aproximações e intervenções culturais; e continuarão sendo discutidos temas como: pobreza e transferências condicionadas; políticas de cuidado; gestão orçamentária e medição de indicadores sobre infância. Além disso, se aprofundará na análise dos impactos das políticas de segurança, assim como das causas e conseqüências da violência, em suas múltiplas manifestações relacionadas à ordem pública, à exploração sexual, às economias ilícitas, às medidas de institucionalização de crianças, dentre outras. Começou-se a viabilizar algumas entrevistas que apresentem as perspectivas de especialistas como: Fernanda Wanderley, da Universidade Mayor de San Andrés na Bolívia, Helia Molina da Universidade Católica do Chile, Lucia Rabello de Castro, do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio para a Infância e a Adolescência Contemporâneas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, René Unda da Universidade Salesiana do Equador, e Diana Marre, do Grupo Adoções, Famílias, Infâncias, da Universidade Autônoma de Barcelona. Em relação ao posicionamento regional, propõe-se continuar consolidando o intercâmbio de materiais e publicações com especialistas e pessoas de referência da zona andina, fortalecendo os contatos no Peru e na Colômbia e avançando nas relações com a Bolívia. Além disso, propõe-se fortalecer a busca de produções na América Central e no Caribe, identificando atoreschave e grupos de pesquisa, para o intercâmbio de documentos e para a realização de entrevistas a pesquisadores/as e atores políticos ligados à infância. No cone sul, se dará prioridade às publicações do Paraguai com o fim de reconhecer os eixos problemáticos e as abordagens específicas deste país em relação à infância, legitimando a voz dos atores e processos que lá se desenvolvem. Alianças Propõe-se continuar trabalhando em sinergia com as organizações e pessoas que se comprometeram com o trabalho de Equidade para a Infância através de diversos âmbitos de ação, bem como desenvolver novas relações com profissionais de referência na área que manifestem seu interesse em articular-se com a iniciativa. Um novo grupo de programas acadêmicos em países como Panamá, Equador e Bolívia fortalecerão a proposta da rede de pós-graduações e especialistas em direitos e políticas para a infância; no Brasil se começará a transitar um caminho conjunto com as organizações que formam parte da Rede Nacional Primeira Infância (RNPI) e com organizações como o Observatório de Favelas do Rio de Janeiro; se fortalecerá o trabalho com a equipe organizadora do V Congresso Mundial pelos Direitos da Infância e da Adolescência – San Juan, Argentina 2012; e se promoverão aproximações com especialistas e pessoas de referência em alguns países da América Central e do Caribe. 12 Equidad para la Infancia América Latina / informe de gestión / Diciembre 2011 Ações de advocacy e incidência Prevê-se a continuidade do projeto de Conectividade de pós-graduações e especialistas em direitos e políticas para a infância, a partir de atividades que dinamizem o intercâmbio entre a comunidade acadêmica. Uma das propostas é a organização de um Seminário virtual através do qual se abordará o conteúdo curricular das pós-graduações em infância a partir das informações relevadas em 2011 e da participação de representantes, docentes e estudantes destes programas. Também se propõe trabalhar na proposta de impulsionar um espaço no qual seja reunida a produção acadêmica dos programas sobre infância, direitos e políticas públicas, com vistas a construir um banco de teses e publicações, como insumo de vital relevância e pertinência para a região. Por outro lado, se continuará avançando com o trabalho conjunto do GT Infância, Pobreza e Desigualdades; a partir do qual se espera avançar na produção de diagnósticos dos países que formam parte da iniciativa, tendo como eixos centrais indicadores e instrumentos de medição da pobreza infantil. Começou-se a planejar que as primeiras reflexões do GT e as perspectivas de trabalho das instituições que o conformam sejam apresentadas em um encontro impulsionado pelo Observatório sobre Infância da Universidade Nacional da Colômbia, na ocasião do seu colóquio anual. Com a entrada de Equidade para a Infância na RNPI, inaugura-se um novo espaço de articulação que conta com a importante trajetória de incidência da Rede. Além disso, o ingresso neste espaço inclui a contribuição do trabalho do Instituto Arcor Brasil, através da modalidade de participação conjunta. Esta sinergia implica uma grande oportunidade para por em diálogo, no contexto brasileiro, a perspectiva de Equidade sobre a análise da pobreza infantil a partir da problematização das desigualdades econômicas, étnicas, culturais, de gênero, geográficas etc. Do mesmo modo, o trabalho conjunto contribuirá a fortalecer a troca de experiências e o debate internacional sobre os problemas que afetam a primeira infância, bem como articulação regional das ações da Rede. No trabalho conjunto com a RNPI, espera-se envolver outras instituições participantes no Colóquio sobre Políticas de segurança e direitos da infância, tais como o Observatório de Favelas do Rio de Janeiro, de modo a continuar aprofundando na discussão sobre os impactos das múltiplas violências e das políticas de segurança pública nas vidas das crianças e adolescentes. Propõe-se criar uma série de instancias para a incidência partindo das discussões, temas, problemáticas e vazios na abordagem dos problemas. A proposta inclui traçar caminhos de pesquisas e rotas de ação que coloquem em diálogo especialistas acadêmicos, gestores e formuladores de políticas públicas. A principal contribuição de Equidade para a Infância será a de atuar como entidade articuladora e instalar uma visão regional que implique reconhecer as semelhanças e diferenças entre os distintos países, impulsionando a construção de saberes e a troca de experiências, bem como possibilidades de ações conjuntas. Finalmente, outra das ações de Equidade para a infância em 2012 será o V Congresso Mundial pelos Direitos da Infância e da Adolescência – San Juan, Argentina 2012, experiência a partir da qual se propõe expor os avanços na análise sobre os cursos de formação de especialistas em direitos e políticas públicas para a infância. Também se espera reunir neste espaço os participantes do GT em pobreza e desigualdades, com o fim de apresentar as reflexões e as modalidades de abordagem desta problemática que constitui um eixo central da vulneração e obstaculização da garantia dos direitos da infância. Além disso, existe a possibilidade de desenvolver uma nova apresentação da proposta do Congresso Mundial em algum outro país da região, replicando a experiência realizada no México, a partir do trabalho conjunto com aliados institucionais de Equidade para a Infância, para a qual se convocariam pessoas de referência do universo acadêmico, representantes de governo e de organizações que trabalham em projetos territoriais e em ações de advocacy. Além disso, espera-se iniciar ações que envolvam alguns foros governamentais da região nas atividades desenvolvidas por Equidade para a Infância e seus aliados. Neste sentido, se buscará fortalecer aproximações com instancias como: o Grupo de Trabalho “Niña e Niño Sur”, do Mercosul, o Conselho de Desenvolvimento Social da UNASUL, a Comissão de Equidade de Gênero, Infância, Juventude (Parlatino); Foros parlamentares regionais, entre outras experiências. 13