Educação Ambiental utopia ou realidade? Gustavo Hack de Barros Falcão Estaria a raça humana se encaminhando para a extinção? Poderíamos realmente mudar o rumo dos acontecimentos? Embora ainda existam aqueles que não acreditem em alterações ambientais a realidade nos tem comprovado o contrário. As condições para que haja vida no planeta se aproximam do limite. A educação ambiental se propõe a mudar este quadro, mas o pensamento de que precisamos salvar o planeta parece ser nosso maior empecilho. A verdade é que ele não precisa ser salvo. Os seres que o habitam é que estão em perigo. Nesse sentido o processo de educação ambiental pode ser considerado uma utopia. Antes de pensarmos em grandes ações que estão fora do nosso alcance o verdadeiro desafio é a mudança interna de paradigma. Como descartamos nossos resíduos? Como usamos a água potável? Que tipo de produtos utilizamos? Qual a origem? Como são feitos? Qual a verdadeira necessidade daquilo que consumimos? Se o nível de consumo de todos os habitantes da Terra fosse o mesmo da população norte americana já teríamos consumido o equivalente a cinco planetas iguais ao nosso. A realidade é que nosso atual modo de vida é insustentável. Sempre achamos um culpado para a poluição do ar, os desmatamentos, a morte de animais, o degelo das camadas polares, o aquecimento global, enfim, é melhor não continuar. Mas, e quanto as nossas atitudes? Nossos hábitos diários? Já paramos para pensar qual o impacto das nossas escolhas? Já nos propusemos a uma verdadeira mudança em nossas vidas? Essa simples modificação é o verdadeiro enfoque da educação ambiental, o que a torna realidade, ressaltar que todos temos participação na preservação do ambiente, e que não temos a intenção de salvar o planeta, mas de manter as condições para que as próximas gerações continuem a habitá-lo. Diante de tamanho desafio a equipe de educação ambiental do Dmae, composta por educadores com formação nas áreas da pedagogia, biologia, comunicação, geografia e geologia, atua observando o princípio da interdisciplinaridade e sempre respeitando as características próprias das comunidades e indivíduos participantes do trabalho desenvolvido. Desta forma, o Programa de Educação Ambiental visa incentivar a população a desenvolver hábitos que vão ao encontro de uma política estruturada de desenvolvimento sustentável, tornando o cidadão um multiplicador das ações instituídas. Nesse sentido as atividades desenvolvidas são embasadas em fundamentos teóricos e práticos com enfoque primordial no saneamento público e atenção especial à preservação dos mananciais, quais sejam: sensibilizar a população quanto à importância de uma postura ambiental sustentável; reduzir, por meio de atividades educativas, a poluição dos mananciais hídricos do município; demonstrar o funcionamento e os benefícios do saneamento público; orientar a população quanto às diversas formas de se evitar o desperdício de água potável no cotidiano; qualificar e capacitar pessoas para a multiplicação dos conceitos e conhecimentos que englobem água potável, ciclo hidrológico, esgotamento cloacal, misto e pluvial, preservação do ambiente, coleta, separação e reciclagem de resíduos sólidos. Por meio de agendamento prévio, o Programa de Educação Ambiental oferece oficinas interativas, palestras, debates, visitas orientadas nas estações de tratamento de água (ETA) e de esgoto (ETE) e apresentações de teatro para alunos e professores de todos os níveis de ensino em instituições da rede pública e privada de Porto Alegre. Essas atividades também são desenvolvidas em unidades básicas de saúde, centros comunitários e empresas públicas e privadas, segundo as necessidades dos diferentes segmentos da sociedade.