CONHECENDO MELHOR O SEU CÉREBRO
Uma vida social ativa garante mais
independência funcional na velhice
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POR DR. RICARDO A. TEIXEIRA
S
ubir e descer escadas, comer e vestir-se
sozinho. Essas são atividades da vida diária
que algumas pessoas deixam de conseguir
fazer sem ajuda quando atingem idades mais
avançadas. Como evitar essas dificuldades?
Uma pesquisa recém-publicada pelo periódico
Journal of Gerontology: Medical Sciences aponta
que uma vida social ativa pode ajudar bastante.
A pesquisa envolveu quase mil idosos
americanos com uma média de idade de 82 anos
e que não apresentavam qualquer forma de
dependência no início do acompanhamento que
durou cinco anos em média. Um questionário
foi aplicado para medir a presença e freqüência
de atividades sociais dos idosos, como ir a
um restaurante e cinema, viagens, trabalhos
eram questionadas, como uso do telefone,
voluntários, visitas a amigos e parentes,
preparo de refeições e manejo de medicações.
entre outras. Os idosos também eram
questionados quanto ao nível de independência
Os resultados mostraram que os idosos que
para realizar seis diferentes atividades da
relatavam uma alta frequência de atividades
vida diária: alimentar-se, vestir-se, tomar
sociais tinham duas vezes mais chance de se
banho, usar o vaso sanitário, levantar-se
manterem independentes nas suas atividades
da cama e andar por curtas distâncias. O
de vida diária e 1.5 vezes maior de continuarem
questionário também investigava a capacidade
com bom desempenho nas atividades
do idoso em realizar três outras atividades que
instrumentais e naquelas que demandam
dependem de força e mobilidade: 1) subir e
força e mobilidade.
descer escadas; 2) caminhar 800 metros; 3)
realizar o trabalho doméstico mais pesado.
Uma vida social ativa pode fortalecer o sistema
Por fim, atividades instrumentais também
músculo-esquelético e circuitos cerebrais que
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são os pilares da independência funcional.
Componentes psicológicos estão envolvidos,
como manutenção da auto-estima e sensação
de pertencer a uma rede social, mas não há
como negar que a atividade física associada
às atividades sociais tem o seu papel também.
Novos estudos deverão avaliar se a introdução
de atividades sociais na vida de um idoso pode
ajudar a reduzir ou retardar o aparecimento
de dependência funcional. É difícil imaginar
que intervenções desta natureza não tragam
resultados positivos.
Fev 2011
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