INCLUSÃO: o privilégio de conviver com as diferenças 2º workshop NoNo 2º2º workshop workshop dede 2014, 2014, a FAEL a FAEL apresentou apresentou aos aos seus seus acadêmicos acadêmicos a ima importância portância da daEducação EducaçãoInclusiva Inclusivaem emnossa nossasociedade. sociedade. O objetivo foi o de integrar a teoria e a prática, abordando o compromisso e a solidariedade no trabalho em rede. “A Educação Inclusiva precisa de pessoas que se comprometam com o trabalho, tenham dedicação e persistência para levar a diante os desafios que esta atividade impõe. Todo educador deve desenvolver um olhar de potencialidade sobre o aluno, e não de limite”, explica a professora Audrei Leticia Rissi. indivíduos, muitas vezes, passa até despercebida, diante do grau mínimo de conflito e decisões a que eles devem ser submetidos, tratando-se de meio social de pouca complexidade(ARAUJO, 1997, p. 20-21). AS PESSOAS SÃO MAIS SEMELHANTES DO QUE DIFERENTES A educação especial já estava contemplada no Brasil, desde o tempo do Império, porém, o movimento da Educação Inclusiva teve início após representantes brasileiros levarem o país a tornar-se signatário da Declaração Mundial de Educação para Todos, elaborada em Jontien (na Tailândia, em 1990) e participarem, em seguida, da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, realizada em Salamanca na Espanha, em 1994. Por fazerem parte de um contingente expressivo, as pessoas com deficiência não podem e nem devem ficar alheias à sociedade no que diz respeito à sua relação com o trabalho e à sua valorização como pessoas humanas, já que as pessoas são mais semelhantes do que diferentes, independente de suas variações quanto ao físico, às capacidades sensoriais ou às habilidades intelectuais. Como ilustração, diz-se que uma pessoa portadora de deficiência experimenta uma sensação de perda com relação às habilidades funcionais que uma doença ou um acidente tenham destruído. Da mesma forma, uma pessoa não portadora de deficiência pode experimentar uma sensação de perda com relação a alguma coisa que anteriormente possuía e perdeu. O estímulo é diferente, mas a sensação de perda, o medo de que a vida será dolorosa ou sem sentido na ausência do elemento perdido são virtualmente os mesmos. (VASH, 1988, p. 17). Um importante divisor de águas para o estudo da proteção das pessoas com deficiência foi a ocorrência das duas Guerras Mundiais, o que aumentou o número de portadores de deficiência de locomoção, de audição e de visão. Esse problema social fez com que a situação ficasse exposta de forma mais incisiva, exigindo do Estado uma posição de agente protetor. No Brasil, o número elevado de pessoas deficientes não tem a mesma causa dos países da Europa e dos Estados Unidos. Nosso índice assustador se deve aos acidentes de trânsito e trabalho, à carência alimentar e à falta de condições de higiene. O que define a pessoa portadora de deficiência não é a falta de um membro, nem a visão ou audição reduzidas. O que caracteriza a pessoa portadora de deficiência é a dificuldade de se relacionar, de se integrar na sociedade. O grau de dificuldade para integração social é que definirá quem é ou não portador de deficiência(...) A deficiência de certos BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL Estes dois documentos, de Jontien e de Salamanca, enfatizam muito o binômio acesso e qualidade, ou seja, a questão da importância de, além da matrícula ou acesso do aluno com necessidades educacionais especiais na escola regular, deve-se atentar também para a garantia de uma educação de qualidade para essas crianças. Depois disso, disso aqui no Brasil, Brasil foi escrita a Lei de Diretrizes e Bases da Educação no Brasil, LDB nº 9394/96, que em seu artigo 58º fala da Educação Especial: Art.58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com necessidades especiais - LDB nº 9394/96. INCLUSÃO É O PRIVILÉGIO DE CONVIVER COM AS DIFERENÇAS – MANTOAN Este artigo é bastante abrangente, mas, basicamente, quer dizer o seguinte: a educação especial é uma proposta pedagógica que se realiza transversalmente em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, para garantir ao aluno com necessidades especiais o acesso à escola, bem como, sua permanência para o desenvolvimento de suas potencialidades com sucesso. A Educação Inclusiva é muito mais ampla do que muitos pensam. Ela pressupõe uma educação que desenvolve-se em torno da igualdade de oportunidades, em que todos os indivíduos tenham acesso a uma educação com qualidade, capaz de responder a todas as suas necessidades. Isto significa que sempre teremos alunos para serem incluídos em nossas salas de aula. Seguindo na LDB, o artigo 59 preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar. Atualmente, temos no Brasil a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que foi sancionada em, 2008, a qual tem os seguintes objetivos: Alguns educadores ainda resistem a este novo paradigma, que exige uma formação mais ampla e uma atuação profissional diferente da que estavam acostumados, porém, a inclusão é um processo mundial irreversível. Então, é melhor nos abrirmos a este paradigma e aprender a trabalhar com ele! Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior; Atendimento educacional especializado; Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino; Formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão escolar; Participação da família e da comunidade; Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação; e Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas. “Na escola inclusiva, professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina: respeitar as diferenças. Esse é o primeiro passo para construir uma sociedade mais justa” (Mantoan apud Cavalcante, 2005. p.24) PR PRINCÍPIOS QUE DEVEM NORTEAR UMA ESCOLA INCLUSIVA: 1º princípio – todas as diferenças humanas são normais. A principal ca característica que a humanidade tem em comum é a diferença. Di Diferenças que podem ser genéticas ou que foram adquiridas através do me Não existe uma sala de aula homogênea. meio. QUEM SÃO OS ALUNOS QUE DEVEM SER INCLUÍDOS? As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras; Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; Crianças que vivem nas ruas e que trabalham; Crianças de populações distantes ou nômades; Crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e Crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidos ou marginalizados. (Declaração de Salamanca, 1994, p.17-18) 2º princípio – o processo de aprendizagem deve ajustar-se às necessida de cada aluno e não o contrário. Não é o aluno que dever se dades aj ajustar à escola. Neste princípio é que entram as adaptações curriculares qu devem acontecer em todos os níveis; que 3º princípio – deve-se primar pela construção de uma sociedade centrada nas pessoas. O ser humano, tal como é, com todas as suas peculiaridades, deve ser visto como o centro da sociedade. Todas as ciências, inclusive a Educacional, devem trabalhar para o pleno desenvolvimento do ser humano. EXISTEM ALGUMAS CARACTERÍSTICAS QUE SÃO ESSENCIAIS PARA QUE A ESCOLA POSSA DESENVOLVER SEU PAPEL INCLUSIVO COM SUCESSO. ENTRE ELAS, PODEMOS CITAR: A flexibilidade; A funcionalidade; Participação no planejamento educativo; Comunicação objetiva. A flexibilidade – a escola deve possibilitar opções diferenciadas para que seja possível escolher a que mais se ajusta às necessidades e características de cada aluno. A funcionalidade – todos os membros da comunidade educativa devem estar envolvidos na atenção à diversidade, cada um com as suas responsabilidades e tarefas adequadas. Participação no planejamento educativo – todos os profissionais que atuam na escola devem participar da elaboração de currículo, programação de aulas e elaboração de estratégias específicas para atender o aluno com necessidades especiais. Comunicação objetiva – a escola deve ter canais de comunicação que proporcionem e favoreçam a estabilidade, a fluidez e os relacionamentos abertos entre todos os componentes da escola. “As necessidades dos alunos não constituem um quadro único, não são iguais, mas algumas sugestões podem ser úteis para conhecer melhor o seu aluno e verificar quais são as potencialidades dele”, lembra a professora Rissi. Confira abaixo! SUGESTÕES PARA CONHECER MELHOR O SEU ALUNO O ambiente escolar deve ser alegre e motivador; As regras devem ser bem definidas, sempre expostas em quadros ou cartazes; Realizar alongamentos durante as aulas para renovar a capacidade de atenção; Tenha estilos diferentes de dar aula, crie, mude, atualize; Utilize músicas, dança, teatro, materiais diversificados. DICAS PARA TRANSFORMAR A SALA DE AULA EM UM LUGAR ACOLHEDOR As expectativas devem ser bem explicadas; Deve ser permitida a movimentação durante o período de aula, porém, o professor deve estar atento para perceber quando elas são necessárias. As tarefas não devem ser muito longas; Intercalar tarefas passivas com outras mais ativas; Ser flexível em relação ao tempo para completar um trabalho; Acredite no potencial do aluno com necessidades especiais; Encoraje, elogie e ajude a criar vínculos positivos; Mantenha contato com a família. “Esperamos que, com este tema, vocês reflitam sobre a importância da inclusão, tendo o privilégio de conviver com as diferenças”, finaliza Rissi. A FAEL acredita que a educação é um direito de todos. Com a inclusão, as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade. WORKSHOPS FAEL “O tema foi muito importante e bastante discutido em sala de aula. Além de todo o material e atividades já propostos no tutorial, trouxemos para a turma um pouco do conteúdo do livro que trata sobre inclusão da editora da FAEL, que faz parte do acervo da nossa biblioteca. Com a videoaula da professora, o assunto foi complementado e muitas experiências foram divididas. Tivemos como exemplo uma de nossas alunas que está trabalhando como voluntária em uma escola especial para autistas, de nossa cidade. Com o debate, foi possível entender a importância de refletirmos sobre a inclusão como uma proposta de trabalho que traga para o aluno o sentido real sobre respeitar as diferenças. ” Cintia Pereira, assistente acadêmica de Araçatuba (SP) “Para que ocorra a inclusão é necessário se desvencilhar do preconceito. Quebrando essa barreira, a inclusão acontecerá de forma espontânea e natural. Escola, comunidades, professores, gestores e diretores precisam trabalhar em conjunto para que se possa reconstruir uma sociedade mais inclusiva. As fichas do jogo confeccionadas pelas alunas durante o encontro foram feitas com carinho e capricho e a aplicação da atividade mostrou a diversidade de temas e a ludicidade que o jogo permite. ” Ana Maria Lopes, assistente acadêmica de Joinville (SC) “O evento trabalhou a noção de compromisso em relação à Educação Especial, oportunizando aos alunos o compartilhamento de experiências a respeito do que seja a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais; apresentando, de forma breve, a contextualização histórica da Educação Inclusiva no Brasil e propondo a confecção de materiais para uso em sala de aula, com alunos com e sem necessidades educacionais especiais”. Angélica Furtado, assistente acadêmica de Macapá (AP) “Os acadêmicos fizeram a reflexão do tema expondo a dificuldade que muitos têm de trabalhar com crianças especiais. Para incluir, é necessário ter compromisso e a força de vontade de todos: família, escola, secretaria de educação, professor e governo. Muitos acadêmicos contaram que são professores e têm alunos especiais, porém, a escola não dispõe de estrutura e nem os professores têm conhecimento para lidar com algumas deficiências, sendo que há turmas com até cinco crianças que apresentam deficiência intelectual. O tema foi muito bom, pois possibilitou uma maior reflexão sobre a importância da inclusão, com conhecimentos teóricos e práticos na confecção do jogo com fichas. “ Rosa Maria Silva, assistente acadêmica de Alagoinhas (BA) “Foi abordado na discussão que, na maioria dos casos, as escolas recebem alunos com deficiências sem nenhuma estrutura física e material. Os professores são praticamente obrigados a lecionar sem apoio e esclarecimento. Também comentamos a satisfação quando, quase sem recurso, os docentes conseguem que esses alunos avancem durante o ano letivo, ressaltando que o carinho é essencial para tal evolução. Reforcei o quanto é importante o lúdico na aprendizagem dos alunos e que temos os jogos e brinquedos que podem auxiliar bastante no processo de ensino e aprendizagem, se inseridos no planejamento de maneira contextualizada.” “O workshop é um dos momentos de enriquecimento da prática nas atividades das alunas, tanto para os estágios como também para aquelas que já atuam em escolas (professoras). O tema proporcionou que elas discutissem e falassem de suas experiências. A importância do trabalho em rede foi amplamente discutida. Várias alunas contribuíram com o encontro, compartilhando dificuldades encontradas nessa tarefa de “Inclusão”. Uma das alunas trabalha na APAE, e as demais, que já atuam como assistentes ou professoras, fizeram relatos importantes. Com certeza foi mais um momento de aproveitamento e aprendizagem. ” Ana Cláudia da Silva, assistente acadêmica de Caruaru (PE) Gecy de Lourdes Vieira, assistente acadêmica de Passo Fundo (RS)