Não tem desculpa! Há tempos essa “preguiça” causava uma sensação ruim. A mesma sensação que a gente sente quando empurra a sujeira embaixo do tapete. E sabe que ela vai acumulando... Não se pretende aqui sugerir nenhuma mudança complexa, trata-se apenas de um convite à reflexão. Você poderá pensar. Ah, ela deve ter tempo de sobra. Engana-se, não tenho tempo mesmo. Também engrosso a lista dos estressados, com casa, correria, contas a pagar, tpm, cólicas, enxaquecas, família, filhos na escola, lições de casa, cachorros, calopsita, periquitos, problemas, etc, etc... Porém, juro que consegui! Consegui um jeito de me livrar dessa sensação de culpa que me incomodava. E você também pode conseguir. Garanto. Pois aposto que você também é culpado! Aposto que também sente-se mal em mandar tanto plástico, tanto papel, tanto vidro, tanto metal, tanto material agressivo para a natureza. Aposto que, (mesmo fingindo que não tem tempo) no fundo você sabe que isso é um crime, um dos muitos crimes que praticamos contra a natureza e que retorna rapidinho contra você mesmo. Aposto que, no fundo, você tem consciência que estamos no limite, que nossos rios estão no limite, que nossos mares estão no limite, que o Planeta está no limite, que nossos filhos (os meus e os seus) pagarão caro por nossa omissão, enfim, que não dá mais para ficar com essa preguiça dos diabos. E sabe que você não precisa ser nenhum ativista, nenhum ambientalista, nenhum naturalista, nenhum zen ou algo do gênero. Basta achar sua maneira de levar sua “gotinha” de água para apagar o incêndio da floresta. Vou dar minha dica: Um dia, em casa, resolvemos comprar um cesto de lixo (com capacidade 100 litros) e começamos uma pequena campanha interna. Apenas meu marido aderiu, os meninos reclamaram, a empregada reclamou... Continuamos firmes. Era simples (é muito simples!) apenas separamos plásticos, papéis, vidros, latinhas, etc durante a semana num cesto específico para lixo reciclável. Aos poucos, os que reclamaram também começaram a colocar os recicláveis no cesto. Não tem segredo, é só colocar estes materiais num cesto ou num saco específico. No final da primeira semana ficamos perplexos ao ver quanto lixo reciclável uma pequena família acumula, o quanto somos “criminosos”. No meu bairro, o caminhão da Coleta Seletiva passa todas às segundas-feiras. É questão de segundos, só colocar o saco (uso na cor azul para diferenciar de outros lixos) e pronto. O pessoal da Cooperativa se encarrega de separar. A consciência fica mais leve! A gente não tem noção de quantos benefícios este ato pode gerar: para o meio ambiente, para a cidade inteira, para empregar pessoas, para desintoxicar este mundo tão poluído, a lista de benefícios é infinita! Hoje, percebo feliz que essa simples campanha já foi incutida também na consciência dos meus filhos. Ela já dura 3 anos, creio que será para a vida inteira! Aposto que no seu bairro o caminhão da Coleta Seletiva também passa. E você não vai mais conseguir ouvir aquela “musiquinha” indiferente, fazendo de conta que não é com você. Vamos, mexa-se! Não tem desculpa! Vamos reciclar!!!!! Leodete Gazoni Ferreira (jornalista)