Educação Financeira
Relatório de pesquisa
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Objetivos do
projeto
Através da compreensão
do cotidiano do
brasileiro, seus sonhos,
temores, aspirações e de
um amplo entendimento
sobre o impacto que o
crédito e o consumo tem
em sua vida, avaliar o
entendimento e as
percepções da população
em relação a uma
campanha de educação
financeira liderada pela
FEBRABAN, indicando os
melhores caminhos para
o sucesso do programa
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Metodologia
Etnografia com 8 famílias em SP que participarão
de grupos de discussão, ao longo de seis meses,
para avaliarmos seus entendimentos e
conhecimento da campanha
20 grupos de discussão, distribuídos em 4 praças: São
Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife
Avaliação da campanha, com teste
dos materiais, conteúdo, mídias
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Nós aprendemos que...
1
OS CONSUMIDORES POPULARES
APRESENTAM UM RELATIVO NÍVEL DE
ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA E
CONSCIÊNCIA DE SEUS GASTOS.
“Dê cabeça” conhecem seus gastos básicos e
disposições para o comprometimento com parcelas e
financiamentos
Muitos têm o hábito de anotar seus gastos e até
mesmo reservar parte da receita para uma pequena
poupança
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2
O CONSUMO É O SÍMBOLO DA INCLUSÃO
DESTES BRASILEIROS NO MERCADO E
NA VIDA MODERNA
A compra de produtos de marca e de qualidade
reconhecidas são investimentos de longo de prazo
TVs de plasma, DVDs e celulares são, no cotidiano
desses consumidores, acesso a lazer e comunicação
para toda a família
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3
O FIADO, O CREDIÁRIO E AS
COMPRAS À PRAZO FAZEM PARTE DA
VIDA DE TODOS OS CONSUMIDORES
O crédito é preferencialmente utilizado nas compras
planejadas que, em geral, são de maior valor e
justifica por serem compra esporádica
A porta de endividamento se dá no crédito para
compra de supérfluos ou compras de menor valor
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4
HÁ DIFERENÇAS DE COMPORTAMENTO,
NO QUE DIZ RESPEITO A ORGANIZAÇÃO
FINANCEIRA, ENTRE TRABALHADORES
FORMAIS E INFORMAIS
A falta de garantias do trabalho informal, reflete na
maior preocupação com relação aos gastos e
planejamento do mês. Fator este que pode fazer com
que o trabalhador se aproxime de um pensamento
voltado ao futuro
Os registrados se portam de forma “menos preocupada”
por contarem com a certeza de seu salário e benefícios
que a carteira assinada os proporciona
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5
FALTA DE CONTROLE E DESEMPREGO
SÃO OS PRINCIPAIS MOTIVOS PARA
SE TER CONTAS ATRASADAS
O desemprego ou a invalidez temporária (para
autônomos e informais) somado aos gastos
inesperados são os gatilhos para a
inadimplência
A falta de controle / planejamento dos pequenos
gastos associados ao lazer e as microindulgências provocam o descontrole
orçamentário
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6
LAZER E IMPREVISTOS NÃO SÃO
RACIONALIZADOS E, POR ISSO, NÃO
COMPUTADOS NO ORÇAMENTO
O lazer é de suma importância para quem
trabalha a semana toda, além de fortalecer os laços
de sociabilidade
Os imprevistos que abalam o orçamento são muitos
e pior, cotidianos demais para uma renda
direcionada ao pagamento de contas básicas,
supermercado e algumas parcelas
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7
O CONSUMIDOR EMERGENTE NÃO
SOFRE DO ‘COMPLEXO DE TIO
PATINHAS’
O dinheiro é um meio e não um fim. Não há para estas
classes a concepção da construção de um patrimônio
financeiro
O dinheiro é um meio para uma vida confortável no
presente
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8
PARA BAIXA RENDA, PENSAR NO
FUTURO NÃO NECESSARIAMENTE
SIGNIFICA ACUMULAR DINHEIRO
Suas aspirações estão mais associadas a um futuro
confortável, o que significa ter tranquilidade para
assumir seus compromissos sem apertos
Quando existe um pensamento de futuro, é voltado
para o consumo e bem estar próprio e de seus
familiares
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9
POUPAR NÃO TEM SENTIDO SEM QUE
HAJA UM OBJETIVO CLARO E
CONCRETO
Basicamente, as motivações para poupar são duas:
reservas para emergências e quantias para comprar um
bem maior valor (carro, casas, etc) ou serviço
Em geral, as reservas para emergências não chegam a
R$ 500,00 e são guardadas em casa.
Enquanto as quantias maiores são depositadas no
banco para não serem consumidas e por segurança. Os
rendimentos não são avaliados
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10
A ORGANIZAÇÃO DA VIDA
FINANCEIRA OSCILA ENTRE A LÓGICA
COMUNITÁRIA E SOCIETÁRIA
Estes consumidores estão imersos nas relações
familiares e de amizade, nas quais têm obrigações
simbólicas que envolvem gastos, empréstimos,
retribuição de favores e eventos de lazer e
socialização
As instituições e os produtos financeiros estão na
lógica societária regrados por normas e formalidades
impessoais, que são adaptadas por este público às
lógicas comunitárias
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11
OS PRODUTOS FINANCEIROS
GANHAM NOVOS USOS E
SIGNIFICADOS, DE ACORDO COM A
COMPREENSÃO E NECESSIDADE
DESTE PÚBLICO
O título de capitalização é valorizado por sua
compulsoriedade, já que não conseguem poupar sem
um compromisso formal
O cartão de crédito faz as vezes da
poupança em casos de emergência, além de ser
emprestado para amigos e familiares
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12
INTERNET É USADA MAIS PARA
ENTRETENIMENTO E COMUNICAÇÃO
O mais próximo que chegam do uso da internet como
ferramenta para auxiliar sua vida financeira é a
pesquisa de preço
Ainda existe muita desconfiança com relação a este
meio. Sentem-se inseguros em disponibilizar seus
dados nas compras ou mesmo em sites de bancos
Longas leituras, vídeos e a idéia de realizar um curso
pela internet foram rejeitadas pelos entrevistados
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13
AS CRIANÇAS SÃO A PORTA DE
ENTRADA DA TECNOLOGIA EM CASA
As crianças têm total autonomia sobre ferramentas
como internet, jogos, video games, celulares. Muitas
vezes são elas quem ensinam os pais a manipular
essas tecnologias
Existe também uma ascendência moral, onde as
crianças se tornam verdadeiros mini-fiscais dentro
de casa. Colocam em prática o que aprendem nas
escolas a respeito do tabagismo, economia de
energia, água, etc.
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Perfis
encontrados
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Perfis encontrados
• Existem dois perfis
principais: conservadores e
impulsivos
• Eles representam tipos
ideais e tendências de
comportamento em relação a
vida financeira
• São apenas referência para
análise, pois são uma
exacerbação das
características
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Perfis encontrados
• Organizam os gastos de acordo com a renda mensal
• Costumam fazer anotações das entradas e saídas
• Não gostam de entrar em prestações
• Fazem algum tipo de poupança
Conservadores
• Comprometem o mês seguinte
• Gastam mais do que recebem
• Se comprometem com vários parcelamentos longos
• Não conseguem poupar
Impulsivos
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Perfis encontrados
A organização da vida financeira está
associada a 3 variáveis:
IDADE
• Jovens
• Adultos
REGIME DE TRABALHO
• Formal
• Informal
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FASES DE VIDA
• Estado civil
• Filhos ou não
Perfis encontrados
A organização da vida financeira está
associada a 3 variáveis:
IDADE
30......35.......45.......55
FASES DA VIDA
Solteiro
Sem filhos
Casado
Com filhos
Sem filhos
Com filhos
REGIME DE TRABALHO
Renda fixa
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Renda variável
Conservadores
Impulsivos
16....20......25.......
Perfis encontrados
Mais próximos ao perfil CONSERVADORES
nova família
mais gastos
mais responsabilidades
preocupação com o futuro
dos filhos
novas contas
Casados
mais organização
Com filhos
preocupação com poupança
falta de garantias
Preocupação com o futuro
maior planejamento
novos planos
preocupação com imprevistos
procuram poupar
Renda
variável
organizam o orçamento
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Adulto +25
anos
Maior organização financeira
e poupança
Perfis encontrados
Mais próximos ao perfil IMPULSIVOS
menos preocupados
preocupações financeiras
individuais
certeza do salário e benefícios da
carteira assinada
Renda fixa
não se preocupa em poupar ou
se apertar
Sem filhos
não vêem necessidade de se
organizar e poupar
colaboração nas contas da casa
pais são responsáveis pelo
orçamento e demais
preocupações
maior preocupação com a
satisfação de desejos pessoais
Solteiros
poupar e planejar significa se
divertir menos
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Jovem -25 anos
Papéis observados
O PAPEL DA MULHER:
• É a organizadora
da família em
muitos aspectos,
inclusive o
financeiro
• Demonstra mais
consciência no
gerenciamento do
orçamento familiar
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O PAPEL DA CRIANÇA E
ADOLESCENTES:
• Exercem bastante
influência no âmbito
familiar
• Compartilham aquilo
que aprendem na escola
• Partilham dos valores e
participam, mesmo que
indiretamente, do
planejamento da vida
financeira
O novo Brasil
O consumidor acredita
que sua vida melhorou
e que vai continuar
melhorando nos próximos
anos.
Parte disto é mérito do
maior
acesso ao
crédito e um programa
de educação financeira
não pode caminhar na
direção contrária a
este otimismo
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O novo Brasil
O
otimismo quanto
ao futuro estimula
as compras a
prazo e flagra a
necessidade de um
planejamento
maior dos gastos e
de controle dos
diferentes meios de
pagamento
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Acesso aos serviços financeiros
Penetração de usuários por classe social
77% 75%
Poupança
Conta corrente
Cartão de crédito
Plano de saúde
Seguros
66%
60%
60%
59%
52%
55%
44%
34% 34%
28%
28%
16%
8%
AB
Fonte: Datamaioria 2009. Maiores de 16 anos
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C
DE
Acesso aos serviços financeiros
Share de usuários por tipo de serviço financeiro
DE
29,2%
CARTÃO DE CRÉDITO
CONTA CORRENTE
POUPANÇA
AB
13%
DE
25,3%
C
57,8%
AB
14,5%
DE
23,2%
C
61%
C
60,2%
AB
DE
18,8% 17,6%
DE
14,4%
AB
23,7%
C
63,6%
C
61,9%
PLANO DE SAÚDE
SEGUROS
Fonte: Datamaioria 2009. Maiores de 16 anos
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AB
15,8%
PERCENTUAL DE FAMÍLIAS QUE PRETENDEM COMPRAR
NOS PRÓXIMOS 6 MESES
COMPUTADOR
MOTO
GELADEIRA
39% 14%
12%
14%
39%
40%
47%
48%
47%
VIAGEM
16%
CARRO
23%
33%
51%
20%
57%
Classe AB
Classe C
Classe D
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O consumo para a
classe C
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O consumo para a classe C
O que é consumo para essa
classe?
 Inclusão, pertencimento
 Sair do universo das restrições
 Oportunidade, investimento
 Satisfação das necessidades
 Sensação imediata de prazer
Isto explica, em parte, o fato de
não priorizarem a construção de
um patrimônio financeiro, o que
torna a poupança algo distante
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O CONSUMO PODE SER ENTENDIDO
DE DUAS FORMAS:
• Consumo como investimento
• Uma roupa para entrevista de
emprego
• Computador
• Moto
• Educação
• Outros tipos de consumo
• Alimentação
• Lazer
• Bem estar
O consumo para a classe C
...Mas estamos lidando com um público
constantemente alvo do discurso moral
acusatório da elite
1. Se compra produto pirata, não possui noção de propriedade
intelectual
2. Se investe todo o seu salário em um produto de marca original, é uma
pessoa alienada e fútil que gasta todo o dinheiro que possuí em um
único objeto
3. Se não gasta todo o salário e compra o produto desejado em diversas
prestações mensais, é ignorante, pois não consegue poupar e comprar
à vista, submetendo-se a uma compra com juros abusivos.
Seguindo esta lógica, pobre deve gastar
pouco... ou ainda, se possível, não fazê-lo.
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O consumo para a classe C
É importante compreender a
diferença de valores desta
classe
TV de LCD pode parecer um
excesso ?
Mas qual é seu real significado?
Para a baixa renda é um investimento no bem
estar familiar:
• lazer dentro de casa = filhos fora da rua
• ambiente propício para família e amigos = menos
gastos em passeios externos
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O consumo para a classe C
Se consumir significa
inclusão e investimento,
concorrer com o consumo é
derrota certa para qualquer
programa de educação
financeira!
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Os jovens
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O consumo para a classe C
Os jovens como ponte entre a
tecnologia e os pais
Têm voz ativa dentro de casa
É quem mais entende de tecnologia
Influenciam e introduzem aos pais
os eletrônicos e as novas tendências
Os pais recorrem aos jovens
quando têm dificuldades com essas
tecnologias
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Os JOVENS de classe C
Vivem uma vida de restrições
Entram ainda adolescentes no
mercado de trabalho
A renda própria é gasta com
aquilo que sempre quiseram ter
Uso mais impulsivo do crédito
Em uma sociedade que
discrimina pela cor e
pela classe, vestir-se
bem e ter tecnologias
de última geração é de
extrema relevância
• Vivem segundo a ditadura do
“você é o que você consome”
Educação financeira nas
escolas é algo importante
para sua formação
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• A TV e outras mídias estão
sempre dizendo o que um jovem
“bacana” deve ser
A vida
financeira
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A vida financeira
Ao contrário do que se pensa, eles
apresentam um elevado nível de
controle do orçamento e dos gastos
fixos (a sua maneira)
 Já sabem o quanto ganham e quanto representam os seus gastos fixos de cor
 Controle escrito dos gastos e entradas
 Quando o dinheiro “entra”, procuram direcionar para o pagamento de contas
fixas e até para poupança
 Sabem o quanto pode ser comprometido com parcelamentos
 Evitam o uso do cartão de crédito ou controlam o uso do limite
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A vida financeira
Quando a classe C fica no vermelho?
Entretanto o orçamento está sempre no
limite e a situação aperta quando existem
situações como:
Grau de endividamento:
Desemprego
Perda da renda
Imprevistos
Gastos inesperados
Lazer
Desejo
Consumo
Presentes
P29. Qual motivo por estar
com contas em atraso?
Baixo
(%)
Médio
(%)
Falta de controle financeiro
33,3
42,1
37,8
36,7
Está desempregado
10,3
28,9
27
25,4
25,6
18,4
18,9
20,9
15,4
2,6
5,4
6,8
Esqueceu a data de pagamento
2,6
0
2,7
1,7
Outros
12,8
7,9
8,1
8,5
Gastos inesperados (separação,
doença, falecimento, acidentes,
etc.)
Teve que pagar dívidas de outras
pessoas
Base: 177 entrevistados
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Alto TOTA
(%) L (%)
A vida financeira
Quando a classe C fica no vermelho?
Desemprego
Desemprego significa perda da renda e é sentido de formas diferentes
nos trabalhadores formais e nos autônomos
Trabalhador formal
• As próprias garantias da carteira
assinada o deixam desestruturado no
momento da perda do emprego
• O seguro desemprego, com o qual
estava contando é, na verdade, bem
inferior ao que era seu salário
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Autônomo
• É mais precavido
• Entretanto, quando acontece um
acidente pessoal, ele fica sem fonte
de renda e, mesmo com reservas,
tem mais dificuldades em se
estabilizar novamente
A vida financeira
Quando a classe C fica no vermelho?
Imprevistos
Os que podem desestruturar
o orçamento não são apenas
aqueles imprevistos que envolvem uma mobilização financeira maior
Maiores
• Gravidez indesejada
• Doença
• Morte de familiar
• Separação
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Menores
• Entupimento
• Pneu furado
• Assalto
• Convite inesperado
para aniversário
A vida financeira
Quando a classe C fica no vermelho?
Desejo de...
...ficar mais bonito
...ter mais conforto
...se sentir mais seguro
...tornar a casa mais agradável para receber
visitas
É comum que a
concretização de um
desejo desencadeie
uma perda de
controle das
finanças
Lazer
• É muito importante para relaxar
• Para os jovens e solteiros significa festas,
conhecer pessoas novas
• As reuniões entre familiares, vizinhos,
amigos fortalecem os laços dessas relações
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Os gastos com lazer não
entram nos cálculos de
orçamento, apesar de
representarem uma
parcela considerável da
renda
A vida financeira
Quando a classe C fica no vermelho?
Presentes
Consumo, amor e devoção são
categorias que se relacionam.
O consumo é como um ritual de
sacrifício, onde ao invés das divindades,
na modernidade são evocados os
indivíduos com quem se mantém uma
relação de amor e afetividade*
Ex.: Os pais que, mesmo em
uma situação de aperto,
compram um celular de última
geração para a filha, pois
nenhuma amiga sua possui um
celular “feio”
Quando é “pros” outros a gente se sacrifica
mesmo, pra gente não tem tanta importância,
principalmente quando se é mãe...
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*Miller, Daniel. 2002. Teoria das
Compras. Nobel: São Paulo
Inadimplência
As causas da inadimplência são
compreendidas, em alguns casos,
como algo externo e inesperado
Isto exime estes consumidores de
responsabilização
O endividado, sem cabeça, sem
controle, é sempre o outro
 Trazer as emoções para o cálculo
 Mostrar que é importante encarar os gastos com
lazer e imprevistos como uma parcela mensal
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A vida financeira
Com mais opções de lazer gratuito,
cariocas e recifenses são menos
descontrolados com o consumo
 A praia é uma opção barata de lazer e entretenimento
 Como não apresenta apelos sedutores de consumo como o
shopping center, reduz a tendência a impulsividade e aos gastos
excessivos
“A praia do paulistano é o
shopping”
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A organização do
orçamento e
formas de
poupança
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Formas alternativas de poupar/ investir/ planejar
É preciso tomar cuidado ao
se presumir que não há
planejamento, nem
organização na vida
financeira das famílias da
classe C
O tempo todo eles estão
tentando fazer melhores usos
do seu dinheiro, de modo que
ele renda da melhor forma
possível, de acordo com suas
possibilidades
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Orçamento familiar
Para entender como é feito, é preciso saber que o
orçamento é FAMILIAR e que a vida financeira
também é assunto familiar
 A renda familiar: possibilita a
realização de compras de bens cujos
valores são mais altos (carro,
computador, etc)
 Compra: decisão conjunta e um
compromisso a ser cumprido pelos
membros envolvidos
 Forte relação de cumplicidade. São
solidários uns com os outros
ALERTA
O futuro dos filhos é
visto como
investimento, pois
pode ser a garantia
de uma vida tranquila
na velhice
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Poupança
• Poupança diretamente relacionada à
caderneta de poupança
• Poucos conheciam outros produtos
financeiros como CDB, Fundos de
Renda Fixa
• Só se comprometem ao se tornar uma
obrigação (ex. títulos de capitalização)
Três motivações para se poupar:
1. Pensando no futuro (geralmente dos filhos)
2. Para emergências
3. Para comprar algo de valor mais alto (carro,
etc)
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Poupança
• A ideia de patrimônio financeiro não dialoga com o
imediatismo de seu comportamento
• Poupar ainda está ligado à materialização de um desejo/
necessidade
Só consigo juntar dinheiro se eu fizer o meu Pic!
Eu guardo dinheiro por causa da minha filha. Se
eu tivesse que guardar para mim, tenho certeza
que não ia conseguir. Eu ia gastar.
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Formas alternativas de poupar/ investir/ planejar
Portanto percebe-se que, na lógica destas pessoas,
existem outras formas de poupar, fazer
investimentos ou se planejar
 Cofrinho: trocos, moedas
 Nota Fiscal
consumindo
Paulista: poupar
 Consórcio: poupança como
dívida
 Pesquisa
dinheiro
de preço: bom uso do
 Bens como investimento:
imóvel, carro, moto
 Bicos: pagar uma dívida que não
cabe no orçamento
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 Estocam um produto que
encontraram na promoção
 Esperam acabar uma parcela antes
de entrar em outra
O cofrinho
Muitas pessoas fazem algum tipo de cofrinho!
Dois tipos de cofrinho:
 Para guardar os trocos
 Formam um bom montante
 Uso para emergências ou
gasto pessoal
• pessoas de todos os
perfis têm este cofrinho
 Exclusivo para
emergências
 Reserva-se uma
parcela do salário
 Usada em caso de
imprevistos
Conservadores
A gente faz um cofrinho que é como
se fosse um banco dentro de casa. A
gente põe o dinheiro e não consegue
tirar.
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O cofrinho
Quem é mais conservador tem
menos disposição em deixar seu
dinheiro no banco
• Através da pesquisa etnográfica ficou claro
que os perfis mais conservadores são
menos vulneráveis à tentação da
disponibilidade do dinheiro em casa
• Preferem sacar o dinheiro que recebem no
banco e guardá-lo todo em casa
• Ter o dinheiro à mão traz uma sensação
de controle e segurança que o dinheiro no
banco não traz
• Comprar em dinheiro é bom para não
protelar dívida e permite negociação por
preços melhores
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Dinheiro na mão é vendaval
 Financiamentos são preferidos aos empréstimos
 Ao se ter o dinheiro em mãos, ele pode ser
usado para outros fins que não aqueles que foram
motivo para o empréstimo
Este descontrole é mais
comum entre os perfis
impulsivos
Impulsivos
“Quando não quero gastar o dinheiro, eu deixo com a minha
mãe...”
“Saí de casa hoje com 120 reais no bolso e agora estou com 50.
Nem sei com o que eu gastei os outros 70!”
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O crédito
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O papel do crédito
O crédito é o percebido de forma diferente
de acordo com o grau de endividamento
Para quem sabe conduzir bem os parcelamentos, o
crédito possibilita atingir determinadas metas, antes
mais difíceis de serem alcançadas
“Sem parcela a maioria das pessoas não compraria!”
“Depende do caso, da necessidade vale a pena comprar e
parcelar, porque você usufrui do bem na hora...”
Os que já perderam o controle dos parcelamentos
o enxergam como uma grande armadilha, o que leva a
atitudes extremas, como quebrar os cartões de crédito
“Quem te dá crédito quer mais que você entre na bola de
neve e se enforque!”
“O cartão de crédito é o vilão!”
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O papel do crédito
Cartão crédito na gaveta: EMERGÊNCIA
 É comum as pessoas terem um
cartão de crédito separado na
gaveta de casa para ser usado
em situações imprevistas
 Ou então deixam parte do limite
do cartão livre para o mesmo fim
 Usam esse cartão como um
seguro
“Eu tenho um cartão que fica guardadinho em casa, para ter
um crédito se acontece alguma coisa”
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Juros x valor da parcela
• Juntam dinheiro e tentam pagar à vista
• Algo de valor muito alto e de que precisem no momento,
se programam para parcelar no menor número de vezes
possível
Conservadores
Renda
variável
Casados
Com filhos
Adulto +25
anos
Renda fixa
Sem filhos
Solteiros Jovem -25 anos
• Importa o valor da parcela
• Quanto mais puder parcelar, melhor
• Imediatismo do consumo norteando
Impulsivos
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Quando a situação
aperta...
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Quando a situação “aperta”... O que pode ser cortado?
Os gastos pessoais podem ser cortados
Relevância
Gastos prioritários, que têm
que ser pagos sem atraso
 Aluguel
 Água luz e gás
 Educação
 Condomínio
 Prestação da casa
 Financiamento (móveis,
moto, carro)
 Transporte
 Cartão de crédito
 Cartões de loja /
supermercado
 Cuidados pessoais
Gastos que podem atrasar,
mas têm que pagar
 Carnês (compras
parceladas)
 Telefone
 Cartões de loja /
supermercado
 Celular
 Cabeleireiro / Barbeiro
 Cartão de crédito
 Cuidados Pessoais
Gastos que podem ser
cortados
 Academia
 Cinemas, shows, teatro,
outros
 Baladas
 Cabeleireiro / Barbeiro
 Cuidados Pessoais
 Celular
Os gastos que se repetem em mais de uma tabela, tiveram pontuação semelhante em mais de uma
categoria
No etnográfico, telefone apareceu como um dos primeiros gastos a serem cortados, ou mesmo
renegociados (mudança para plano mais barato)
Embora o item água, luz e gás tenha aparecido nos gastos prioritários, foi pontuado que pode ser
atrasado devido ao tempo de demora para o corte
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Mantendo o padrão
Mas ninguém gosta de baixar o padrão...
Com todas suas experiências de restrição e privação,
ao conquistarem alguns objetivos, melhoras ou até
mesmo “luxos”, não querem correr o risco de perdê-los
Frente aos muitos imprevistos enfrentados no dia-adia, somados ao orçamento curto, as famílias se
vêem “apertadas” para manter o padrão conquistado
Porém, apesar das dificuldades, preferem
enfrentar mais dívidas para não perder o
estilo de vida conquistado
“Não quero baixar o padrão, mesmo com menos
dinheiro, sair de um condomínio fechado para ir
para uma casa de COHAB, vai cair um pouco
né?”
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Nome ‘sujo’
“O nome é tudo que a pessoa tem na vida”
O “nome sujo” é algo bastante indesejado, pois é motivo de vergonha e ainda traz duas
implicações bastante incômodas para este consumidor:
•
•
Afeta princípios morais
Significa castração imediata do consumo
“Eu tenho medo de dever dinheiro, não de prestação!”
“Parece coisa de ladrão!”
“Tudo depende do nome limpo, senão você fica dependendo das pessoas...”
Muitas vezes é difícil limpar o nome, pois acaba sendo secundário frente aos outros
diversos compromissos financeiros, como escola do filho, contas, aluguel, etc
“Eu vou esperar a dívida diminuir, porque o que cobram agora não tenho condições!”
“Eles quase que te incentivam a não pagar, pois há a possibilidade de negociar e pagar
muito menos pela dívida depois de um tempo...”
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Nome ‘sujo’ e a rede de sociabilidade
A questão da solidariedade aparece de novo:
 A restrição ao crédito imposto pelo nome sujo é equilibrada com os empréstimos
do nome, dos cartões e dos carnês de familiares
e amigos
Tanto o nome sujo quanto esta solidariedade são muito
comuns na vida deste consumidor
Aprendem com o erro. Não ter acesso ao crédito, faz
com que comecem a poupar, para pagar à vista, algo que
normalmente financiariam
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Confusão entre endividamento e inadimplência
Há dificuldade em compreender não só os termos mais
técnicos usados pelos bancos, mas também há
dissonância quanto ao significado apreendido dos
termos mais corriqueiros
Prestações a pagar não são encaradas
como dívida
Dívida é sinônimo de contas
atrasadas, prazos vencidos
Quem está endividado, está com contas atrasadas,
mas está tentando pagar. Já o inadimplente é
aquele que desistiu de pagar a dívida
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Principais desafios
É necessário tangibilizar a ideia de
planejamento através da possibilidade
de realizações
 Poupar tem relação com algum objetivo material na prática
 O consumo é concreto e um programa de educação financeira não pode ser
contrário a ele, não pode ser castrador do consumo
 É preciso trazer a campanha para dentro de casa e da realidade visando:
 Aproximar os conteúdos do âmbito familiar e da lógica comunitária
 Materializar aquilo que ainda parece não palpável: os conteúdos
apreendidos pela internet (ex.: impressão das planilhas)
 A internet como principal plataforma implica nos mais jovens como público
alvo, mas os cursos online ainda são algo distante
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Avaliação do Programa
O uso da internet para a classe C
Insegurança em colocar seus dados na internet (procuram pelo
cadeado dourado)
Não tem o hábito de fazer compras ou utilizar o site do banco
A utilidade mais próxima de sua vida financeira é a pesquisa de
preços
Diretamente vinculado ao entretenimento (redes sociais, e-mail,
jogos, notícias rápidas, pesquisa)
Sites mais
mencionados:
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Caminhos que devemos seguir
Dialogar com a família, e não com o indivíduo
A vida financeira e a organização do orçamento são familiares.
Todos os membros participam e a maioria das decisões são
conjuntas.
Todo o conteúdo do programa deve dialogar com este universo
comunitário e não levar em consideração apenas o indivíduo
1
Site deve ter uma rede social
2
Sabendo que as redes de relações deste público são extremamente
importantes em vários âmbitos de sua vida, o programa também
deve refletir essa tendência e possibilitar o relacionamento entre
membros/ usuários, como outras redes sociais da internet
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Caminhos que devemos seguir
Dicas para os mais velhos
3
Os comportamentos das pessoas mais velhas já estão cristalizados
com relação a sua vida financeira. Por isso é mais eficiente que se
usem dicas práticas e rápidas, que possam ser aplicadas ao seu dia-adia.
Educar financeiramente os mais jovens
4
Esta é uma fase de vida mais propícia para absorver o conteúdo do
programa, por ser mais maleável e ter menos vícios no comportamento
financeiro.
Podem também transmitir o conhecimento apreendido aos seus pais e
outros membros da família
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Caminhos que devemos seguir
Curso dinâmico para os mais jovens
5
Ainda que mais predispostos à campanha, os jovens também
demandam conteúdos rápidos, trazer vídeos curtos por temática, pois
não há disposição e concentração para permanecer muito tempo no
site.
Fatores atrativos aos jovens
6
A linguagem deve ser leve, simples e jovem.
Jogos e redes sociais são uma boa maneira de prender sua atenção
por mais tempo, além de dialogarem com seus interesses.
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Caminhos que devemos seguir
Traduzir o economês
7
Desmistificar os termos, taxas, os juros, a linguagem formal dos
bancos como um todo. Esta falta de compreensão traz
percepções como: “Os juros são o vilão” “Juros é dinheiro que
você rasga e joga fora” “Fui enganado pelo banco”
Ex.:
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Cartilha Cartão Carrefour de Crédito consciente
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Pesquisa FEBRABAN sobre Educação Financeira