“ UM MODELO DE AVALIAÇÃO DE CURSOS APLICADOS Á UMA ÁREA FUNCIONAL” AUTOR Celso Claudio H. e Grisi Professor RESUMO A preocupação em conhecer o significado do marketing enquanto disciplinas de cursos de Administração de Empresas, Comunicação ou de outros cursos superiores na Grande São Paulo nasceu, primariamente, do desejo íntimo e pessoal do autor, em avaliar a prioridade de suas ações docentes e a importância que elas pudessem ter na preparação profissional de seus alunos. Na verdade, a suposição de que a ação de um professor pudesse ser alcançada em seus alunos, durante o exercício de sua carreira administrativa, pareceu, de início, ambiciosa e simplista. Ambiciosa, na medida em que metodologicamente não pareceu possível. E simplista por pressupor que um professor, sozinho, fosse capaz de deixar, em seus alunos, seqüelas tão evidentes, sem a consideração de que, para isto, muito contribui a escola e a atmosfera em que ela se constitui, assim como sua organização curricular, a filosofia pedagógica que a sustenta e as próprias experiências e esforços que estes alunos, individualmente, houvessem vivenciado em processos educacionais não formais. Assim, evidenciou-se mais prudente e, quem sabe, mais produtivo buscar respostas a outras indagações: Em que medidas os programas de marketing incorporam as mudanças que o país sofreu por causa desta crise? - Em que medida esses programas habilitam o aluno a ser um profissional de marketing ? - E verdadeira a tenderia dos empregadores a prestigiar e dar lugar a profissionais saídos de escolas mais gabaritadas que deveriam formar, em tese, administradores melhor preparados ? - Como é o profissional de marketing que as empresas buscam hoje no Brasil para preencherem os cargos iniciais de suas carreiras ? - Em que medida os programas de marketing estão adequados a formação de profissionais ? - Que necessidades adicionais surgem na formação de um profissional de marketing com a crescente informatização da Administração ? - Que outras habilidades, atitudes e conhecimentos são requeridos do “marketer” em função da multinacionalização da empresa brasileira, da internacionalização de suas finanças e da globalização de seus mercados ? O conjunto destas questões preliminares evidenciaram que essas inquietações envolviam, pelo menos, três elementos interagentes: a escola, a empresa e o professor. Pareceu, então, ser necessário entender o profissional que a escola e o professor estava formando para, depois, contrastar este seu produto educacional com aquele que a empresa estivesse buscando. Teríamos então, em mãos, o hiato existente: o profissional que está sendo formado e aquele que a empresa desejaria que estivesse sendo formado. Também pareceu razoável conceber que o treinamento que a empresa estivesse fornecendo a este profissional recémformado fosse um minimizador de hiato e, deste modo, pudesse ser uma boa medida para avaliar a pertinência e correção do ensino atual de marketing nas escolas superiores. Com essas primeiras reflexões, assumindo a forma de um problema para pesquisa, imaginou-se que resultados poderiam ser alcançados por uma investigação dessa natureza. Embora esses resultados pudessem constituir num primeiro nível de conhecimento acerco do ensino do Marketing, eles seriam ainda muito pouco úteis para orientar futuras mudanças na política escolar. Pareceu necessário empreender esforços no sentido de identificar em que grau de profundidade cada tópico deve ser dominado pelo recém-formado, e, sobretudo, averiguar se a ausência de outros conhecimentos, habilidades e atitudes, que ate possam não estar sendo demandados pelas empresas, neste instante, não serão limitantes do desenvolvimento futuro deste recém-formado. Os resultados preliminares do trabalho não surpreendem, mas traçam um triste quadro do ensino de Marketing no Brasil. a) os professores são, segundo os entrevistados, ou excessivamente “teóricos” – não conseguindo concretizar conceitos e produzir aplicação – ou excessivamente práticos – não conseguindo produzir generalização e, portanto, impedindo a produção de previsões. b) o conteúdo programático, repetitivo e insuficiente, destoa enormemente da massa cognitiva identificada pelos entrevistados, como aquela requerida pelas atividades profissionais. c) A metodologia de ensino possibilita a concretização dos conceitos a sua aplicabilidade e circunstâncias.