Livro relata os anseios de uma geração, com
pitadas de história do Brasil
“Muito mais do que uma história feminina, Marcas de Uma Guerra é
uma história do Brasil, das famílias brasileiras e da importante
participação dos nossos soldados na Segunda Guerra Mundial”,
afirma a autora Sandra Pina
Os sentimentos de Hilda, uma jovem que viveu na década de 1940 –
época em que as mulheres precisavam de muita coragem para
quebrar padrões de comportamento – estão delicadamente
retratados em Marcas de Uma Guerra, um dos destaques da
Editora Melhoramentos na XVI Bienal do Livro Rio. Com a ajuda do
seu “amigo” diário, no qual escreve tudo, ela relata seu cotidiano
durante a Segunda Guerra Mundial. Um momento que afetou a vida
da sua família de descendentes italianos.
“Minha ideia foi usar esse período como um cenário e como um
agente de grandes mudanças culturais”, esclarece a autora, que
resgatou fatos ocorridos em sua família para enriquecer a trama.
“Pessoalmente, gosto de pensar que as histórias que eu ouvia sobre o
que aconteceu naquela época foram apenas o estopim para criar uma
história”, completa.
As colagens de Maurício Planel são um recurso paralelo na
composição do cenário de época. O artista apresenta o vestuário, os
aparelhos e os costumes daqueles tempos de guerra, momentos em
que o medo, as incertezas e as mudanças juntavam a família e os
amigos ao redor do rádio.
Marcas de Uma Guerra
Autora: Sandra Pina
Ilustrações: Mauricio Planel
Preço: R$ 30,00
Páginas: 80
Era agosto de 1942. Até então, Hilda seguia com o seu cotidiano no
subúrbio carioca: ajudar a mãe em casa, assistir às aulas no Instituto
de Educação, ter as conversas “sérias” com as amigas e driblar as
paqueras dos meninos do Colégio Militar. No universo de Hilda vivem
o pai, açougueiro; a mãe, dona de casa; a avó e o avô, italianos
natos, donos da mercearia do bairro; a fofoqueira da frente, que sabe
coisas que até Deus duvida; a professora de inglês e o rapaz dos
olhos azuis.
Editora: Melhoramentos
www.editoramelhoramentos.com.br
E entre a ficção de Hilda e fatos históricos de um Brasil prestes a
entrar na Guerra Mundial, Pina descreve ao leitor toda a atmosfera
“ingênua” e tensa vivida pelos brasileiros. A entrada do Brasil na
Segunda Guerra Mundial, as manifestações, a Força Expedicionária
Brasileira (FEB), a dor dos familiares sem notícias dos filhos e dos
maridos enviados aos campos de batalha, a Coluna Prestes, a queda
do governo de Getúlio Vargas e personalidades como Clarice
Lispector e Jorge Amado formam um forte pano de fundo para Hilda
descrever seus anseios de se tornar uma mulher independente, com
diploma universitário e carreira profissional. Mas Hilda sabe que, para
tal sonho, terá de enfrentar imensos desafios e todo tipo de
preconceito.
“Não sei se as meninas de hoje têm noção do quanto essas mulheres
(em sua maioria, anônimas) foram importantes para tantas
conquistas femininas ao longo do tempo. Não estou certa de que elas
entendam essas pequenas conquistas pessoais, frente à famílias tão
pouco modernas. Vejo meninas hoje em dia reclamando do quanto
suas mães são retrógradas. Elas não imaginam como era há 30, 40
anos atrás, né?”, esclarece Pina.
A autora Sandra Pina reforça que Marcas de uma Guerra é, muito
mais do que uma história feminina, uma história do Brasil, das
famílias brasileiras e da importante atuação de nossos soldados na
guerra, fato que a autora faz questão de citar e homenagear. “Muito
se fala da pouca valorização que é dada aos pracinhas da FEB que,
independentemente de sua falta de preparo, aqueles jovens foram à
Europa e vivenciaram os horrores nos campos de batalha”, lembra,
exaltando os nossos heróis.
Sobre a autora
Sandra Pina estudou jornalismo e publicidade na Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC_RJ), cidade onde mora
e é especialista em Literatura Infantil e Juvenil pela Universidade
Federal Fluminense (UFF). Trabalhou com assessoria de imprensa,
marketing e assessoria artística na indústria fonográfica por muitos
anos. Hoje faz traduções de inglês e espanhol, escreve press
releases, resenhas e roteiros, além de ministrar oficinas e minicursos
ligadas à palavra e à literatura infantil.
Seu primeiro livro foi lançado em 2001, ano em que também se
associou à AEI-LIJ (Associação de Escritores e Ilustradores de
Literatura Infantil e Juvenil), da qual é, atualmente, presidente.
Recebeu em 2001 os prêmios Carioquinha, da Prefeitura da Cidade do
Rio de Janeiro, e Adolfo Aizen, da União Brasileira de Escritores
(UBE), quando não tinha nenhum livro publicado.
Sobre o colagista Mauricio Planel
Sempre utilizando colagens, recortando pedaços de imagens e as
sobrepondo em um novo cenário para criar uma história gráfica, seu
trabalho está presente em diversas publicações no Brasil e no
exterior e mistura imagens esquecidas em alguma velha revista ou
livro. Estudou na Escuela Nacional de Bellas Artes, em Montevidéu,
Uruguai, e mora no Rio de Janeiro, onde também dá aulas em
oficinas para estudantes de design.
Garimpando em livrarias e feiras de antiguidades, encontra imagens
e objetos do século passado que mostram os hábitos e os costumes
daqueles tempos.
“Compor as colagens para este livro foi muito prazeroso, ainda mais
porque, assim como eu, a Sandra reside no Rio de Janeiro. Então as
colagens ficaram ainda mais carregadas de emoção”, revela o artista.
Para conhecer mais sobre ele, acesse www.mauricioplanel.com.
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Sobre a Editora Melhoramentos
Há 123 anos a Melhoramentos ocupa posição de destaque nas
diversas áreas em que atua. É referência no mercado de dicionários
com a linha Michaelis (português, inglês, espanhol, francês, italiano,
alemão e japonês), que detém 35% das vendas nesse segmento.
Para não perder a tradição iniciada em 1915 – com a edição de O
Patinho Feio – de ser a principal editora infantojuvenil do país, a
Melhoramentos tem entre seus autores nada menos que Ziraldo e
seus 152 títulos, um sucesso absoluto entre o público jovem de todo
o mundo e que bateu um recorde histórico: O Menino Maluquinho
vendeu mais de 3 milhões de exemplares.
XVI Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro
Quando: de 29 de agosto a 08 de setembro de 2013
Onde: Riocentro - Avenida Salvador Allende, nº 6.555 – Barra da
Tijuca
Estande da Editora Melhoramentos: Pavilhão Azul – Stand H04/I03
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