DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Ano XVIII – nº 52 – primeiro semestre de 2009
Vamos construir uma
sociedade mais justa,
solidária e segura
A violência, a insegurança e a injustiça
sempre estiveram presentes em todos
os tempos. A sociedade ultrapassou o
limite do suportável. A construção de
uma cultura de paz é responsabilidade
de todos, e de cada um, com atitudes
de respeito e solidariedade.
Páginas 10 a 12
21º Capítulo Geral
dos Irmãos Maristas
Páginas 4 e 5
Champagnat:
10 anos da
canonização
Página 18
EDITORIAL
SUMÁRIO
Página 3
Primeira Pessoa: Taylor Lompa da Silva,
Administração de Empresas
Páginas 4 e 5 Em Foco: 21º Capítulo Geral – Corações
novos para um mundo novo
Páginas 6, 7 e 8 Aconteceu: atuação do Centro de Pastoral
e Solidariedade no primeiro semestre
A paz é fruto da justiça
Mais uma vez a Revista Ruah, edi-
de, fruto da união que faz a diferença
ção nº 52, chega até você, amigo leitor.
na construção da civilização do amor.
Nesta edição, como temática central,
Você ainda poderá inteirar-se da
apresentando o tema Fraternidade e
caminhada que o Instituto Marista está
Segurança Pública, veremos que “a paz
realizando na preparação ao 21º Capí-
é fruto da justiça” e que a construção
tulo Geral, que será realizado de 8 de
Página 9
Programe-se: eventos da Pastoral
de uma cultura de paz é possível por
setembro a 10 de outubro do presente
meio de atitudes e projetos concretos.
ano, em Roma. O Capítulo Geral é um
Páginas 10, 11 e 12 Reportagem Especial: Campanha da
Fraternidade 2009: Fraternidade e Segurança Pública
Nesse sentido, a Igreja e a sociedade
importante encontro em que se reú-
nos interpelam a optar decididamente
nem Irmãos Maristas do mundo inteiro,
e a dar nossa contribuição na busca de
renova a esperança que acompanha o
Página 13
Cultura: dicas de livros e eventos
uma paz positiva, orientada por valo-
anúncio de algo novo. O Capítulo é tem-
res humanos, como a solidariedade, a
po para examinar os elementos básicos
Página 14
Evento: Mutirão de Comunicação
fraternidade, o respeito ao outro e a
do estilo de vida e missão de Irmãos e
mediação pacífica de conflitos.
Leigos Maristas, para expressá-los em
Página 15 J u v e n t u d e e m M i s s ã o : experiência
missionária
Páginas 16 e 17
PUCRS em Solidariedade: Semana da
Solidariedade e reestruturação do Sinergia
Digital
Página 18 Conhecimento Espiritual: decênio da
Canonização de Champagnat
Página 19
Opinião: Eu quero mudar o mundo
O conhecimento, as descobertas cien-
linguagem nova, apropriada a um novo
tíficas e tecnológicas não podem estar
momento de nossa história. A PUCRS,
alheios ou indiferentes à realidade da
como Instituição Marista, está sinto-
injustiça, ameaças à vida e insegurança,
nizada com esse importante evento.
mas contribuir para a dignidade da pes-
Outras informações do ser e do fazer
soa e a construção de um mundo melhor.
do Centro de Pastoral e Solidariedade
Também será abordado o tema
encontram-se nesta edição. Almejo a
da Solidariedade e do Voluntariado.
Escolher a solidariedade como meio
de promover a paz é optar pela vida.
Consolidemos a cultura da solidarieda-
ISSN 1808-7868
Publicação do Centro de Pastoral e Solidariedade da PUCRS
Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 17 – sala 101
Porto Alegre, RS – CEP: 90619-900
Fone: 51 3320.3576
www.pucrs.br/pastoral
[email protected]
Ano XVIII – Nº 52 – primeiro semestre de 2009
2 | Ruah – nº 52 – 2009
todos boa leitura.
Irmão Valdícer Civa Fachi,
Diretor.
Direção: Irmão Valdícer Civa Fachi
Editoração: CMC Ascomk
Coordenação Editorial: Hildo Conte
Impressão: Gráfica Epecê
Conselho Editorial: Irmão Valdícer Civa Fachi, Hildo Conte
e Marisol Germano Trindade
Tiragem: 5 mil exemplares
Jornalista Responsável: Rozecler Bugs (MTB 8185)
Circulação: PUCRS, Instituto Marista e ANEC
Periodicidade: Semestral
Pauta, reportagem, redação, edição e supervisão gráfica:
RB Comunicação
Colaboração: Edson Luiz Dal Pozzo, Gilnei Lopes de
Lima, Hildo Conte, Marisol Germano Trindade, Mauricio
Teixeira Canello, Melissa de Oliveira Maciel e Zita Bonai
Revisão: Irmão Salvador Durante
Fotos: Ascom/PUCRS e arquivo do CPS
RUAH
Palavra hebraica que aparece seguidamente na Bíblia e
significa vento, força, ação, movimento, sopro de Deus,
Espírito do Senhor.
Primeira Pessoa
Um sorriso, a maior retribuição
O universitário Taylor encontrou, na realização de projetos solidários,
a harmonia entre aprendizagem e conhecimento.
M
eu nome é Taylor Lompa
da Silva. Tenho 26 anos e
estou cursando Administração de Empresas, com pretensões de formatura no final deste
ano. Comecei estudando Ciências
da Computação em outra universidade, mas não me identifiquei.
Então surgiu a oportunidade de
trabalhar na área administrativa.
E é nesta área que me sinto realizado, cada vez mais. Mas tenho
consciência que tive sorte, pois unir
a vida profissional com a acadêmica é algo que deve ser muito bem
planejado.
Sou natural de Porto Alegre,
onde moro com meus pais e um
irmão mais novo. Eles são a base
fundamental para a minha vida;
é através deles que cresço a cada
dia e descubro o quão importante é
a união e o apoio da família.
Cursei o Ensino Fundamental em
uma escola particular e o Ensino Médio
no Colégio Júlio de Castilhos, onde conheci e convivi com pessoas de diferentes classes sociais. Essa fase foi muito
importante, pois comecei a perceber o
valor que as pessoas mais humildes dão
para atos de bondade e amizade.
Conhecimento religioso
Na verdade, nunca fui uma pessoa
muito religiosa, sempre fui à Igreja com
aquela ideia de obrigação. Mas sempre
valorizei muito a amizade e o respeito
entre todos, e talvez isso tenha me
encaminhado para esta trajetória de
conhecimento e convivência religiosa.
Foi assim que fui descobrindo aos poucos
o que é acreditar em algo divino, tendo
como pontos de equilíbrio a amizade, o
respeito, a humildade e o amor. Dessa
forma, meio tardia, foi que comecei realmente a conhecer os benefícios e privilégios de conviver, aprender e descobrir a
todas as músicas. Ficamos
muito tempo dançando e ela
sempre dizendo que estava
com dor nas pernas, mas que
não pararia por nada, pois
era um momento de reviver
a juventude. Esta é apenas
uma das diversas situações
que me marcaram no decorrer
dos projetos e que me fizeram
crescer como ser humano.
Proposta de vida
Taylor Lompa da Silva
religiosidade na minha trajetória de vida.
Esta harmonia entre aprendizagem
e conhecimento encontrei no momento
em que conheci o Centro de Pastoral e
Solidariedade da
PUCRS. Em cada
projeto que participo, vivencio
situações e descobertas inesquecíveis em visitas
a abrigos, asilos,
creches, bairros e comunidades de
baixa renda, e procuro ajudar com os
conhecimentos da minha graduação e
principalmente como ser humano. Todo
este trabalho é retribuído com o maior
pagamento que alguém pode receber:
o sorriso inocente de uma criança ou o
agradecimento de um morador de um
asilo, por exemplo.
Lembro de uma vez que visitamos o
Asilo Padre Cacique. Uma senhora queria
muito dançar, e eu a acompanhei em
Hoje sou Agente Multiplicador, e, junto com os funcionários do Centro de Pastoral,
mostro esta proposta de vida
universitária em comunidade
para os alunos, por meio de
projetos, como a Pastoral
Café – que reúne os alunos
num momento de bate-papo
e descontração; Encontro de
Convivência – que permite uma experiência de convivência com alunos de
vários cursos; e o Programa Universidade
Missionária – que propicia unir nossos conhecimentos acadêmicos, experiências
de fé e caridade no
desenvolvimento de
projetos para uma
sociedade melhor.
De todas as participações, considero
as Missões a de maior importância. Já
participei de cinco edições, entre elas,
a Missão São Jerônimo, Missão Butiá e
a Missão Vila Fátima.
Fica então o convite para todos os
universitários: conheçam o Centro de
Pastoral e desfrutem dessa grande oportunidade de refletir, conhecer a vida em
comunidade e principalmente a si mesmo. Aproveitem, pois, como dizemos, é
ness es momentos que colocamos nossos
dons a serviço.
“A maior retribuição do
trabalho solidário é o
sorriso de uma criança.”
Ruah – nº 52 – 2009 | 3
EM FOCO
“Corações novos para
um mundo novo”
Irmãos e Leigos do mundo inteiro estarão
reunidos para a Assembleia representativa do
Instituto dos Irmãos Maristas.
O
Instituto Marista se prepara para
a realização do 21º Capítulo Geral,
que iniciará no dia 8 de setembro e
provavelmente se estenderá até dia 10 de
outubro de 2009, na Casa Generalícia, em
Roma. O evento expressa a participação
de todos os Irmãos na vida e na missão da
instituição, bem como na sua renovação e
atualização. É a maior instância de governo
do Instituto, visto que exerce autoridade
suprema. A data de abertura do Capítulo
Geral coincide com a celebração do nascimento de Maria Santíssima.
O Capítulo terá como lema “Corações
novos para um mundo novo”. Os Irmãos delegados da Província Marista do Rio Grande
do Sul que participarão do Capítulo Geral
são Inácio Etges, Pedro Ost e o Superior
Provincial, Irmão Lauro Hochscheidt. O
Superior do Distrito Marista da Amazônia,
Irmão Sebastião Ferrarini, também participará. Do Brasil irão mais cinco Irmãos e
uma leiga de Minas Gerais.
Para o Provincial, o Capítulo é uma
oportunidade ímpar de dar um novo alento
no que se refere à identidade, espiritualidade e missão dos Irmãos e Leigos Maristas,
já que, conforme ele, será um encontro
de Irmãos com a participação de Leigos,
procedentes de todos os continentes, com
uma riqueza de diversidade de raças e
culturas, porém unidos no mesmo ideal,
vislumbrando trilhar caminhos novos com
pessoas entusiasmadas pelo Reino. “Que
seja um momento de oração, reflexão e
discernimento, de iluminação divina e de
4 | Ruah – nº 52 – 2009
manifestação de Deus, capaz de impulsionar os membros do Capítulo a apontarem
os grandes desafios para o Instituto no
limiar dos seus 200 anos de fundação, e
sugerir as melhores iniciativas para que
sejamos fiéis a Deus, à tradição marista
e aos apelos dos dias de hoje”, salienta
o Ir. Lauro.
Temas e desafios
O encontro, que ocorre a cada oito
anos, é uma reunião representativa de
todos os Irmãos da Congregação. Atualmente são aproximadamente 4 mil Irmãos
Maristas, presentes
em 79 países. “O Capítulo vai indicar o
norte para o Instituto
na sua ação, prática e desafios. Serão
definidas metas e
prioridades para os
próximos anos, estabelecendo propostas
de ações para melhor enfrentá-los”,
salienta o diretor do
Centro de Pastoral
e Solidariedade da
PUCRS, Irmão Valdícer Fachi, que também
é o Facilitador Provincial no que se refere
ao Capítulo.
Será também nesse encontro que
ocorre a eleição do Irmão Superior Geral,
do Vigário-Geral e dos membros do Conslho- Geral. “Rogo para que o ‘sopro divino’
possa se fazer presente no Capítulo Geral
com a oração, comunhão de vida e apoio
de todos. Que Deus, Maria e Champagnat
abençoem a todos e nos concedam um
excelente Capítulo Geral”, destaca o Provincial, Ir. Lauro.
Em circular a todos os Irmãos Maristas,
o Superior Geral, Irmão Seán D. Sammon,
enfatizou: “No processo de preparação para
o 21º Capítulo Geral precisamos estar conscientes de que só nos beneficiaremos dele
se estivermos dispostos a entender melhor
as diferenças entre as gerações e aprender
a apreciar a riqueza que podemos encontrar
na diversidade”.
Segundo ele, este
ano é não apenas
de preparação para
o grande encontro,
em setembro, mas
também de projetar 2017, ano do 22º
Capítulo e do 200º
aniversário de fundação do Instituto
Marista. “Como será
oportuno celebrar
esse evento na casa
de l`Hermitage, erguida por São Marcelino Champagnat,
completamente restaurada! E ainda mais
oportuno se o fizermos com os corações
renovados! Assim, e apenas assim, a
verdadeira identidade do nosso modo de
vida ficará visível para todo o mundo”,
complementa o Irmão Sammon.
“Dar-vos-ei um coração
novo e em vós porei
um espírito novo;
tirar-vos-ei
do peito o coração
de pedra e dar-vos-ei
um coração de carne.”
(Ez. 36, 26)
A tradição marista dos Capítulos
Capítulo Provincial
O primeiro Capítulo Geral ocorreu em 1839, um ano antes da morte de São
Marcelino Champagnat. Na ocasião foi eleito o Irmão Francisco como SuperiorGeral. Treze anos depois, o segundo Capítulo reuniu 30 Irmãos, os quais aprovaram
a Regra de Vida, a forma de Governo e a Metodologia Educativa do Instituto.
De lá pra cá, os Capítulos Gerais continuaram a desempenhar papel decisivo
na vida do Instituto dos Irmãos Maristas. Em especial a partir do Vaticano II,
quando tiveram participação importante no processo de renovação iniciado por
essa histórica reunião dos Bispos de todo o mundo católico.
Após o Capítulo Geral, ocorrerá,
de 7 a 11 de dezembro próximo,
em Veranópolis, o Capítulo Provincial. Essa é a terceira edição após a
unificação das Províncias de Porto
Alegre e de Santa Maria, surgindo a
Província Marista do Rio Grande do
Sul. Nesse encontro será realizada
a posse do novo Superior Provincial
desta Unidade Administrativa. Também serão definidas as prioridades
da Província do Rio Grande do Sul
para os próximos três anos.
Encontro Regional reúne Irmãos e Leigos
No período de 6 a 9 de maio, ocorreu o Encontro Regional em preparação ao 21º
Capítulo Geral, em Curitiba, Paraná. O evento foi um espaço de síntese da caminhada
realizada nas Províncias e uma contribuição aos Irmãos Capitulares que participarão
do 21º Capítulo Geral.
Participaram todos os Irmãos Capitulares, os Irmãos facilitadores, Irmãos convidados,
leigos e jovens representantes das três Unidades Administrativas: Província Marista Brasil
Centro-Norte, Província Marista Brasil Centro-Sul, Província Marista do Rio Grande do
Sul e Distrito Marista da Amazônia.
Da Província Marista do Rio Grande do Sul estiveram presentes o Superior Provincial,
Ir. Lauro Hochscheidt, o Ir. Pedro Ost e o Ir. Inácio Etges (capitulares), o Ir. Valdícer Fachi
(facilitador provincial), Ir. Firmino Biazus e Ir. Deivis Fischer (representantes dos Irmãos),
Elaine Faccin e Jorge Franz (representantes dos Leigos) e Gabriella Howes (representante
dos jovens). Do Distrito Marista da Amazônia participou o Irmão Sebastião Ferrarini.
Assembleia
Provincial
Outro evento de preparação ao
21º Capítulo Geral e 3º Capítulo Provincial ocorreu de 17 a 29 de março,
no Recanto Marista Medianeira, em
Veranópolis. Estiveram reunidos em
Assembleia 118 Irmãos Maristas da
Província do Rio Grande do Sul.
Nos primeiros dias foi tratado
o tema Uso Evangélico dos Bens,
pelo Ir. Pedro Ost, que trabalha
em Roma, no Secretariado do Uso
Evangélico dos Bens, e também foram abordadas questões referentes
à vida e à missão dos Irmãos. No
seguimento, com a presença de leigos, houve a Assembleia Provincial
Ampliada, quando foram refletidos
temas que dizem respeito à preparação ao 21º Capítulo Geral.
Ruah – nº 52 – 2009 | 5
aconteceu
Missão Restinga
No período de 10 a 16 de dezembro de 2008,
25 universitários e diplomados participaram do
Projeto Universidade Missionária, realizado pela
primeira vez no bairro Restinga, em Porto Alegre. A
missão dedicou-se à formação religiosa, momentos
celebrativos, vivência em grupo, visitas às famílias
e oficinas pedagógicas, sociais e profissionalizantes
para crianças, jovens e adultos. Os missionários
levaram mensagens de paz, amor e fraternidade
às famílias em situação de vulnerabilidade social.
A oportunidade fez com que os universitários se
colocassem a serviço da comunidade, difundindo e
levando a experiência cristã, unindo-se no trabalho
em prol da solidariedade, do amor ao próximo e da
fraternidade universal.
Nos últimos cinco anos, o Programa Universidade Missionária já beneficiou milhares de pessoas
por meio de projetos em Porto Alegre, Butiá, São
Jerônimo, Amazônia e Chile.
Missão Chile
De 30 de dezembro de 2008
a 15 de janeiro de 2009, uma delegação de nove pessoas, entre
agentes de pastoral e universitários, representou a PUCRS na
Misión País, no Chile. O trabalho
missionário concentrou-se em
visitas de casa em casa, levando às famílias a mensagem de
Cristo, partilhando a própria
vida e a experiência de Deus,
a paz e o desejo de unir todo o
povo chileno em nome do amor.
Diariamente eram realizadas
oficinas (fotos) com o objetivo de
evangelizar, discutir temas relacionados à vida e à fé e trabalhar
dinâmicas e a espiritualidade
com adultos, jovens e crianças.
Em termos de evangelização universitária, o projeto
faz com que os alunos partilhem sua experiência cristã
e missionária, colocando em
prática o amor em trabalhar a serviço do próximo. Promovida pela Divisão Pastoral
da Pontifícia Universidade Católica do Chile, a missão dedica-se a trabalhos comunitários, formação religiosa, momentos celebrativos e vivência de grupo, integrando
universitários latino-americanos dispostos a colocar os conhecimentos adquiridos a
serviço da vida, promovendo assim a cultura da solidariedade inspirada na fé cristã.
6 | Ruah – nº 52 – 2009
Trote Solidário
No mês de abril, calouros e veteranos
do curso de Educação Física realizaram
mais uma edição do Trote Solidário.
Neste ano o evento foi em parceria com
o projeto Marista Show de Bola.
O trote ocorreu em duas etapas.
Na primeira houve arrecadação de
calçados para as crianças. Na semana
anterior à Páscoa, 6 a 8 de abril, os
universitários prepararam um evento
especial, com momentos de reflexão,
cinema, construção de tapetes e caçada aos ovos de chocolate. “Foi uma
experiência muito positiva tanto para
os calouros como para as crianças. O
trote solidário é uma ideia que deu
certo e a cada ano está sendo aperfeiçoado”, afirma o aluno do terceiro
semestre Luiz Henrique Garcia.
Religiosos e clérigos
Realizou-se, no dia 23 de abril, o IV Encontro de Religiosos e Clérigos Universitários da
PUCRS, sob o tema “Forças evangelizadoras
na Universidade”.
O objetivo do encontro foi o de oportunizar um conhecimento mútuo e dinamizar a
ação evangelizadora na Universidade. Além
disso, propiciou espaço de partilha, reflexão
e integração entre religiosos, religiosas,
sacerdotes e seminaristas que são universitários ou professores da PUCRS.
Venha conhecer o GUM
Durante o ano letivo, um grupo de acadêmicos encontra-se periodicamente no Centro de
Pastoral e Solidariedade para dedicar-se ao cultivo da espiritualidade, à vivência de grupo,
à partilha de vida e à ação solidária. O Grupo Universitário Marista (GUM) tem a missão de
testemunhar os valores cristãos e maristas, pois acredita que o cultivo da espiritualidade
ajuda a compreender melhor a realidade que nos cerca e a comprometer-se com ela. “A
partir da vivência no grupo, parte-se para a prática, desenvolvendo ações solidárias com
crianças, jovens e adultos”, destaca o coordenador, Irmão Leandro Paiz.
Neste ano, as atividades iniciaram com um encontro especial. Cada membro recebeu uma
estrela para marcar o momento. Segundo o Ir. Leandro, o símbolo expressa o desejo do grupo
de firmar ainda mais a identidade do GUM e torná-lo mais presente no meio universitário.
Cultive sua espiritualidade! Pratique solidariedade! Venha fazer parte desta história.
Mais informações no Centro de Pastoral e Solidariedade da PUCRS, prédio 17, sala 101.
Aniversário da Teologia
O 40º aniversário da Faculdade de Teologia foi celebrado
com uma Missa de Ação de Graças, dia 25 de março, na Igreja
Universitária Cristo Mestre. A cerimônia religiosa foi presidida
pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Dadeus Grings, Chanceler
da Universidade. Estiveram presentes o Reitor, Irmão Joaquim
Clotet, o Vice-reitor, Irmão Evilázio Teixeira, pró-reitores, diretores, professores, alunos e técnicos-administrativos da PUCRS.
Missão Vila Fátima
O grupo de universitários que nas
férias de julho vai participar da Missão Vila Fátima está selecionado. A
reunião de planejamento e formação
foi realizada no dia 6 de junho. A missão, que ocorre de 24 a 30 de julho,
dedica-se a trabalhos comunitários,
formação religiosa, momentos celebrativos, vivência de grupo, visitas às
famílias e oficinas pedagógicas para
crianças, jovens e adultos.
Ruah – nº 52 – 2009 | 7
aconteceu
Visita da Boa Mãe
Encontro de Convivência
Nos dias 28 e 29 de março, na Casa
Marista da Juventude (Caju), realizou-se
o Encontro de Convivência, reunindo 26
universitários. Toda a programação foi
norteada pelo próprio nome do encontro:
“O que é encontro e o que é convivência?”.
As dinâmicas, os cantos, as brincadeiras, as
atividades e as reflexões foram direcionadas para que cada um pudesse responder e
compreender o significado de se encontrar
e conviver.
O final de semana ensolarado oportunizou ao grupo aproveitar o espaço físico
externo da Caju para a realização das atividades. A partir das perguntas, a tarefa
era a de conhecer o “eu” e a partir daí, o
“outro”, e toda sua dimensão cultural, social, profissional e espiritual, promovendo
o encontro e a convivência.
A proposta e as atividades foram
acolhidas com entusiasmo e seriedade
pelos alunos. Partilhas e depoimentos
motivaram os participantes deixando-os à
vontade para relatar suas experiências de
vida e refletir sobre seus valores. O encontro também contribuiu para demonstrar
que a PUCRS oferece espaços de promoção
das relações humanas, fortalecimento da
dimensão familiar, confirmação de valores,
destacando-se o respeito pelas diferenças.
O Programa Educação na Fé e Formação
Permanente, do Centro de Pastoral e Solidariedade da PUCRS, promoveu, no mês
de maio, a visita da imagem da Boa Mãe
a todos os setores da Universidade. No dia
29, ocorreu a Missa de encerramento com
a Coroação de Nossa Senhora, na Igreja
Universitária Cristo Mestre.
Maria, mãe de Jesus, a Boa Mãe para
Champagnat, é um elo desde os primeiros
Irmãos da Congregação Marista. E ainda hoje
Ela continua a unir os Maristas, as famílias
e a sociedade na busca de um mundo mais
humano, solidário e fraterno.
A história da imagem da Boa Mãe acompanhou o nascer e o crescer da Congregação.
A Boa Mãe de Champagnat e dos Irmãos
Maristas esteve sempre presente, sobretudo
nas dificuldades. Entre os “Irmãozinhos de
Maria”, assim eram chamados, e nas casas da
Congregação, Maria tem lugar de destaque.
Comunidade de Sant'Egídio
De 14 a 25 de abril, a Dra. Francesca Relandini (na foto, à direita), da Comunidade de Sant’Egídio, e Carolina Ortiz, do Chile, estiveram na PUCRS para
apresentar o trabalho realizado naquela Comunidade e motivar as pessoas a
aderirem ao seu carisma e, dessa forma, implementá-lo em nosso meio. Entre as
atividades realizaram-se mostra fotográfica, conferências, encontros personalizados, reuniões e palestras sobre temas referentes ao trabalho da Comunidade,
como a paz, a pena de morte e o trabalho com os pobres, entre outros.
A Comunidade de Sant’Egídio é uma associação pública de leigos da
Igreja Católica, com sede em Roma, cuja missão é evangelizar e atender
pessoas carentes. Atualmente, são aproximadamente 50 mil adeptos
em 70 países dos quatro continentes, sendo 12 deles na América Latina,
porém ainda não no Brasil.
8 | Ruah – nº 52 – 2009
PROGRAME-SE
Querência Pastoral
Missões Restinga e Chile
O Centro de Pastoral e Solidariedade, o Instituto de
Cultura Musical, a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários
e a Gerência de Recursos Humanos estão organizando um
grande evento para comemorar a Semana Farroupilha,
bem ao estilo tradicionalista gaúcho. Com o lema “Por
um Rio Grande Solidário”, o Piquete Querência Pastoral
vai acontecer de 8 a 19 de setembro, em frente ao prédio
17, com atividades das 9 às 21 horas.
Churrasco, carreteiro de charque, roda de chimarrão,
pipoca e rapadura são algumas variedades do cardápio gaúcho presentes no Piquete. Na programação cultural, ciclo
de palestras, exposições, tertúlias, atividades recreativas
e eventos artísticos e religiosos, como a tradicional missa
crioula, entre outras. A comunidade universitária pode
reservar o espaço para almoços e jantares.
Inscrições abertas de 28 de setembro a
30 de outubro, no Centro de Pastoral e Solidariedade, prédio 17, ou acesse www.pucrs.
br/pastoral.
Dia da Criança
Para o dia 17 de outubro, o
Centro de Pastoral e Solidariedade está programando a Festa Solidária, em comemoração ao Dia
da Criança. A ideia é mobilizar a
comunidade acadêmica para a
doação de brinquedos e jogos
pedagógicos e na preparação
e operacionalização do evento.
No dia da festa estão previstas oficinas pedagógicas e atividades
que proporcionarão às crianças e aos adolescentes uma tarde de
muita diversão, convivência e solidariedade, além de promover a
inclusão social. Se você deseja ser um voluntário, entre em contato
com o Centro de Pastoral, fone 3320.3576.
Programe-se para as celebrações
especiais do segundo semestre:
Julho
21 a 28/8 - Missas de Formatura
24 a 30 - Missão Vila Fátima
Agosto
12 - Encontro de Religiosos e Clérigos
15 - Dia do Irmão Marista
Setembro
1 a 30 - Estudo Bíblico
25 a 27 - Retiro para universitários
30 - Missa de encerramento do
mês da Bíblia
Outubro
7 - Nossa Senhora do Rosário,
padroeira da Universidade
30 - Missa de encerramento
do Mês do Rosário e Missionário
Novembro
9 - Aniversário da PUCRS
12 - Celebração dos Sacramentos
26 - Dia Nacional de Ação de Graças
Dezembro
11 - Início das Missas de Formatura
18 - Missa preparatória ao Natal
Programação completa no Centro de
Pastoral e Solidariedade da PUCRS,
prédio 17, sala 101, ou no site www.
pucrs.br/pastoral. A agenda mensal
também pode ser conferida nos murais da Pastoral, em todos os prédios.
Fórum Social
da Juventude
Com o lema
“O futuro está em
nossas mãos”,
será realizado na
PUCRS, de 12 a
16 de julho, paralelamente ao
“Mutirão de Comunicação”, o Fórum
Social da Juventude 2009 (FSJ). O evento
promove a integração cultural, troca de
experiências, palestras e debates sobre
educação, cidadania, ambiente e mobilidade social.
O FSJ tem como objetivo mobilizar
os estudantes, jovens, movimentos
sociais, movimentos culturais, acadêmicos, movimentos sindicais e ONGs do
Brasil, de países do Mercosul e regiões
do planeta, para integrar as pessoas
participantes, permitir que possam voltar
a sonhar e construir “Um outro mundo
possível”. Mais informações pelo site
www.forumsocialdajuventude.com.br.
Ruah – nº 52 – 2009 | 9
REPORTAGEM
ESPECIAL
Em busca de uma cultu
Especialistas do Direito, Educação e Serviço Social debatem o tema da Camp
e opinam sobre a promoção de uma cultura da paz.
A
s famílias, a sociedade e o mundo
vivem um momento de profunda
insegurança em todos os âmbitos.
Diariamente, a mídia veicula notícias de
injustiças, violência e insegurança em
todos os cantos do mundo. A convivência
entre as pessoas é cada vez mais difícil.
Começa pela violência familiar até conflitos entre nações.
A Campanha da Fraternidade 2009
apresenta o tema “Fraternidade e segurança pública”, e o lema: “A paz é fruto
da justiça (Is 32, 17)”. O objetivo da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) é debater a segurança pública
com a finalidade de colaborar na criação
de condições para que o Evangelho seja
mais bem vivido na sociedade por meio
da promoção de uma cultura da paz,
fundamentada na justiça social. “A paz
buscada é a paz positiva, orientada por
valores humanos, como a solidariedade,
a fraternidade, o respeito ao ‘outro’ e a
mediação pacífica dos conflitos, e não
a paz negativa, orientada pelo uso da
força das armas, a intolerância com os
‘diferentes’, e tendo como foco os bens
materiais”, destaca o texto-base.
Para o mestre em Direito e professor
de Direito Administrativo e de Direito Ambiental, Orci Paulino Bretanha Teixeira,
doutorando em Filosofia pela PUCRS, as
crises e os conflitos integram a própria
estrutura da humanidade ao longo de
sua evolução. “O que não podemos tolerar é a perda de controle da situação
pelo Poder Público. No âmbito interno
dos países é possível reverter tal quadro à
medida que são adotadas políticas sérias
na base. Com a melhoria das condições
para uma educação básica comprometida, é possível, em um tempo médio,
uma melhora interna que certamente
terá influências internacionais”, afirma.
Segundo ele, é preciso rever determinadas posturas que não têm preocupação
com o ser, e sim com o ter: “Da cultura
individualista passarmos para uma cul-
tura que prime pelo coletivo”.
Educação
É comum hoje em dia a veiculação
de notícias sobre violência escolar,
principalmente nos estabelecimentos
de ensino público, com fatos envolvendo
jovens e professores. “Estas situações de
violência são reflexos das dificuldades
significativas que vive nossa sociedade
nos dias atuais. O abandono pelo qual
passam crianças e jovens gera reações
agressivas. A família precisa ser fortalecida, ela é a base da sociedade”, destaca
a professora da Faculdade de Educação
e membro da Equipe Interdisciplinar do
Centro de Atenção Psicossocial (CAP/
PRAC), Jurema Kalua Potrich.
Segundo ela, a busca por uma cultura
de paz deve começar em cada um de nós.
“São as relações interpessoais que constituem as relações nos grupos sociais. Uma
cultura de paz começa com atitudes de
Grupo de Estudos da Paz
A professora da Faculdade de
Serviço Social Patrícia Krieger Grossi
é integrante do Grupo de Estudos da
Paz (Gepaz) da PUCRS. Cadastrado no
Diretório de Grupos de Pesquisa do
CNPq desde 2005, se destaca por seu
caráter interdisciplinar. O Grupo possui
três linhas de pesquisa: "Educação e
cultura da paz"; "Prevenção, resolução
e transformação de conflitos"; "Segurança humana, governança global e
desarmamento".
Todos essas linhas contam com
10 | Ruah – nº 52 – 2009
alunos e professores de diferentes
unidades acadêmicas, além de profissionais pertencentes a ONGs que se
dedicam à construção da cultura de
paz. O grupo iniciou suas atividades
vinculado à Faculdade de Educação,
coordenado pelo Prof. Dr. Pergentino
Pivatto. Atualmente é coordenado
pelo Prof. Dr. Elias Grossman, da
Faculdade de Direito, e é aberto à comunidade. Os encontros se realizam
na primeira e terceira quintas-feiras
do mês, na sala 1029, Prédio 11, das
12 horas às 13h30min.
O Grupo de Estudos da Paz está investindo, atualmente, na organização
de um livro sobre a cultura de paz com
o objetivo de sensibilizar a comunidade para este tema e mobilizar os leitores para a construção de estratégias
de promoção de uma cultura de paz.
“Vivemos numa cultura bélica e de
violência. Precisamos mudar o nosso
olhar para desnaturalizar a violência
e buscar a justiça social”, salienta a
professora Patrícia.
ura de paz
panha da Fraternidade
respeito e solidariedade”, complementa.
O texto-base da CF refere o fortalecimento da ação educativa e evangelizadora.
O documento propõe a conscientização
de que a violência não é solução para a
violência. “Nisto encontramos as bases
para a construção de uma cultura de paz,
pois quando todos podem ter condições
de vida digna há possibilidade de uma
verdadeira justiça social”, enfatiza a
professora Jurema.
Serviço social
A criação de redes sociais populares e
de políticas públicas com vistas à superação da violência e de suas causas e à difusão da cultura da paz, são fundamentais
para intervir nas diferentes expressões
de violência, seja estrutural, institucional ou intrafamiliar. A professora do
programa de graduação e pós-graduação
da Faculdade de Serviço Social, Patrícia
Krieger Grossi, defende políticas públicas
voltadas ao trabalho, geração de renda,
qualificação profissional, educação, habitação, assistência social e saúde como
essenciais para a garantia dos direitos
sociais e das necessidades básicas da população. “Promover uma cultura de paz
implica trabalhar para a garantia destes
direitos e necessidades, superando realidades de exclusão e opressão que afetam
principalmente crianças, adolescentes,
mulheres, idosos, indígenas e negras”,
afirma.
Na Faculdade de Serviço Social existem diversos espaços sócio-ocupacionais
que estão articulados com os movimentos sociais de diferentes segmentos populacionais e refletindo sobre questões,
como: violência, tráfico de drogas, rede
de proteção à infância e juventude,
rede de proteção à mulher, direitos dos
apenados, dos trabalhadores sem-terra
e pessoas em situação de rua. Espaços,
como conselhos de direitos, fóruns de
segurança, conferências municipais e
estaduais de segurança pública, contam
com a participação de alunos da graduação e pós-graduação.
Para construir a paz é necessário educação para a paz. Um processo permanente
de construção de valores, como solidariedade, respeito, convivência pacífica e
Ruah – nº 52 – 2009 | 11
diálogo. “Além disto, torna-se fundamental
a realização de ações que promovam a
justiça social, o acesso a direitos sociais,
econômicos, políticos, entre outros. Enfim,
torna-se urgente a consolidação de práticas democráticas e emancipatórias e de
respeito aos direitos humanos. Sem justiça
social, não podemos falar em uma cultura
de paz”, salienta Patrícia.
Direito e Meio ambiente
A violência, a insegurança e a injustiça são componentes culturais que
sempre estiveram presentes em todos
os tempos. “A violência sempre acompanhou o homem, mas o papel do Estado é
mantê-la em níveis toleráveis. O grande
problema do momento é que já ultrapassamos o limite do suportável. Por isso
esses temas merecem um tratamento
especial por parte dos operadores do
Direito e administradores dos interesses
públicos, com vistas a uma política que
reformule as próprias bases educacionais, em seus valores à preparação de
homens e mulheres para uma vida digna”, afirma o professor Orci.
Para ele, uma das mais graves formas
de violência, com consequências para a
vida futura, é contra o meio ambiente,
contra as condições de uma vida saudável em um ambiente ecologicamente
equilibrado. “Isso coloca em risco o
futuro da humanidade na Terra”, alerta.
Os crimes contra a ética na administração pública, praticados por gestores
da “coisa pública”, não obstante a repressão por parte do Ministério Público,
ainda serão presença em nosso meio por
algum tempo, pontua o professor Orci.
“Para uma contagem regressiva é preciso
educar as gerações que um dia irão assumir a gestão dos interesses públicos. Os
crimes de natureza econômica também
dependem de uma ampla transformação
cultural. Esta transformação, acredito, já
está em andamento, com uma mudança
de foco, ao invés de interesse muitas vezes espúrio, o sistema empresarial atende também à função social das atividades
econômicas, o que já é visível por parte
de alguns homens que estão à frente de
grupos empresariais”, complementa ele.
12 | Ruah – nº 52 – 2009
Concurso de Artigos
O Concurso de Artigos “Fraternidade e Segurança Pública” foi mais uma das atividades do Centro de Pastoral e Solidariedade que propõe aos alunos da graduação
a produção de artigos sobre o tema da Campanha da Fraternidade. O texto-base
serviu como referência para a produção dos textos.
A cerimônia de entrega da premiação do Concurso de Artigos 2009 foi realizada
na abertura oficial da Semana da Solidariedade, no dia 18 de maio. Os prêmios foram
entregues pelo Reitor, Irmão Joaquim Clotet. Prestigiaram o evento pró-reitores,
diretores, professores, funcionários, familiares e amigos dos acadêmicos premiados.
Reflexão sobre o tema
Catiane da Rosa, 20 anos, aluna do 5º semestre de Ciência da Computação, já
havia participado do concurso em 2007, quando foi abordado o tema “Fraternidade
e Amazônia”. Na época, o artigo intitulado “Amazônia – pequenas ações geram
grandes transformações” conquistou o segundo lugar. “O concurso é uma oportunidade maravilhosa que a PUCRS propicia aos alunos, por meio do Centro de Pastoral.
Oportuniza refletirmos sobre o que há ao nosso redor e colocar no papel aquelas
observações e ideias que ficam o ano inteiro só na teoria, na mente e no coração,
mas que são capazes de mudar mundos”, salienta ela.
Conforme a acadêmica, o artigo “Brasil – seria a paz uma incógnita?”, foi resultado de
muito estudo e pesquisa sobre as formas e as causas da violência, assim como de alternativas para diminuí-la. “Procurei
mostrar como se sustentam a
violência e a impunidade no Brasil. Abordei também caminhos
para diminuir o alto índice de
violência que nos coloca como
uma das nações mais violentas
do mundo, incluindo ações boas
que já estão em prática e que
deveriam ser imitadas e aperfeiçoadas”, destaca ela.
Premiados:
1º lugar: Lucas Elias Rodrigues de Almeida (Teologia)
Artigo: “A paz é fruto da educação: a arte de educar para a formação de uma cultura
de paz”
Premiação: curso regular de Espanhol (módulos I, II e III)
2º lugar: Catiane da Rosa Pereira (Ciência da Computação)
Artigo: “Brasil – seria a paz uma incógnita?”.
Premiação: curso regular de Espanhol (módulos I e II)
3º lugar: Daiane Bombardelli (Serviço Social)
Artigo: “Adolescentes em conflito com a lei e a justiça restaurativa: possibilidades
para um olhar e agir não estigmatizador”
Premiação: cinco mensalidades nas modalidades de hidroginástica, natação ou
musculação, no Parque Esportivo da PUCRS
cultura
Rosário: Orações
de Outubro
“Toda paisagem amada é um estado
de alma”, nos dizia Gaston Bachelard. Este
‘Akatistos’ renovado, seguindo uma grande
tradição da Igreja desde os seus primeiros
séculos, é um poema que canta a figura da
Mãe de Deus com as metáforas da paisagem,
com a imagem da luz”. (Luiz Carlos Susin)
O Irmão Édison Hüttner iniciou a escrever
Rosário: Orações de Outubro numa tarde de
outubro de 2001, quando meditava o terço no
bosque de pinheiros da Casa Geral Marista em
Roma, Itália. De lá para cá, segundo ele, seguindo a luz da primeira inspiração, diante de
sinais e acontecimentos, muita coisa ocorreu.
Em cada parte da obra se vislumbra 19
ícones criados pelo reconhecido diretor de
arte e artista plástico Helio Coelho, confeccionados em seu ateliê na cidade de Vila
Velha, Estado do Espírito Santo. Foi uma
longa jornada, sem perder o que a obra se
propõe, através do Rosário, revelar a face
mística da Igreja, por récitas de Ave-Maria,
a contemplação de Jesus Cristo.
Pastoral da ANEC
A Revista de Pastoral da ANEC é uma publicação da
Associação Nacional de Educação Católica do Brasil,
lançada por ocasião do sexto Encontro Nacional da
Pastoral da Universidade.
O veículo é uma revista científica de divulgação de
conteúdos relacionados à ação pastoral no âmbito da
educação. Ela se propõe a inserir-se no cenário brasileiro
como um meio para aprofundamento e divulgação da
reflexão sobre a ação evangelizadora nas instituições de
ensino no Brasil. A Revista de Pastoral, que tem vinculação impressa e anual, é composta de dossiê temático, com artigos científicos que
aprofundam temas pré-estabelecidos, e de uma seção de relatos de pastoral, pequenos
trabalhos que refletem a práxis pastoral. Mais informações, acesse www. anec.org.br
Respiga Marista
O Irmão Albino Trevisan lançou o livro Respiga
Marista: educação e ação social no Rio Grande do Sul.
Nessa obra o autor buscou recolher algumas espigas
que ainda ficaram caídas ao largo da ceifa que outros
deixaram de rememorar e comemorar em seus escritos
sobre os feitos dos Irmãos Maristas, que estão no Rio
Grande do Sul desde 1900. Trata-se de uma tarefa-mutirão realizada, dominantemente por Irmãos da Casa
São José, de Viamão. A obra destaca a ação marista
no Estado, como a formação dos professores, escolas
populares e compromisso com os empobrecidos, animação vocacional, o cultivo do espírito missionário, o
cultivo da música, entre outros assuntos.
Mestre em Educação, Ir. Albino é o responsável
pelo Método Trevisan de Alfabetização Marista – Metramar – defendido em dissertação de mestrado pela PUCRS, em 2007, o qual recebeu aprovação com louvor.
Atualmente é o responsável pela Casa de Repouso São José, na Comunidade Nossa
Senhora das Graças, em Viamão, dirige um laboratório de pesquisas pedagógicas
sobre alfabetização e realiza Doutorado em Educação na Universidade.
Palestras
18 de agosto
Caminhos da dor e da fé
Dr. Guilherme Sudback (Hospital São Lucas) e
Padre Leomar Antonio Brustolin (Faculdade de Teologia)
6 de outubro
Direitos humanos e fé
Elias Grossmann (Faculdade de Direito) e
Nythamar de Oliveira (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas)
15 de setembro
O esforço pela aproximação do Islamismo, Judaísmo e
Cristianismo
Padre Pedro Alberto Kunrath (Faculdade de Teologia)
10 de novembro
Universidade como agente social
Inês Amaro da Silva (Faculdade de Serviço Social) e
Padre Érico Hammes (Faculdade de Teologia)
Ruah – nº 52 – 2009 | 13
Evento
Mutirão de
Comunicação, na PUCRS
Evento vai reunir comunicadores comprometidos com a
construção de uma sociedade de relações justas e solidárias.
D
e 12 a 17 de julho, realizar-se-á, na
PUCRS, o Mutirão de Comunicação
América Latina e Caribe. O evento
é a soma de duas experiências exitosas:
o Mutirão Nacional de Comunicação e o
Congresso Latino americano e Caribenho
de Comunicação, na sua sexta edição no
Brasil e quarta edição continental, respectivamente. Os eventos, este ano, realizados
conjuntamente, promovidos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
pelo Conselho Episcopal da América Latina e
Caribe (CELAM) e pela Organização Católica
Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (OCLACC), vão abordar temas vitais
para a vida e o futuro dos povos que vivem
e fazem história nessas terras.
Espaço de diálogo
O objetivo é promover espaços de diálogo sobre os processos de comunicação
à luz da cultura solidária, na construção
de uma sociedade comprometida com a
justiça, a liberdade e a paz. “O evento tem
grande importância para o futuro da comunicação no Continente por causa do seu
tema e número significativo e qualificado
de participantes, mas especialmente pela
sua identidade como convite à reflexão, à
construção coletiva e à partilha de saberes
por parte de todos os atores que transitam
nestas terras”, destaca o coordenador do
evento, Padre Marcelino Sivinski. Segundo
ele, neste tempo de discriminações, o
Mutirão tem no diálogo a sua força e mola
propulsoras. É esforço de todos na partilha
de sonhos, de práticas e de saberes.
O evento vai reunir comunicadores
comprometidos com a mesma causa: fazer
da comunicação, de suas políticas e suas
mídias, o principal lugar de construção de
outra ordem social, de relações justas e
solidárias. Além disso, vai congregar animadores de organizações sociais, agentes
de pastoral, pesquisadores, acadêmicos,
estudantes, produtores e consumidores de
comunicação. “No coração do Mutirão está
a cultura solidária por causa da vida. Está
em jogo a liberdade, o pão e a dignidade de
viver e morar, crescer, participar, construir
sonhos, respeitar e ser respeitado, falar e
ser ouvido”, complementa Marcelino.
Com a participação de 37 países, o
Mutirão de Comunicação tem uma ampla
programação: conferências, seminários
de estudo, oficinas e diálogos de práticas,
apresentações artísticas e culturais, exibição de filmes premiados, além de tendas
e espaços para divulgar a produção de
comunicação dos participantes.
Preparação
Em preparação ao evento, iniciativas
estão sendo realizadas desde julho de 2008,
como intercâmbio de materiais e experiências e produção de subsídios para reflexão,
captação e difusão. Também estão se realizando quatro encontros temáticos, abordando os temas: Por que fazer um Mutirão de
Comunicação; A comunicação acontece na
participação; Comunicação: direito e dever
de ter e construir; e A experiência partilhada
gera vida nova. Em julho de 2008 foi realizado
o lançamento do Mutirão, na PUCRS (foto), e
contou com autoridades políticas e religiosas
da América Latina e do Caribe.
Padre Marcelino deixa uma mensagem
a toda a comunidade universitária: “Fica
um convite muito especial aos alunos e
professores da PUCRS, principalmente
das áreas de Comunicação, Educação e
Filosofia para este evento tão significativo
para a vida e a história da sociedade no
Continente. Grandes nomes dessas áreas
estarão presentes e muitas experiências
serão partilhadas”, afirma ele.
Mais informações: www.muticom.org
14 | Ruah – nº 52 – 2009
Juventude
em missão
Experiência missionária
deixa marcas
Jovens dedicam-se à vivência da fé e a ações solidárias
em comunidades de baixa renda.
M
issionário é uma pessoa identificada com a solidariedade, que se
coloca a serviço do outro, levandolhe seu conhecimento, seu carinho e sua
fraternidade e anuncia a esperança cristã e
o amor. É essa a proposta do programa Universidade Missionária, do Centro de Pastoral
e Solidariedade da PUCRS.
O projeto, que se realiza em Porto
Alegre, no interior do Estado e no Chile, se
desenvolve por meio de visitas a famílias
em situação de vulnerabilidade social. Os
missionários entram nas casas, conversam
com as famílias e deixam mensagens de
paz, de amor e de fé em prol da promoção
humana. Também ocorrem formação religiosa, vivência em grupo, momentos celebrativos, realização de oficinas destinadas
a crianças, jovens e adultos e momentos
de convivência, espiritualidade e partilha
entre os jovens.
O universitário tem a oportunidade de
conhecer uma realidade social diferente da
sua. “Há, sem dúvida, uma transformação
pessoal pelo contato com os mais necessitados e um crescimento na espiritualidade”, destaca o diretor do Centro de Pastoral
e Solidariedade, Irmão Valdícer Civa Fachi.
Conforme ele, para os atendidos da
ação missionária, o sentimento é de valorização, pois recebem mensagens de
otimismo e fé. Isso faz com que surjam
laços fraternos entre os universitários e
as crianças, os jovens e os adultos das comunidades atendidas, bem como um novo
jeito de olhar a vida de ambos os lados.
Experiência
Muitos jovens que participam deste
projeto pela primeira vez o repete nos anos
seguintes. É o caso da diplomada Jaqueline
Alves Debastiane, 23 anos. Mesmo depois
de formada em Produção Audiovisual
(Cinema), não abandonou o trabalho de
missionária. Ela já integrou as equipes das
missões São Jerônimo e Vila Fátima. Além
disso, participa de diversas atividades proporcionadas pelo Centro de Pastoral, como,
por exemplo, o Grupo Universitário Marista
(GUM) e os Encontros de Convivência.
Atualmente, faz parte da equipe que
vai realizar mais uma edição da missão
Vila Fátima, em julho próximo. “Ser missionário é um estilo de vida, uma opção que
qualquer pessoa pode fazer e aprender,
desde que tenha o coração sem preconceitos e disposto a amar simplesmente,
na sua forma mais simples e verdadeira”,
salienta Jaqueline.
Conforme ela, só quem faz esta experiência de amor e solidariedade entende a
transformação pela qual os participantes
passam e as marcas que ficam. “Entramos
em contato com realidades, na maioria
das vezes, bem diferentes da nossa, o
que nos faz perceber o mundo debaixo de
outra dimensão. Com certeza, quem mais
aprende e ganha somos nós, missioná-
rios”, destaca ela.
Jaqueline acredita que participar do
programa Universidade Missionária aprimora o verdadeiro sentido de solidariedade, de espiritualidade, de relacionamentos, de amadurecimento e de trabalho.
“Sobretudo, o mais importante é que dá
sentido ao que se estuda e vive na Universidade. Coloque os seus dons a serviço e veja
a mudança que isso lhe proporcionará”,
finaliza a produtora audiovisual.
História
O Programa Universidade Missionária
nasceu em 2004 quando os alunos da
PUCRS foram convidados para participar
da Missão Chile. No mesmo ano, a experiência adquirida foi colocada em prática na
Missão Butiá. Nas férias de julho de 2005,
teve início a Missão Porto Alegre, na Vila
Fátima. E, em 2006, a Missão Amazônia foi
implantada. Em cinco anos, as missões se consolidaram e ganharam centenas de adeptos.
Ruah – nº 52 – 2009 | 15
PUCRS em
Solidariedade
Uma semana voltada
à solidariedade
Cursos, oficinas e palestras foram
oferecidos à comunidade gratuitamente.
D
e 16 a 22 de maio, a PUCRS, por
meio do Centro de Pastoral e Solidariedade, realizou a XV Semana
da Solidariedade. Baseada na Campanha
da Fraternidade 2009, “Fraternidade e Segurança Pública”, a atividade oportunizou
aos participantes o estudo, a discussão, a
prática e a vivência da temática.
Tradicional no calendário da Universidade, o evento promove atividades que
oportunizam a prática da solidariedade
por alunos e professores. Neste ano foram
disponibilizadas cerca de 2,3 mil vagas
à comunidade em minicursos e oficinas
voltadas à qualificação para o mercado
de trabalho. Também houve palestras,
celebrações eucarísticas, uma campanha
de arrecadação de equipamentos de
informática, os quais foram repassados
para o Centro Social Marista (Cesmar), e
a cerimônia de premiação do Concurso de
Artigos (leia mais na página 12).
Para a coordenadora do evento, a agente de pastoral Marisol Germano Trindade,
16 | Ruah – nº 52 – 2009
a Semana da Solidariedade é um grande
desafio para todos. “O Centro de Pastoral
apresenta a temática da Campanha da Fraternidade e as unidades se organizam para
oferecer atividades que estejam ligadas à
sua área e ao mesmo tempo ao tema da
Campanha. Neste ano, alguns cursos se
uniram para fortalecer a proposta. Foi o
caso das Faculdades de Direito e Psicologia que apresentaram a palestra “Direito
e a Psicologia na contemporaneidade:
uma perspectiva para a justiça e a paz”,
destaca ela.
A palestra de abertura “Justiça restaurativa e cultura de paz: semeando
uma nova justiça para o século
21” foi ministrada pelo Juiz da
3ª Vara do Juizado Regional da
Infância e da Juventude, Dr. Leoberto Brancher, pelo professor da
Cátedra dos Direitos Humanos do
IPA, Dr. Marcos Rolim, e pela acadêmica da Faculdade de Serviço
Social Daiane Bombardelli (foto).
Ocorreram ainda as palestras: “Direito e a P sicologia na contemporaneidade: uma perspectiva para
a justiça e a paz” e “Gestão de
crise na relação com clientes da
aviação civil”; o seminário de Bioética: “Os animais”; o cine-fórum
“Refletindo sobre justiça e paz”
e o painel “Segurança pública e
direitos humanos”.
Sinergia Digital
amplia o atendimento
A reestruturação do projeto proporcionou
a abertura de novas turmas.
A tradicional Feira de Promoção
da Saúde foi realizada, no dia 16, no
estacionamento do Supermercado
Carrefour - Loja Porto Alegre. Nessa
atividade, cerca de 130 pessoas, entre professores e alunos de diversas
unidades da PUCRS ligadas à saúde
colocaram seus conhecimentos a
serviço. Participaram as Faculdades:
Educação Física, Odontologia, Nutrição, Enfermagem e Fisioterapia,
Medicina, Farmácia e Biociências,
a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (Prac), o Hospital São Lucas
(HSL), a Associação de Voluntárias
da Mama do HSL e o Colégio Marista
Champagnat.
Foram realizados cerca de 850
atendimentos, destacando-se avaliações e orientações nutricionais,
posturais, dermatológicas e cardiológicas, higiene bucal, autoexame
da mama, dosagem de colesterol e
glicose, verificação de pressão arterial e ginástica, exames de prevenção
ao câncer bucal. Participaram ainda
o grupo de contadores de história
do Vida Urgente (Fundação Thiago
Gonzaga) e o ônibus marista de Inclusão Digital.
Neste ano, a Feira teve uma nova
atividade, um café da manhã para os
profissionais, alunos e voluntários.
“A iniciativa teve como objetivo apresentar ao grupo as razões pelas quais
é realizada a Feira de Promoção da
Saúde, além de integrar o grupo e
aproximar todas as unidades envolvidas”, salienta a agente de pastoral
Marisol Trindade.
capacitação e conhecimentos técnicos na
área de Informática, adaptado para cada
faixa etária. Também proporciona formação humana, com atividades culturais,
celebrativas, recreativas e esportivas”, salienta o coordenador operacional, Mauricio
Teixeira Canello. As atividades extraclasse
consistem em visitas ao Museu de Ciências
e Tecnologia da PUCRS, oficinas, palestras
e atividades sobre a espiritualidade.
Os encontros são ministrados nos laboratórios de Informática da Face e conduzidos por
instrutores voluntários, inscritos no Programa
de Voluntariado da Associação do Voluntariado e da Solidariedade (Avesol), auxiliados por
monitores, também voluntários, inscritos no
mesmo programa. O aporte financeiro ao
Projeto é disponibilizado pela PUCRS.
As turmas iniciaram o programa em
abril e deverão concluir o curso em novembro, quando será realizada a formatura
dos atendidos. Mais informações, acesse
www.pucrs.br/sinergiadigital.
Bruno Todeschini (Jornalismo)
Feira de Saúde
O programa Sinergia Digital ampliou
o atendimento com a criação de novas
turmas; agora são cinco: uma turma de
crianças da Clínica Esperança, duas turmas
de adolescentes, uma de pessoas da terceira
idade, (do grupo Geron), e uma turma de
adultos. Os adolescentes são alunos dos
colégios públicos Azambuja Soares, Paulo
da Gama e Jerônimo de Albuquerque, bem
como alunos do projeto Marista Show de
Bola, moradores da Vila São Judas, comunidade que fica junto à Universidade, e do
Projeto Ação Rua, da Prefeitura de Porto
Alegre. O grupo de adultos são funcionários
da PUCRS, dos setores de Divisão de Obra e
Prefeitura Universitária.
Promovido pela Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia (Face) e
pelo Centro de Pastoral e Solidariedade, o
programa Sinergia Digital visa à inclusão
social de crianças, adolescentes, adultos e
pessoas da terceira idade, em situação de
vulnerabilidade social. “O projeto oferece
Ruah – nº 52 – 2009 | 17
CONHECIMENTO
ESPIRITUAL
Champagnat, santo
da Igreja há dez anos
Há uma década, milhares de pessoas
presenciaram o dia em que a Igreja declarou
Santo o fundador do Instituto Marista.
N
o dia 18 de abril último, os Irmãos
Maristas comemoraram uma
década de canonização de São
Marcelino Champagnat. Em 1999, na
Praça São Pedro (Vaticano) o Papa João
Paulo II reconheceu Padre Champagnat
como Santo da Igreja Universal. O fundador do Instituto dos Irmãos Maristas
foi elevado aos altares como modelo de
evangelização por meio da educação de
crianças e jovens.
O depoimento do Superior Geral, Ir.
Seán Sammon, retrata que este momento
foi um dos mais importantes na história
dos Irmãos Maristas: "Quem teve a sorte
de estar em Roma, naquele dia, não
esquecerá facilmente os andaimes que
escondiam a fachada da Basílica de São
Pedro. Ressaltavam o estandarte central,
pendurado em um dos travessões. Era a
imagem inspiradora de Marcelino Champagnat”, destacou ele.
Emoção e vibração
Naquele dia, 52 Irmãos e 35 Leigos do Rio Grande do Sul estiveram
em Roma. Irmão Miro Reckziegel,
assessor do Centro de Pastoral e
Solidariedade, esteve lá e conta o
que mais o marcou ao presenciar
pessoalmente o evento. “Na hora
em que o Papa João Paulo II pronunciou oficialmente os termos
da canonização, a vibração da
multidão, presente na Praça São
18 | Ruah – nº 52 – 2009
Pedro, foi imensa. Foi um momento muito
esperado e preparado pelos maristas do
mundo todo”, relata ele.
Segundo o Ir. Miro, a canonização
vem confirmar a atualidade do carisma
de Champagnat para o mundo, modelo de
virtude e de grande educador. “Tudo o que
ele idealizou e criou há quase 200 anos é
perfeitamente atual hoje em dia”, salienta.
Junto com Champagnat, outros dois
santos foram proclamados no mesmo dia:
João Calábria e Agostinha Pietrantoni. O
primeiro foi exaltado como modelo de
confiança na Divida Providência; Agostinha,
como modelo de caridade para com os mais
abandonados. Champagnat foi apresentado
pela Igreja como modelo de evangelizador
da juventude por meio da educação. “A partir da canonização, ele não pertence mais
somente à Família Marista. Champagnat
hoje é um Santo da Igreja, um coração aberto, sem fronteiras”, complementa Ir. Miro.
São Marcelino Champagnat
Vida e obra
de Champagnat
São Marcelino Champagnat nasceu na França, em 1789, e viveu a
infância durante a Revolução Francesa. Após esse período, a situação
escolar degradou-se por completo.
Champagnat sofreu as consequências
nefastas da época.
Durante seus estudos no seminário, em Lião, sentiu a necessidade
de formar educadores capazes de
melhorar a situação da juventude que
estava mergulhada na ignorância, na
degradação moral e social. Fundou,
então, em 1817, em La Valla (França),
o Instituto dos Irmãos Maristas, início
de um estilo marista de educar, hoje
difundido no mundo inteiro.
Maristas no mundo
Atualmente, os Maristas estão
presentes em 79 países dos cinco
continentes, com foco em educação
e solidariedade. No Brasil, o Instituto
está dividido em Unidades Administrativas. Atualmente, são três: a
Província Marista Brasil Centro-Norte,
a Província Marista Brasil Centro-Sul e
a Província Marista do Rio Grande do
Sul, que abrange também o Distrito da
Amazônia. No Rio Grande do Sul são 21
Colégios, sendo um em Brasília-DF, 28
Centros Sociais, 29 Comunidades de
Irmãos, uma Universidade (PUCRS) e
um Hospital (São Lucas).
OPINIÃO
Eu quero mudar o mundo
Fábian Chelkanoff Thier *
“Um mundo feliz, seguro e tranquilo só depende de mim.”
L
embro-me bem do momento em
que caiu minha ficha e eu decidi
que queria ser jornalista. Eu fazia
muita coisa: cantava, participava de
grupo de jovens, fazia teatro e esporte,
além de brincar de ser radialista. É isso
mesmo, com a minha idade, brincava
mesmo.
Lembro-me bem também do motivo
que me fez escolher o jornalismo: eu
queria mudar o mundo. Simples, assim.
Mudar o mundo, na minha cabeça parecia coisa simples, sim. E ai daquele que
tentava me dizer o contrário. Mas só bem
depois que a ficha, aquela mesma que
caiu na hora que decidi ser jornalista,
realmente foi até o chão. Afinal, eu queria mudar o mundo e precisaria saber o
porquê. E hoje, olhando para o passado,
vejo que esta é a parte mais simples.
Notícias
Diariamente nossas mentes e corações são apedrejados por notícias
de violência das mais diversas: são
acidentes de trânsito,
assassinatos, assaltos,
roubos, sequestros,
estupros, agressões
das mais diversas.
Isso para ficar com
o normal. E este é o
ponto: isso não pode
ser normal. Mas infelizmente, para todos
nós, é. Estamos num
momento em que a
segurança pública interessa tão pouco
a quem manda neste país que só nos
resta achar isso tudo normal.
Isso é um grande erro. Por mais que
seja fácil e descompromissado culpar
quem governa este país (e aqui falo do
Brasil, dos estados e dos municípios),
temos de assumir nossa parte nesta história. E, acreditem, ela não é pequena.
Senão vejamos nosso dia a dia: paramos
nas sinaleiras e fechamos os vidros e
travamos as portas; não cumprimentamos estranhos na rua com medo; não
sorrimos para as pessoas, nem mesmo
para aquelas que conhecemos; se alguém pede ajuda e não sabemos quem
é, ignoramos; se alguém nos estende
a mão na rua, não atendemos. Esses
péssimos exemplos de desamor, falta
de educação e egoísmo aumentam esse
clima de insegurança. Como o próprio
texto da Campanha da Fraternidade
deste ano diz, “todos somos convidados
a uma profunda conversão, e a assumir
as atitudes e opções de Jesus, únicos
valores capazes de garantir, de verdade,
a eficaz construção de uma sociedade
mais justa e solidária e, consequentemente, mais segura”.
Sejamos francos,
no entanto: realmente
não damos bola para as
pessoas nem cobramos
dos chefes de estado.
Votamos em todas as
eleições e não entendemos ainda que temos o
direito de cobrar quem
elegemos. Ainda ouvimos, desses mesmos,
que toda essa insegurança é muito mais sensação do que
realidade. Coitados deles e de nós. Deles
por serem tão pequenos. De nós, por
acreditarmos neles e não fazermos nada.
“O dia
seguinte
nos pertence e
não podemos
repassar para
ninguém.”
No início eu falava dos motivos que
me levaram ao jornalismo. E por que
isso é importante? Não sou daqueles
que sonham em dar notícias do tipo:
acabou a fome no mundo; não houve
mortes no feriado. Agora, sou daqueles
que buscam nas pessoas a solução para
esses casos. É muito melhor mostrar o
exemplo de pessoas que mudam a sua
vida e ajudam a mudar a dos outros.
É muito melhor mostrar o exemplo
de pessoas que se dedicam a mudar o
mundo. E mudamos, de verdade, começando o trabalho com o outro.
Exemplo
Aqui cabe o exemplo da Diza Gonzaga, mãe de um garoto cheio de vida,
que a perdeu no trânsito. A criação do
Vida Urgente pela Fundação Thiago
Gonzaga é o exemplo do que digo. O
pessoal se esforça para salvar uma vida
de cada vez. Uma a uma.
É isso que devemos e precisamos
fazer. A parte que nos cabe é muito grande. Grande de verdade. O dia seguinte
nos pertence e não podemos repassar
para ninguém. Ele é nosso. Foi o presente que ganhamos Dele. E que presente.
Eu quero mudar o mundo, sim. E
faço isso, no dia a dia, pensando no
próximo. Seja ele quem for. E tu? Que
tal? Vamos nessa juntos? Um mundo
feliz, seguro e tranquilo só depende de
mim. Só de mim!
*Jornalista e professor da
Famecos/PUCRS, Mestre
em Comunicação Social
[email protected]
Ruah – nº 52 – 2009 | 19
Download

Vamos construir uma sociedade mais justa, solidária e