UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS COM FOCO EM RAÇA E GÊNERO POLO DE CONSELHEIRO LAFAIETE ELIETE APARECIDA RODRIGUES EDUCAÇÃO, O PILAR PARA UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E IGUALITÁRIA Conselheiro Lafaiete 2012 ELIETE APARECIDA RODRIGUES EDUCAÇÃO, O PILAR PARA UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E IGUALITÁRIA Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação para Diversidade da Universidade Federal de Ouro Preto, como requisito parcial à obtenção do grau de Especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça. Orientadora: Ana Amélia Chaves Teixeira Adachi Conselheiro Lafaiete 2012 Errata DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu esposo, a minha filha e a todos aqueles que ao meu lado sempre me deram amor, carinho e ânimo para seguir em frente. Eliete. AGRADECIMENTO A Deus pela plenitude do meu viver, à UFOP (Universidade Federal de Minas Gerais) pelo aprofundamento do meu ser, à orientadora e tutora Ana Amélia que me orientou em toda a pesquisa deste trabalho, a qual sem ela não poderia concluir. A todos da plataforma de Conselheiro Lafaiete, inclusive as tutoras as quais sempre me lembraram das datas e encontros presenciais. Ao meu esposo que me acompanhou e sempre esteve ao meu lado incentivando e ajudando-me nessa pesquisa. E a minha filha que é a luz do meu existir. “Alguns dentre nós não recebemos na nossa educação e formação de cidadãos, de professores e educadores, o necessário preparo para lidar com o desafio que a problemática da convivência com a diversidade e as manifestações de discriminação coloca quotidianamente na nossa vida profissional.” (Munanga, 2001, p. 7) Lista de abreviaturas e símbolos API - Ações Pedagógicas Inclusivas CEERT - Centro de Estudos das Relações de trabalho Dieese - Departamento Intersindical de Estatística Socioeconômicos FGV - Fundação Getúlio Vargas IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Estudos RODRIGUES, Eliete Aparecida. Educação, o pilar para uma sociedade mais justa e igualitária. Ufop RESUMO Este estudo aborda o preconceito racial e a educação como pilar de uma sociedade mais justa e igualitária. É ressaltada a discrepância na pirâmide social ao compararmos a classe alta com a pobre. Constatamos que a desigualdade é tamanha e que isto não se atém somente a renda per capita, mas também está entranhada no âmbito cultural. Essa desigualdade é maior quando se trata da cor da pele, no caso do negro/a e sua situação socioeconômica e cultural. Acredita-se ser a educação a força motriz e norteadora para uma sociedade mais justa e igualitária. Podemos dizer que é o apêndice que conduz um povo a formar a sua cidadania e conscientização. Somente uma educação antirracista pode promover a construção efetiva da cidadania e da democracia brasileira. Os educadores necessitam contemplar no interior das escolas a discussão acerca de nossa diversidade racial. Nessa linha é preciso o fortalecimento de material didático-pedagógico antirracista e preparação dos professores para que possam atuar no combate ao preconceito e à discriminação no seio escolar. É nessa ótica que propomos um estudo reflexivo, a fim de superarmos esse problema, buscando alternativas que reduzem ou pelo menos amenizem o preconceito em nossa sociedade. Nesse sentido se faz necessária à conscientização da população, lutando por ações e políticas afirmativas. Constitui, portanto, o ponto de partida para que seja abolido este problema em nossa sociedade. Palavra Chave: educação, desigualdade e preconceito. Sumário INTRODUÇÃO ......................................................................................... 10 CAPÍTULO I – Educação, um passo para uma sociedade mais justa. ................................................................................................................. 12 1.1- Educação, redução da desigualdade. ............................................ 12 1.2- A busca da promoção de implementação de políticas públicas contra o preconceito e o racismo na escola. ......................................... 13 1.3 - Um estigma que impede ascensão social ..................................... 15 1.4 - Representações do negro no livro didático ................................... 16 Capítulo II – Formação do/a negro/a em anos de estudos ................. 18 2.1 - Indicadores da proporção de estudantes negros em relação aos brancos ................................................................................................. 18 2.2 – A desproporcionalidade e desvantagens do negro no mercado de trabalho ................................................................................................. 19 2.3.– Preconceito racial em sala de aula com repercussão no mercado de trabalho ............................................................................................ 20 Capítulo III – Conquista da autoestima................................................. 21 3.1 – Cognitivo não combina com baixaestima ..................................... 21 CONCLUSÃO......................................................................................... 255 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 277 ANEXOS ................................................................................................ 311 INTRODUÇÃO Diante da estrutura educacional brasileira, nos dias de hoje, propõe-se aperfeiçoá-la ao ponto de conseguir ofertar uma educação que favoreça uma melhor inserção do negro/a na sociedade, evitando o preconceito e a discriminação. Assim, busca-se na educação o meio para se chegar a uma sociedade mais justa e igualitária, a qual venha a efetivar uma cidadania, que permita que os valores das pessoas sejam de interesse comum no nosso meio social. A educação é o caminho primordial para inserção no mercado de trabalho e consequentemente na estratificação social. Entretanto o negro/a é cerceado desde a fase escolar, o que naturalmente já os impedem de sobressair-se socialmente. Sendo assim, propõe-se uma reforma no processo educacional, para que o mesmo adote uma gestão que seja capaz de combater o preconceito no seu próprio seio, ou seja, de extirpar a discriminação racial logo no cerne da sociedade e assim promover uma adequada projeção de si mais receptível às diferenças de raças e que realmente contemple uma cidadania mais extensiva e universal. Propõe-se, então, uma análise dos livros didáticos no que concerne a valorização da pluralidade cultural, uma vez que o negro representado pelo livro didático deveria como cita Rangel (2001 p.13), “contribuir efetivamente para a consecução dos objetivos do ensino de língua materna, tais como vêm definidos em documentos oficiais, como os PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais, assim é necessário que ele abstenha-se de preconceitos discriminatórios e, mais do que isso seja capaz de combater a discriminação sempre que oportuno,”, ou seja, incentivar cidadania, produzindo efeitos contra qualquer forma de preconceitos e discriminações no contexto escolar ou fora dele. Assim sendo, devemos refletir numa proposta de revisão do livro didático, pois se observa textos que enfocam a escravidão e pouco se 11 menciona sobre a ocorrência do racismo nos dias de hoje, bem como sobre a importância da diversidade étnico-racial na história da sociedade brasileira. Importante trabalhar com o aluno as maneiras como é manifestado o racismo em nosso meio social, principalmente, no meio escolar em que o negro sofre muitas rotulações. Dentro dessa ótica a autora Silva (2002) reporta as representações observadas no cotidiano de crianças constituem-se no seu senso comum, elaborado a partir de imagens, crenças, mitos e ideologias, vindo a formar, então, a identidade cultural. Sendo assim, o fato de, muitas vezes, os livros didáticos utilizados em sala de aula retratarem o negro de uma forma estigmatizada origina danos ao aluno, que acha normal o racismo e a discriminação contra as pessoas negras, reforçando-se, então, ideias racistas dentro e fora da escola. Para tais mudanças é fundamental um processo que repercutirá em uma transição de modelo educacional para outro. A sociedade amparada com esses princípios educacionais, certamente será mais justa, possibilitando menos desigualdades sociais, bem como maior expectativa de vida, principalmente ao negro/a que tem sido a maior vítima da desestrutura de nossa comunidade. É importante para um maior êxito nesse processo, que uma reforma educacional se suceda, elencando fatores essenciais para uma devida preparação dos profissionais, uma gestão de maior amparo financeiro, metodológico e disciplinar, entre vários outros aspectos, a fim de corrigirem-se as deficiências que impedem de imperar uma cultura permeada de valores. Acredita-se que, dessa forma com esse processo transitório, poderá ser consolidada uma sociedade com um perfil mais equilibrado e estruturado, que consequentemente não excluirá tanto “os filhos de sua Pátria”. Portanto esse trabalho vem propor um combate à discriminação racial no Brasil através da Educação, supondo ser esta a força motriz capaz de condicionar uma nova postura social. 12 CAPÍTULO I – Educação, um passo para uma sociedade mais justa. 1.1- Educação, redução da desigualdade. A educação será o principal fator da redução da desigualdade para a próxima década. Temos uma meta de qualidade da educação para 2021, e se isso for cumprido, esta será a década da educação. A constatação é do professor Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais, da Fundação Getúlio Vargas (FGV- 2008), que coordenou um estudo no qual constatou que a desigualdade social no Brasil atingiu em 2010 o menor patamar em pelo menos 50 anos. Assim destaca o autor, na citação que se segue: A qualidade da educação será o próximo fator para reduzir ainda mais a desigualdade e a pobreza. O investimento em educação de qualidade, de educação técnica é que chamo de Bolsa Família 2.0, que seria um “upgrade” na rede de proteção social. Esse será o fator mais importante, destaca o pesquisador Marcelo Neri. – (Virginia Toledo – Rede Brasil Atual 2011) Com base nos estudos do professor Marcelo Neri, a educação de qualidade para todos os cidadãos é fundamental para sanar a desigualdade em nosso país; outro fator necessário é reduzir do nosso meio o preconceito e o estereótipo do negro devido a sua cor. A foto abaixo mostra um dos nossos grandes problemas social, a pobreza, a precariedade em que se encontra a maior parte da população, não só os de cor negra, mas também os não-negros. http://www.alunosonline.com.br/sociologia/desigualdade-social.html Logo, constatamos que as desigualdades são imensas e só serão superadas ou amenizadas a partir da implementação de políticas públicas 13 voltadas ao combate das condições economicamente precárias de alguns. 1.2- A busca da promoção de implementação de políticas públicas contra o preconceito e o racismo na escola. Nesse estudo o preconceito que vamos abordar é o racial, isto é, a raça negra. O negro vem sofrendo desde a escravidão, devido a sua cor negra associada aos escravos daquela época, por conseguinte, sua posição de subordinação na sociedade advém desse fato. Em síntese o negro desde que chegou ao Brasil sofreu com a injustiça e com a exploração de sua força pelos senhores na época do Brasil-Colônia. A música Retirantes de Dorival Caymmi retrata bem a trajetória do negro naquela época o que se pode observar na frase “Vida de negro é difícil, é difícil como quê!” Segundo Zaluar, “(...) dizia-se que não eram totalmente humanos, que só trabalhavam a base de chicote e que precisavam ser domesticados para deixar seus costumes bárbaros, semeando o racismo no coração dos homens brancos”. (Zaluar,1996, p.55) Em conformidade com Moura (1972) “(...) do ponto de vista do senhor, esses escravos eram iguais a máquinas de trabalho”. Assim, devemos refletir sobre o fim do preconceito racial, de forma que, haja mais igualdade, e que a diferença entre os que detêm o poder e aqueles que são subordinados não seja tão discrepante. Somente através de ações e implementos de políticas públicas conseguiremos reduzir tamanha desigualdade. Nesse sentido segundo afirmação de Guimarães (1998) podemos observar que: “(...) na arena política mais ampla e coletiva que a luta mais eficaz pelos direitos humanos pode triunfar de fato, isto é, pode eliminar as causas mais profundas das violações.” Desse modo, a respeito desta violação dos direitos humanos, citado pelo autor que naquela época, ou seja, no Brasil-Colônia, ainda não se tinha consciência de tal violação e a situação do negro era bastante precária. Hoje essa situação é mais contestada, uma vez elencada na carta magna, os direitos humanos. 14 Embora seja importante salientar que ainda deparamos com uma situação de precariedade em relação ao negro, conforme alertado por Nilma Lino Gomes (2002), da seguinte maneira: ...os alunos e as alunas negras, vistos, dentro da escola, como portadores de “deficiência” ou de “dificuldade de aprendizagem”, fatalmente são rotulados como: “indisciplinados”, “lentos”, “defasados”, “atrasados”. “A estratégia, dita pedagógica, mais comum a ser adotada pelas escolas para “solucionar” esse problema tem sido as salas projetos, as salas especiais, as turmas experimentais”.(GOMES, 2002, p.) Segundo Nilma (2002), apesar de reconhecer que já existem projetos e estratégias pedagógicas a fim de sanar esses problemas, todavia não são suficientes, pois o racismo está incutido na sociedade brasileira. A colocação da autora nos conduz a percepção de que a desigualdade social e racial deparada pelo negro no ambiente escolar é muito séria e que os próprios educadores ao adotarem tais práticas, sequer percebem que essas salas são compostas de uma gama de alunos negros e pobres. Ainda de acordo com Nilma (2002) não questionam o peso de tal iniciativa na construção da autoestima e da expectativa escolar desses alunos e de suas famílias. Enfim o/a aluno/a negro/a é mais uma vítima do preconceito, do estereótipo, principalmente dentro da escola, pois ali se encontra professores despreparados para lidar com essas diferenças. O impacto negativo na criança negra é muito grande, talvez seja uma das causas de evasão escolar. Pois é fundamental o papel dos pais nesse processo de combate ao racismo, mas muitos não conseguem superar a imagem de inferioridade entranhada, assim passam para os filhos o oposto do que querem. A humilhação e os danos na vida dessas crianças são monstruosos, pois nada lhe é explicado, ela é colocada na escola e os próprios colegas a olham de maneira diferente, às vezes fazem algum gesto ou mesmo se calam quando elas se apropinquam. 15 1.3 - Um estigma que impede ascensão social Vale ressaltar que a maioria das pessoas negras ocupa uma classe pobre ou quase miserável e isto as estigmatiza justificando o preconceito racial existente no Brasil. Alguns autores de livros literários como Lima Barreto – filho de mestiços, também sofreu o preconceito de uma sociedade que discriminava as pessoas com base na cor de sua pele. Em uma de suas obras “Recordações do escrivão Isaías Caminha”, em 1909, Barreto identifica-se a denúncia do preconceito como uma de suas preocupações literárias. Conforme citada abaixo podemos perceber que realmente a cor da pele já era um rótulo e a condição humilde dificultava qualquer forma de ascensão social. Ah! Seria doutor! Resgataria o pecado original do meu nascimento humilde, amaciaria o suplício premente, cruciante e onímodo de minha cor... Nas dobras do pergaminho da carta, traria presa a consideração de toda a gente. Seguro do respeito à minha majestade de homem, andaria com ela mais firme pela vida a fora. “Não titubearia, não hesitaria, livremente poderia falar, dizer bem alto os pensamentos que se estorciam no meu cérebro”. (BARRETO, Lima. Recordações do escrivão Isaías Caminha. 1º Capítulo, p.6). Assim como Lima Barreto, o professor Munanga Kabengele em sua obra “Rediscutindo a mestiçagem no Brasil” põe em questão os fundamentos da identidade nacional brasileira, a fim de entender por que as pessoas negras (consideradas minorias, mas que na realidade é uma maioria silenciada) não são capazes de construir identidades políticas mobilizadoras. Segundo Kabengele, Na vasta reflexão dos filósofos das luzes sobre a diferença racial e sobre o alheio, o mestiço é sempre tratado como um ser ambivalente visto ora como o “mesmo”, ora como o “outro”. Além do mais, a mestiçagem vai servir de pretexto para a discussão sobre a unidade da espécie humana. Para Voltaire, é uma anomalia, fruto da união escandalosa entre duas raças de homem totalmente distintas. A irredutibilidade das raças humanas não está apenas na aparência exterior: “não podemos duvidar que a estrutura interna de um negro não seja diferente da de um branco, porque a rede mucosa é branca entre uns e preta entre outros”. Os mulatos são uma raça bastarda oriunda de um negro e 16 uma branca ou de um (MUNANGA,1999: pág. 23). branco e uma negra. Em consonância com Kabengele nos dias atuais as mobilizações dos movimentos negros têm aumentado, mas ainda não é suficiente para reduzir a discriminação racial. 1.4 - Representações do negro no livro didático De acordo com o CEERT (Centro de Estudos das Relações de trabalho e desigualdades) foram elaboradas tabelas, em seminários, com objetivo de analisar as principais pesquisas Banzo, Tronco & Senzala,19991 de Elzi Nascimento e Elzita Melo Quinta, 1999 que tratam da questão da representação do negro nos livros didáticos e paradidáticos. As conclusões obtidas em todas as pesquisas realizadas são as de que a representação do negro é realizada de uma maneira estereotipada e preconceituosa. Foram ressaltados nessas pesquisas, outros aspectos, que tratam o negro como cidadão de segunda categoria, isto é, um ser animalizado e também como o único responsável pela escravidão, mesmo passados cinco décadas, identificaram-se estas situações. Assim, verificam-se alguns resultados na tabela que se segue: Tabela 1 Ano Autor Título 1950 Dante Moreira Preconceito leite patriotismo em seis livros Superioridade da raça branca. didáticos O branco tendo uma postura de desprezo e/ou 1957 Bazzanella Conclusões racial e primários Negro representado em situação social inferior. brasileiros. piedade para com o negro Valores e estereótipos em O negro desempenhando funções subalternas. livros de leitura. Sempre relacionado à escravidão 1980 Flúvia Análises dos modelos Em situação de trabalho mesmo quando não (1975 - Rosemberg culturais na literatura desempenhando nenhuma atividade profissional 1985) infanto-juvenil brasileira. (mulheres como empregadas domésticas e homens como trabalhadores manuais). O negro escravo. Escassez de multidões mistas, indicando a não 1 NASCIMENTO, Nascimento; QUINTA, Elzita Melo. Banzo, Tronco & Zenzala. Edição1. Editora: Harbra. 1999. 17 miscigenação e inviabilidade do negro. Religiosos brancos. Corpo humano: homem branco e adulto. Traço tipificador, como se todos os negros fossem iguais. 1990 Esmeralda De olho no preconceito: Inexistência do negro em livros. Negrão e um guia para professores O negro como categoria social. Regina Pahim sobre o racismo em livros Branco para crianças. branqueamento de objetos antropomorfizados. Discriminação do negro no O negro como seres irracionais. livro didático. Descontextualização (sem família). Pinto 1995 Ana Célia da Silva tido como padrão. Tendência ao Associado a animais. Desempenhando funções subalternas. Em último lugar. Menor frequência nas ilustrações e capa e como personagens principais. Representado de forma caricaturada. Maltrapilho e sujo, como se negro e pobre fosse condições intrínseca. 1999 Chirley Bazilli Discriminações personagens literatura contra negros na infanto-juvenil Vinte anos de produção (...) ocorreram (...) quase inalterações nas tendências, sobre as relações raciais (...) (p. 101) brasileira contemporânea. Fonte: Centro de Estudos das relações de trabalho e desigualdades (Ceert) acesso dia 14/05/2012 às 24h05mim2. Desde o início da produção da cana-de-açúcar, na primeira metade do século XVI, o Brasil começou a escravizar os negros, estes vinham da África, em porões dos navios, amontoados de forma desumana para serem utilizados na mão de obra nos engenhos de açúcar. Aqui eram vendidos pelos portugueses como mercadorias, sendo que os mais saudáveis valiam mais e os fracos e velhos bem menos. Quando da abolição, os negros em sua trajetória se encontraram incertos, diante de sua hierarquia inferior, de sua condição miserável, desvalorizados e excluídos no mercado de trabalho. Portanto o embate ainda continua nos dias de hoje em que a chamada questão racial tem um impasse ainda não resolvido, desde a história colonial brasileira, mesmo 2 Disponível em: http://www.slideshare.net/literatoliberato/representao-do-negro-no-livrodidtico . Baseado na tabela acima percebemos a condição do negro como segunda categoria, isto é, sempre subalterno, podemos focar Tia Nastácia nas obra de Monteiro Lobato. 18 com a constituição de 1988 em que rege a lei do racismo. Segundo Munanga (1986, p. 13-14) as primeiras referências de um povo negro de perfil desfavorável foram criadas pela imaginação fértil do grande historiador grego Heródoto. Já, por volta do século XV, em meio às grandes viagens marítimas em busca de novos territórios, se mitificava uma imagem negativa dos povos da costa africana, com bases nos relatos do historiador que, entre outras descrições, afirmava a existência de seres bárbaros semi-homens, semi-animais. Capítulo II – Formação do/a negro/a em anos de estudos 2.1 - Indicadores da proporção de estudantes negros em relação aos brancos No Brasil, o acesso à educação é visto por vários pesquisadores, tais como: Darci Ribeiro (1986), M. Gadotti (2000) e Antônio Guimarães (2004) como principal trajetória para grandes oportunidades no mercado de trabalho e também como possibilidade de aumentar o rendimento econômico. Segundo Rosana Heringer (2002), a ascendência do indivíduo está diretamente ligada à escolaridade, por isso a importância da análise dos anos de estudos do branco em relação ao negro. A priori, no caderno Saúde Pública (2002) foi constatada a baixa escolaridade da população brasileira, que é de 5,7 de anos de estudo. Podemos então inferir que, em média, o brasileiro estuda até o 6º ano. Isto se refere à antiga 5ª série do ensino básico. Outra constatação importante é que o branco tem em média dois anos de estudos a mais que o negro. Contudo de acordo com a demonstração da tabela abaixo no período entre 1988 e 1996 percebemos um aumento de anos de estudos efetivamente cursado pelas pessoas de 15 anos ou mais. Comprovamos esse aumento na escolaridade dos brasileiros, mas essa ampliação não corroborou na diminuição da desigualdade racial e a proporção de negros ainda é baixa tanto no ensino médio quanto no superior. Pois, os 19 indicadores demonstram que o grau de instrução dos negros é quase quatro vezes menor que a do branco. Tabela 2 2.2 – A desproporcionalidade e desvantagens do negro no mercado de trabalho Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) verifica-se uma realidade bastante difícil enfrentada pelos negros no mercado de trabalho, em cotejo com a enfrentada pela dos não-negros. Assim, quando se consideram dados como as taxas de desemprego, as ocupações subalternas em postos de trabalho e os baixos salários, essa situação se torna visível. "O aspecto mais perverso da discriminação no espaço de trabalho se dá nos processos de promoção ou mobilidade para cargos de chefia, liderança ou comando, que têm maiores responsabilidades, visibilidade e remuneração", afirma Mércia Consolação Silva, socióloga e consultora do Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdade (Ceert). Realmente, os dados apresentados pelo Dieese mostram níveis de desproporcionalidade de oportunidade para assalariados negros e os não-negros em ocupações de direção e chefia, além de variações regionais, quando em comparação aos de algumas regiões metropolitanas pesquisadas: Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo. 20 De acordo com o Boletim do Dieese em 2002, na região de Salvador, 10,3% dos negros (pretos e pardos) ocupam cargos de chefia, já a porcentagem entre os não-brancos (brancos e amarelos) é de 26,6%; enquanto que na região metropolitana de São Paulo essas proporções são de 4,4% e 15,7%. Baseado nos dados do Mapa da população negra no mercado de trabalho no Brasil é importante notar que a presença da população negra em Salvador (81,8%) é bem maior que a de São Paulo (33,0%). Sendo assim apesar do contingente de negros ser mais alto, percebe-se a desvantagem em relação aos brancos no cargo de chefia. Essa desvantagem do negro acontece desde a abolição, diante de sua condição desvalorizada e excluída no mercado de trabalho. Logo a luta continua, ainda nos dias de hoje, em que a chamada questão racial é uma situação difícil e não solucionada. Mesmo com a constituição de 1988 em que rege a lei do antirracismo, essa situação de discriminação insiste em permanecer. Diante disso é que percebemos o quanto a desigualdade racial vai aos poucos se cristalizando em desigualdade social. É nesse embate que nos pautamos na busca de ações de políticas públicas para podermos reduzir essa desigualdade tão visível, mas que muitas vezes preferimos nos omitir, pois segundo uma reportagem de Orson Camargo (Brasil Escola, 2012) ele diz que a sociedade brasileira deve perceber que sem um efetivo Estado Democrático não há como combater ou mesmo reduzir a desigualdade no Brasil. 2.3.– Preconceito racial em sala de aula com repercussão no mercado de trabalho O preconceito racial começa na tenra idade infantil, quando a criança é inserida no meio social, isto é, nas escolas maternais. Muitas vezes as escolas não procuram se adaptarem às dificuldades especiais de seus alunos, quanto aos professores, estes, na maioria, despreparados para trabalhar com a diversidade sociorracial do educando, acabam não contribuindo para o crescimento de oportunidades e até mesmo não favorecendo para a promoção social desses indivíduos. 21 Enfim, a escola silencia e se omite diante da problemática, e ao longo do tempo as crianças negras desistem dos estudos. Como afirma GUTIERREZ: [...] a escola, faz política não só pelo que diz, mas também pelo que cala, não só pelo que faz, mas também pelo que não faz. Calar o que deve ser proclamado aos quatro ventos é uma das formas políticas mais frequentes entre os que têm a ‘faca e o queijo na mão. (1988:22). Todavia, a educação, sozinha, não resolverá todos os impasses sociorraciais; nós, professores, devemos nos conscientizar da essencialidade da formação de educadores, principalmente os das séries iniciais, a fim de muni-los de meios apropriados para agir como mediadores conscientes e críticos no processo de ensino aprendizagem (SILVA, 1996:142). O professor sedimentado de consciência racial é essencial para a implementação de Ações Pedagógicas Inclusivas (API). Capítulo III – Conquista da autoestima 3.1 – Cognitivo não combina com baixaestima De acordo com Célia Maria de Souza Moraes (2002), o desenvolvimento humano não está pautado somente em aspectos cognitivos, mas também e, principalmente, em aspectos afetivos. Assim, a sala de aula é um grande laboratório para que se observe e questione os motivos pelos quais o convívio escolar entre professor e aluno, muitas vezes, torna-se desgastado e sem estímulo. Sabe-se que o ser humano tem grande necessidade de ser ouvido, acolhido e valorizado contribuindo dessa forma para uma boa imagem de si mesmo. Neste sentido, a afetividade está intimamente ligada à construção da autoestima. Sendo assim, sua importância em toda relação é fundamental para os sujeitos envolvidos. Logo, a relação entre professor e aluno, deve ser mais próxima possível, pautada em partilha de sentimentos e respeito mútuo das diferentes ideias. Para OLIVEIRA (1998), o aspecto afetivo tem uma 22 profunda influência sobre o desenvolvimento intelectual. Ele pode acelerar ou diminuir o ritmo de desenvolvimento e determinar sobre quais conteúdos e atividades intelectual se concentrará. Na teoria de Piaget, o desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois componentes: um cognitivo e outro afetivo que, desenvolvem-se paralelamente. Afeto inclui sentimentos, interesses, desejos, tendências, valores e emoções em geral. Baseadas nas teorias de Piaget (1988) e nas ideias de Oliveira (1998) pode-se constatar que entre os/as alunos negros/as, a baixaestima é mais perceptível, pois resulta de um passado histórico, de um povo ferido pelo estereótipo escravista numa terra chamada Brasil, não obstante os 500 anos de existência colonizada, abriga uma sociedade cujas relações de subjugação dos fortes sobre os fracos prevalecem. O Dr. Rubem Oliven, no Seminário Internacional “Violência e Cidadania”, na UFRGS, em 1998, afirmou: “Este século termina com problemas cruciais ligados à discriminação e ao racismo”. Moreira (1997) ainda complementa a observação feita com a enunciação que se segue: A reprodução do racismo na escola é um dos temas mais relevantes da agenda dos movimentos sociais negros, em todo o país. Não sem razão, evidentemente. Por trás das altas taxas de infrequência, repetência e evasão escolar verificada entre as crianças negras, existe um denominador comum: a estigmatização e a desqualificação delas em razão do racismo (MOREIRA, 1997, p. 102). 3.2 – A inserção da criança no meio escolar Observando as várias maneiras pelas quais a discriminação racial se manifesta na escola pública de primeiro grau, Gonçalves (1987) aborda os mecanismos de funcionamento pedagógico que, segundo ele, excluem dos currículos escolares a história dos movimentos, isto é, a luta dos negros na sociedade brasileira, infundindo nas crianças negras, um 23 ideal de branqueamento. Mostra também que a escola chega a remeter à produção da cultura negra um tom folclórico, fazendo um discurso em que o tratamento entre a criança branca e negra é igual, escamoteando a realidade educacional. A escola silencia diante dessa situação e o negro só é visto quando se trabalha a história do Brasil, retratando os caminhos percorridos pela escravidão até a abolição, fazendo ressalte da generosidade dos abolicionistas e do poder instituído. Esquecem ou omitem seu importante papel de trabalhador braçal, na lavoura, na cozinha, como operários e de seu talento em geral. Sobre este aspecto, a fala de Sylvia Egydio, 65 anos, negra, mãe de uma menina e um menino, é exemplar: Eles [instituições oficiais de ensino e de memória] veem o negro escravo. Mas os negros não foram apenas escravos. Tinham suas famílias, suas crenças, suas danças, suas comidas. Seu modo de viver. Ninguém conta a história dos judeus, que também foram escravos, apenas como escravos. Por que a história do negro tem que ser sempre a do povo escravizado?. Esse silêncio é citado por Eliane Cavalleiro (2000) que deixa claro, em seu livro intitulado “Do Silencio do lar ao silencio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil”. Nessa ótica podemos refletir sobre a inserção de crianças negras no meio escolar, o quanto são discriminadas e tratadas de maneira preconceituosa por outras não-negras. Assim, podemos destacar: (...) a relação diária com crianças de quatro a seis anos permitiu-me identificar que, nessa faixa de idade, crianças negras já apresentam uma identidade negativa em relação ao grupo étnico ao qual pertencem. Em contrapartida, crianças brancas revelam um sentimento de superioridade, assumindo em diversas situações atitudes preconceituosas e discriminatórias, xingando e ofendendo as crianças negras. (...) Essas situações de discriminação, ocorridas na presença de professores, chamaram minha atenção. Os educadores não perceberam o conflito que se delineava. Talvez por não saberem lidar com tal problema, preferiram o silêncio. (CAVALLEIRO, Eliane. Do silêncio do lar ao silêncio escolar. São Paulo: Contexto, 2000. p. 10.) A situação apresentada no seio escolar é bem omissa, pois a criança negra já traz em si, isto é, no silêncio do lar, a marca da estigmatização. A ausência de uma reflexão sobre as relações raciais em 24 nossa escola impede a promoção das relações interpessoais. A falta de empatia de nosso corpo docente, ou seja, dos educadores brasileiros em se tratar da discriminação, do preconceito como uma realidade ativa impossibilita a contribuição para que as diferenças fenótipas sejam entendidas como aspectos naturais. 25 Conclusão A sociedade brasileira diante do percurso feito com relação à discriminação racial tem alcançado resultados positivos, entretanto ainda hoje predomina esse “mal” que conduz a uma cultura arraigada da subordinação histórica desse país. Procurando uma solução mais norteadora que realmente venha a sanar essa problemática de forma a dissipar o preconceito racial da sociedade brasileira, acredita-se na efetivação de um processo quase que revolucionário no seio da sociedade. Levando em conta que o fator cultural é o espelho de uma sociedade, é nesse aspecto que se faz necessária uma mudança baseada na construção de uma cultura que propicie uma sociedade mais justa e igualitária. Assim para que esse processo de formação cultural aconteça, sinaliza-se a educação como principal disseminadora de uma consciência cidadã. É importante salientar que ela é o pilar na formação de uma sociedade, mas, infelizmente, o Brasil hoje apresenta muita deficiência nesse setor, o que requer reformas e mudanças. Assim devemos prepará-la para que as escolas sejam semeadoras de valores que realmente venham efetivar a cidadania em substituição ao preconceito que ainda arrasta em nossa sociedade. Dotadas de melhor capacitação profissional, gestão e metodologia, as escolas objetivarão e projetarão uma sociedade sedimentada em uma cultura de maiores valores humanos. Naturalmente que, para atingir esse novo perfil cultural, faz-se necessária uma transição, pois se trata de implantar um novo modelo social, que poderá ser um processo em longo prazo, mas que realmente enriquecerá a sociedade em termos sociais. Constituída por esse âmbito cultural, a sociedade estará mais próxima de ser mais justa. Seus resultados poderão ser a menor desigualdade social, bem como uma população menos preconceituosa, ou seja, mais receptíveis aos filhos de sua pátria, sobretudo ao negro/a que constitui a maior parte da sociedade brasileira. 26 Portanto o que se propõe com esse trabalho é exterminar de vez a discriminação racial que existe nesse país através de um novo modelo social canalizado em uma educação pautada e dotada de valores humanos. 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO, Lima. 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Negro representado em situação social O branco tendo uma postura de desprezo e/ou piedade para com o negro 1957 Bazzanella Valores e estereótipos em O livros de leitura. subalternas. negro desempenhando funções Sempre relacionado à escravidão 1980 Flúvia Análises dos modelos Em situação de trabalho mesmo quando não (1975 - Rosemberg culturais na literatura desempenhando 1985) infanto-juvenil brasileira. nenhuma atividade profissional (mulheres como empregadas domésticas e homens como trabalhadores manuais). O negro escravo. Escassez de multidões mistas, indicando a não miscigenação e inviabilidade do negro. Religiosos brancos. Corpo humano: homem branco e adulto. Traço tipificador, como se todos os negros fossem iguais. 1990 Esmeralda De olho no preconceito: Inexistência do negro em livros. Negrão e um guia para professores O negro como categoria social. Regina Pahim sobre o racismo em livros Branco tido como padrão. Tendência ao para crianças. branqueamento Pinto de antropomorfizados. 1995 Ana Célia da Discriminação do negro no O negro como seres irracionais. objetos 32 Silva livro didático. Descontextualização (sem família). Associado a animais. Desempenhando funções subalternas. Em último lugar. Menor frequência nas ilustrações e capa e como personagens principais. Representado de forma caricaturada. Maltrapilho e sujo, como se negro e pobre fosse condições intrínseca. 1999 Chirley Bazilli Discriminações personagens literatura contra negros na infanto-juvenil Vinte anos de produção (...) ocorreram (...) quase inalterações nas tendências, sobre as relações raciais (...) (p. 101) brasileira contemporânea. Fonte: Centro de Estudos das relações de trabalho e desigualdades (Ceert) acesso dia 14/05/2012 às 24h05mim. <http://www.slideshare.net/literatoliberato/representao-do-negro-no-livro-didtico> TABELA 2