Leia também, da coleção História e Historiografia A identidade nacional, um enigma Marcel Detienne Doze lições sobre a história Antoine Prost Evidência da história – O que os historiadores veem François Hartog A leitura e seu público no mundo contemporâneo – Ensaios sobre História Cultural Jean-Yves Mollier Lugares para a história Arlette Farge O conceito de História Christian Meier, Horst Günther, Odilo Engels, Reinhart Koselleck “A mundialização não diz tudo do mundo: por isso é que a história das antimundializações faz parte do programa da World History, seja lá como se queira chamá-la: ela consiste em compreender como as sociedades humanas produzem alteridade com a distância, hostilidade com a alteridade e identidade com a hostilidade. É por isso também que trabalhos recentes, versando, por exemplo, sobre as diásporas mercantis na época moderna, o trabalho forçado no século XIX ou o estatuto dos migrantes e dos refugiados políticos no século XX, ao mesmo tempo em que dão voz aos ‘subalternos’, conseguem propor uma história global não globalizante.” (Patrick Boucheron) Na era da mundialização, como escrever uma história aberta sobre o mundo, suas trocas, suas circulações e seus encontros? Da crítica do eurocentrismo à história conectada, passando pela história imperial, este livro apresenta algumas das abordagens que deram novo fôlego à escrita da história. Esse projeto, já antigo, conheceu profundas renovações no curso dos últimos anos. Não se trata de substituir a narrativa nacional por aquela de uma marcha inelutável rumo à mundialização contemporânea, e sim de redescobrir os contatos, os atritos e as incompreensões que acompanharam os encontros e os desencontros entre as diversas partes do mundo desde a Idade Média até os dias de hoje. Contra o eurocentrismo e o fechamento nacionalista, é preciso experimentar novas maneiras de pensar e escrever a história. O pequeno X – Da biografia à história Sabina Loriga Que horas são... lá, no outro lado? – América e Islã no limiar da Época Moderna Serge Gruzinski Regimes de historicidade – Presentismo e experiências do tempo François Hartog Abrir a história – Novos olhares sobre o século XX francês Jean-François Sirinelli Patrick Boucheron, Nicolas Delalande História e Psicanálise – Entre ciência e ficção Michel de Certeau 12 POR UMA HISTÓRIA-MUNDO Este livro é apresentado por Patrick Boucheron e coordenado por Nicolas Delalande. Boucheron é professor de História Medieval na Universidade de Paris 1 Panthéon-Sorbonne. Colabora desde 2000 na revista L’Histoire, onde atua no conselho editorial, e no jornal Le Monde (Le Monde des livres) desde 2007. É diretor de publicações da Paris 1 e faz parte do conselho editorial da coleção “L’Univers historique”, da editora Seuil. Delalande, doutor em História Contemporânea, é pesquisador bolsista do Centre d’Histoire de Sciences Po, redator-chefe na revista La Vie des Idées e membro do conselho editorial da Revue d’histoire moderne et contemporaine. POR UMA HISTÓRIA-MUNDO Patrick Boucheron Nicolas Delalande COLEÇÃO HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA www.autenticaeditora.com.br ISBN 978-85-8217-612-2 9 788582 176122 “Como se pode pensar hoje uma história à escala do mundo?”. A pergunta proposta por Jaques Revel sintetiza o objetivo desta coletânea, que pretende refletir sobre os modos possíveis de uma História-mundo. Por uma História-Mundo reúne um conjunto de sete textos que buscam, de maneiras divergentes ou congruentes, investigar os possíveis caminhos a serem trilhados. Inicialmente publicados na Revista La Vie des Idées, os textos colocam em pauta a possibilidade de uma escrita da História que considere atentamente as conexões entre as diversas partes do mundo, tendo como elemento articulador as críticas a uma narrativa que se inscreve nos limites do Estado-Nação e sob um olhar eurocêntrico. Sugerem ainda uma reflexão aprofundada em torno do que se pode considerar que seja o desafio historiográfico no século XXI: investigar nos diferentes espaços – que vão desde regiões específicas a amplos impérios –, os processos de constituição de suas unidades históricas e as redes de relações e intercâmbios que as constituem, por meio da elaboração de uma história escrita a partir da análise dos contatos, encontros e conexões, mas também resistências, oposições e conflitos. Assim, a coletânea contribui para que se reflita sobre a produção de Histórias “transfronteiras”, na precisa enunciação de Sanjay Subrahmanyam, que considere não apenas as desigualdades e as aproximações das fronteiras geográficas, mas questione também os lugares e as formas legítimas de enunciação historiográfica. Giselle Martins Venancio Universidade Federal Fluminense